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abril 19, 2013
Claudia Bakker – Um encontro entre poetas e pintores na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 24 de abril para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Claudia Bakker – Um encontro entre poetas e pintores”, com obras inéditas e recentes da artista carioca, feitas especialmente para esta exposição.
O grande espaço térreo da galeria abrigará cinco grandes obras da artista, compostas por vários elementos, como pinturas, fotografias e objetos, como instalações pictóricas que dialogam umas com as outras. Haverá, ainda, um filme.
Os trabalhos são resultados do processo criativo de Claudia Bakker, que documenta suas instalações efêmeras, e esses registros passam a servir de ponto de partida para outros trabalhos. Toda sua produção, portanto, tem um fio condutor ininterrupto. “Venho ao longo dos anos construindo trabalhos que discutem a relação entre o efêmero e o permanente, em obras que trazem questões sobre o tempo, a paisagem e o feminino”, ressalta.
Essas instalações, chamadas pela artista de “composições”, tem de seis a oito elementos cada uma. Para a artista, que busca um diálogo constante com a poesia, os nomes de seus trabalhos têm peso, e os que estarão na exposição se chamam “Pássaro vermelho”, “Bairro Chinês”, “Entre jardins e florestas” e “Silêncio”. As composições são para ela como “blocos de sensações poéticas”, uma busca da construção de poemas.
Um elo percorre os quatro trabalhos: em cada um deles estará uma fotografia de sua instalação "A Via Láctea" – em que despejou sobre uma fonte do Museu do Açude, em 1996, três mil litros de tinta branca, e algumas bolas de gás, além de um buquê de copos de leite. Sobre essas fotografias, Claudia Bakker fez, agora, interferências com pintura.
A natureza é outro elemento comum aos trabalhos, um universo constante para a artista. “Para mim a natureza é uma motivação poética”, afirma.
Além do branco, a cor vermelha está também sempre presente na produção da artista. Assim, em “Bairro Chinês”, ela pesquisou o tom preciso que sugerisse a laca chinesa, buscada na tinta acrílica com brilho. Da mesma cor está a caixa de madeira que conterá uma pintura – “como uma árvore abstrata” – feita com fios de bordar. Completam a exposição pinturas de árvores em cor marfim pintadas sobre fundo negro.
Na obra “Pássaro vermelho”, as telas são recobertas de tinta acrílica fosca, em tom de vermelho diverso, com sobreposições de tinta da mesma cor em forma de esfera, resultando em delicado alto relevo. A composição abrange ainda uma tela com pinturas de pássaros vermelhos em fundo amarelo.
“Entre jardins e florestas” traz sete elementos, entre eles telas pintadas em verde escuro fosco, em que duas delas recebem camadas de tinta brilhante, sugerindo umidade.
Na obra “Silêncio”, o livro “Um encontro entre poetas e pintores”, sobre o trabalho do artista italiano Lucio Fontana (1899-1968), é atravessado por diversos furos, e é o ponto central da composição que tem uma algumas telas, um objeto de parede e uma caixa.
FLORESTA VERMELHA
Com 24 círculos, cobertos de tinta vermelha, a instalação “Floresta vermelha” estará em uma das paredes do salão principal. O filme “A Via Láctea”, de 16 mm, que registra a instalação feita em 1996, também estará na exposição.
SOBRE A ARTISTA
Claudia Bakker é uma artista plástica carioca, e vem participando desde 1994 de exposições coletivas e individuais. Conhecida por suas grandes instalações com maçãs, com trabalhos que discutem o efêmero e o permanente, Claudia realiza instalações em grandes escalas como com as 1.300 maçãs colocadas no Palácio Gustavo Capanema, no Projeto Macunaíma, da Funarte, em1998; os 3.000 litros de tinta branca no Museu do Açude, em 1996, e no MAM Rio, na exposição “Novas Aquisições”, com um armário de 3m x 3m, com 1.050 maçãs, em 2012.
Para citar algumas exposições individuais mais recentes: “Limites do objeto”, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza, 2013; “O Tempo de Todos Nós”, em 2012, no Museu Nacional Soares dos Reis e no Espaço T., em Portugal; “A partir da Primavera Nocturna”, em 2008, na Galeria Graça Brandão, em Portugal; e coletivas: “A Primeira do Ano”, na Anita Schwartz Galeria 2012; “Arquivo em aberto: Sérgio Porto 83-97” no Centro Cultural Sérgio Porto, 2012; “6B Desenho Contemporâneo Brasileiro”, no Centro Cultural da Justiça Federal e “Novas aquisições 2010-2012”, no MAM Rio, (chamo silêncio à linguagem-que-já-não-é-orgão-de-nada)…” no Espaço T/Quase Galeria, Porto, Portugal, “Jogos de Guerra”, no Centro Cultural da Caixa Econômica, em 2011, “Projeções”, no Winzavod Center of Contemporary art-Moscow, na Rússia, em 2008; Estados de metáforas, com Primavera Noturna, Projeto Respiração, Fundação Eva Klabin, 2007.
Claudia Bakker possui obras em coleções públicas e particulares, como o MAM Rio, MACS/Sorocaba, SP entre outras.