NESTA EDIÇÃO:
CIRCUITO: Tempos de Keyla Sobral, Belém
Veronica Cordeiro na Virgílio, São Paulo
Desenhos: A-Z na Porta 33, Portugal
Lúcia Weber na Maria Martins, Rio de Janeiro
COMO ATIÇAR A BRASA
O museu público na corda bamba por Cristina Freire, Folha de S. Paulo
Comentário de Ricardo Resende sobre a matéria "Prefeitura do Rio reabre negociações para construir Guggenheim"
Intervenção artística realizada em Belém, numa casa na Gov. José Malcher 982, próx. a Wandenkolk (antiga residência do ex-governador José Malcher).
CIRCUITO
Keyla Sobral
TEMPOS
12 de dezembro a 22 de
dezembro de 2004
Resultado
da Bolsa de pesquisa, criação e experimentação
artística do Instituto de Artes do Pará - IAP/2004, cujo projeto
aprovado intitulado “Memória, Passado e Ausência” traz a obra “Tempos”,
uma intervenção urbana com uma gigantestca gravura no interior de uma
casa abandonada no centro da cidade.
Ana Teixeira
Desenhos:
A-Z
[Drawings: A-Z]
Adel Abdessemed, Adriana Varejão, Adrianne Gallinari,
Albert Weis, Ana Teixeira, Beatriz Milhazes, Brian
Alfred, Caetano de Almeida, Carla Zaccagnini, Chris
Hanson & Hendrika Sonnenberg, Chris Ofili, Damian Ortega, Dave
Muller, David Shrigley, Edgar de Souza, Efrain Almeida,
Emily Jacir, Ernesto Neto, Euan Macdonald, Fábio Tremonte,
Fernanda Gomes, Fernando Bryce, Francis Alÿs, Frank Magnotta, Franklin
Cassaro, Franz Ackermann, Gabriel Orozco, Gabriel Vormenstein,
Gilberto Mariotti, Guillermo Kuitca, Ilya Kabakov, Iran do Espírito
Santo, Jack Pierson, Janaína Tschäpe, Jarbas Lopes,
John Bock, John Morris, Jonathan Monk, Jorge Macchi, Jorge Pardo, Jorge
Queiroz, José Pedro Croft, Joseph Grigley, Julião Sarmento, Julie
Mehretu, Kathy Predergast, Laura Lima, Leda Catunda, Leonilson,
Los Carpinteros, Louise Hopkins, Marcel van Eeden, Marcelo Cidade,
Marepe, Marilá Dardot, Mark Dion, Martin Thompson,
Maurizio Cattelan, Mauro Piva, Michael Elmgreen & Ingar
Dragset,
Mona Hatoum, Muntean & Rosemblum, Nicolás Robbio, Olafur Eliasson,
Paul McDevitt, Pedro Calapez, Perejaume, Randall Sellers, Raymond
Pettibon, Rirkrit Tiravanija, Rivane Neuenschwander, Roberto
Bethônico, Rui Chafes, Rui Sanches, Rui Toscano, Ryoko Aoki, Sandra
Cinto, Stefan Hirsig, Susan Turcot, Thomas Scheibitz, Tobias
Putrih, Valdirlei Dias Nunes, Vik Muniz, Yuri Masnyj,
Yutaka Sone
Coleção Madeira Corporate Services com curadoria de Adriano Pedrosa
16 de fevereiro, quarta-feira, 18h
Porta 33
Rua do Quebra Costas 33, 9000-034, Funchal, Ilha da Madeira, Portugal
T. 351-291-743-038 / F. 351-291-744-048
porta33@porta33.com
www.porta33.com
Terça à sábado, das 16h às 20 h
Exposição até 30 de abril de 2005
Texto de imprensa sobre a exposição
Enviado por Ana Teixeira contato@anateixeira.com
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Lúcia
Weber
Linha e Corpo
17 de fevereiro, quinta-feira, das 19h às 22h
Galeria Maria Martins
Universidade Estácio de Sá / Campus Tom Jobim
Avenida das Américas 4200 bloco 11, Centro Empresarial Barra Shopping,
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ
21-2503-7078 ou universidarte@estacio.br
www.estacio.br/site/universidarte
Segunda a sexta, das 10h às 22h; sábados, das 10h às 18h
Exposição até 12 de março de 2005
A mostra LINHA E CORPO da artista Lúcia Weber inaugura, na Galeria
Maria Martins, a 1ª exposição da série de individuais 2005 do projeto
"Universidarte XII ", da Universidade Estácio de Sá.
