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CE/MG/RJ/SP/Espanha Anna Maria Maiolino na Mercedes Viegas / David Cury na Anita Schwartz
ANO 4 - N. 101 / 15 de setembro de 2004


NESTA EDIÇÃO:
Exposições no Paço das Artes, São Paulo
Projeto 5+7 [4] na Pace, Belo Horizonte
Anna Maria Maiolino na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
David Cury na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Rinaldo na Lana Botelho, Rio de Janeiro
Vera Goulart na Espacio 48, Espanha
Eduardo Frota, Jorge Luiz e Milena Travassos no Fala de Artista no Dragão do Mar, Fortaleza
Reunião com a classe da dança na Funarte, Rio de Janeiro HOJE
Curso de Técnicas de captação por Yacoff Sarkovas no Cultura Judaica, São Paulo





Niura Bellavinha

Temporada de Projetos 2003-2004

Artistas convidados
Katia Maciel, Niura Bellavinha e Claudio Cretti

Artista selecionado
Thiago Bortolozzo

Curadoria selecionada
Ricardo Ramalho: Alex Flemming, Daniel Lima, Eduardo Srur, Eduardo Verderame, Luciana Costa e Manoel Veiga.

16 de setembro, quinta-feira, 20h

Paço das Artes
Av. da Universidade 1
Cidade Universitária – São Paulo
T. 11- 3814-4832 F. 11-3815-7804
pacodasartes@pacodasartes.sp.gov.br
www.pacodasartes.sp.gov.br
Terça a sexta, das 11h30 às 19h; sábados e domingos, das 12h30 às 17h30.
Exposições até 10 de outubro de 2004.

Sobre os artistas e trabalhos.

Este material foi enviado por Fernando Azevedo (fernandoazevedo@pacodasartes.sp.gov.br).

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Projeto 5+7 [4]
Eugênio Paccelli Horta, Hélio Fervenza, Mabe Bethônico e Patrícia Franca

17 de setembro, sexta-feira, 20h

Pace Galeria de Arte
Alameda Terra 274
Santa Lúcia - Belo Horizonte
T. 31-3344-4579 F. 31-3344-4355
www.eba.ufmg.br/pesquisa/b-imagem
www.eba.ufmg.br/pesquisa/regrasdojogo
b-imagem@eba.ufmg.br
Segunda a sexta, das 10h às 12h30 e 14h às 17h; aos sábados, marcar horário.
Exposição até 30 de outubro de 2004.

Sobre o Projeto 5+7 [4].

Este material foi enviado por Liliza Mendes ( liliza@joinnet.com.br).

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Anna Maria Maiolino
Segmentos

16 de setembro, quinta-feira, 19h

Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Rua João Borges 86
Gávea - Rio de Janeiro
Tel/fax 21-2294-4305
Segunda a sexta, das 14h às 20h; sábados, das 16h às 20h.
Exposição até 30 de outubro de 2004.

Sobre a exposição.

Texto de Luiz Camillo Osório, A ética da simplicidade.


Este material foi enviado por Meio & Imagem Assessoria (meioeimagem@terra.com.br).

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David Cury
Os dias em claro

17 de setembro a 17 de outubro de 2004

Galeria Anita Schwartz
Rio Design Barra
Av. das Américas 7.777 loja 133/134
Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
21-2438-7527 / 7528
Terça a sábado, das 10h às 22h; segundas, das 12h às 22h; domingos, das 15h às 21h.


Sobre a exposição.

Este material foi enviado por Paula Musa (paula@afflalo.com.br).

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Rinaldo

16 de setembro, quinta-feira, 19h

Galeria Lana Botelho Artes Visuais
Rua Marquês de São Vicente 90 / 101 térreo
Gávea Rio de Janeiro
21-2512-9841
Segunda a sexta, das 14h às 18h; quintas, das 14h às 19h30; sábados, das 12h às 16h.
Exposição até 16 de outubro de 2004.

Leia o release de imprensa e saiba mais sobre o artista.

