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CE/RJ/RS/SP Heterodoxia no Dragão do Mar / Renato Heuser no Sobreposições Urbanas
ANO 4 - N. 56 / 02 de junho de 2004







5º Prêmio Cutural Sergio Motta

NESTA EDIÇÃO:
Angus Fairhurst, Cerith Wyn Evans, Liam Gillick na Fortes Vilaça, São Paulo
Monica Mansur na Valu Oria, São Paulo
Sandra Schechtman na Maria Martins, Rio de Janeiro
Arte Visceral no MAM, Rio de Janeiro
Heterodoxia no Dragão do Mar, Fortaleza
Renato Heuser no Sobreposições Urbanas, Porto Alegre
TEXTOS
Matérias de arte e novas mídias por Priscila Arantes
O que fazer com o audiovisual no museu? por Lisette Lagnado, www.uol.com.br/tropico




Cerith Wyn
Evans

Angus Fairhurst, Cerith Wyn Evans, Liam Gillick
Drunkenmasters

3 de junho, quinta-feira, das 19 às 22h

Galeria Fortes Vilaça
Rua Fradique Coutinho 1500
São Paulo
11-3032-7066
galeria@fortesvilaca.com.br
http://www.fortesvilaca.com.br
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 17h.
Exposição até 3 de julho de 2004.
Apoio: British Council do Brasil

Veja o texto de imprensa.

Sobre os artistas.


Este material foi enviado por Daniele Dal Col (daniele@fortesvilaca.com.br).
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Monica Mansur
Paisagens Cristais - Refotografias

3 de junho, quinta-feira, 21h

Valu Oria Galeria de Arte
Alameda Gabriel Monteiro da Silva 1403
Jardins São Paulo
11-3083-0811 / 3083-0173
valuoriagaleria@ig.com.br
Segunda a sexta, das 10 às 19h; sábados, das 10 às 14h.
Exposição até 26 de junho de 2004.

Veja o texto, Imagem = Imaginação, de Sonia Salcedo del Castillo.

Este material foi enviado por Monica Mansur (mmansur@alternex.com.br).

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Sandra Schechtman
35ºC - 25ºC

3 de junho, quinta-feira, das 19 às 22h

Galeria Maria Martins
Universidade Estácio de Sá - Campos Tom Jobim
Centro Empresarial Barrashopping
Av. das Américas 4200 Bloco 11
Barra da Tijuca Rio de Janeiro
21-2432 2527
universidarte@estacio.br
Segunda a sexta-feira, das 10 às 22h; sábados, das 10 às 18h.
Exposição até 26 de junho de 2004.

Este material foi enviado por Luciana Adão (prod.universidarte@estacio.br).
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Arte Visceral
Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Artur Barrio, Eliane Duarte, Farnese de Andrade, Glauco Rodrigues, Hildebrando Castro, Ivens Machado, Karin Lambrecht e Luiz Pizarro

3 de junho a 25 de julho de 2004

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique 85
Parque do Flamengo Rio de Janeiro
21-2240-4944
http://www.mamrio.org.br
Terça a sexta, das 12h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h. R$ 5 e R$ 2 (estudantes, maiores de 65 anos e crianças em grupos com mais de cinco). Aos domingos, ingresso família a R$ 5.

Veja o texto de imprensa.

Este material foi enviado por Diana Aragão (daragao@rionet.com.br).
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Heterodoxia
Alexandre Nóbrega, Anna Bella Geiger , Botner e Pedro, Caetano Dias, Carlos Mélo, Carlos Sena, Divino Sobral,Eliane Prolik, Enrica Bernadelli, Fabiano Gonper, Flávia Fernandes, Fernando Vilela, Francisco Bandeira, Hebert Rolim, José Guedes, José Rufino, Lucas Bambozzi, Luiz Hermano, Marcelo Solá, Marcelo Silveira, Marcone Moreira, Fabiano Marques, Patricia Canetti, Renata Pedrosa, Sayonara Pinheiro, Shirley Paes Leme, Sueli Farhi, Walton Hoffmann.