Selecionada pelos críticos Luiz Camillo Osorio e Reynaldo Roels Jr., a
artista foi uma das escolhidas entre 238 participantes da décima
segunda edição do projeto em 2003. Estes artistas são premiados com
uma exposição individual.
Universidarte é uma grande coletiva de obras de artistas brasileiros
contemporâneos consagrados e talentos emergentes de geração, linguagem
e formação distintas, criado em 1996.
Comentário crítico de Maria
do Carmo Secco
Enviado por Produção Universidarte prod.universidarte@estacio.br
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COMO
ATIÇAR A BRASA
O
museu público na corda bamba
Matéria de Cristina Freire publicada originalmente no MAIS, Folha de
S. Paulo, em 30 de janeiro de 2005.
O museu está na ordem do dia e, no Brasil, tem ocupado espaço
significativo na mídia e na agenda do governo. Como instrumento ótico
privilegiado, o museu vem, ao longo dos séculos, forjando noções
sedimentadas na história. Em suas práticas e representações atuais,
delineiam-se relações contraditórias e conflitantes com os anseios do
humanismo que o criou.
Esse parece ser o drama maior do museu público em tempos neoliberais.
É fato corrente que, há pelo menos algumas décadas, a idéia de museu,
sobretudo museu de arte, torna-se sinônimo de edifício, espaço público
onde se efetiva a visibilidade de administrações e vaidades
indisfarçáveis. Despontam nesse horizonte projetos faraônicos, como o
do museu Guggenheim que ameaçou instalar aqui mais um de seus
satélites, legítimo fast-food cultural, afrontando os museus nativos
pela drenagem de divisas e desprezo pelo local, fruto do velho legado
colonial.
Leia a continuação da matéria e publique seu comentário no Como
atiçar a brasa
Comentário de Ricardo Resende sobre a matéria "Prefeitura do Rio
reabre
negociações para construir Guggenheim", publicada originalmente
no Últimas Notícias do Portal Uol, em 27 de janeiro de 2005.
Novamente, a cegueira de nossos políticos interessados apenas nos
resultados midíaticos e eleitoreiros conseguidos com obras faraônicas e
"sem legitimidade cultural" como disse muito bem Cristina Freire em
artigo no caderno Mais! de domingo, no jornal a Folha de São Paulo.
Tudo bem que o Guggenhein venha a somar-se a rede de museus da cidade
do Rio de Janeiro, mas apenas depois da total revitalização (dos
acervos, da museografia e arquitetura) das instituições já existentes
como o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro e muitos outros em condições precárias de funcionamento. Esta
deveria ser a condição imposta ao prefeito César Maia como plataforma
de sua campanha presidencial: "O prefeito que colocou os museus do Rio
na ordem do dia e em dia".
Leia
a matéria e publique você também o seu comentário no Como atiçar a
brasa
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TEXTOS
DO E-NFORME
O Projeto
Nove personagens que não interagem entre si mas ocupam o mesmo espaço
arquitetônico compõem esta manifestação artística, que explora algumas
questões fundamentais da relação entre o indivíduo e a instituição/
sociedade. Cada personagem sofre de alguma limitação e/ou fragilidade
psíquica ou física, que determina, junto com esculturas e outros
objetos, o seu “nicho” de ação e expressão.