Este material foi enviado por Germana Accioly (germanaccioly@veloxmail.com.br)

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Vera Goulart

16 de setembro a 23 de outubro de 2004

Galería Espacio 48
Rua do Vilar 48
Santiago de Compostela - Espanha
espacio48@telefonica.net
www.galeriaespacio48.com
Todos os dias, das 12h às 14h e das 18h às 21h.
www.goulart.ch

Este material foi enviado por Vera Goulart (vera@goulart.ch).
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Projeto Fala de Artista
Eduardo Frota
Jorge Luiz
Milena Travassos
Curadoria de Luiza Interlenghi

16 de setembro, quinta-feira, 19h

Centro Dragão do Mar - Auditório
Rua Dragao do Mar 81
Praia de Iracema - Fortaleza
85-488-8624
dragao@dragaodomar.org.br
Realização: Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e Secretaria de Cultura do Estado do Ceará.

Sobre o Projeto Fala de Artista.

Este material foi enviado por Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (museu@dragaodomar.org.br).

Reunião com a classe da dança
O Presidente da Funarte, Antonio Grassi, convida todos os representantes da categoria e profissionais da área de Dança para participar de reunião, juntamente com o Secretário Executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira e o Diretor do Centro de Artes Cênicas, Antonio Gilberto. Estarão na pauta deste Encontro as Políticas Públicas da Funarte e do MinC para a Dança.

15 de setembro, quarta-feira, 15h30

Funarte
Palácio Gustavo Capanema
Sala Deolindo Couto
Rua da Imprensa, 16 / 5º andar
Centro Rio de Janeiro
21-2279-8010 / 8012 / 8013 (ceacen)
21-2279-8003 / 8004 / 8005 (Gabinete da Presidência)

Este material foi enviado por Esther Weitzman (weitzman@gbl.com.br)

curso
Técnicas de captação de recursos para projetos culturais ministrado por Yacoff Sarkovas, da Articultura

Inscrições abertas

28 de setembro a 2 de dezembro de 2004

Centro da Cultura Judaica
R.Oscar Freire, 2500

São Paulo - Metrô: Estação Sumaré.

Valor: R$ 900

As inscrições poderão ser feitas através do telefone 11-5678-8441 ou pelo cursos@articultura.com.br.


TEXTOS DO E-NFORME

Exposições no Paço das Artes - sobre os artistas e trabalhos.

Katia Maciel
artista convidada, Rio de Janeiro/RJ-1963

A exposição “Mantenha distância” reúne algumas experiências do que a artista denomina como transcinema, ou seja, uma imagem pensada para gerar ou criar um nova construção de espaço cinematográfico em que a presença do participante ativa a trama que se desenvolve.

Quatro instalações são apresentadas: elas tratam dos fluxos entre as experiências do cinema, do vídeo e da arte eletrônica. As situações exibidas remetem à situação da impossibilidade da distância, tornada possível a partir da lógica virtual. Não é possível fora da dimensão destas poéticas visuais, estar “no meio de”, estar “dentro e fora”, estar “perto e longe”. Desta tensão surgem trabalhos que apontam para uma dimensão de participação.

Claudio Cretti
artista convidado, Belém/PA-1964

Claudio Cretti apresenta obras realizadas em 2004. A partir de trabalhos geométricos e dos encaixes perfeitos das obras de 1997 e o amolecimento das formas e assimetrias de suas peças de 2000, Claudio apresenta peças fluidas e informes que convivem com formatos rústicos em uma escultura à deriva no espaço. A escolha por trabalhar em pedra bruta com contraste entre o bruto/polido, natureza/cultura e arqueologia/estética, torna determinante na obra que nenhum elemento é mais importante que o outro.

Niura Bellavinha

artista convidada, Belo Horinte/MG-1960

A artista expande a vocação de seus trabalhos na interlocução com o espaço físico. Niura Bellavinha transborda o espaço interno do edifício para a área verde circundante do Paço das Artes. A instalação é composta por uma sala revestida de vinil espelhado, uma projeção da área verde externa e uma placa de acrílico onde o trabalho da resina recria uma “pintura do real”.

Thiago Bortolozzo
artista selecionado, Campinas/SP-1976

O artista Thiago Bortolozzo com “Rock: rampa”, marca uma guinada em sua produção. Trata-se de rampas para o corpo e para o olhar do espectador, como as usadas por skatistas. Em forma piramidal, estrutura modular e superfície inclinada o projeto dialoga com o edifício do Paço das Artes incluindo-se em perfeita harmonia com a horizontalidade do prédio. Com esse trabalho, o artista mostra o desdobramento da sua produção, apresentando uma certa tendência da arte contemporânea produzida no Brasil.

