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DF/RJ/SP HOJE Vídeo-Instalação na Alemanha: 1963-1990 no Paço das Artes / FotoRio, Ciclo de Mesas Redondas na UCAM
ANO 3 N. 74 / 16 de junho de 2003




NESTA EDIÇÃO:
ArteFoto no CCBB, Brasília
Vídeo-Instalação na Alemanha: 1963-1990 no Paço das Artes, São Paulo  HOJE
Sofia Panzarini na Mônica Filgueiras, São Paulo
João Modé com o Projeto Rede no SESC Madureira, Rio de Janeiro
Daniel Feingold e Luciano Mariussi no Sérgio Porto, Rio de Janeiro
A_mostra Grátis no Sérgio Porto, Rio de Janeiro
FotoRio, Ciclo de Mesas Redondas na UCAM, Rio de Janeiro  
HOJE
Palestra de Marek Barterlik na EBA, Rio de Janeiro
Mesa sobre Artemídia na Alemanha e Ambientes imersivos e interativos no Goethe, São Paulo

Democratização das Leis de Financiamento da Cultura, http://www.cultura.gov.br

 



Enigma 4, Regina Silveira

Foto Arte 2003

ArteFoto
Adriana Varejão, Alair Gomes, Alex Fleming, Ana Vitória Mussi, Anna Bella Geiger, Antonio Dias, Antonio Manuel, Arthur Omar, Artur Barrio, Athos Bulcão, Brígida Baltar, Bruno de Carvalho, Carlos Vergara, Carlos Zílio, Cássio Vasconcellos, Cezar Bartholomeu, Cláudia Andujar, Daisy Xavier, Dora Longo Bahia, Edgar de Souza, Eduardo Coimbra, Eliana Bordin, Enrica Bernardelli, Fernando Cocchiarale, Franz Manata, Frederico Dalton, Geraldo de Barros, Gustavo Rezende, Helio Oiticica, Iole de Freitas, Janaína Tshäpe, Lenora de Barros, Lívia Flores, Lúcia Koch, Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Zerbini, Marcelo Reginatto, Márcia Xavier, Marcos Chaves, Marepe, Maria Cristaldi, Maria do Carmo Secco, Mario Cravo Neto, Matheus Rocha Pitta, Mauro Restiffe, Michel Groissman, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Paulo Jares, Rafael Assef, Regina Silveira, Regina Vater, Rochelle Costi, Rosângela Rennó, Rubens Mano, Tunga, Vera Chaves Barcellos, Vicente de Mello, Vik Muniz e Waltercio Caldas.
Curadoria: Ligia Canongia

17 de junho a 3 de agosto de 2003

Centro Cultural Banco do Brasil
Setor de Clubes Esportivos Sul  trecho 2 lote 22
Brasília   61-310-7480
Terça a domingo, das 12h às 20h.

ArteFoto
O CCBB Brasília apresenta um painel de 50 anos de pesquisa sobre Fotografia e Arte no Brasil. São trabalhos de 61 artistas brasileiros renomados e emergentes que, de forma temporária ou permanente, escolheram a fotografia como suporte de expressão, transformando-a em matéria do trabalho. A mostra é gratuita e integra o projeto Foto Arte 2003. A exposição poderá ser visitada até o dia 03 de agosto.

ArteFoto chega a Brasília depois de uma temporada de muito sucesso no Rio de Janeiro, onde permaneceu, também no CCBB, de dezembro de 2002 a fevereiro deste ano. Sob curadoria de Ligia Canongia, a exposição oferece um panorama da enorme diversidade de linguagens que vêm explorando a fotografia como matéria de trabalho no Brasil, ao longo de mais de meio século. ArteFoto propicia também ao espectador a compreensão de que esta apropriação da fotografia como agente de expressão poética, do imaginário, do espírito, está enraizada na produção artística nacional. Trata-se de um fenômeno que se observa na arte brasileira desde a década de 1940, com experiências como as de Athos Bulcão e Geraldo de Barros, e até os dias atuais, com os trabalhos de Antonio Dias, Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto e Rosângela Rennó, dentre outros.

