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abril 23, 2014
Luiz Zerbini na Casa Daros, Rio de Janeiro
Exposição com cerca de trinta obras do conceituado artista brasileiro dá sequência à temporada dedicada à pintura iniciada na Casa Daros com a mostra “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”
A Casa Daros apresenta para o público a partir de 26 de abril de 2014 a exposição “Luiz Zerbini – Pinturas”, com curadoria de Hans-Michael Herzog, que reúne cerca de trinta obras do destacado artista nascido em São Paulo, em 1959, e radicado no Rio de Janeiro. A quase totalidade dos trabalhos é inédita e pertence ao acervo do próprio artista, como as quatro pinturas recentes – em acrílica sobre tela, e em formato que chega a 2m x 3m – "Quadrado Maior, de 2013, "Hipermetrópico”, "Favela” e "Erosão”, de 2014.
O público poderá ver obras antigas, como "Peixes”, só vista no ano de sua criação, em 1996 – uma escultura com pintura composta por uma caixa de isopor, resina e tinta –, e duas “Sem título”, de 1999, uma monotipia e uma pintura de acrílica sobre papel.
Duas pinturas apenas vistas no exterior, como "Pedra Punk (2012) e "Medusa” (2011), pertencentes a coleções particulares, também estarão na exposição.
Estarão ainda na exposição desenhos, um conjunto de dez trabalhos da série “Copicsketch” (2011), em caneta sobre papel, dois feitos com cartas de baralho, de 2009, e três da série com slides, de 2009.
Da mesma forma que na exposição de Fabian Marcaccio há uma sala chamada Painting lab (laboratório de pintura), onde o artista revela seu “repertório”, Luiz Zerbini também mostrará uma versão inédita da instalação "Natureza espiritual da realidade” (2012), feita especialmente para a exposição, formada por uma mesa de cerca de dez metros de extensão, contendo elementos de seu cotidiano, com uma coleção de objetos que funcionam como ponto de partida de seu trabalho.
“Meu trabalho tem a ver com esse tempo suspenso e com a memória. Não a memória de fatos e acontecimentos cotidianos, que quase nunca consigo lembrar, mas uma espécie de memória visual, afetiva, que fica guardada num canto, num outro espaço que é muito presente... É como se fosse uma reorganização das minhas lembranças. As coisas que eu faço são impregnadas dessa memória”, afirma Luiz Zerbini.
A exposição integra a temporada dedicada à pintura, aberta por “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, que irá até 10 de agosto. Após a mostra de Luiz Zerbini, que ficará em cartaz até 25 de maio, a Casa Daros apresentará “Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner – Pinturas”, de 30 de maio a 29 de junho, e “Vânia Mignone + René Francisco Rodríguez – Pinturas”, de 4 de julho a 10 de agosto de 2014.
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA PINTURA
Hans-Michael Herzog, curador e diretor da Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça, conta que ao pesquisar a pintura atual no Brasil, e em qual artista brasileiro poderia fazer um diálogo mais direto com a obra “Paintant Stories”, de Marcaccio, pensou imediatamente em Zerbini. Apesar de ressaltar a individualidade de cada um, com pesquisas distintas, ele diz que é possível ver algo em comum, já que ambos buscam saber “o que é a pintura, o que está por trás da pintura”. “Zerbini desenvolve dois grandes caminhos – um mais racional, ordenado, regular, e outro emocional – resultando em dois tipos de pintura ao mesmo tempo”, afirma. Ressaltando que não o considera um surrealista, o curador diz que ele “joga com essas ferramentas”, ao trazer “visões de paisagens não conhecidas, invenções, a exuberância tropical, a vegetação, e nisso tem algo a ver com Marcaccio”. Hans-Michael Herzog chama a atenção também para o aspecto lúdico do artista, evidenciado na obra “Peixes”.
PROGRAMA DIÁLOGOS: LUIZ ZERBINI
No dia 26 de abril de 2014, às 17h, no auditório da Casa Daros, o artista Luiz Zerbini falará sobre sua trajetória em conversa aberta ao público, com a participação de Hans-Michael Herzog. A entrada é gratuita, com retirada de senhas na recepção uma hora antes.
Luiz Zerbini (São Paulo, em 1959. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) é um dos artistas que despontaram na década de 1980 e chega à maturidade explorando praticamente todos os aspectos da arte contemporânea. Desde o trabalho individual como pintor, até o coletivo no grupo Chelpa Ferro, desenvolve sua linguagem na utilização diversificada de mídias como vídeo, escultura, fotografia, música, desenho, pintura, arte gráfica, ambientes e instalações. A obra de Zerbini é pelos críticos uma referência na arte brasileira.
Dentre as principais exposições individuais destacam-se as mostras “Amor lugar comum”, em Inhotim, Brumadinho, Minas, e “Papagaio do Futuro”, na Max Wigram Gallery, Londres, ambas em 2013; “Amor”, no MAM Rio, em 2012; “Every Jetsonhas a Flintstone Inside”, na Max Wigram Gallery, em Londres, em 2011; “Ele vê o que ele sabe”,no Galpão Fortes Vilaça, em São Paulo, em 2010; “Ruído”, na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro, em 2009; “paisagem natureza morta retrato”, no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, em 2008; “Do Corpo à Paisagem”, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2006; as mostras na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, Portugal, em 2005; na Galeria Rabouan Moussion, em Paris, França, em 2001; as mostras no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 1998 e 1996; a exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, em 1995, dentre outras.