Ricardo Ramalho
curadoria selecionada, Recife/PE-1968

Curadoria de Ricardo Ramalho, apresenta 6 artistas em torno do contraponto entre a fotografia e a pintura. Em “Pintura versus Fotografia”, o curador trata de questões que se apresentam nos dois casos: bidimensionalidade, luz, cor, abstração e representação. A pintura depende basicamente de uma única pessoa, o artista, com materiais simples e um processo direto e utilizando linhas e cores, os resultados são criados lentamente em um ateliê. A fotografia nem sempre é algo instantâneo, embora mais ágil como produto, requer uma logística mais complexa do que a pintura e processos que dependem assim de uma gama de profissionais que vão além do ateliê e seu resultado e fiel ao processo e o que diz respeito ao artista.

Alex Flemming (São Paulo/SP-1954), usando a plotagem em lona de pvc como suporte, distorce a noção de figura e fundo, numa espécie de arte gráfica. A imagem de fundo é a própria figura, e os elementos pintados criam um conteúdo paralelo, texturas, cores e gestos.

Daniel Lima (Natal/RN-1973), produz fotografias que mostram uma realidade que somente o negativo de uma máquina pode captar, utilizando na composição o caráter científico deste meio. São imagens feitas com recurso de luzes de raio laser, em que este assume a função do pincel, ou grafite, preenchendo o campo e gravando a linha sobre um fundo, que pode ser um quarto, ou o céu da cidade.

Eduardo Srur (São Paulo/SP-1974), pintor clássico contemporâneo, produz pinturas a óleo, numa franca seleção de cores: paisagens desérticas, nuvens chapadas e contêineres que flutuam no céu, como se tivessem autonomia.

Eduardo Verderame (São Paulo/SP-1971), produz uma espécie de pseudo-pintura com inserção de padrões de vinil adesivo, imitando material natural, como o mármore ou a madeira; valoriza o gesto artesanal e o desenho figurativo.

Luciana Costa (São Paulo/SP-1973), fotógrafa que realiza um trabalho de representação de ícones do mundo contemporâneo. Apresenta imagens de flores de plástico, cuja textura do objeto se mistura com a textura da imagem, criando um efeito luminoso de cores chapadas, contornos secos e imprecisos, conferindo naturalidade a um objeto artificial.

Manoel Veiga (Recife/PE-1966), com suas pinturas aguadas abstratas, incorpora com leveza e transparência, uma certa dose de imprevisibilidade e risco calculado. O resultado tem uma fluidez contemplativa incomum, em cada peça, registros físicos dinâmicos, profundidades, rios.

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Projeto 5+7 [4]

O projeto 5+7 procurou ampliar questões que atualmente são preocupações maiores dos artistas; a falta de política para as artes plásticas em nossa cidade, Belo Horizonte, foi o principal ponto de referência para o grupo que o concebeu. A partir de uma proposta relacional e da idéia de uma micropolítica, procuramos um espaço [Pace Galeria de arte] onde pudéssemos, em quatro exposições, apresentar diversas práticas e tentar produzir novos sentidos: entendemos como micropolítica os micro-agenciamentos em grupos, apresentados nas sucessivas exposições e que, privilegiando as relações de proximidade e, por quê não dizer, afinidade e intimidade, reatualizando um tipo de sensibilidade que se inscreve na herança dos processos artísticos dos anos sessenta.

Estamos nos perguntando: artistas, como reagir frente à invasão do social e do econômico que se acompanha de um conformismo de comportamentos?

Acreditamos que, por trabalharmos questões diversas em artes plásticas e visuais, a questão de uma micropolítica, está muito presente em nossas propostas; ela se introduz nas obras e nas relações detonadas por nossos questionamentos. Nesse sentido, algo de relacional se volta para o primeiro significado do termo político, nos gregos, se declinando em termos de relação e não de essência. Jacques Ranciére fala em seu livro, Partage du sensible, de uma divisão do sensível, que seria o sistema de evidências que se revela, ao mesmo tempo, na existência de algo comum e nos recortes que definem os lugares e as partes respectivas, cara questão desenvolvida por nós.

