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RJ/RS/SP Romano no Rés do Chão / Edilaine Cunha na Vermelho
ANO 3 N. 79 / 27 de junho de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Território Livre, A_mostra Grátis no Campus UFRJ da Praia Vermelha, Rio de Janeiro
Romano no Rés do Chão, Rio de Janeiro
Banheiros de Portas Abertas no Dama de Ferro, Rio de Janeiro
Laerte Ramos e Rogerio Degaki na Casa Triângulo, São Paulo
Edilaine Cunha na Vermelho, São Paulo
Inscrições X Festival do Minuto
Arte e Literatura, Renata Azevedo Requião fala no CEEE, Porto Alegre

Os desafios dos museus hoje no Trópico na Pinacoteca, São Paulo
A Politização da Arte por Fernando Oliva, Trópico


 



Ane Vilete

Território Livre

A_mostra Grátis

28 de junho, sábado, 20h

Campus UFRJ da Praia Vermelha
Urca   Rio de Janeiro
Preço: R$ 5
 
O Território Livre é um espaço de integração para os novos talentos que fazem parte da pluralidade que hoje compõe a cena artística e cultural do RJ.  


A_mostra Grátis, mostra de vídeos que acontece mensalmente no Espaço Cultural Sérgio Porto, com organização e curadoria da artista visual Daniela Mattos, participará do evento multimídia Território Livre, que agrupa música eletrônica, poesia, cine/vídeo e etc.
 

Vídeos apresentados pela A_mostra:
 
O Rei dos Copinhos – 4’22” – Hi8
Alex Hamburger
Rio de Janeiro - 1995
"El rey de los vasitos" es una video-performance donde el autor saca provecho de actitudes-no-programadas-como-arte!

Devir – 3’ – MiniDV
Daniela Mattos
Rio de Janeiro / São Paulo - 2002
 A sequência de fotos de um casal com os olhos vendados é o fio condutor de um diálogo corporal, realizado durante o processo de descoberta do outro.
 
08:00 s/ 6 horas – 8’ – Hi8
Izabela Pucú
Rio de Janeiro - 2003
Dois recortes de trajetos realizados às 6hs da manhã e 6hs da tarde, no tráfego do Rio de Janeiro.
 
É a questão – 11’ – VHS / Umatic
Ricardo Basbaum
Campinas / Rio de Janeiro – 1991
Uma logomarca na forma de um Olho é disseminada pelo campus da Universidade de Campinas, em 1987, através da utilização de diversos suportes. Depois de quinze dias a marca acaba por introduzir-se no movimentado cotidiano da Universidade, sendo inclusive apropriada por alunos e funcionários para a realização de novas intervenções.


PROGAMAÇÃO:

Artes plásticas & instalações
Círculo do Sol, Alda Gonçalves, Aline Luz, Adriam Moutinho Somma, Cadu Oliveira, Soraya Miranda, Ronaldo Cardoso, Felipe Siniescalchi, Nina Alexandrisky, Carlos Contente, Gustavo Speridião, Bruno Miguel, Daniel Belion, Guilherme Capilé, Fabiano Monotelha, Alexandre Tinoco, Isabela Sá Roriz, Fernando de La Roque, Antônio Leit.

Curtas
Romance Policial - Ines Cabral; Vulgo Sacopã - André Novaes e Pedro Urano; A.M.A. Ceará - Pedro Martins; Chorinho - Tatiana Vieira e Milaranha; Grafite/Marinho - Fernando Benévolo; Esconderijos do Tempo - Marcos França; Circuito Fechado - Gabriela Brites; Vira-Lata Jorjão; Fórum Social Mundial - Fabrício, André; Inversão de Valores - Fernando De La Roque; A Grande Virada Zé Tenório - Daniel Paiva.

Slides
Betta Santos, Rodrigo Calmanowitz, Matias Zibecchi, Marcio Isensee, Gerônimo de Morais, Julia e Joana Cseko, Filipe Braga.
 
