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CE/RJ/RS/SP Heterodoxia no Dragão do Mar / Renato Heuser no Sobreposições Urbanas ANO 4 - N. 56 / 02 de junho de 2004
Galeria Fortes Vilaça
Rua Fradique Coutinho
1500
São Paulo
11-3032-7066 galeria@fortesvilaca.com.br http://www.fortesvilaca.com.br
Terça a sexta, das 10h
às
19h; sábados, das 10h às 17h.
Exposição até 3 de
julho de
2004.
Apoio: British Council
do
Brasil
Valu Oria Galeria de
Arte
Alameda Gabriel
Monteiro da Silva 1403
Jardins São Paulo
11-3083-0811 /
3083-0173 valuoriagaleria@ig.com.br
Segunda a sexta, das
10 às 19h; sábados, das 10 às 14h.
Exposição até 26 de
junho de 2004.
Galeria Maria Martins
Universidade Estácio
de Sá - Campos Tom Jobim
Centro Empresarial
Barrashopping
Av. das Américas
4200 Bloco 11
Barra da Tijuca Rio
de Janeiro
21-2432 2527 universidarte@estacio.br
Segunda a sexta-feira,
das 10 às 22h; sábados, das 10 às 18h.
Exposição até 26 de
junho de 2004.
Arte
Visceral
Adriana Varejão, Anna
Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Artur Barrio, Eliane
Duarte, Farnese de Andrade, Glauco Rodrigues, Hildebrando Castro, Ivens
Machado, Karin Lambrecht e Luiz Pizarro
3 de junho a 25 de julho de 2004
Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom
Henrique 85
Parque do Flamengo
Rio de Janeiro
21-2240-4944 http://www.mamrio.org.br
Terça a sexta, das 12h
às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h. R$ 5 e R$ 2
(estudantes, maiores de 65 anos e crianças em grupos com mais de
cinco). Aos domingos, ingresso família a R$ 5.
Heterodoxia
Alexandre Nóbrega, Anna Bella
Geiger , Botner e Pedro, Caetano Dias, Carlos Mélo, Carlos Sena, Divino
Sobral,Eliane Prolik, Enrica Bernadelli, Fabiano Gonper, Flávia
Fernandes, Fernando Vilela, Francisco Bandeira, Hebert Rolim, José
Guedes, José Rufino, Lucas Bambozzi, Luiz Hermano, Marcelo Solá,
Marcelo Silveira, Marcone Moreira, Fabiano Marques, Patricia Canetti,
Renata Pedrosa, Sayonara Pinheiro, Shirley Paes Leme, Sueli Farhi,
Walton Hoffmann.
3 de junho, quinta-feira,
20h
Museu de Arte Contemporânea
do Ceará
Centro Dragão do Mar
de Arte
e Cultura
Rua Dragao do Mar 81
Praia
de Iracema
Fortaleza CE
85-488-8600 dragao@dragaodomar.org.br
Terça a quinta, das 9h
às
21h; sexta a domingo, das 10h às 22h.
Exposição até 27 de
agosto
2004.
Arte
midiática questiona sociedade de controle com contra-informação
A
intensificação dos fenômenos comunicativos, o aumento da circulação
das informações e a forma como a mídia tem construído as representações
da sociedade, da história, da memória e de nossas percepções nos leva a
crer que o século 21 é o século das comunicações.
As informações
chegam sem parar, de forma fragmentada e alucinatória, e
muitas vezes de forma contraditória; pela internet, pelos jornais,
pelos canais televisivos, aparecem nos outdores e painéis eletrônicos,
em capas e páginas de revistas.
Cibercultura Revista on-line do Instituto Cultural Itaú
Em busca de
uma nova estética
PRISCILA
ARANTES
Não é habitual
considerarmos o século 20 como o século da estética e,
no entanto, em nenhum outro período da história se viu tal abundância
de textos na área. No século 20, contudo, a estética pretendeu ser
muito mais que a teoria filosófica do belo e do bom gosto, mantendo uma
relação de cumplicidade com o mundo da tecnociência, desde o
desenvolvimento das novas tecnologias informacionais, passando pela
telemática até chegar à biotecnologia e nanoengenharia.