3 de junho, quinta-feira, 20h

Museu de Arte Contemporânea do Ceará
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Rua Dragao do Mar 81 Praia de Iracema
Fortaleza CE
85-488-8600
dragao@dragaodomar.org.br
Terça a quinta, das 9h às 21h; sexta a domingo, das 10h às 22h.
Exposição até 27 de agosto 2004.


Sobreposições Urbanas / Intervenção
Renato Heuser

3 e 6 de junho, das 18 às 20 h

Escadaria da Igreja das Dores
Rua dos Andradas 597 Centro
Porto Alegre RS

Veja mais sobre o projeto.

Este material foi enviado por Elaine Tedesco (elaineat@terra.com.br).
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Revista Eletrônica Trópico

Poéticas da resistência

PRISCILA ARANTES

Arte midiática questiona sociedade de controle com contra-informação

A intensificação dos fenômenos comunicativos, o aumento da circulação das informações e a forma como a mídia tem construído as representações da sociedade, da história, da memória e de nossas percepções nos leva a crer que o século 21 é o século das comunicações.

As informações chegam sem parar, de forma fragmentada e alucinatória, e muitas vezes de forma contraditória; pela internet, pelos jornais, pelos canais televisivos, aparecem nos outdores e painéis eletrônicos, em capas e páginas de revistas.

LEIA A CONTINUAÇÃO na revista eletrônica Trópico (assinantes UOL):
http://www2.uol.com.br/tropico/novomundo_9_2403_1.shl&COD_PRODUTO=1


Cibercultura Revista on-line do Instituto Cultural Itaú


Em busca de uma nova estética

PRISCILA ARANTES

Não é habitual considerarmos o século 20 como o século da estética e, no entanto, em nenhum outro período da história se viu tal abundância de textos na área. No século 20, contudo, a estética pretendeu ser muito mais que a teoria filosófica do belo e do bom gosto, mantendo uma relação de cumplicidade com o mundo da tecnociência, desde o desenvolvimento das novas tecnologias informacionais, passando pela telemática até chegar à biotecnologia e nanoengenharia.

LEIA A CONTINUAÇÃO na revista on-line Cibercultura:
http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2014&cd_materia=692



Caderno Cultural POLÊMICA IMAGEM


Percursos da artemídia na contemporaneidade: da computer arte à arte viva

PRISCILA ARANTES

Se fosse possível resumir em uma só palavra a condição da produção artística nesse tempo de cibercultura, com certeza, não poderíamos fugir da palavra hibridez. O movimento de convergência entre diferentes linguagens e mídias, bem como entre diferentes áreas de atuação como a arte, ciência e tecnologia são evidentes manifestações neste sentido.

LEIA A CONTINUAÇÃO na Polêmica Imagem/Labore/UERJ:
http://www2.uerj.br/~labore/polemica_imagem_p12.htm

Priscila Arantes é pesquisadora e crítica de arte e novas mídias. É professora do Curso de Tecnologias e Mídias Digitais da PUC/SP e doutora pelo Programa de Comunicação e Semiótica da PUC/SP onde desenvolveu o doutorado Arte e Mídia no Brasil: por uma estética em tempo digital.

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Revista Eletrônica Trópico

O que fazer com o audiovisual no museu?

LISETTE LAGNADO

De que maneira museus tradicionais de arte estão se adequando ao ingresso de obras tecnológicas? Por exemplo, como resolver problemas específicos de exibição em salas desprovidas de isolamento acústico, que deixam o som vazar de um ambiente para outro? E, segunda questão, o que pretendem os artistas ditos “plásticos” quando fazem filmes que não são propostos para o circuito (comercial) das salas de cinema, mas que integram projetos curatoriais museológicos?

LEIA A CONTINUAÇÃO na revista eletrônica Trópico (assinantes UOL):
http://www2.uol.com.br/tropico/emobras_6_2398_1.shl&COD_PRODUTO=1

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TEXTOS DO E-NFORME:

Angus Fairhurst, Cerith Wyn Evans, Liam Gillick na Fortes Vilaça

A exposição reúne três influentes nomes da arte britânica da atualidade: Angus Fairhurst, Cerith Wyn Evans e Liam Gillick. A mostra integra pintura, colagem, escultura, instalação e happening.