“Ópera-ato” é o título dado à apresentação performática; o formato
artístico da apresentação aproxima-se mais da ópera do que da peça
teatral ou da performance de arte. Alguns personagens se expressam
através do canto, da música, e/ou da língua/linguagem, outros
interpretam os seus papéis com comportamentos corporais que não incluem
a fala ou a expressão verbal. Quando lida de uma só vez, essa
conjugação culmina na palavra “operato”, que remete a “operário”,
“aparato”, “operar”. O conteúdo do encadeamento de cada personagem está
enraizado na discrepância social que vivemos no Brasil, e que é tão
nítida na cidade de São Paulo. A desigualdade econômica e social da
sociedade paulista gera ‘zonas baldias’ por onde transitam, ou onde se
depositam, seres “descartáveis” para a economia e a sua produtividade,
como o pobre/ desempregado, o doente ou deficiente, o velho, o ladrão
ou criminoso, a senhora que “ficou pra titia” sem formar a própria
família… Esses personagens não são interpretados como vítimas de uma
sociedade injusta, o que não é novidade para ninguém; eles estão presos
pela própria incapacidade de romper com regras ou preconceitos
herdados, em função de uma limitação à qual estamos todos submetidos: a
extensão da percepção.
É nesse sentido que são pontuados dois termos que fazem parte do
bê-a-bá do circuito artístico: “abertura” (vernissage/ noite de
abertura de uma exposição de arte) e “exposição”. Duas palavras cujos
significados foram esquecidos em virtude do “glamour” e narcisismo do
circuito – A-B-E-R-T-U-R-A (é o que menos sentimos numa vernissage,
estamos todos muito bem protegidos cada um em seu “nicho”), e
EX-posição (um convite para a reavaliação de posições, de
posicionamentos perante a vida, o(s) mercado(s), as ambições e
aspirações, a “carreira”, a escalada pelo “sucesso”).
Partindo da condição do artista contemporâneo que atua de forma
“independente” perante o mercado vigente da sociedade capitalista (não
possui um emprego assalariado que visa contribuir para o constante
fortalecimento da economia, agindo à margem do ímpeto de intensificação
da produtividade empresarial e do status institucional), coloca-se em
questão aqui a própria percepção, na arte e na vida urbana, por meio de
situações que geram visões e caminhos alternativos. No desenrolar do
ato, cada personagem alcança momentos de amplitude visionária, ou de
uma simples iluminação de sua condição confinada. No entanto, o ato é
contínuo, não havendo uma narrativa linear com início, meio e fim de
uma história conclusiva, e essas instâncias de descoberta e ampliação
da percepção retornam ao seu ponto de partida constritivo, num
movimento sempre circular.
O canto, a música, vozes narrando contos de pessoas sem voz, a atuação,
a expressão corporal, esculturas, objetos, desenhos, fotografias,
vídeo-animações, costumes de papel e o projeto de iluminação
integram-se dentro de um discurso que é ao mesmo tempo real e fictício,
no qual se confundem o papel da realidade (social, política) no
universo da arte e o lugar da arte na realidade (econômica, social).
O andar superior da Galeria Virgílio representa o “terreno baldio” – a
terra de ninguém – onde oito dos nove personagens tem seu “nicho”
visual e físico. O nono personagem permanece no andar térreo, entre
esculturas, fotografias, e uma animação fotográfica projetada na parede
de Sr. Raimundo – um “personagem” que mora na rua em São Paulo, e, fixo
no mesmo local há 13 anos, passa cada dia do ano escrevendo
assiduamente, sentado e curvado na mesma posição. Do mesmo modo que os
personagens representados por atores e artistas no andar superior são
ao mesmo tempo esculturas que às vezes se “reavivam”, o Sr. Raimundo é
uma “escultura” que nos olha, com um olhar aberto e concentrado que
reflete um outro tempo de vida, o tempo de sua realidade e “escolha”,
que resiste à crescente aceleração do mundo urbano.