Podemos ler no release da exposição Micropolíticas organizada no Magasin de Grenoble no começo de 2000 (www.magasin-cnac.org) : " o artista micropolítico joga contra o universal, exprime um novo horizonte, próximo de onde estão suas mãos", e como disse Jean-Phlippe Uzel no seu livro Art et politique dans les annés 1990, "o abandono do universal em prol do local e do singular não é sem conseqüências em nossa concepção de comunicação estética, lugar privilegiado da articulação do singular e do universal".

Participaram das exposições já realizadas Andréa Lanna, Éder Santos, Elisa Campos, Eugênio Paccelli, Liliza Mendes, Lincoln Volpini, Mário Azevedo, Patrícia Franca, Rodrigo Borges e Yana Tamayo. Um olhar retrospectivo para as mostras, através de leituras feitas por Maria Angélica Melendi e Stéphane Huchet, trará novos sentidos ao projeto.

A última exposição do projeto 5+7, que se iniciará em 17/09/2004, apresenta os trabalhos de quatro artistas: Eugênio Paccelli Horta, Hélio Fervenza, Mabe Bethônico e Patrícia Franca. A exposição aborda algumas questões referentes à imagem; como o arquivo, a coleção, o livro de artista, o museu (a instituição), o catálogo e a montagem.

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Anna Maria Maiolino em Segmentos

Obras inéditas de Anna Maria Maiolino compõem a mostra Segmentos, que estará na Galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, de 17 de setembro a 30 de outubro, organizada pela própria artista. Segmentos reúne os trabalhos mais recentes de Maiolino (1997/2004), nascidos de papel, cimento e telas, materiais que ganham vida em suas mãos, transformando-se em “segmentos poéticos de ações vitais”, como ela afirma.

Ao todo, são 36 obras. Todas com a mesma marca: a busca da diferença na repetição, traço característico na obra de Maiolino, cujos trabalhos em série evidenciam as mudanças sutis que acontecem ao longo do desenvolvimento do processo.

O trabalho contínuo permite que a obra permaneça em aberto, pronta para uma nova ação, embora com vida própria. É um processo em que cada um dos segmentos das séries se basta em si mesmo, mas também encontra um novo foco, uma nova nova grandeza, no complemento das obras que virão, diz a artista.

Na opinião do crítico Luiz Camillo Osorio, “o principal na produção recente de Maiolino volta-se para o que o poeta brasileiro Haroldo de Campos denominou de utopia do significante, ou seja, para a capacidade da linguagem artística produzir sentidos sem uma segurança referencial pré-determinada. Esta liberdade semântica, muito cara a arte conceitual, teve na obra da artista um diferencial lírico singular. A sutileza de sua artesania poética aliada à capacidade de introduzir, sempre com a economia necessária, o elemento afetivo, gera um calor emocional muito próprio a sua obra”.

As obras
Vestígios (2000/2004) – Séries com 24 desenhos
Ações matéricas (1997/2004) – Telas
Segmentos (1998/2003) – segmentos de cimento moldados sobre mesa
Marcas na transparência (2000) – Tinta acrílica sobre radiografias
Outros (2002/2003) – esculturas

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Anna Maria Maiolino – A ética da simplicidade

Luiz Camillo Osorio

O gesto na obra de Anna Maria Maiolino é simples e nasce de um movimento repetitivo, quase ritualístico, atuando sobre o suporte, que vai do papel ao cimento. O desenho ganha enorme destaque a partir da década de 70, marcado por uma vontade de dar vida própria à linha, uma vida desejante e delirante, que vai acompanhá-la dali para a frente. Em alguns momentos, a linha escapa do plano e se insere no espaço através, por exemplo, dos moldes de cimento ou de cerâmica. A razão de ser gestual, seja nos desenhos seja nas esculturas-instalações é a mesma: simplicidade, economia, repetição.

