e-nformes

NESTA EDIÇÃO:
Derivas na Vermelho, São Paulo
Exposição de Verão na Silvia Cintra, Rio de Janeiro
Nelson Leirner na Chácara do Céu, Rio de Janeiro
Imaginário Periférico na Galeria do Poste, Niterói
CURSOS E TEXTOS
Cursos no Parque Lage, Rio de Janeiro
Minuta do Decreto do Sistema Nacional de Museus, Blog do Canal
CIRCUITO
Roberto Matta no MAM, Rio de Janeiro

 

Cris Bierrenbach

Derivas
Cris Bierrenbach, Fabiano Marques, Marcelo Cidade, Odires Mlázho, Rafael Assef, Roberta Dabdab e Rogério Canella

29 de janeiro, quinta-feira, 20h

Galeria Vermelho
Rua  Minas Gerais  350
Higienopolis   São Paulo
11-3257-2033
info@galeriavermelho.com.br
http://www.galeriavermelho.com.br
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 17h.
Exposição até 28 de fevereiro de 2004.

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Decreto Museus
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Departamento de Museus e Centros Culturais
 

Prezados colegas,
 
Uma das metas da Política Nacional de Museus é a criação, no Brasil, do Sistema Nacional de Museus, a exemplo de outros países, como Espanha e Portugal, e de alguns estados brasileiros, como Rio Grande do Sul e Pará. Esse sistema é de fundamental importância para a gestão e a articulação dos nossos museus e será um marco na atuação do Estado em prol da preservação e valorização dos nosso patrimônio musealizado. É premente que o poder público e a sociedade civil se articulem, de uma forma sistematizada, a fim de criar o aporte necessário para o desenvolvimento dos museus brasileiros.
 
Desta forma, encaminhamos em anexo, para apreciação de todos, a minuta de decreto que cria o Sistema Nacional de Museus. Como um dos objetivos do Departamento de Museus e Centros Culturais é sempre manter um diálogo aberto com a comunidade museológica no país, queremos saber a opinião dos possíveis interessados antes que o Decreto seja assinado. Assim, as observações, sugestões e contribuições sobre a minuta do decreto em anexo devem ser encaminhadas por meio do correio eletrônico demu@iphan.gov.br, até o dia 15 de fevereiro, para que possamos avaliá-las e incorporá-las ao texto.
 
Após a apreciação de todas as sugestões, o texto final da minuta será remetido à Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura e posteriormente à Casa Civil. A previsão é que   o Decreto  seja assinado   no dia 18 de maio, em solenidade específica, como parte das comemorações do Dia Internacional de Museus.
 
Saudações culturais.
José do Nascimento Júnior
Diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Ministério da Cultura

Leia e comente a minuta no Blog do Canal:
http://www.canalcontemporaneo.art.br/blog/archives/000031.html

Este material foi enviado por Departamento de Museus <demu@iphan.gov.br>.
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CIRCUITO
IV Bienal Mercosul - itinerância
Roberto Matta

16 de janeiro a 29 de fevereiro de 2004

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique 85
Parque do Flamengo – Rio de Janeiro
21-2240-4944
http://www.mamrio.org.br
Terça a sexta, das 12h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h. R$ 5 e R$ 2 (estudantes, maiores de 65 anos e crianças em grupos com mais de cinco). Aos domingos, ingresso família a R$ 5.

Este material foi enviado por Diana Aragão <daragao@rionet.com.br>.
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TEXTOS DO E-NFORME:

Derivas na Vermelho, São Paulo


A exposição “Derivas” surgiu após uma série de discussões que propunham a reflexão do espaço urbano da cidade de São Paulo a partir da leitura de alguns textos propostos pelos curadores, de autores como Walter Benjamin, Paul Virilio, Marc Augé e Ítalo Calvino, entre outros.

Temas como a invisibilidade da cidade pelo excesso de signos, seus fluxos, deslocamentos e velocidade dos vetores que interligam o tecido urbano, a impossibilidade da apreensão e compreensão do todo que determina necessariamente que cada indivíduo crie uma cidade imaginária dentro da cidade real, foram questões abordadas que resultaram em fotografias, vídeos, esculturas e obras híbridas.

A curadoria, portanto, se deu de forma inversa ao que comumente acontece nas exposições de arte, quando os curadores definem um tema e o conceito da mostra e a partir daí selecionam um determinado número de obras que amarrem essa proposta. A opção de "Derivas" foi a de gerar um estímulo nos artistas para que eles criassem a partir da discussão gerada no grupo e da vivência de cada um na cidade.