O projeto conta com o apoio institucional e a parceria da ONG de
Direitos Humanos “Mudança de Cena” e da produtora Sentimental Filme.
Os Personagens
A apresentação está composta por nove personagens que não interagem
entre si mas existem no mesmo espaço simultaneamente. O espaço é um
“terreno baldio” com aspecto abandonado e mal pintado, que está
esquecido no tempo. Cada personagem sofre de alguma limitação física ou
psíquica, pontuada por esculturas, objetos e outros elementos que
caracterizam o “nicho” espacial e estético de cada um.
Eles não possuem nomes, as suas identidades são a sua condição: o
Cadeira sofre de uma doença rara que delimita a sua existência a uma
cadeira de rodas, que por sua vez constitui a coluna vertebral que
sustenta o seu corpo atrofiado; o Coro composto por 3 rappers que
cantam cordéis escritos por jovens numa oficina na FEBEM do Brás estão
presos por fios como marionetes, e se movem como tais; a Dama do
Espelho só consegue enxergar a si mesma (existe sentada sobre um
espelho) e se expressa por meio da Voz de um outro corpo – que é a
aparição em seu imaginário de uma infância promissora; Lucky toma seu
nome emprestado do personagem de Samuel Beckett em Esperando Godot e é
um ser “mumificado” que tenta imitar a coreografia de um boneco numa
vídeo-animação titulada “Lucky in the (white) cube” [Lucky dentro do
cubo (branco)]; o Escada usa um terno feito de lambe-lambes da Vila
Madalena e passa o tempo no esforço compulsivo de chegar até o topo de
4 escadas moles, feitas de lona, sobre as quais brilham 4 tijolos de
“ouro” com a palavra “sucesso” escrita em relevo no centro e na face de
cada; e o Carretel é um personagem que tem um fio de linha preso à sua
calça (também feita de papel) que compõe desenhos à medida que ele anda
– é o único personagem que se desloca pelo espaço e entre os dois
andares.
A artista ocupa os dois andares e a calçada da Galeria Virgílio com um
grupo de 20 colaboradores, entre os quais atores profissionais e
iniciantes, artistas visuais, músicos, dramaturgos e produtores. Nesse
sentido, o título OPERAATO propõem uma manifestação artística
“IN-corporativa” que parte do intuito de se repensar o formato da
relação predeterminada que existe entre criador/artista e espectador/
“leitor”. Aqui o “espectador-transeúnte” passeia por entre os
personagens-obras, e está sujeito a tornar-se, em algumas instâncias,
suporte para a expressão ou o registro em processo de composição. Na
maioria dos casos, os atores/ performers e os personagens interpretados
por eles têm histórias que se cruzam e enriquecem, e no processo dos
ensaios vão se desenvolvendo continuamente.
A Exposição
Durante a apresentação no dia 15 de fevereiro, termina de se
“completar” a composição do “terreno baldio”, que é tanto um palco
quanto uma exposição independente. Os costumes sem os atores
personificam o silêncio dos personagens, e os fones de ouvido
pendurados sobre as cabeças dos rappers do Coro, delineadas em nanquim
na parede durante as apresentações, permitem um acesso mais íntimo aos
relatos de vida brilhantemente descritos no cordel por adolescentes
“marginais”. Ao contrário de um conjunto de “resíduos” de performance,
no qual os objetos e outros dispositivos utilizados no ato permanecem
no espaço expositivo como “restos” de uma expressão prévia, aqui os
personagens e portanto as suas “roupas” já são esculturas antes de se
tornarem personagens. E os atores são simultaneamente os manequins das
esculturas. O espaço como um todo, os dois andares da galeria com o
conjunto de esculturas, desenhos, instalações sonoras, vídeos,
passagens e interferências arquitetônicas, foi abordado como uma
pintura ou um suporte para uma composição composta de diversos
elementos formais, como a cor, a forma, a harmonia e o desequilíbrio
espaciais, a iluminação e o desenho, este último tendo a função de
ponto de partida e conexão de todas as partes. O espaço é um palco em
processo de tornar-se uma “eX-posição”, e vice-versa, uma exposição que
se torna um palco e volta a ser uma exposição.