Percursos da
artemídia na contemporaneidade: da computer arte
à arte viva
PRISCILA
ARANTES
Se fosse
possível resumir em uma só palavra a condição da produção
artística nesse tempo de cibercultura, com certeza, não poderíamos
fugir da palavra hibridez. O movimento de convergência entre diferentes
linguagens e mídias, bem como entre diferentes áreas de atuação como a
arte, ciência e tecnologia são evidentes manifestações neste sentido.
Priscila
Arantes é pesquisadora e crítica de arte e novas mídias. É
professora do Curso de Tecnologias e Mídias Digitais da PUC/SP e
doutora pelo Programa de Comunicação e Semiótica da PUC/SP onde
desenvolveu o doutorado Arte e Mídia no Brasil: por uma estética em
tempo digital.
De que maneira
museus tradicionais de arte estão se adequando ao
ingresso de obras tecnológicas? Por exemplo, como resolver problemas
específicos de exibição em salas desprovidas de isolamento acústico,
que deixam o som vazar de um ambiente para outro? E, segunda questão, o
que pretendem os artistas ditos “plásticos” quando fazem filmes que não
são propostos para o circuito (comercial) das salas de cinema, mas que
integram projetos curatoriais museológicos?
Angus
Fairhurst, Cerith Wyn Evans, Liam Gillick na Fortes Vilaça
A exposição reúne três influentes nomes da arte britânica da
atualidade: Angus Fairhurst, Cerith Wyn Evans e Liam Gillick. A mostra
integra pintura, colagem, escultura, instalação e happening.
Foi o jovem artista paulista Tiago Carneiro da Cunha quem titulou a
mostra – os três artistas foram seus tutores quando ele estudava na
Goldsmiths College de Londres -, tomando emprestado das artes marciais
o termo drunkenmasters, numa referência a um gênero de kung-fu onde o
lutador faz movimentos 'bêbados' para confundir e desarmar o
adversário. Apesar da aura de decadência e glamour que o termo suscita,
aqui ele refere-se ao zig-zag que esses artistas costuram na trajetória
de suas carreiras, recorrendo a práticas externas as artes plásticas
(música, literatura, cinema) ao moldar o corpo de seu trabalho. A
construção de sentidos polifônicos está no cerne da produção destes
artistas, que manobram sua audiência fazendo com que ela abandone as
rotas familiares para adentrar um labirinto de referências e lugares
inesperados.
Mais vistos nas bienais do que nas escandalosas coletivas de New Britsh
Art, estes três artistas produzem arte britânica de menor
sensacionalismo e da melhor qualidade. Mestres do pensamento
intelectual por detrás do alarde da produção de seus colegas, eles se
desviam em um longo histórico de influências e colaborações. Wyn Evans
trabalhou com o cineasta Derek Jarman, e participou de fotos e filmes
da também britânica Sam Taylor-Wood. Gillick tem reputação estabelecida
como escritor, autor de textos onde ele elabora sobre a própria obra,
desenvolve teorias críticas sobre diversos outros artistas, analisa os
ecosistemas da arte, além de publicar ficção. Fairhurst há anos
colabora intensamente com Damien Hirst e Sarah Lucas, mais recentemente
na mostra In-a-Gadda-da-Vidda (No Jardim do Éden) na Tate Britain.
Fairhurst também formou uma banda de rock com Wyn Evans anos atrás.