Fotografia
Caroline Valansi, Leonardo Rangel, Ciro Magalhães, Marcos Burlamaqui

Anfiteatro
Dj Lince - chill out; Dj Ane - chill out; Rafa - rock psicodélico; HAPAX; Bonde Som - jazz instrumental; Orgânica db - drums and bass instrumental; Grupo Experimenta - música de câmara eletrônica; Dj Pimenta - trance psicodélico; Alex Hamburger - Performance; Carlos Lencinho - Performance; Amanda Diaz - Performance; Grupo Um - Performance; Ericsson Pires - Poesia; Júlio Brechó - Poesia; Gabriela Góis - Performance com tecido e flauta.
 
Palco livre
Harmonia Enlouquece, Soldados do Q, Chinelo de Couro Cru e os Cruzados de Canhota, Jhonny Maquei and Sales Band, Alien Cookie Box, Radio 7, Pele de Couro, Fábio Maracutaia, Pangea, El Tosh, Escola de Livre Expansão do Pensamento, Companhia de Surto Mambembeioiô, Companhia de Teatro Novo Ato, Paula Preiss - performance, Marcela Maria - performance, Marinho - Poesia, Luiza Paes e Rita Aquiro - Dança, Leandro Salguerinho - Poesia, Guilherme Zarvos - Poesia, Nildes de Freitas - Poesia, Tarso Augusto - Poesia, Laurent Gabriel - Poesia, Daniel (Tá na Rua) - Poesia.
 
Sala de comunicação
Projeto Arca do Novo Tempo, Charges, O Escracho do Regaço, O Tempo, O Pasquim, Zines, Sebo Ambulante, Luta Anti-Manicomial, Projeto Seja Útil, Escritores, Tv Universitária, Sarau Livre, Abril Loucuras.

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Romano
Participação: Alexandre Vogler, André Amaral, Arthur Leandro, Edson Barrus, Ronald Duarte, Grupo Urucum, Felipe Barbosa, Rosana Ricalde, Kurt Schwitters, Marcel Duchamp, John Cage e outros

28 de junho, sábado, 17h

Espaço Experimental Rés do Chão
Rua do Lavradio 106  302
Centro
  Rio de Janeiro
21-2531-8973

Transmitindo ao vivo da Rádio Madame Satã FM  92,1 mhz (área de abrangência do Lgo. do Machado à Pça. XV).

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Banheiros de Portas Abertas
Alex Hamburguer, Evany Cardoso, Isadora Bonder, João Magalhães, Lia do Rio, Lígia Teixeira, Paula Gaitan e Suzana Queiroga

29 de junho, domingo, das 17h às 24h

Espaço Dama de Ferro
Rua Vinícius de Moraes  288
Ipanema   Rio de Janeiro
21-2247-2330
Única apresentação
Coordenação e curadoria: Chica Granchi.

É pela quarta vêz que os banheiros do Espaço Dama de Ferro abrem suas portas para receberem as instalações de artistas plásticos contemporâneos.

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Laerte Ramos
Rogerio Degaki


28 de junho, sábado, das 12h às 18h

Galeria Casa Triângulo
Rua Bento Freitas  33
São Paulo
11-3331-5910
casatria@uol.com.br
http://www.casatriangulo.com
Terça a sábado, das 11h às 19h.
Exposição até 24 de julho de 2003.
Preços das obras: de R$ 600 a R$ 6 mil.

Galeria Casa Triângulo apresenta a mostra individual de Laerte Ramos, com xilogravuras, serigrafias, pinturas e objetos e o projeto de Rogerio Degaki, com esculturas em aço, papel e pintura automotiva.

Laerte Ramos, paulistano, 25 anos, apresenta em sua primeira individual na Galeria Casa Triângulo, sua mais recente produção em xilogravura, serigrafia, pintura e objeto. As obras caminham entre paisagens e objetos urbanos, desprendidos de suas características reais, apresentando experiências mutadoras e lúdicas. Na série de trabalhos em serigrafia, o artista contrapõe o zoneamento da cidade de São Paulo em 19 pequenas zonas impressas em tijolinhos de madeira.