Foi o jovem artista paulista Tiago Carneiro da Cunha quem titulou a mostra – os três artistas foram seus tutores quando ele estudava na Goldsmiths College de Londres -, tomando emprestado das artes marciais o termo drunkenmasters, numa referência a um gênero de kung-fu onde o lutador faz movimentos 'bêbados' para confundir e desarmar o adversário. Apesar da aura de decadência e glamour que o termo suscita, aqui ele refere-se ao zig-zag que esses artistas costuram na trajetória de suas carreiras, recorrendo a práticas externas as artes plásticas (música, literatura, cinema) ao moldar o corpo de seu trabalho. A construção de sentidos polifônicos está no cerne da produção destes artistas, que manobram sua audiência fazendo com que ela abandone as rotas familiares para adentrar um labirinto de referências e lugares inesperados.

Mais vistos nas bienais do que nas escandalosas coletivas de New Britsh Art, estes três artistas produzem arte britânica de menor sensacionalismo e da melhor qualidade. Mestres do pensamento intelectual por detrás do alarde da produção de seus colegas, eles se desviam em um longo histórico de influências e colaborações. Wyn Evans trabalhou com o cineasta Derek Jarman, e participou de fotos e filmes da também britânica Sam Taylor-Wood. Gillick tem reputação estabelecida como escritor, autor de textos onde ele elabora sobre a própria obra, desenvolve teorias críticas sobre diversos outros artistas, analisa os ecosistemas da arte, além de publicar ficção. Fairhurst há anos colabora intensamente com Damien Hirst e Sarah Lucas, mais recentemente na mostra In-a-Gadda-da-Vidda (No Jardim do Éden) na Tate Britain. Fairhurst também formou uma banda de rock com Wyn Evans anos atrás.

Em Five Billboards, body and text removed (Cinco outdoors, texto e corpo removido), Fairhurst apresenta uma colagem do tamanho legítimo de um outdoor de rua. Ao remover elementos determinantes das imagens publicitárias originais– figuras humanas e textos – o artista abre novos espaços no plano, estabelecendo novas relações entre cultura de consumo, geometria, sexo, beleza, pintura. Fairhurst expõe também a escultura Mnemonic Table (mesa mnemônica), uma mesa de madeira que retem a memória da natureza. Do interior da mesa brotam plantas.

Has the film already started? (O filme já começou?), de Cerith Wyn Evans, é uma enigmática instalação high-tech que paradoxalmente sugere uma eclipse do sol em um ambiente plácido e natural. A imagem abstrata de um círculo branco sobre um fundo negro é projetada sobre um balão de hélio suspenso e também branco. Uma série de códigos está em jogo aqui. A imagem projetada é do filme L’Anti Concept, um marco do cinema de vanguarda europeu dos anos 50. Wyn Evans substituiu a trilha sonora original por uma composição própria, uma espécie de diário sonoro de 50 minutos que mistura Art Blakey, sons de pássaros, e uma entrevista com o artista belga Marcel Broodhathers, que usava em suas instalações nos anos 60 as mesmas palmeiras que Wyn Evans insere na composição de sua instalação. Um outro trabalho do artista acontece do lado de fora da galeria. O verso Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína (extraído da canção Fora da Ordem de Caetano Veloso) é redigido em fogos de artifício. O acontecimento efêmero vira filme e torna-se também uma escultura de madeira onde a frase é legível mesmo depois de queimada.

Liam Gillick exibe uma pintura de parede com uma composição geométrica de cores intensas. Três esculturas suspensas de alumínio pintado entrelaçam palavras como Communes, Greenrooms, Bars , e se sobrepõem à pintura. O trabalho de Gillick busca desenvolver uma percepção do modo como materiais, estruturas e cor afetam o ambiente e geram associações. Estas obras funcionam como sistemas arquitetônicos e ideológicos, formando cenários que, fazendo largo uso do design, falam de uma forma abstrata sobre como formas e cores podem forjar uma organização social ou política.