Veronica Cordeiro (São Paulo, 1974) se
dedica à sua pesquisa
artística desde 2001, quando realizou suas primeiras exposições
coletivas e individuais (Swing in Limbus, Galeria Baró Senna, SP, 2001;
Limbus Delirius, Programa de Exposições Centro Cultural São Paulo,
2001). Desde então tem realizado intervenções urbanas independentes
(Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) e participado de coletivas
como “Vizinhos”, Galeria Vermelho, 2003; “Objeto como Imagem”, Galeria
Virgílio, 2003; e “Outro Lugar”, Galeria Virgílio, 2004, todas em São
Paulo, e Arco, em Madri, Espanha, com a Galeria Baró Senna, em 2002. É
formada em História da Arte pela Edinburgh University, Escócia, e é
colaboradora de arte da revista Art Nexus (Bogotá/ Miami), tendo
publicado extensamente em outras revistas como
Trans>arts.cultures.media (Nova York), Trópico (revista eletrônica,
São Paulo) e Arte y Parte (Valencia). Organizou e editou o livro
E(x)tra (2003) que reúne os debates culturais realizados em ocasião de
4 exposições coletivas de jovens artistas contemporâneos realizadas ao
longo de 2001 e 2002. Entre outubro de 2003 e março de 2004, produziu o
mais recente filme do artista norteamericano Matthew Barney – De Lama
Lâmina, e idealizou e organizou o seu lançamento mundial na Pinacoteca
do Estado de São Paulo em setembro de 2004.
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Desenhos: A-Z
A Colecção Madeira Corporate Services— MCS começou a ser formada no
segundo semestre de 2002, a partir de uma iniciativa dos seus
administradores, Rosana Rodrigues, que vive no Funchal, e Luiz Augusto
Teixeira de Freitas, coleccionador brasileiro radicado em Lisboa. Para
tanto, foi convidado o curador brasileiro Adriano Pedrosa, que tem
grande experiência com colecções particulares e empresariais, sendo
curador também da colecção privada de Teixeira de Freitas. Baseado em
São Paulo, trabalha como curador independente, foi curador adjunto da
XXIV Bienal de São Paulo, em 1998, do Museu de Arte da Pampulha, em
Belo Horizonte, de 2001 a 2003, e actualmente é curador do InSite 2005,
em San Diego e Tijuana.
A Colecção MCS tem como foco o desenho contemporâneo. O desenho foi
eleito tendo em vista o notável revigoramento observado nos últimos
anos na produção internacional desse meio expressivo. Um número de
exposições e publicações recentes atesta o interesse renovado pelo
meio—tais como “Drawing Now” (Museum of Modern Art, Nova York, 2002),
“International Paper” (UCLA Hammer Museum, Los Angeles, 2003), “Vitamin
D” (Phaidon Press, no prelo). O foco principal da Colecção MCS consiste
sobretudo em desenhos realizados nos últimos dez anos por artistas
nascidos a partir dos anos 60, e esse é o recorte a partir do qual a
Colecção e a exposição podem oferecer um rico e variado panorama. A
Colecção MCS desenvolve ainda um segundo foco, com artistas dos anos
1970, num grupo que, por se encontrar ainda em construção na Colecção,
foi excluído da presente mostra. A Colecção MCS privilegia artistas das
Américas e da Europa, com um número significativo de artistas
brasileiros e portugueses. Nesse contexto, a Colecção inclui artistas
com carreiras bastante consolidadas no circuito internacional (como
Francis Alÿs, Maurizio Cattelan, Mona Hatoum, Ilya Kabakov, Guillermo
Kuitca, Beatriz Milhazes, Ernesto Neto, Gabriel Orozco e Julião
Sarmento), artistas cujo desenho é referência fundamental para a
discussão contemporânea do meio (como Franz Ackerman, Joseph Grigley,
Julie Mehretu, Dave Muller e Raymond Pettibon), artistas de renome cujo
trabalho em desenho é reduzido ou pouco conhecido (como Michael
Elmgreen & Ingar Dragset, Olafur Eliasson e Vik Muniz), ao lado de
artistas mais jovens ou emergentes (como Brian Alfred, Ryoko Aoki,
Marcelo Cidade, Paul McDevitt, Gabriel Vormenstein e Carla Zaccagnini).