O conceito de memorabília ganhou espaço nos anos 90 para designar as miniaturas de personagens de H.Q, mangás, animes ou filmes. Esses objetos colecionáveis fazem parte de uma mitologia contemporânea vista nas mídias atuais. Ao criar esses personagens Rogério Degaki estabelece um diálogo com a escultura, subvertendo e desenvolvendo plasticamente algumas características como: proporção, homogeneidade do material, eixo e contraposto, postura heróica, olhos vazados, etc.

Laerte Ramos apresenta 19 edições com impressão serigráfica sobre madeira, 4 séries de xilogravura sobre papel, 6 pinturas em tinta tipográfica sobre tela e 1 objeto. Rogério Degaki apresenta 3 esculturas em aço, papel e pintura automotiva.

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Performance
Edilaine Cunha
Bolha

28 de junho, sábado, 11h

Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais 350
São Paulo
11-3257-2033
info@galeriavermelho.com.br
http://www.galeriavermelho.com.br

Programação:
5 de julho, 16h: Interferência, de Edilaine Cunha, Gisela Motta, Leandro Lima e Maurício Ianês
19 de julho, 16h: Maurício Ianês

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X Festival do Minuto

Inscrições até 20 de setembro de 2003

http://www.uol.com.br/minuto

Mãe é o tema da décima edição do Festival do Minuto

a. você adora sua mãe.
b. você odeia sua mãe.
c. todas as anteriores.
d. nenhuma das anteriores

o Festival do Minuto convida a fazer um vídeo com até um minuto de duração. o tema é do festival é: "MÃE".

São três categorias:
a. vídeos com até 10 segundos
b. Vídeos com até 30 segundos
c. Vídeos com até 60 segundos.

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Ciclo de Palestras
Arte e Literatura: Literatura Contemporânea e Artes Visuais
Estesias
Renata Azevedo Requião

28 de junho, sábado, das 9h às 12h

Centro Cultural  Erico Verissimo - CEEE
Auditório Barbosa Lessa
Rua dos Andradas 1223
Centro   Porto Alegre
Inscrições:
Loja do MARGS
Praça da Alfândega  s/nº
Centro   Porto Alegre
Valor: R$ 40 (estudantes têm desconto de 50%).


A Fundação Iberê Camargo promove, entre os dias 24 de maio e 2 de agosto de 2003, o ciclo de palestras Arte e Literatura: Literatura Contemporânea e Artes Visuais.
 
Com curadoria do escritor, ensaísta e tradutor Donaldo Schüler, o evento irá reunir em Porto Alegre nomes de peso da teoria e da prática literária e artística.

Renata Azevedo Requião
Secretária de Cultura do Município de Pelotas, professora de Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Doutora em Literatura Comparada.


Programação:
12 de julho – Sérgio Medeiros – John Cage: Notas, Palavras e Imagens
19 de julho – Daliana Mirapalhete – A Arte e a Imagem em Osman Lins
26 de julho – Affonso Romano de Sant’Anna – Aporias da Arte Contemporânea
2 de agosto – Donaldo Schüler – Artes Visuais e Literatura, de Homero a Joyce

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Trópico na Pinacoteca
Os desafios dos museus hoje
Moacir dos Anjos, diretor do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães de Recife, e Carlos Martins, consultor da Fundação Estudar para a "Coleção Brasiliana". A mediação do debate será feita pelo museólogo Marcelo Mattos Araujo, diretor da Pinacoteca do Estado.

Pinacoteca do Estado
Praça da Luz  2
São Paulo
11-229-9844
http:/www.uol.com.br/tropico

Neste encontro, os palestrantes deverão apresentar alguns problemas teóricos e práticos que se colocam para uma política museológica afinada com os rumos da arte contemporânea: Qual o sentido da preservação nos processos culturais e artísticos contemporâneos? Como superar o paradigma do colecionismo tradicional e pensar em novas estruturas baseadas em parcerias institucionais? Quais seriam os modelos organizativos mais adequados para os museus de arte em uma realidade dominada pelo modelo neoliberal?