Os artistas integrantes do Drunkenmasters

Angus Fairhurst nasceu em Kent, Inglaterra, em 1967. A produção de Fairhurst mistura desenho, pintura, fotografia, animação, escultura e performances musicais de rock. Muitos dos seus trabalhos exploram questões da cultura de consumo de massas. Fairhurst estudou no Goldsmith's College (1986-89) e participou da histórica exposição Freeze (curadoria de Damien Hirst) quando ainda era estudante. Apresentou seu trabalho em inúmeras exposições ao redor do mundo, como Some Went Mad, Some Ran Away (1994) na Serpentine Gallery em Londres, Brilliant! New Art from London (1995), no Walker Art Center em Minneapolis, a infame Apocalypse (2000), na Royal Academy of Arts de London, e Iconoclast (2002) no ZKM em Karlsruhe. A controversa mostra In-a-gadda-da-vidda, uma colaboração entre Fairhurst, Sarah Lucas e Damien Hirst, encontra-se em cartaz atualmente na Tate Britain.

Cerith Wyn Evans nasceu no País de Gales em 1958, e se formou no Royal College of Art em 1984. Começou sua carreira como assistente do diretor de cinema Derek Jarman. Nos anos oitenta, Wyn Evans fez filmes de curta metragem experimentais, também colaborando com o coreógrafo Michael Clark. Nos anos 90, Wyn Evans passou a dedicar-se a escultura e instalação. Seu trabalho lida com a fenomenologia do tempo, lingua e percepção. Wyn Evans emprega técnicas variadas como neon, fogos de artifício, textos, fotografia, filme e escultura. para explorar suas idéias. Wyn Evans partcipou da Documenta de Kassel em 2000, com o aclamado trabalho 'Cleave 02. No ano passado, representou o País de Gales na Bienal de Veneza. Outras exposições incluem apresentações individuais na Tate Britain (2000) em Londres, no Berkeley Art Museum em São Francisco (2003) e no Kunstverein Frankfurt (2004).

Liam Gillick nasceu em Aylesbury, Inglaterra, em 1964, e graduou-se no Goldsmiths College em 1987. Seu trabalho artístico está fortemente ligado a sua prática teórica, e sua dedicação a escrita é equivalente ao desenvolvimento de seu trabalho no campo das artes visuais. Já apresentou exposições no Kunstverein Frankfurt (1999), na Tate Britain (2001) e Whitechapel Gallery (2002) em Londres, no MOMA (2003) de Nova York, além de participar da Bienal de Veneza (2003) e da Documenta de Kassel.

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Imagem = Imaginação

SONIA SALCEDO DEL CASTILLO

Faça de conta que o que você vê é o mergulho da sereia, o ninho da serpente, o rastro do vento, a cauda da nuvem ou, quem sabe, o coração do tempo... Diante das imagens de Monica Mansur, a imaginação surge como uma espécie de química reveladora de “paisagens invisíveis” sobre a sutileza acrílica de seus suportes. E, como limite diáfano que nos separa, transparece o que delas nos avizinha: a fronteira entre o real e o imaginário. Olhando-as, o espectador parece não ver o que vê, mas aquilo que não vê, ou seja, ele vê o que quer ver! Afinal, por que buscar fidelidade ao real num mundo onde a ‘reprodutibilidade’ cotidiana tangencia inverossimilhanças ‘técnicas’? Para que pensar em credibilidade se, hoje, até a fotografia – documento por excelência – já deixou de ser fiável?