Segundo comenta a curadora Ligia Canongia, a partir da mostra pode-se perceber alguns conjuntos: “aqueles que tentam fazer da fotografia o instrumento que dá ‘realidade’ a situações oníricas; aqueles que captam o cotidiano e a vida mundana na velocidade fugaz de seus acontecimentos; os que trabalham tautologicamente, especulando sobre a própria operação fotográfica; os que constróem ‘teatros’ do absurdo, revelando aspectos dramáticos da vida humana; os que trabalham por montagens ou edições que apontam para a idéia de série, ritmo ou movimento; ou ainda aqueles que buscam a eternidade, o ‘congelamento’ fotográfico, como forma de perpetuar o instante visivo de seu imaginário”.

O gerente do Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, Marcelo Mendonça, explica a proposta da instituição com a realização da mostra: "É nosso objetivo contribuir para a inserção de Brasília no roteiro dos melhores eventos culturais, com uma programação diversificada e de alta qualidade. ArteFoto é uma exposição ao mesmo tempo histórica e surpreendente, que agora o público da capital federal terá a oportunidade de conhecer de perto". Mendonça destaca, ainda, o caráter educativo da exposição, que poderá ser visitada pelas escolas do DF, através do Programa Educativo realizado pelo CCBB.

A exposição

ArteFoto é uma exposição antológica sobre esta que é uma das principais questões da arte contemporânea: a relação entre Arte e Fotografia. Há pelo menos meio século, o Brasil vem produzindo obras de arte com uso recorrente da fotografia como matéria do trabalho, sem que nunca o assunto tivesse merecido um evento que congregasse a pesquisa e mostrasse ao público essa fatia importante da produção artística, entendida como um fenômeno moderno e contemporâneo. A partir desta constatação, a curadora Ligia Canongia concebeu ArteFoto, uma mostra com abrangência de 50 anos da pesquisa no Brasil, desde os pioneiros modernos até os artistas das novas gerações.

ArteFoto abrange três segmentos a partir de uma ordem cronológica: Pioneiros, Os Anos 1970 e Momento atual. Em Pioneiros estão os trabalhos realizados na décadas de 40 e 50, por Geraldo de Barros e Athos Bulcão, os primeiros a trabalhar com a fotografia como meio expressivo artístico, a partir de uma preocupação construtiva, no âmbito das relações formais e visuais, no caso de Barros (experiências com luzes, sombras, transparências, etc), ou onírica e mesmo surrealista, como em Athos Bulcão.

Os Anos 1970 apresentam obras que marcam o início da expansão da fotografia como expressão experimental, com maior liberdade de intervenções e suportes diversificados. São trabalhos de Hélio Oiticica, Waltercio Caldas, Antonio Dias, Iole de Freitas, Anna Bella Geiger, entre outros.

E, por fim, em Momento atual estão reunidos trabalhos de artistas como Arthur Omar, Marcos Chaves, Rubens Mano e Luiz Zerbini, entre vários outros. O segmento também apresenta aqueles que trabalham com luz (em projeções ou backlights), como Bruno de Carvalho, Adriana Varejão, Eduardo Coimbra e Dora Longo Bahia.

“Uma fotografia pode ser um registro, um documento, um retrato de família ou uma obra de arte”, explica Ligia Canongia. E conclui: “Quando é arte, a mecânica está totalmente dominada pelo espírito”.


FOTO ARTE: Brasília da capital da fotografia


Iniciativa inédita em Brasília, reunindo os principais espaços culturais da cidade em torno de um tema específico – fotografia e vídeo arte -, gerando um evento de grande alcance comunitário e social, com impacto em diversos segmentos.

A fotografia e o vídeo são hoje alguns dos principais meios de expressão artística, tendo superado, há muito tempo, a mera noção de registro ou documentário, aproximando cada vez mais arte e tecnologia. Diversos artistas brasileiros utilizam estas técnicas como meio de expressão, executando obras de grande qualidade, que vêm contribuindo para projetar a arte contemporânea brasileira internacionalmente. As principais instituições, museus e galerias do mundo vêm realizando exposições com curadoria focando obras de artistas que trabalham com fotografia e vídeo - além de incluí-las em seus acervos permanentes.

Com o FOTO ARTE, a cidade será transformada na verdadeira "capital da fotografia" durante um período de 60 dias.

Serão exibidas mostras de fotografias, mostras de vídeo, instalações.

Haverá, também, workshops, lançamento de livros, além de programas educativos desenvolvidos em algumas das instituições parceiras, beneficiando mais de 20 mil alunos, além de auxiliar na formação de professores, para os quais será desenvolvido um curso específico. O projeto educativo é centrado na noção de transversalidade, segundo a qual um mesmo assunto transpassa todos os campos de interesse e expressão humanos. No caso, a fotografia acaba tendo utilidade e aplicação nas diversas outras áreas da formação pedagógica.