O desenho potencializou o caráter experimental de sua obra. Ele é o lugar da liberdade e da gestação de possibilidades criativas. Seus desenhos são produzidos usando uma gama variada de materiais, ora tomando o papel como suporte ora como elemento poético em si. Novas operações plásticas, como o rasgo, o corte, a costura, o uso e a manipulação do próprio papel, passaram a ser utilizadas, dando ao desenho uma auto-suficiência ao mesmo tempo lírica e austera. Os desenhos-objetos, como ela denominava certas interferências gráficas que conspiravam e transformavam a superfície do papel, não se abriam para o espaço, como os cortes de Fontana, mas buscavam uma camada interior velada, que não se deixava mostrar e se mantinha enigmática. Ela não agride o plano, joga com ele, manipula-o livremente, mostrando que por mais real que seja o ato de cortar, a ação poética só interessa quando aponta para além de si mesma, quando se abre para o desconhecido e o enigmático. O vazio que assoma no interior de seus desenhos e de vários objetos e relevos é uma espécie de respiração no interior da forma. Uma forma pulsante e precária. A escala em seu trabalho muitas vezes é monumental, mas nasce de um gesto mínimo e delicado. A série 9 segmentos (1998), é um bom exemplo, com o cimento sendo moldado por um processo infinito que revela o contato intimo da mão com a matéria, com a terra, simulando a produção do alimento, a reprodução da vida.

O uso deliberado do vazio implica em enorme economia expressiva, em uma espécie de desdramatização do conteúdo gráfico. A capacidade de expressão está diretamente ligada à capacidade de significação intrínseca da linguagem visual, da propriedade de seus materiais, das várias hibridizações possíveis entre a linha, o corte, a mancha, o vazio. Na série intitulada ações matéricas (1995/2004) a tinta acrílica atua sobre a tela e desenha de acordo com o seu desejo de acomodação no plano. A artista atua menos para a matéria agir mais.

O principal na produção recente da artista vai se voltar para o que o poeta brasileiro Haroldo de Campos denominou de “utopia do significante”, ou seja, para a capacidade da linguagem artística produzir sentidos sem uma segurança referencial pré-determinada. Esta liberdade semântica, muito cara a arte conceitual, teve na obra de Maiolino um diferencial lírico singular. A sutileza de sua artesania poética aliada à capacidade de introduzir, sempre com a economia necessária, o elemento afetivo, gera um “calor emocional” muito próprio a sua obra.

Se a sua produção figurativa já trazia imanente uma preocupação de conjugar política e afeto, incorporando elementos de uma identidade fragmentada e em contínua invenção, sua obra recente, dos desenhos às instalações, assume esta subjetividade transitiva como motor de sua poética. Com a descrença na potência autônoma da forma modernista, a arte buscou se repotencializar na afirmação do pequeno gesto, na desconstrução da lógica de um sujeito e de uma verdade universais. A particularidade de uma cultura e a singularidade de um olhar passaram a informar as práticas artísticas e a agenda política contemporâneas. Na combinação de um gesto simples e afetivo se desenha a atualidade, não só estética, como ética, da obra de Anna Maria Maiolino.

Luiz Camillo Osorio – Agosto de 2004

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David Cury na Anita Schwartz

Individual que reúne cinco pinturas em grandes dimensões, em acrílica sobre lona crua, com duas interfaces: proposição de uma topografia abstrata para o Rio de Janeiro contemporâneo e de uma pintura avessa à luminosidade frequentemente referida à cidade. Em suas telas, o artista trabalha com variações do preto.

David Cury é um dos raros pintores surgidos nos últimos dez anos que ultrapassa as questões deixadas pela pintura dos anos 80. Ao contrário da valorização da intuição e do fluxo espontâneo, e a partir da opção pela monocromia em preto, as telas do artista resultam de conceitos, métodos e repertórios da morte atual da pintura.

Preste atenção: Nas manchas e tramas construídas pelo artista a partir de áreas demarcadas na tela, criando ora concentrações, ora liquefações da tinta acrílica de grafite.
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O que não se entende, sem peso

O artista plástico Rinaldo está finalizando mais uma série de trabalhos. Rinaldo investe pesado na pintura, mas utiliza-se de outras técnicas como referência. São 7 trabalhos em tinta acrílica sobre tela que passeiam entre as idéias de tentar levar uma razão para o que não se entende. Símbolos simples, lúdicos e existenciais são abordados.

A última exposição do artista aconteceu em 2001, na Galeria Amparo 60, no Pina, Recife e tinha como título "Pedra, Homem e Pensamento". Nela, Rinaldo explorava o humano, o pensamento contemporâneo e ainda fazia alusão à cidade de seus pais: Toritama, no agreste pernambucano.
Depois deste trabalho, o artista passou sete meses na França e na volta viajou por vários municípios pernambucanos fazendo uma pesquisa de Cerâmica Contemporânea com o grupo Corgo, formado por cinco artistas pernambucanos.