Em Five Billboards, body and text removed (Cinco outdoors, texto e
corpo removido), Fairhurst apresenta uma colagem do tamanho legítimo de
um outdoor de rua. Ao remover elementos determinantes das imagens
publicitárias originais– figuras humanas e textos – o artista abre
novos espaços no plano, estabelecendo novas relações entre cultura de
consumo, geometria, sexo, beleza, pintura. Fairhurst expõe também a
escultura Mnemonic Table (mesa mnemônica), uma mesa de madeira que
retem a memória da natureza. Do interior da mesa brotam plantas.
Has the film already started? (O filme já começou?), de Cerith Wyn
Evans, é uma enigmática instalação high-tech que paradoxalmente sugere
uma eclipse do sol em um ambiente plácido e natural. A imagem abstrata
de um círculo branco sobre um fundo negro é projetada sobre um balão de
hélio suspenso e também branco. Uma série de códigos está em jogo aqui.
A imagem projetada é do filme L’Anti Concept, um marco do cinema de
vanguarda europeu dos anos 50. Wyn Evans substituiu a trilha sonora
original por uma composição própria, uma espécie de diário sonoro de 50
minutos que mistura Art Blakey, sons de pássaros, e uma entrevista com
o artista belga Marcel Broodhathers, que usava em suas instalações nos
anos 60 as mesmas palmeiras que Wyn Evans insere na composição de sua
instalação. Um outro trabalho do artista acontece do lado de fora da
galeria. O verso Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína
(extraído da canção Fora da Ordem de Caetano Veloso) é redigido em
fogos de artifício. O acontecimento efêmero vira filme e torna-se
também uma escultura de madeira onde a frase é legível mesmo depois de
queimada.
Liam Gillick exibe uma pintura de parede com uma composição geométrica
de cores intensas. Três esculturas suspensas de alumínio pintado
entrelaçam palavras como Communes, Greenrooms, Bars , e se sobrepõem à
pintura. O trabalho de Gillick busca desenvolver uma percepção do modo
como materiais, estruturas e cor afetam o ambiente e geram associações.
Estas obras funcionam como sistemas arquitetônicos e ideológicos,
formando cenários que, fazendo largo uso do design, falam de uma forma
abstrata sobre como formas e cores podem forjar uma organização social
ou política.
Os artistas integrantes do Drunkenmasters
Angus Fairhurst nasceu em Kent, Inglaterra, em 1967. A produção de
Fairhurst mistura desenho, pintura, fotografia, animação, escultura e
performances musicais de rock. Muitos dos seus trabalhos exploram
questões da cultura de consumo de massas. Fairhurst estudou no
Goldsmith's College (1986-89) e participou da histórica exposição
Freeze (curadoria de Damien Hirst) quando ainda era estudante.
Apresentou seu trabalho em inúmeras exposições ao redor do mundo, como
Some Went Mad, Some Ran Away (1994) na Serpentine Gallery em Londres,
Brilliant! New Art from London (1995), no Walker Art Center em
Minneapolis, a infame Apocalypse (2000), na Royal Academy of Arts de
London, e Iconoclast (2002) no ZKM em Karlsruhe. A controversa mostra
In-a-gadda-da-vidda, uma colaboração entre Fairhurst, Sarah Lucas e
Damien Hirst, encontra-se em cartaz atualmente na Tate Britain.
Cerith Wyn Evans nasceu no País de Gales em 1958, e se formou no Royal
College of Art em 1984. Começou sua carreira como assistente do diretor
de cinema Derek Jarman. Nos anos oitenta, Wyn Evans fez filmes de curta
metragem experimentais, também colaborando com o coreógrafo Michael
Clark. Nos anos 90, Wyn Evans passou a dedicar-se a escultura e
instalação. Seu trabalho lida com a fenomenologia do tempo, lingua e
percepção. Wyn Evans emprega técnicas variadas como neon, fogos de
artifício, textos, fotografia, filme e escultura. para explorar suas
idéias. Wyn Evans partcipou da Documenta de Kassel em 2000, com o
aclamado trabalho 'Cleave 02. No ano passado, representou o País de
Gales na Bienal de Veneza. Outras exposições incluem apresentações
individuais na Tate Britain (2000) em Londres, no Berkeley Art Museum
em São Francisco (2003) e no Kunstverein Frankfurt (2004).