Serão apresentadas obras de diversos artistas da cidade, dentre eles, Silvio Zamboni, Joaquim Paiva, Graça Seligman, Orlando Brito, Ricardo Borba, Grupo Ladrões de Alma, além de artistas brasileiros de destaque internacional, como Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica e Neville de Almeida, Arthur Omar, Vicente de Mello, Brígida Baltar, Luíza Simons e outros. O evento também contará com trabalhos de artistas internacionais como o peruano Martín Chambi, os franceses Eric Gaba e François Kollar, a inglesa Fay Goldwyn entre outros.

A idéia é tornar o FOTO ARTE uma iniciativa anual ou bianual reforçando o papel de Brasília como pólo irradiador de cultura, sobretudo de arte contemporânea que é o que tem em sintonia com seu próprio conceito e identidade.

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Vídeo-Instalação na Alemanha: 1963-1990
Anna Anders, Birgit Brenner, Claus Böhmler, Dieter Kiessling, Franziska Megert, Herbert Wentscher, Ingo Günther, Jean-François Guiton, Jeffrey Shaw, Klaus vom Bruch, Marcel Odenbach, Nam June Paik, Peiner Ruthenbach, Ulrike Rosenbach,  Wolf Kahlen, Wolf Vostell, Wolfgang Staehle
Curadoria: Wulf Herzogenrath

16 de junho, segunda-feira, 19h30

Paço das Artes
Av. da Universidade 1 - USP
São Paulo
11-3814-4832 / 3815-7904
pacoartes@hipernet.com.br
Terça a sexta, das 11h30h às 18h30; sábados e domingos, das 12h30h às 17h30.
Visitas monitoradas: 11-3814-4832 r. 15 e 21; educativo@pacodasartes.com.br
Exposição até 20 de julho de 2003.
Realização: Paço das Artes e Instituto Goethe

O Paço das Artes, da Secretaria de Estado da Cultura, e o Instituto Goethe inauguram a mostra Vídeo-Instalação na Alemanha: 1963-1990, com a presença de Jeffrey Shaw (Melbourne, 1944), fundador e diretor do Instituto para Mídia Visual, no Centro de Arte e Mídia de Karlsruhe – ZKM – na Alemanha.

Com curadoria de Wulf Herzogenrath, a mostra foi concebida para o IFA – Instituto de relações exteriores da Alemanha – em comemoração aos primeiros 30 anos de existência da videoarte, buscando uma aproximação do fenômeno internacional que é o vídeo, a partir de uma perspectiva regional.

Herzogenrath convidou 17 artistas que vivem e/ou trabalham na Alemanha. Mestres, como Nam June Paik – que leciona na Academia de Düsseldorf – e Wolf Vostell, integram a exposição ao lado de representantes da mais nova geração de artistas, que cresceram com a televisão, como Anna Anders e Birgit Brenner e, ainda, Jeffrey Shaw, Claus Böhmler, Klaus vom Bruch, Ingo Günther, Jean-François Guiton, Dieter Kiessling, Franziska Megert, Marcel Odenbach, Wolf Kahlen, Ulrike Rosenbach, Peiner Ruthenbach, Wolfgang Staehle e Herbert Wentscher.

As obras da exposição, desde video-esculturas e video-instalações a grafismos e desenhos, mostram que o vídeo é uma possibilidade de expressão artística exatamente como o pincel e a tinta, ou o martelo e o cinzel. Neste sentido, a exposição "Video-Instalação na Alemanha: 1963-1990" também se caracteriza pelo objetivo de "integrar o vídeo ao campo das artes visuais e não praticar uma cultura de gueto", como explica o curador Wulf Herzogenrath.

Integram a programação, ainda, a palestra "Artemídia na Alemanha a partir de 1990", com Jeffrey Shaw e a mesa-redonda "Ambientes Imersivos e Interativos", com Jeffrey Shaw, Marcelo Knörich Zuffo, Gilbertto Prado e Tânia Fraga e mediação de Arlindo Machado. Os eventos acontecem dia 17, terça-feira, às 17h e 19h30, respectivamente, no Instituto Goehte.

Jeffrey Shaw, além de fundador e diretor do Instituto para Mídia Visual, no Centro de Arte e Mídia de Karlsruhe – ZKM, é professor e co-diretor do Centro de Pesquisa em Cinema Interativo da Universidade Novo Vale do Sul, em Sidney, na Austrália. Na palestra Shaw vai discutir o desenvolvimento da artemídia na Alemanha, incluindo a obra dele mesmo e o papel do ZKM em Karlsruhe.