A exposição mostra como são múltiplas as possibilidades de mapeamento da cidade a partir de algumas referências, e como são transitórios os marcos e símbolos que referenciam os espaços na cidade.

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Exposição de Verão na Silvia Cintra Galeria de Arte.

Exposição de Verão é uma coletiva que irá acontecer todos os anos, nesta época, e que reúne novíssimos nomes da arte contemporânea brasileira. Para esta primeira edição, a galeria selecionou artistas cuja trajetória já estava sendo consenso entre os críticos, curadores e salões de arte. Fazem parte desta seleção: Cinthia Marcelle, Laércio Redondo, Maria Klabin, Matheus Rocha Pitta, Paulagabriela e Thiago Rocha Pitta.

A artista mineira Cinthia Marcelle, 29 anos, selecionada pelo programa Rumos Itaú Cultural e uma das ganhadoras da Bolsa Pampulha, mostra o trabalho “Monumento”, que surgiu nas dunas de uma pequena cidade no Chile. Ao escavar um monte de areia, Cinthia descobriu pedras e fez com elas um desenho. O registro dessa ação é apresentado em duas fotografias.
Laércio Redondo, 36 anos, um artista paranaense que reside atualmente em Estocolmo, também participou do Rumos do Itaú Cultural e fez parte da Mostra Rio Arte Contemporânea. Recentemente mostrou seus trabalhos na Bienal do Mercosul. Para esta exposição, a galeria selecionou o trabalho “Letters to my father” , onde Laércio borda num lençol branco pequenos fragmentos de frases que tratam de deslocamento e memória.

Os irmãos gêmeos mineiros, Matheus e Thiago Rocha Pitta, 23 anos, são os mais jovens da seleção. Matheus  fez parte da exposição “Uma geração em trânsito”  que revelou jovens talentos e também é um dos bolsistas do Museu da Pampulha de BH. Na Exposição de Verão irá mostrar o trabalho “Lance de dados nº 11”, onde as paredes e o teto de um hospital abandonado fotografados por ele, formam as faces de um dado. Já Thiago irá mostrar “Homenagem a Willian Turner”, registro fotográfico do vídeo onde o artista realiza a experiência de fundir água e fogo queimando um barco que está à deriva no mar.

Paula Boechat e Gabriela Moraes, ou Paulagabriela, como são conhecidas, exploram diversas linguagens como performance, fotografia, pintura e instalação. As duas artistas que desde 1998 desenvolvem este trabalho simbiótico irão mostrar dois trabalhos. Uma série de fotos feita nos jardins do Musée Cognac em Paris, onde as artistas aparecem dentro de bolas de acrílico, confundindo o olhar  do espectador, já que em algumas bolas estão elas mesmas e em outras moldes perfeitos de seus corpos. O outro trabalho apresentado por elas é a instalação-pintura “Universo Tubopictoescultórico”, onde elas vão tridimencionalizar suas pinturas usando tubos e o próprio corpo. A performance vai ser realizada no novo espaço adquirido pela galeria, que no dia seguinte entra em obras, e só vai acontecer no dia da inauguração da exposição para convidados.

Maria Klabin, 25 anos, está iniciando agora sua carreira no Brasil. Recém chegada de Londres, onde participou de diversas exposições e concluiu o mestrado em artes plásticas, Maria preparou para a mostra uma instalação de fotos. Em todas as fotos, a artista faz interferências, seja de pintura, escultura e às vezes somente de luz em imagens de objetos mundanos, numa tentativa de radicalizar e provocar o seu potencial poético. Além das fotos, Maria mostra também “Letterbox Lightb” um backlight de uma típica caixa de correio inglesa que acende e apaga a cada dez segundos, fazendo o espectador duvidar daquilo que está vendo.

O projeto Exposição de Verão está sendo organizado por Juliana Cintra e tem como principal intuito atender ao público de jovens colecionadores da galeria e expandir seu acervo com artistas em início de uma carreira certamente promissora, dando suporte para a sua produção e entrada no mercado de arte.