Liam Gillick nasceu em Aylesbury, Inglaterra, em 1964, e graduou-se no
Goldsmiths College em 1987. Seu trabalho artístico está fortemente
ligado a sua prática teórica, e sua dedicação a escrita é equivalente
ao desenvolvimento de seu trabalho no campo das artes visuais. Já
apresentou exposições no Kunstverein Frankfurt (1999), na Tate Britain
(2001) e Whitechapel Gallery (2002) em Londres, no MOMA (2003) de Nova
York, além de participar da Bienal de Veneza (2003) e da Documenta de
Kassel.
Faça de conta que o que você vê é o mergulho da sereia, o ninho da
serpente, o rastro do vento, a cauda da nuvem ou, quem sabe, o coração
do tempo... Diante das imagens de Monica Mansur, a imaginação surge
como uma espécie de química reveladora de “paisagens invisíveis” sobre
a sutileza acrílica de seus suportes. E, como limite diáfano que nos
separa, transparece o que delas nos avizinha: a fronteira entre o real
e o imaginário. Olhando-as, o espectador parece não ver o que vê, mas
aquilo que não vê, ou seja, ele vê o que quer ver! Afinal, por que
buscar fidelidade ao real num mundo onde a ‘reprodutibilidade’
cotidiana tangencia inverossimilhanças ‘técnicas’? Para que pensar em
credibilidade se, hoje, até a fotografia – documento por excelência –
já deixou de ser fiável?
Semelhante à vida contemporânea, em Paisagens Cristais – refotografias
(serigrafias que Mansur assim denomina), separar os espaços material e
mental parece tornar-se impossível. Talvez o fato de seu trabalho
apresentar projeções que se constroem na imagem justifique essa
impossibilidade. Até porque, na elaboração desta série, a artista parte
de imagens construídas originalmente fora dos padrões habituais de
transmissão e recepção visuais. Imagens que traduzem exames médicos aos
quais se submeteu e cuja visualidade não permite identificar seu corpo.
Velada a olho nu, sua realidade é inventada mecanicamente – seja
mediante fibra ótica, ondas magnéticas ou raios Laser –, e, na medida
em que tal meio “não capta nem reflete, não revela nem imprime uma
imagem”, mas, segundo a artista, “presentifica cada real”, sua
experimentação visual não se liga a reminiscências.
Assim, embora essas imagens não representem nenhuma natureza
reconhecível ou vivenciada, elas se apresentam aos olhos do espectador
como realidades pseudofotográficas – imagens refotografadas e depois
impressas – que se abrem à imaginação. E, qual paisagens que não
existem, colocam, ambiguamente, uma questão: ao mesmo tempo em que o
corpo humano é essa paisagem, dela está afastado, pois em sua origem
ela não é visível. Sim... um pouco de romantismo em meio à lógica
racional da reprodução, por que não?
Após trabalhar com fotos do século 19, esta série parece ter estimulado
na artista novas reflexões acerca das possibilidades “de se fazer real”
a partir de imagens mediadas, tais como a ‘não-referência’ e a
‘não-individualização’. Neste conjunto de refotografias, o real, por
exemplo, difere daquele identificado sob a lógica fotográfica. Na
fotografia há ligação com o real – cujo referente é congelado no
espaço/tempo – à maneira de “passado/presente ou presente/passado”
dessa realidade; nas imagens inventadas não podemos identificar esse
elo, pois, em verdade, o que elas nos revelam é a tradução imagética do
real ou, melhor, a própria realidade. Simultaneamente, esse existir em
si da imagem inventada (objeto, aliás) remete a outras discussões, como
as relacionadas ao sujeito, uma vez que exacerba a questão da
desindividualização, como indicam os questionamentos lançados pela
artista. “Quem é (ou foi) aquele corpo (ou parte de um corpo),
imaginado e apresentado daquela forma bidimensional, multiplicada,
repetida e re-elaborada numa situação de arte?”
