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setembro 11, 2016
Picasso na Caixa Cultural, Rio de Janeiro
Exposição com mais de 130 obras do gênio da arte do século XX esteve em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, onde foi sucesso de público e crítica.
O Instituto Tomie Ohtake, a CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Arteris e IRB BRASIL RE apresentam a partir do dia 13 de setembro de 2016 a exposição Picasso: mão erudita, olho selvagem, com 138 obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, cerâmicas e fotografias pertencentes ao Musée National Picasso-Paris. Organizada pelo Instituto Tomie Ohtake em conjunto com o Musée National Picasso-Paris, a exposição tem curadoria de Emilia Philippot, também curadora da instituição francesa.
As obras traçam um percurso cronológico e temático em torno de conjuntos que seguem as principais fases de Pablo Picasso, nascido em Málaga, Espanha, em 25 de outubro de 1881, e morto em Mougins, França, em 8 de abril de 1973. A exposição percorre sua trajetória desde os anos de formação, com o óleo sobre tela “L'Homme à la casquette” (1895), até os últimos de produção, como na gravura em metal “Couple: femme et hommechien. Avec femme à la fleur” (1972). O patrocínio é da Arteris e IRB BRASIL RE, com apoio da CAIXA, da Prosegur e da Repsol Sinopec Brasil, realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet).
A exposição possibilita uma rara imersão do público no universo do artista espanhol, que viveu grande parte de sua vida na França. Das 138 obras, 109 são de Picasso: 27 pinturas, 42 desenhos, 20 gravuras e 20 esculturas, incluindo 12 cerâmicas, em sua quase totalidade nunca vistas no Brasil.
Também integram a mostra 22 fotografias feitas por Andres Villers (1930-2016) em parceria com Picasso, e três fotografias feitas por Pierre Manciet durante as filmagens de "La vie commence demain" (1949), de Nicole Védrès, no ateliê do artista em Fournas, Vallauris, na França. O filme, de 89 minutos, também poderá ser visto pelo público, junto com dois outros: “Guernica” (1950), de Alain Resnais e Robert Hessens, com 13 minutos, que aborda a obra-prima de Picasso, entre pinturas, desenhos e esculturas feitas por ele entre 1902 e 1949; e “Le Mystère Picasso” (1956), de Henri-Georges Clouzot, com 78 minutos, que revela seu processo criativo.
A curadora Emilia Philippot destaca o fato de que as obras expostas revelam para o público a ligação íntima e pessoal que alimenta toda a produção de Picasso, presente nos retratos íntimos da mãe do artista ou de seu primeiro filho, Paul, na celebração apaixonada da sensualidade feminina de Marie-Thèrèse Walter, e nas denúncias intransigentes dos males causados pelos conflitos contemporâneos, da Guerra Civil Espanhola ou da Ocupação da França pelas tropas alemãs. “Escolhemos aproveitar o caráter específico da coleção para esboçar um retrato do artista que questiona sua relação com a criação, entre fabricação e concepção, implantação e pensamento, mão e olho”, afirma Emilia Philippot. Estão presentes nos trabalhos as experiências vividas por Picasso. “Os laços afetivos do amante, as dúvidas do homem, as alegrias do pai de família, os compromissos do cidadão: tudo se introduzia em sua arte”, completa.
Uma característica importante da exposição é que o acervo é composto por obras selecionadas e mantidas pelo artista ao longo de sua vida. São trabalhos que estiveram ao seu lado e pertencem ao Musée National Picasso-Paris, um dos mais importantes do mundo sobre o artista, formado por doações sucessivas dos herdeiros do pintor, em 1979 e 1990.
PERCURSO DA EXPOSIÇÃO
As obras estão dispostas de acordo com um roteiro cronológico e temático, em dez seções: “O primeiro Picasso. Formação e influências (por volta de 1900)”; “Picasso exorcista. As senhoritas de Avignon (processo da geometrização das formas)”; “Picasso cubista. O violão (relação com a música)”; “Picasso clássico. A máscara da antiguidade (a maternidade, o teatro e a dança)”; “Picasso surrealista. As banhistas”; “Picasso engajado. Guernica (estudos da obra, fotos e foco na apresentação da tela em 1953 no Brasil/ 2ª Bienal de São Paulo)”; “Picasso na resistência. Interiores e vanitas (processo de trabalho durante a guerra, vida doméstica e vaidades)”; “Picasso múltiplo. A alegria da experimentação (da cerâmica ao fotograma)”; “Picasso trabalhando. O Mistério Picasso (a magia de seu processo criativo na pintura)”; e “O último Picasso: o triunfo do desejo (erotismo em todos seus estados)”.
Saiba mais sobre a biografia de Pablo Picasso / Musée National Picasso-Paris.
Emilia Philippot é diplomada pela École du Louvre e especializada em conservação do patrimônio pelo Institut national Du Patrimoine (Paris). Foi gerente de projeto na Réunion des Musées Nationaux, Paris (2007 e 2009), onde organizou a exposição “Le grand monde d’Andy Warhol”, nas Galeries nationales du Grand Palais (2009). Foi responsável pelas coleções de artes decorativas, artesanato e design industrial no Centre national des Arts Plastiques (Paris), entre 2010 e 2012, coordenando a exposição “Liberty, Equality and Fraternity”, no Wolfsonian Museum (Miami), em 2011. Responsável pela segmento de artes gráficas e pinturas do Musée National Picasso-Paris desde 2012, Philippot preparou a reabertura do museu e organizou importantes mostras como “¡Picasso! L’exposition anniversaire no Musée National Picasso-Paris” (2015); “Picasso chez Delacroix no Musée National Eugéne Delacroix” (Paris 2015); “Miquel Barceló, Sol y Sombra”, no Musée National Picasso-Paris (2016), e está desenvolvendo a exposição “Histoires d’Olga – Filtres de l’Histoire auprès de Picasso”, no Musée National Picasso-Paris prevista para março de 2017.