A estratégia coleccionista é bastante activa, e apesar de ter pouco
mais de dois anos, a Colecção MCS já inclui hoje 88 artistas e mais de
200 obras. As obras da Colecção são usualmente expostas nos escritórios
da Madeira Corporate Services, no Funchal.
O título da exposição, “Desenhos: A-Z”, de Abdessemed a Zaccagnini,
aponta para a visão verdadeiramente panorâmica do desenho contemporâneo
que a exposição quer apresentar ao público. Neste panorama,
constitui-se uma espécie de glossário necessariamente incompleto do
desenho contemporâneo, englobando múltiplas tendências, géneros,
vertentes e técnicas desenvolvidos por artistas em todo o mundo:
desenhos figurativos, abstractos, ou que se utilizam da linguagem
escrita; desenhos com referências à arte conceptual ou processual;
informados por questões políticas ou feministas; relacionados à
arquitectura, ao design ou à cartografia; colagens, aguarelas, guaches
e desenhos a nanquim.
O objectivo da exposição é também o de mostrar ao público uma
iniciativa de coleccionismo bastante singular em Portugal desenvolvida
por uma empresa privada. Um catálogo será publicado posteriormente, com
texto de Adriano Pedrosa e reproduções de uma selecção das mais
importantes obras da Colecção MCS.
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LINHA E CORPO : DESENHOS
Os desenhos de Lucia Weber têm a sua gênese a partir de linhas traçadas
espontaneamente que aparentam não ter fim nem começo. Assim, com esses
gestos livres é concebida a trama construtiva final do desenho.
Posteriormente, com um trabalho mais elaborado, superpondo camadas
sucessivas de tinta, criando interseções e veladuras, Lucia designa uma
nova ordem naquele traçado original, a partir de um diálogo mais
racional com a sua obra.
As superposições dessas camadas, os cortes ferindo o papel e
conferindo-lhe texturas ocasionais imprimem características próprias da
pintura sem, entretanto, abdicar daquela primeira construção estrutural
gráfica: Linha e Corpo.
Os traçados que geram as construções gráficas do início do trabalho
têm, por sua vez, origem na ancestralidade de uma imagem qualquer,
remanescente na história do seu desenho.
O conjunto destas obras apresenta uma consistência gráfica e um rigor
plástico admiráveis.
Maria
do Carmo Secco
Janeiro de 2005
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Como
mandar o seu material para a pré-seleção do Canal Contemporâneo:
1 - Envie sua
divulgação para canal@canalcontemporaneo.art.br;
2 - Com 15 dias de
antecedência, mande as informações básicas;
3 - No assunto coloque
a data, nome do artista e local;
4 - No corpo do emeio
coloque as informações de serviço completas:
data, nome do evento, nome do artista, local, endereço, telefones,
horários e conexões;
5 - Inclua textos de
imprensa, currículo e crítico em arquivos anexos;
6 - 2 a 3 imagens em
jpg, em RGB, 200 dpis, com 500 pixels no menor
lado;
7 – Caso você ainda
não tenha as imagens e os textos, mande-nos uma
previsão de envio.
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