Em sua pesquisa visual, Monica Mansur não explora tão-somente questões
relativas à reprodutibilidade de imagens produzidas mecanicamente, como
as perdas de identidade do sujeito, da originalidade do objeto, enfim.
Investiga também outras, que implicam a reversão desse processo,
enquanto modo de reconstrução da aura artística. Daí a imaginação do
espectador ser parte integrante de sua obra, como elemento de
aproximação entre sujeito e objeto. Mas não só. Ela é acima de tudo o
meio pelo qual se reverte a condição de esterilidade que, ao fim e ao
cabo, caracteriza toda linha de reprodução. Somada as imagens, a
imaginação viabiliza retomar a potencialidade criativa. Paisagens
Cristais – refotografias, de Monica Mansur, constitui-se, pois, numa
série de paisagens que se constroem na imagem, mediante nossa
imaginação. Nessa realidade lúdica, façamos de conta então!
O Museu de Arte Moderna detém a maior coleção de arte moderna e
contemporânea do Brasil. Comprometida com a difusão deste acervo, a
curadoria vem realizando ao longo dos últimos quatro anos mostras que
buscam tornar público diferentes aspectos da coleção, por meio de
recortes temáticos e históricos. As montagens têm por objetivo
facilitar a leitura e o acesso do público às grandes questões da arte
brasileira.
A exposição Arte Visceral segue este modelo e apresenta obras de
artistas cujos trabalhos lidam com elementos orgânicos - carnes,
vísceras, sangue, com evidente sentido metafórico que remetem à realidade que compartilhamos.
Na segunda metade da década de 1960 alguns artistas brasileiros como
Antonio Dias e Anna Bella Geiger produziram obras de grande força
expressiva nas quais apareciam vísceras. Essa exteriorização das
entranhas do corpo humano correspondia, sem dúvida, a um mergulho
pessoal, mas também possuía um sentido metafórico já que estávamos em
plena ditadura militar, cuja repressão tinha por alvo primeiro o corpo
militante e dissidente dos opositores do regime. A violência silenciosa
desses trabalhos, manifestou-se posteriormente em diversos momentos da
obras de certos artistas como AnnaMaria Maiolino, Artur Barrio, Ivens
Machado, Glauco Rodrigues, Adriana Varejão, Karin Lambrecht, entre
outros.
Com o objetivo de contar um pouco dessa história o Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro vai mostrar as obras viscerais destes
artistas pertencentes às coleções MAM e Gilberto Chateaubriand, hoje
sob a guarda do museu.
Heterodoxia é uma espécie de cartografia dinâmica, formada por
exposições contínuas que se transformam a cada edição e se movimentam
por todo País, sempre alterando seu elenco. A idéia é uma espécie de
Bye Bye Brasil das artes visuais que movimenta artistas numa maratona
que confronta, instiga e discute conceitos da arte contemporânea.
A versão cearense pode ser emblemática do espírito de equipe que une e
norteia o projeto. A orquestração geral é de Walton Hoffmann, do Rio de
Janeiro e Divino Sobral, de Goiânia, ambos artistas plásticos. Em
Heterodoxia não há eixo cultural dominante, todos podem participar.
Em diferentes versões, a mostra já passou por Curitiba, São Paulo,
Goiânia, João Pessoa, Vitória, Recife, Natal, e agora chega a Fortaleza
com formato específico, provando a diversidade e inventividade da
produção contemporânea atual.