Já era tempo de voltar às telas e decodificar as experiências vividas.Peças de barro adquiridas pelo artista em sua pesquisa junto ao grupo Corgo estão presentes nos quadros.

A visita a artesãos que têm nas atividades manuais o sustento de gerações fez Rinaldo tentar entender uma nova ordem poética neste universo onde o capital domina todas as relações. O simples confronto entre as realidades o colocaram diante de um problema existencial. Compreender uma nova ordem para o que se entende por relações da vida. Este novo olhar é lúdico e prazeroso reservando uma relação com o fazer e a transformação da matéria. A partir daí, o peso da existência some. "As peças carregam uma história de presença humana na transformação do barro em objetos", explica.

O título da mostra : " O que não se entende, sem peso", é facilmente destrinchado pelo artista. "A existência humana é pequena pra tentar compreender tudo o que é deslumbrado durante a vida. Por mais simples que seja a conclusão ou o conceito. Quando procuramos conceituar ou nos confrontar com a vida sabendo que não vamos domina-la por completo, tudo fica mais leve. Isso é o meu desejo como pessoa e como artista. O título da mosta é uma sugestão de caminho a ser perseguido a ser trilhado por mim ou por qualquer pessoa que se confronte com grandes questões".

O pote de barro, a mulher, o dragão , a espada ou a faca, o cansaço e a idéia são alguns exemplos descritos em temas nesta mostra, que acontece na Galeria Lana Botelho, no Rio de Janeiro, dia 16 de setembro. "São temas óbvios em minha pintura. Procuro denunciar em cores , composições e formas alguns dilemas para deixa-los leves, capazes simplesmente de serem olhados e facilmente mastigados nos pensamentos, desejos".

Em "O que não se entende, sem peso", Rinaldo retorna à pintura colorida. As cores primárias dominam a maioria dos trabalhos, fazendo uma relação entre pintura empastada e aguadas sobre a tela. Várias camadas são sobrepostas para criar um passado pictórico. A figura humana é dominante, o artista procura uma solução formal quase que cadavérica para descortinar um novo arranjo à figura humana. A maioria dos quadros tem uma composição plana, com desdobramentos de profundidade, mas é dominante o espaço restrito onde a cor e o ambiente compartilham com os humanos dos dramas e soluções existenciais.

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Fala de Artista reúne diferentes gerações das Artes Visuais cearenses para um depoimento sobre seu trabalho, seguida de debate. Os encontros são registrados em vídeo, exibidos em TV aberta, e compõem uma memória da arte cearense.

abril/agosto de 2004 participaram do programa: Helio Rola / Igor Câmara / Brunno Galvão / Roberto Galvão / Luciana Falcão / Ticiano Monteiro / José Tarcísio / Cláudia Sampaio / Yuri Firmeza / Sérgio Pinheiro / Jacqueline Medeiros / Mariana Smith / Eduardo Eloy / Julio Lira / Jussara Correia / Mauricio Cals / Rodrigo Costa Lima / Solon Ribeiro / Sérvulo Esmeraldo / Tiago Santana / Vitor César / Julio Silveira / Mauricio Coutinho / Estrigas / Herbert Rolim / Salet Rocha / Waléria Américo / Barrinha / Alexandre Veras / Euzébio Zloccowick / Bia Cordovil / Kazane / Patrícia Al`Kary / Jared Domício / Weaver Lima / Nauer Spindola / Tibico Brasil / Sebastião de Paula / Murilo Maia / José Albano / Drawlio Joca / Gentil Barreira.

Agradecimentos: Solon Ribeiro / Maurício Coutinho / Eduardo Frota / Herbert Rolim.

