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Tema 2

Chernobyl

Alice Miceli
A Marca Invisível
Capturando imagens da radiação na zona de exclusão de Chernobyl
 
O objetivo deste projeto é criar uma série de imagens radiográficas da zona de exclusão de Chernobyl, na Bielo-Rússia. Imagens estas que serão geradas pela própria radiação invisível que assola o lugar. De uma certa maneira, o objetivo aqui é produzir imagens do “invisível”: imagens impressas por um tipo de energia presente de forma extensiva em toda a área afetada e, ainda assim, completamente invisível, exceto pelos rastros de destruição que deixa para trás. Pretende-se lidar com diferentes níveis de visibilidade, tanto física quanto política – considerando que imagens serão produzidas através de uma energia invisível, dando a ver, por sua vez, uma “zona morta”, esquecida, tornando-a visível através de um processo significante.
 
Para tanto, é necessário o desenvolvimento de uma tecnologia especifica (imagens projetadas e impressas por radiação gama invisível, emitida por objetos, vegetação, etc... expostos à radioatividade), a qual vem sendo desenvolvida há um ano, no IRD, Instituto de Radio-Proteção e Dosimetria, no Rio de Janeiro.
 
O processo de criação do trabalho, em seus desdobramentos tecnológicos, sociais e políticos, está sendo descrito no blog em uma espécie de diário online de nossos experimentos e viagens, passo a passo na medida em que são realizados.
 
10/11: tateando no escuro
 
Este blog começa com o inicio de um percurso. Será, ao mesmo tempo, documentação do desenvolvimento do processo criativo de um trabalho e diário de bordo. O destino é a zona de exclusão de Chernobyl, e mais especificamente a cidade fantasma de Pripyat, na Ucrânia, onde era localizada a usina. Partirei em uma semana para a Bielo-Rússia, para o primeiro "reconhecimento de terreno" da zona de exclusão, que fica bem na fronteira entre estes dois países.
 
Penetrar em um espaço denominado "zona de exclusão" já é em si um problema. Espero que vocês se interessem em seguir comigo esta trajetória à medida que ela se forma, na medida em que os posts dão forma ao espaço virtual aqui iniciado.
 
Bill Viola, o papa da vídeo-arte, publicou seu caderno de notas. O titulo é Reasons for Knocking at an Empty House. Pensei: há muitas razões para bater nas portas da cidade-fantasma, nas portas de uma zona excluída e deserdada. Que espaço é esse? O que acontece lá? Como criar imagens específicas de um lugar assolado por um tipo de energia extensivamente presente porém invisível, somente perceptível através dos rastros de destruição que deixa para trás?
 
Se tivermos alguma sorte, depois de esbarrar várias vezes em quinas, pedaços e rastros de coisas não identificadas, talvez seja possível achar e ligar algum interruptor que, iluminando parte do espaço, crie uma relação entre estas coisas. Ao trabalho.

 

leio o post completo no blog do projeto

24/11: Intervalo
 
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25/11: Itinerário
 
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28/11: A zona

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05/12: A marca invisível

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26/01: Hélène Grimaud
 
Continuando em...

Alice Miceli 
Se graduou na Ecole Supérieure d’Etudes Cinématographiques de Paris, em 2001. Em 2004, finalizou pós-graduação em Especialização em História da Arte e Arquitetura do Brasil, na PUC-RJ. Algumas exposições coletivas: Arquivo Geral, Centro Cultural Helio Oiticica, 2006, Rio de Janeiro; INTERCONNECT@ entre a atenção e a imersão, ZKM, Karlsruhe; Videometry – offLOOP Festival, Galeria dels Angels, Barcelona; paradoxos brasil, Itaú Cultural, São Paulo; EXcESs, Z33 - Center for Contemporary Arts, Hasselt; On Disappearence, PhoenixHalle, 2005, Dortmund; Videobrasil - Play Gallery, São Paulo.