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maio 18, 2015
Carlos Bevilacqua na Fortes Vilaça, São Paulo
AGENDA SP Hoje 21/05 às 19-22h: Carlos Bevilacqua @ Fortes Vilaça http://bit.ly/Fortes_C-Bevilacqua
Posted by Canal Contemporâneo on Quinta, 21 de maio de 2015
Em sua nova exposição na Galeria Fortes Vilaça, Carlos Bevilacqua apresenta três novos trabalhos que refletem sobre o exercício do fazer artístico, do conhecimento e da memória. As esculturas em madeira e aço possuem uma escala maior, inédita em sua trajetória, e revelam um imbricado sistema de relações simbólicas.
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Bevilacqua articula aspectos elementares da escultura através de sínteses onde tensão, equilíbrio e espacialidade tornam-se questões latentes. Sua pesquisa, porém, não é puramente formalista; trata-se de uma plataforma para discutir temas fora do espectro racional, indo em direção ao existencialismo e à metafísica. Nesse sentido, o título da mostra, Let it Go, torna-se uma declaração de leveza, ao passo que indica o caminho da percepção poética.
O trabalho central, O Inexorável Caminho do Saber, é composto por três peças de madeira sobre rodas, cada qual com um arco de aço carbono sobre si, que o artista denomina de "veículos de transcendência". Eles são alinhados sobre um rastro de papéis em branco, dispostos aleatoriamente no chão. O artista esboça aí relações entre a escrita e a memória, partindo das considerações que Freud descreveu no artigo "Uma nota sobre o bloco mágico" (1924).
Na parede ao fundo da galeria, a obra Geometria Muda lida com formas geométricas rudimentares – ponto, linha, circunferência e triângulo. Bevilacqua ordena esses elementos no espaço vazio fazendo com que, apesar de estática, a obra possa sugerir movimento. Trata-se de um estado permanente de porvir, uma tensão enigmática sobre a matéria inerte da escultura.
Em Ponte do Isolamento, uma complexa estrutura de madeira e aço configura uma ponte sem fim que, por não ligar um lugar a outro, conecta apenas a si mesma. Duas vigas são suspensas entre duas colunas, tensionadas no meio por uma peça de madeira e aço; essa armação é repetida transversalmente em duas outras pontes de menor escala que, por sua vez, se ligam por uma outra em redução. Ao mesmo tempo que sugere um eterno recomeço, o trabalho atua como metáfora da solidão.
Carlos Bevilacqua nasceu no Rio de Janeiro em 1965, onde vive e trabalha. Dentre suas exposições individuais, destacam-se as mostras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2000) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1992). Suas mostras coletivas incluem participações em: Desejo da forma, Akademie der Künste (Berlim, Alemanha, 2010); Um Mundo Sem Molduras, MAC-USP (São Paulo, 2009). Sua obra está presente em importantes coleções, como: Instituto Inhotim (Brumadinho), MAM Rio de Janeiro, MAC-USP (São Paulo), entre outras. Um catálogo da exposição será lançado neste ano com texto da curadora holandesa Carolyn Drake.
In his new exhibition at Galeria Fortes Vilaça, Carlos Bevilacqua presents three new works that reflect on the exercise of artistic practice, knowledge and memory. The sculptures in wood and steel possess a larger scale like never before in his career, revealing an interlinked system of symbolic relations.
Bevilacqua articulates elementary aspects of sculpture through syntheses where tension, balance and spatiality become latent questions. His research, however, is not purely formalist; it frames a platform for discussing themes that lie outside the realm of the rational, heading toward existentialism and metaphysics. In this sense, the title of the show, Let it Go, becomes a declaration of lightness, insofar as it points to the path of poetic perception.
The central work, O Inexorável Caminho do Saber [The Inexorable Path of Knowledge], consists of three pieces of wood on wheels, each with a carbon-steel arc rising into the space above it, constituting what the artist calls “transcendence vehicles.” They are aligned on a trail of blank pieces of paper, arranged randomly on the surface beneath them. Here the artist sketches out relations between writing and memory, based on Freud’s considerations in the article “A Note on the Mystic Writing Pad” (1925).
On the wall at the back of the gallery, the work Geometria Muda [Mute Geometry] deals with rudimentary geometric shapes – point, line, circumference and triangle. Although motionless, these elements are ordered in the empty space in a way that suggests movement. It involves a continuous state of becoming, wherein the inert matter of the sculpture is subjected to an enigmatic tensioning.
In Ponte do Isolamento [Isolation Bridge], a complex structure of wood and steel configures an endless bridge which does not connect one place to another; it only connects to itself. Two beams are suspended between two columns, tensioned in the middle by a piece of wood and steel. This framework is transversely repeated in two other smaller bridges which, in turn, are connected by another smaller bridge. At the same time that it alludes to an eternal re-beginning, the work operates as a metaphor for loneliness.
Carlos Bevilacqua was born in 1965, in Rio de Janeiro, where he lives and works. His solo shows have most notably included exhibitions at the Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2000) and at the Museu de Arte Moderna de São Paulo (1992). His group shows have included participations in Desejo da forma, Akademie der Künste (Berlin, Germany, 2010) and Um Mundo Sem Molduras, MAC-USP (São Paulo, 2009). His work figures in important collections such as those of Instituto Inhotim (Brumadinho), MAM Rio de Janeiro, MAC-USP (São Paulo), and others. A catalog of the exhibition will be released this year with a text by Dutch curator Carolyn Drake.