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Nelson Leirner, Amigos da Gravura 2003/2004

O trabalho Variações reúne mais de 50 obras, feitas uma a uma, a partir de colagem de stickers, adesivos de personagens do mundo infantil e de desenhos animados, comprados em camelôs. As obras têm 62cm x 40cm, cada, e, em comum, o conceito e a técnica utilizada. Nas peças criadas por Leirner para esta exposição, Patos Donalds, Mickeys, Meninas Superpoderosas, Pius-Pius, Smiles e muitos outros personagens do universo infantil perdem a identidade à medida que são sobrepostos, formando colagens que propõem uma relação da arte com o universo popular –  os stickers, o mundo da TV.

Em outra sala do Museu Chácara do Céu, o artista mostra a instalação “Olho no olho”, criada para uma exposição em homenagem ao Bispo do Rosário e realizada anteriormente em São Paulo. São 36 desenhos de olhos fechados e abertos, pintados em acrílico, e presos ao chão por finas hastes de alumínio. Para entrar no espaço é necessário circular entre elas.

O projeto Amigos da Gravura, realizado há 11 anos, tem como proposta convidar artistas que trabalhem habitualmente ou não com gravuras.

“Não sou um gravurista. Não me interessa mandar um técnico reproduzir o trabalho. Prefiro o desafio. Compor com os mesmos elementos peças únicas, propondo uma espécie de jogo entre elas. Este trabalho (“Variações”) tem um resgate da infância, do tempo em que usávamos decalques nas aulas de geografia, história, botânica. Traz também um pouco do fascínio que sempre tive pelos camelôs. Na minha adolescência era capaz de passar horas vidrado na habilidade deles, nos gestos, assistindo a suas atuações. Aquela coisa da moeda dourada que passava um líquido e ficava prateada. Eles são verdadeiros performers que utilizam a voz para atrair o público”, define o artista.

Nelson Leirner ressalta, ainda: “Na época em que era pequeno, em São Paulo, havia aqueles ônibus que iam percorrendo as cidades como verdadeiros museus sobre cobras, doenças como gonorréia e sífilis. No fundo aquilo já era uma cultura de massa e a gente ficava fascinada pela foto, pela cor. Mais tarde, nos Estados Unidos, eu vivia pela Broadway, encantado com os cartazes de homens que faziam rodelas de fumaça. Minha vida teve muito disso. Era nestes lugares que eu estava e não em museus, onde a arte estava presente. Minha relação com a arte só começou quando eu tinha uns 20, 22 anos, na minha volta ao Brasil. Acabei transpondo este universo do espetáculo para o meu trabalho. Esta atração que sempre senti por ele flui no meu trabalho”.

O curador e crítico de arte Agnaldo Farias, destaca no texto do catálogo que: “Nelson Leiner ironiza as certezas a partir da própria arte. Para começar não cria, se apropria. Suas gravuras, que de longe assemelham-se a pinturas abstratas, de perto desfazem-se em uma barafunda de imagens. São e não são gravuras. Cada uma delas é a colagem de uma miríade de clichês produzidos pela indústria cultural e pela alta tecnologia. Um produto do singular sincretismo do nosso tempo, acessível no mercado informal, passível de ser fabricado por gestos práticos e rápidos ao mesmo tempo em que se faz uma outra coisa".

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Grupo Imaginário Periférico na comemoração dos seis anos da Galeria do Poste.

O grupo Imaginário Periférico foi convidado pela Galeria do Poste, em Niterói, para fazer a exposição que marcará os seis anos de existência de um dos mais prestigiados espaços de exibição de arte contemporânea do Estado do Rio. Sessenta e cinco artistas ligados às àreas da periferia do Estado do Rio participarão da mostra.

O Imaginário Periférico nasceu com a proposta de mostrar que a arte não tem limites geográficos e existe produção artística de qualidade além dos grandes centros. O movimento buscar ampliar o enfoque da produção artística contemporânea, dando ênfase às propostas inovadoras, provenientes de localidades da periferia do Rio.

Originalmente formado por Deneir de Souza, Jorge Duarte, Julio Sekiguchi, Raimundo Rodrigues, Ronald Duarte e Roberto Tavares, hoje mais de 70 artistas integram o grupo. Todos moram, têm ateliês ou possuem ligações com lugares como Méier, Nova Iguaçu e Magé.

"Nosso objetivo não é apenas fazer exposições, mas, suscitar questionamentos. Queremos mostrar que as áreas periféricas são verdadeiros laboratórios de criatividade e espaços de reflexão sobre a contemporaneidade", afirma Raimundo Rodrigues.

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