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Sofia Panzarini
Fragmentos

17 de junho, terça-feira, 19h

Galeria Mônica Filgueiras
Alameda Ministro Rocha Azevedo  927
Cerqueira César  São Paulo
11-3082-5292
Segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 14h.
Exposição até 19 de julho de 2003.
Preços: de R$ 1,2 mil a R$ 4 mil.


Sofia Panzarini discute com seu trabalho a falta de memória,o excesso de imagens,e o nosso mundo fragmentado e em deteriorização. Além dos trabalhos que estarão expostos na parte interna da galeria Mônica Filgueiras, a partir de 17 de junho, a artista está criando uma instalação na parede externa, com fotos impressas em vinil adesivo, que formam uma paisagem se construindo/deconstruindo da cidade, com foco nas casa e vilas da década de 40 do  bairro de Cerqueira César, onde a galeria funciona.

“Estas construções que estão para desaparecer vêm de encontro à discussão que proponho com o meu trabalho”, revela artista.

A exposição será acompanhada de uma intervenção  em todo o bairro de Lambe-Lambes.

“O foco desta intervenção é Cerqueira César  por ser um bairro onde boa parte da arquitetura está desaparecendo”, revela Sofia.

Uma prova disto é que boa parte das vilas que cercam a Galeria Mônica Filgueiras, na Alameda Ministro Rocha Azevedo, já estão com os dias contados e devem ser entregues aos compradores até a abertura da exposição.

Estarão envolvidos no trabalho de colocação dos Lambe-Lambes, além da artista, alunos de arquitetura da Escola da Cidade, outros artistas plásticos, e pessoas vinculadas ao meio de artes, que apóiam a discussão.

“Este processo aberto, sem controle absoluto do artista, é uma forte vertente da Arte Contemporânea, em que o artista funciona como um agenciador”, conclui a artista.

Os trabalhos de Sofia Panzarini podem ser vistos na exposição Curto Circuito, na Galeria Virgílio e na Casa Cor, no ambiente de Fernando Piva.
 

A cidade no espelho

RICARDO RESENDE


Em meus últimos textos tenho tido vontade de falar, como sempre de forma simples, o que enxergo e entendo por arte, mas também de minhas próprias emoções, de minhas relações interpessoais e até da vontade de interagir com os trabalhos plásticos que gosto e sobre os quais escrevo.

 Acredito que esse desejo faça parte do momento que estou vivendo. Um momento onde percebo o mundo em constante crise social, uma certa tristeza pairando no ar, especialmente para aqueles, que como eu, acreditam em utopias, na busca incessante da felicidade, mesmo que inatingível. Acho que essa percepção não é exclusividade minha, evidentemente, mas de todas as pessoas com mais sensibilidade, nesta era propalada como supermodernidade, em um mundo onde as mudanças parecem ocorrer aceleradamente, nem sempre da maneira ideal, desejável.

Deste modo, nesse texto, tratei de me “utilizar” da minha relação pessoal de longa data, com a artista. Escrevo, portanto, com emoção especial, sobre o trabalho de Sofia Panzarini. Conheço-a desde 1996, ano em que ela me ajudou no Serviço Educativo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, como estagiária.

 Atendemos com muita determinação e humor as visitas monitoradas, grupos de centenas de crianças e adultos, durante a mostra “Miró – Caminhos da expressão”. Desde essa experiência “árdua” em que perdíamos a voz de tanto falar para o público, uma relação de amizade se sobrepôs ao nosso contato profissional e social, feitos muitas vezes em ocasiões simultâneas, onde estivemos rodeados de nossas pessoas próximas mais queridas.

Aliás, um dos primeiros textos que escrevi foi justamente sobre o seu trabalho. À época, éramos ainda imaturos. Ela experimentando suas qualidades como pintora e eu ensaiando minhas primeiras reflexões sobre o universo das artes plásticas.

Naquele texto, falei sobre “portas” que percebia em suas telas na ocasião, carregadas de um colorido intenso e que permitiam a entrada de luz sobre as superfícies “chapadas” das pinturas. Eram  ambientes construídos pelas cores e vigorosas pinceladas, deixando transparecer simultaneamente seu olhar de arquiteta de formação.

