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março 21, 2014
Marcelo Solá na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Luciana Caravello Arte Contemporânea apresenta a partir de 27 de março de 2014 para convidados e para o dia seguinte para o público, a exposição “Marcelo Solá – amor e agressividade“, com 11 pinturas inéditas do artista, com tamanhos em média de 150 x 150 cm, que vão ocupar o térreo da galeria.
O artista nascido em 1971, em Goiânia, é sobretu¬do um desenhista que utiliza vários materiais em seu trabalho: grafite, óleo, esmalte sintético e spray. Outra característica de sua produção, que o destaca no panorama do desenho contemporâneo brasileiro, é o uso de palavras e números.
O crítico de artes Agnaldo Farias destaca em seu texto “Marcelo Solá – amor e agressividade” que “lançamos nossas ideias nos papéis, desenhamos sobre a areia, cravamos nossos nomes em árvores e pedras movidos pelo atávico desejo de estar e permanecer além dos nossos próprios corpos. É esse impulso ancestral que Marcelo Solá toma para si e atualiza. E o realiza fazendo uso da equivalência dos gestos, de um entendimento agressivo de que palavras e frases escritas, silhuetas esboçadas através de linhas de contorno, rendilhados ornamentais, estruturas que enunciam volumes no espaço tridimensional, tudo isso pertence ao âmbito do desenho, tudo isso tem a ver com o gesto gráfico, com a prática de um exercício cuja invenção significou nossa própria invenção.”
Farias observa a respeito desta nova série de pinturas de Solá que “há formas arquitetônicas, algumas nítidas outras embaralhadas, que se despacham para o fundo, abrindo perspectivas no plano escuro; há silhuetas e rabiscos, contornos retráteis que se encolhem ou se exaltam em reverberações semelhantes às que encontramos à tona dos lagos; há palavras, letras e números, sentenças variáveis, datas e lugares, que nos levam a espaços mentais e temporais, fazendo-nos deslizar em outros sentidos, como é típico da linguagem escrita; há, por fim, o plano chapado das cores, a expansividade do vermelho e do amarelo, a iridescência do dourado, o retraimento do azul e do violeta, invadindo o espaço que separa nosso olhar da folha de papel ou puxando-nos para o seu interior. Tudo sempre muito agressivo, sempre sórdido, mas também sempre amoroso.”
Marcelo Solá nasceu em 1971 em Goiânia, onde reside e trabalha. Desenha desde criança. Em 1990, com 19 anos de idade, conquistou o Prêmio de Viagem a Paris na II Bienal de Artes de Goiás. Em 1995 recebeu o Prêmio Aquisição no XV Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, e, no ano seguinte participou do projeto “Antártica Artes com a Folha”, mostra paralela à XXIII Bienal de São Paulo. Solá já realizou 20 individuais, e participou de importantes coletivas como a realizada no The Drawing Center, em Nova York, em 2001, a XXV Bienal Internacional de São Paulo, em 2002, “Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand”, no Museu de Arte Moderna do Rio de janeiro, em 2004, e “Heteronímia Brasil”, em Madri, em 2008, entre outras diversas, também em Buenos Aires e Bruxelas.