Desta vez, estão reunidos trabalhos de Anna Bella Geiger, Caetano Dias,
Carlos Mélo, Carlos Sena, Divino Sobral, Eliane Prolik, Enrica
Bernadelli, Fabiano Gonper, Flávia Fernandes, Fernando Vilela, José
Guedes, José Rufino, Luiz Hermano, Marcelo Solá, Botner e Pedro,
Marcone Moreira, Patrícia Canetti, Renata Pedrosa, Shirley Paes Leme,
Sueli Farhi, Walton Hoffmann, Sayonara Pinheiro, Marcelo Silveira,
Alexandre Nóbrega, Hebert Rolim, Francisco Bandeira, Lucas Bambozzi. Um
conjunto extenso e representativo de nossa contemporaneidade.
Sobreposições Urbanas é uma série de intervenções com projeções de
imagens sobre a paisagem urbana de alguns bairros de Porto Alegre. O
espaço público neste projeto funciona como um ateliê aberto onde os
observadores acompanham procedimentos do artista que ali trabalha
criando relações entre suas proposições e o lugar escolhido. O projeto
da artista plástica Elaine Tedesco, financiado pelo FUMPROARTE conta
com trabalhos de Elaine, Renato Heuser, Mima Lunardi e Clóvis Martins
Costa em parceria com Lizângela Torres.
O projeto iniciou em janeiro deste ano com intervenções no bairro
Belém Novo. Um prédio, às margens do rio Guaíba, foi por muitos anos
o bar da praia do Leblom em Porto Alegre. Do velho bar hoje restam
apenas algumas paredes e os pilares que sustentavam o telhado. Essa
ruína e a praia do Leblom foram os espaços escolhidos por Elaine
Tedesco para a sua primeira intervenção realizada entre janeiro e
março deste ano - "me aproximei do lugar criando uma série de ações
corporais com objetos e projeções de imagens sobre a ruína". A proposta
de ações da artista retrata - através das projeções de imagens em
diapositivos e vídeos - espaços que foram construídos para acolher mas
que hoje são construções urbanas em decadência. Essa sobreposição de
imagens passou a ser denominada "Sobre ruínas".
O artista plástico Renato Heuser escolheu, no Bairro Centro, a
escadaria da Igreja das Dores para realizar o projeto "Lunares", que
será apresentado durante a lua cheia do mês de junho. A proposta
consiste na projeção em vídeo de uma seqüência de céus noturnos com
cenas em que a personagem principal é a lua cheia. Nessas cenas há uma
predominância do céu noturno seguem-se tomadas em que a lua em eclipse
corta o plano do quadro criando desenhos de linhas diagonais - em
declínio da direita para a esquerda, depois por um jogo de composição
nosso satélite torna-se dois, as cores alteram-se e a vemos verde,
rosa, sépia. A projeção sobre a escadaria, cria uma composição onde o
plano passa a ser recortado pelas linhas horizontais, a lua então no
céu tem o seu "duplo" passeando pelo chão subindo e descendo a escada.
Essas imagens serão repetidas em um looping de uma hora e meia.
Como
mandar o seu material para a pré-seleção do Canal Contemporâneo:
1 - Envie sua
divulgação para canal@canalcontemporaneo.art.br;
2 - Com 15 dias de
antecedência, mande as informações básicas;
3 - No assunto coloque
a data, nome do artista e local;
4 - No corpo do emeio
coloque as informações de serviço completas:
data, nome do evento, nome do artista, local, endereço, telefones,
horários e conexões;
5 - Inclua textos de
imprensa, currículo e crítico em arquivos anexos;
6 - 2 a 3 imagens em
jpg, em RGB, 200 dpis, com 500 pixels no menor
lado;
7 – Caso você ainda
não tenha as imagens e os textos, mande-nos uma
previsão de envio.
ATENÇÃO PARA O PRAZO
DE 15 DIAS PARA AS INFORMAÇÕES BÁSICAS!
O Canal Contemporâneo
trabalha para um público especializado e também é
formador de público. Não deixe de mandar textos de imprensa e críticos,
na íntegra, para que estes possam atingir um maior número de pessoas.