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julho 25, 2016
Estela Sokol na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Artista paulistana mostrará uma grande instalação na Anita Schwartz Galeria, além de objetos, esculturas e pinturas. Os trabalhos são inéditos e ocuparão todo o espaço expositivo do prédio da Gávea
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir do dia 27 de julho de 2016 para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição Estela Sokol – Naturezas Mortas, com obras inéditas e produzidas este ano, entre objetos, esculturas, pinturas e uma grande instalação que ocupará o salão no térreo do edifício da Gávea. Em sua terceira individual na Anita Schwartz Galeria, a artista paulistana aprofunda sua pesquisa sobre as possibilidades do uso da cor na atualidade. Acompanha a exposição texto de Felipe Scovino.
Sobre o chão do grande salão térreo da galeria, estará a instalação“White Heat” (título que faz menção ao álbum “White Light/White Heat", da banda Velvet Underground), composta por cerca de 600 peças em forma de sarrafo, de diversos materiais brancos, como espuma, parafina, feltro, mármore e gesso, e com dimensões que variam em comprimento, largura e altura, esta com no máximo 12 centímetros. As peças ocuparão uma área de 45 metros quadrados na área central do piso, de modo a que o visitante possa circular em torno. Estela Sokol destaca que “a ideia é partir da justaposição das peças para ressaltar as diferentes tonalidades de branco dos materiais”. “O trabalho propõe diálogo com a tradição pictórica, e o legado de artistas como Agnes Martin", explica. O pé direito de sete metros e as paredes vazias, fazem com que a obra, de acordo com a artista, possa “tirar proveito do silêncio da sala”.
Nesta instalação, a artista utiliza, pela primeira vez, feltro, gesso e espuma. A obra terá diversas nuances de branco, devido à natureza dos materiais, e ganhará novas tonalidades ao longo da exposição, pois a artista conta com a ação da luz sobre a espuma, que amarelará com o passar dos dias. “Com a forma de um ladrilho em tom de alabastro, o trabalho também reflete sobre o tempo e seus pressupostos, já que algumas seções mudarão de cor durante a exposição”. Estela Sokol ressalta que a busca por mudanças de tonalidade são recorrentes em sua pesquisa. “Nas pinturas realizadas com lâminas de PVC, e outros materiais sintéticos por exemplo, as cores e tons se dão a partir da sobreposição das diversas camadas de plástico", diz.
Estela Sokol compreende o trabalho quase como uma pintura no espaço tridimensional. Para ela, “a ideia é articular os diferentes tons, texturas e densidades dos materiais”. Assim como em outros trabalhos expostos no terceiro andar, a artista transforma o uso dos materiais para aproximar o raciocínio pictórico de esculturas e objetos.
NOVA SÉRIE DE PINTURAS
Uma nova série destas pinturas também poderá ser vista no terceiro andar da galeria. Serão 13 telas produzidas sem a utilização de tinta, em um processo que a artista vem desenvolvendo desde 2010. “Estico e sobreponho lâminas de PVC coloridas e translúcidas, entre outros materiais sintéticos, sobre chassis de madeira, criando diversos matizes que mudam conforme a incidência da luz e deslocamento do espectador", ressalta. Ela acrescenta que “as pinturas de PVC sobre chassi propõem um diálogo entre a paleta industrial e a tradição pictórica”.
Junto com essas pinturas estarão dez esculturas em pequeno formato, feitas em materiais como encáustica, mármore, parafina, tecido, espuma e madeira, que apresentam a ideia pitoresca das naturezas mortas no espaço tridimensional.
Estela Sokol nasceu em 1979, em São Paulo, cidade onde vive e trabalha. Realizou diversas exposições individuais, como “Gelatina”, na Anita Schwartz Galeria, em 2014; “Se o deserto fosse laranja a coisa seria cor de rosa”, no Museu da Taipa, em Macau, na China, 2012; “Secret Forest”, na Gallery 32, em Londres, Inglaterra, em 2011; “Licht Konkret”, na Galerie Wuensch, em Linz, na Áustria, em 2011; “A morte das Ofélias”, na Anita SchwartzGaleria, no Rio de Janeiro, em 2011; “Dawn for Interiours”, na Bisagra Arte Contemporáneo, em Buenos Aires, Argentina, em 2010. “Clarabóia”, no Paço das Artes, em São Paulo, em 2010; “Sol de Inverno”, no Palácio das Artes, Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte, em 2008; “Meio dia e meia”, no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, em 2006, entre outras.
Também participou de diversas mostras coletivas no Brasil e no exterior das quais destacam-se: “Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio”, no Museu da República e “Bienal Tridimensional Internacional”, no Museu Histórico Nacional, ambas no Rio de Janeiro, em 2015; “Prometheus Fecit”, no Museu Nacional Soares dos Reis, em Porto, Portugal, em 2014; “What can we expect from color?”, na BYCR Gallery, em Milão, na Itália, em 2013; “Norman Dilworth, Alistair Mcclymont and Estela Sokol”, na Strand Gallery, emVeneza, na Itália; “Arte Contemporânea no Universo Bordallo”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal; “Considerações sobre o plano”, no Museu de Arte Contemporânea, em São Paulo, ambas em 2013; “III Bienal del Fin del Mundo”, em Ushuaia, na Patagônia, Argentina, em 2011; “16º Bienal de Cerveira”, em Cerveira, Portugal, em 2011; “Mapas Invisíveis”, na Caixa Cultural São Paulo, em 2011; “Light Art Bienalle”, em Linz, na Áustria, em 2010; “Graphias”, no Memorial da América Latina, em São Paulo, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, em 2009, e Rio de Janeiro, em 2008, entre outras.
Ganhou prêmios como "Mostras de artistas no exterior”, dentro do “Programa Brasil Arte Contemporânea”, da Fundação Bienal de São Paulo, em 2010; “Temporada de projetos Paço das Artes, em São Paulo, em 2009; “Edital Revelação MACC”, em São Paulo, em 2004; “Projéteis FUNARTE de ArteContemporânea”, no Rio de Janeiro, em 2005; e “34°Salão de Arte Contemporânea LuizSacilotto”, em São Paulo, em 2006.