O Projeto é resultado de uma parceria entre a Pinacoteca do Estado e a Revista eletrônica Trópico, do UOL, que tem por objetivo promover debates mensais sobre temas da atualidade cultural brasileira e internacional, sempre no último sábado de cada mês, às 16h00, no auditório do Museu, com entrada gratuita. Um resumo do encontro será editado na revista Trópico após sua realização. O endereço da Trópico é www.uol.com.br/tropico.

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Trópico na Pinacoteca: A Politização da Arte

11 de Setembro polariza debate entre José Arthur Giannotti e Laymert Garcia dos Santos


FERNANDO OLIVA

Quase 70 anos após o diagnóstico de Walter Benjamim sobre a estetização da política praticada pelo fascismo e a resposta socialista, o projeto "Trópico na Pinacoteca" realizou no último dia 29 de março um debate sobre a difícil relação entre arte e política. Participaram da discussão José Arthur Giannotti, professor emérito do Departamento de Filosofia da USP e ex-presidente do Cebrap, e Laymert Garcia dos Santos, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e membro do Centro de Estudos do Direito da Cidadania da USP.

Com mediação de Esther Hamburger, editora da revista eletrônica Trópico, o debate deu início ao segundo ano da série de encontros interdisciplinares que ocorrem regularmente no último sábado de cada mês no auditório do museu em São Paulo.

A proposta era discutir como a arte contemporânea vem retomando estratégias da "arte engajada" e, diante da atual situação internacional, problematizar essa retomada no Brasil. O tema incluía a verificação do declínio da autonomia da arte, minada por uma crescente politização de sua mensagem. Ambos os palestrantes ultrapassaram esses limites teóricos.

A polêmica posição do músico alemão Stockhausen sobre o 11 de Setembro, que Laymert utilizou em sua fala, polarizou o debate, dividindo opiniões tanto na mesa quanto na platéia.

"O que aconteceu lá, e agora todos vocês têm de reajustar seus cérebros, é a maior obra de arte que já existiu", afirmou Stockhausen logo após o ataque às torres do World Trade Center. "O fato de que espíritos consigam, em um único ato, algo que não poderíamos sonhar na música, e o fato de que aquelas pessoas tenham ensaiado um concerto durante 10 anos, ensaiado como loucos, de um modo totalmente fanático, e então tenham morrido, é a maior obra de arte de todo o cosmos. Apenas imagine o que acontece lá. Eles estão completamente concentrados numa performance, e daí cinco mil pessoas são levadas à ressurreição em um único momento. Eu não poderia ter feito isso. Nós compositores somos nada comparados a isso."

O professor Laymert lembrou ainda a pergunta que um jornalista dirigiu ao músico alemão, indagando se para ele a arte era igual ao crime, o que levou Stockhausen a concluir: "É um crime, porque as pessoas concernidas não haviam expressado a sua concordância. É óbvio que elas não vieram para o ‘concerto’. Ninguém lhes disse que elas podiam morrer. O que aconteceu lá espiritualmente foi esse salto para fora da segurança, para fora da auto-evidência, para fora da vida, que às vezes ocorre pouco a pouco na arte, caso contrário a arte não é nada".

A declaração de Stockhausen, de acordo com Laymert, expressaria "a desmedida dessa obra de arte absoluta": "É que os terroristas ousaram o inadmissível: reivindicar uma parcela do monopólio da violência, e devolvê-la de modo também totalitário, levando a morte ao centro do sistema e quebrando sua aura de invulnerabilidade e de superioridade infinita".

Levando a questão para o plano da arte, o professor lembrou que, atualmente, "é possível encontrar entre curadores quem invoque as noções deleuzianas de máquinas de guerra e de aparelhos de captura, para designar as relações de conflito entre uma arte pública subversiva e as instituições socioeconômicas, políticas e culturais que desejam domesticá-la". "Mas o que seriam essas insurreições artísticas diante da verdadeira máquina de guerra nômade armada contra um Estado imperial, que contabiliza centenas de intervenções militares para ordenar territórios estrangeiros?", polemizou Laymert.


LEIA A CONTINUAÇÃO na seção Em Obras da Revista Trópico (para usuários UOL)
http://www.uol.com.br/tropico/emobras_6_1623_1.shl

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