Semelhante à vida contemporânea, em Paisagens Cristais – refotografias (serigrafias que Mansur assim denomina), separar os espaços material e mental parece tornar-se impossível. Talvez o fato de seu trabalho apresentar projeções que se constroem na imagem justifique essa impossibilidade. Até porque, na elaboração desta série, a artista parte de imagens construídas originalmente fora dos padrões habituais de transmissão e recepção visuais. Imagens que traduzem exames médicos aos quais se submeteu e cuja visualidade não permite identificar seu corpo. Velada a olho nu, sua realidade é inventada mecanicamente – seja mediante fibra ótica, ondas magnéticas ou raios Laser –, e, na medida em que tal meio “não capta nem reflete, não revela nem imprime uma imagem”, mas, segundo a artista, “presentifica cada real”, sua experimentação visual não se liga a reminiscências.
Assim, embora essas imagens não representem nenhuma natureza reconhecível ou vivenciada, elas se apresentam aos olhos do espectador como realidades pseudofotográficas – imagens refotografadas e depois impressas – que se abrem à imaginação. E, qual paisagens que não existem, colocam, ambiguamente, uma questão: ao mesmo tempo em que o corpo humano é essa paisagem, dela está afastado, pois em sua origem ela não é visível. Sim... um pouco de romantismo em meio à lógica racional da reprodução, por que não?

Após trabalhar com fotos do século 19, esta série parece ter estimulado na artista novas reflexões acerca das possibilidades “de se fazer real” a partir de imagens mediadas, tais como a ‘não-referência’ e a ‘não-individualização’. Neste conjunto de refotografias, o real, por exemplo, difere daquele identificado sob a lógica fotográfica. Na fotografia há ligação com o real – cujo referente é congelado no espaço/tempo – à maneira de “passado/presente ou presente/passado” dessa realidade; nas imagens inventadas não podemos identificar esse elo, pois, em verdade, o que elas nos revelam é a tradução imagética do real ou, melhor, a própria realidade. Simultaneamente, esse existir em si da imagem inventada (objeto, aliás) remete a outras discussões, como as relacionadas ao sujeito, uma vez que exacerba a questão da desindividualização, como indicam os questionamentos lançados pela artista. “Quem é (ou foi) aquele corpo (ou parte de um corpo), imaginado e apresentado daquela forma bidimensional, multiplicada, repetida e re-elaborada numa situação de arte?”

Em sua pesquisa visual, Monica Mansur não explora tão-somente questões relativas à reprodutibilidade de imagens produzidas mecanicamente, como as perdas de identidade do sujeito, da originalidade do objeto, enfim. Investiga também outras, que implicam a reversão desse processo, enquanto modo de reconstrução da aura artística. Daí a imaginação do espectador ser parte integrante de sua obra, como elemento de aproximação entre sujeito e objeto. Mas não só. Ela é acima de tudo o meio pelo qual se reverte a condição de esterilidade que, ao fim e ao cabo, caracteriza toda linha de reprodução. Somada as imagens, a imaginação viabiliza retomar a potencialidade criativa. Paisagens Cristais – refotografias, de Monica Mansur, constitui-se, pois, numa série de paisagens que se constroem na imagem, mediante nossa imaginação. Nessa realidade lúdica, façamos de conta então!

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Arte Visceral no MAM

O Museu de Arte Moderna detém a maior coleção de arte moderna e contemporânea do Brasil. Comprometida com a difusão deste acervo, a curadoria vem realizando ao longo dos últimos quatro anos mostras que buscam tornar público diferentes aspectos da coleção, por meio de recortes temáticos e históricos. As montagens têm por objetivo facilitar a leitura e o acesso do público às grandes questões da arte brasileira.

A exposição Arte Visceral segue este modelo e apresenta obras de artistas cujos trabalhos lidam com elementos orgânicos - carnes, vísceras, sangue, com evidente sentido metafórico que remetem à realidade que compartilhamos.

Na segunda metade da década de 1960 alguns artistas brasileiros como Antonio Dias e Anna Bella Geiger produziram obras de grande força expressiva nas quais apareciam vísceras. Essa exteriorização das entranhas do corpo humano correspondia, sem dúvida, a um mergulho pessoal, mas também possuía um sentido metafórico já que estávamos em plena ditadura militar, cuja repressão tinha por alvo primeiro o corpo militante e dissidente dos opositores do regime. A violência silenciosa desses trabalhos, manifestou-se posteriormente em diversos momentos da obras de certos artistas como AnnaMaria Maiolino, Artur Barrio, Ivens Machado, Glauco Rodrigues, Adriana Varejão, Karin Lambrecht, entre outros.