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Curso Técnicas de captação de recursos
para projetos culturais ministrado por Yacoff Sarkovas, da Articultura

Articultura desenvolve método que não depende de incentivos fiscais

O patrocínio das empresas e a doação pessoal para a cultura podem prescindir das leis de incentivo fiscal? Sim. É isso que o consultor de patrocínios Yacoff Sarkovas e outros profissionais da Articultura ensinarão para produtores, promotores e gestores de instituições culturais no Curso de Captação de Recursos à Cultura. Desenvolvido pela Articultura, em 2003, com nível de pós-graduação para ser integrado no MBA em Gestão Cultural da Universidade Candido Mendes, do Rio de Janeiro, o Curso será ministrado agora também de forma autônoma, de 28 de setembro a 2 de dezembro de 2004, no Centro da Cultura Judaica, em São Paulo. O conteúdo foi atualizado e acrescido da disciplina sobre captação de doações pessoais.

O objetivo do curso é capacitar profissionais no planejamento e na implementação de estratégias para obtenção de patrocínios empresariais e doações pessoais para projetos e instituições. Serão 18 aulas com três horas de duração cada, duas vezes por semana, totalizando uma carga de 54 horas de aula, em 10 semanas. O curso aborda: motivações das fontes de financiamento à cultura; patrocínio e comunicação empresarial; investimento social privado; inclusão cultural e inclusão social; visão empresarial do patrocínio; planos de cotas e benefícios; propostas de venda de patrocínio; pesquisa de potenciais patrocinadores; modelos de programas de doação; ações de fidelização de doadores; entre outros temas.

“O patrocínio deve ser entendido como uma ferramenta de comunicação empresarial, como a publicidade, o marketing direto e a promoção. Por esta razão as empresas investem do seu próprio orçamento mais de US$ 26 bilhões, no mundo, e mais de US$ 700 milhões por ano, no Brasil, em patrocínios nas áreas cultural, social, ambiental e esportiva. As doações pessoais também são uma importante fonte de recursos para as instituições, em muitos países. No Brasil, isto ocorre em larga escala no campo social, sem nenhum incentivo fiscal. É necessário que as organizações culturais aprendam a mobilizar os cidadãos para a sua sustentabilidade econômica", afirma Yacoff Sarkovas.

O conteúdo do Curso de Captação de Recursos à Cultura foi extraído dos 19 anos de experiência da Articultura em estratégias de patrocínios e investimentos de empresas e indivíduos em projetos de interesse público. Planejou e gerenciou quase uma centena de diretrizes, programas e ações para empresas como Accor, Citibank, Credicard, Natura, Nestlé, Pepsico, Philips, Santander e Sul América, entre muitas outras. Foi responsável por toda a reformulação da política de patrocínios da Petrobras, a maior patrocinadora brasileira, concluída em 2002. Também planejou e geriu os bem sucedidos patrocínios da Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, da Bienal do Mercosul, do Carnaval Multicultural do Recife e das ações em comemoração aos 450 Anos de São Paulo.

Para a inscrição:

Efetuar o depósito da primeira parcela (R$ 900) e enviar a ficha de inscrição preenchida (www.articultura.com.br) juntamente com o comprovante de depósito para o fax 11 5671-6685.

Para efetivação da matrícula, os participantes deverão encaminhar, no primeiro dia de curso, um cheque pré-datado para 28/10/2004, no valor correspondente à segunda parcela (R$ 900).

As inscrições também podem ser feitas pelo telefone 11-5678-8441, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

dados para depósito:
Banco: Bradesco (no. 237)
Agência: 0138-4
Conta corrente: 149962-9
Beneficiário: Articultura Comunicação Ltda - CNPJ: 55.199.228/0002-25

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Como mandar o seu material para a pré-seleção do Canal Contemporâneo:

1 - Envie sua divulgação para canal@canalcontemporaneo.art.br;
2 - Com 15 dias de antecedência, mande as informações básicas;
3 - No assunto coloque a data, nome do artista e local;
4 - No corpo do emeio coloque as informações de serviço completas: data, nome do evento, nome do artista, local, endereço, telefones, horários e conexões;
5 - Inclua textos de imprensa, currículo e crítico em arquivos anexos;
6 - 2 a 3 imagens em jpg, em RGB, 200 dpis, com 500 pixels no menor lado;
7 – Caso você ainda não tenha as imagens e os textos, mande-nos uma previsão de envio.

ATENÇÃO PARA O PRAZO DE 15 DIAS PARA AS INFORMAÇÕES BÁSICAS!

O Canal Contemporâneo trabalha para um público especializado e também é formador de público. Não deixe de mandar textos de imprensa e críticos, na íntegra, para que estes possam atingir um maior número de pessoas.


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