Com o objetivo de contar um pouco dessa história o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro vai mostrar as obras viscerais destes artistas pertencentes às coleções MAM e Gilberto Chateaubriand, hoje sob a guarda do museu.


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Bye Bye Brasil das Visuais


LEONOR AMARANTE

Heterodoxia é uma espécie de cartografia dinâmica, formada por exposições contínuas que se transformam a cada edição e se movimentam por todo País, sempre alterando seu elenco. A idéia é uma espécie de Bye Bye Brasil das artes visuais que movimenta artistas numa maratona que confronta, instiga e discute conceitos da arte contemporânea.

A versão cearense pode ser emblemática do espírito de equipe que une e norteia o projeto. A orquestração geral é de Walton Hoffmann, do Rio de Janeiro e Divino Sobral, de Goiânia, ambos artistas plásticos. Em Heterodoxia não há eixo cultural dominante, todos podem participar.

Em diferentes versões, a mostra já passou por Curitiba, São Paulo, Goiânia, João Pessoa, Vitória, Recife, Natal, e agora chega a Fortaleza com formato específico, provando a diversidade e inventividade da produção contemporânea atual.

Desta vez, estão reunidos trabalhos de Anna Bella Geiger, Caetano Dias, Carlos Mélo, Carlos Sena, Divino Sobral, Eliane Prolik, Enrica Bernadelli, Fabiano Gonper, Flávia Fernandes, Fernando Vilela, José Guedes, José Rufino, Luiz Hermano, Marcelo Solá, Botner e Pedro, Marcone Moreira, Patrícia Canetti, Renata Pedrosa, Shirley Paes Leme, Sueli Farhi, Walton Hoffmann, Sayonara Pinheiro, Marcelo Silveira, Alexandre Nóbrega, Hebert Rolim, Francisco Bandeira, Lucas Bambozzi. Um conjunto extenso e representativo de nossa contemporaneidade.


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Sobreposições Urbanas

Sobreposições Urbanas é uma série de intervenções com projeções de imagens sobre a paisagem urbana de alguns bairros de Porto Alegre. O espaço público neste projeto funciona como um ateliê aberto onde os observadores acompanham procedimentos do artista que ali trabalha criando relações entre suas proposições e o lugar escolhido. O projeto da artista plástica Elaine Tedesco, financiado pelo FUMPROARTE conta com trabalhos de Elaine, Renato Heuser, Mima Lunardi e Clóvis Martins Costa em parceria com Lizângela Torres.

O projeto iniciou em janeiro deste ano com intervenções no bairro Belém Novo. Um prédio, às margens do rio Guaíba, foi por muitos anos o bar da praia do Leblom em Porto Alegre. Do velho bar hoje restam apenas algumas paredes e os pilares que sustentavam o telhado. Essa ruína e a praia do Leblom foram os espaços escolhidos por Elaine Tedesco para a sua primeira intervenção realizada entre janeiro e março deste ano - "me aproximei do lugar criando uma série de ações corporais com objetos e projeções de imagens sobre a ruína". A proposta de ações da artista retrata - através das projeções de imagens em diapositivos e vídeos - espaços que foram construídos para acolher mas que hoje são construções urbanas em decadência. Essa sobreposição de imagens passou a ser denominada "Sobre ruínas".

O artista plástico Renato Heuser escolheu, no Bairro Centro, a escadaria da Igreja das Dores para realizar o projeto "Lunares", que será apresentado durante a lua cheia do mês de junho. A proposta consiste na projeção em vídeo de uma seqüência de céus noturnos com cenas em que a personagem principal é a lua cheia. Nessas cenas há uma predominância do céu noturno seguem-se tomadas em que a lua em eclipse corta o plano do quadro criando desenhos de linhas diagonais - em declínio da direita para a esquerda, depois por um jogo de composição nosso satélite torna-se dois, as cores alteram-se e a vemos verde, rosa, sépia. A projeção sobre a escadaria, cria uma composição onde o plano passa a ser recortado pelas linhas horizontais, a lua então no céu tem o seu "duplo" passeando pelo chão subindo e descendo a escada. Essas imagens serão repetidas em um looping de uma hora e meia.

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