Desde então, muito mudou em nossas vidas. E o trabalho de Sofia, evidentemente, também sofreu transformações.

Desde aquele primeiro texto, venho acompanhando tais mudanças e o rumo de sua obra, e é com prazer que percebo o seu desenvolvimento, sem, no entanto, haver perda de sua essência, suas qualidades poéticas.

Percebo hoje, não mais frestas que se entreabriam para espaços introspectivos e misteriosos. Lugares irreconhecíveis. Nessa sua nova produção, enxergo janelas que descortinam para um mundo reconhecível, de luminosidade suave, esmaecida, de “lugares antropológicos” carregados de histórias como bem os identificou o sociólogo francês Marc Augé, em seu livro “Não-lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade”, que tenho a mãos nesse momento. Os mistérios que essas novas imagens ainda guardam, estão no acinzentado de seus céus, da cidade retratada por Sofia.

São paisagens urbanas tristes na feiúra física de São Paulo, mas cheias de poesia em seus significados subjetivos. Imagens que recuperam da nossa memória a cidade e as histórias desses lugares ou não-lugares, na lógica contemporânea de ocupação imobiliária desenfreada, que ignora imensas áreas nos centros urbanos, condenando-as ao abandono. São ambientes humanos desolados, com aspecto de caos visual, uma cidade que nos acostumamos a ver de longe pela televisão e através de suas fissuras, nos vazios de suas construções vistos sempre com pressa, pelas janelas de nossos automóveis.

No entanto, parece não ser esse o enquadramento do olhar de Sofia para esses pedaços de história. É uma outra forma de enxergar mais intensa, que congela impiedosamente quadro a quadro, em fragmentos, essas tristes imagens de nossos campos visuais.

Parece ser essa a construção utilizada em seus trabalhos, uma série de janelas organizadas lado a lado, como se fossem parte de um quebra-cabeças ou um exercício de arquiteto acostumado a olhar a cidade por um outro viés, mais humanizado e crítico, que tenta reestruturar a paisagem cheia de cicatrizes deixadas pelo tempo.

São imagens simples, captadas duramente pela lente de uma máquina fotográfica, sem utilizar-se dos muitos recursos técnicos disponíveis nesses instrumentos. São visões críticas da artista enquadradas pelo obturador do equipamento, que poucos conseguem enxergar com os próprios olhos no dia a dia, ao longo de seu percurso por essa cidade.

A artista sai em busca dessas paisagens, como uma excursionista em uma selva cheia de perigos, colocando a própria vida em risco.

Foi, a propósito, em uma dessas incursões, quando ainda nos tempos de estudante de arquitetura, caminhando por esse centro desumanizado de São Paulo, que ela foi atacada e violentamente ferida, em uma tentativa de assalto, o que transforma sua proposta plástica ainda mais contundente, mais sincera. O trabalho após esse fato torna-se ainda mais real, deixando de apenas representar o feio da cidade, para se recompor como imagem bela na sua melancolia, as tensões sociais e visuais das ruas agora expostas nas paredes de uma galeria.

Como disse o crítico de arte francês Philippe Dangen (L”Art impossible, Paris: Editora Gasset, 2002), não se trata aqui da “… arte pela arte, que somente incomoda a ela mesma…”, essas imagens captadas adquirem força política ao expor a dureza do abandono e da desorganização de São Paulo, frutos do descaso das sociedades (a da classe dos governantes e a dos próprios cidadãos) que a enxergam apenas como uma massa cinzenta ou uma cenografia cheia dramaticidade com pessoas perambulando. Olhares entorpecidos que perderam a sensibilidade em meio a tantas ofertas visuais de placas de anúncio que convidam a visitar paraísos de consumo e lazer, como praias caribenhas paradisíacas, hotéis-casino-resort luxuosos, shopping centers com muito friso dourado, refrigerados e seguros, longe do “calor” daqueles apenas “não-lugares”.
 
Em um primeiro olhar rápido, as imagens esfaceladas e reorganizadas são aplicadas eletronicamente sobre tecido e parecem querer confundir o observador no espaço físico que se encontrava a artista quando as captou. Como na técnica do tromp l’oil, que engana o olhar de quem observa esse tipo de imagem, essa reconstrução quadro a quadro, lembra as que costumamos enxergar refletidas nos edifícios de paredes totalmente envidraçadas dos centros financeiros urbanos. É como se Sofia se reapropriar-se de imagens já prontas nessas fachadas oferecidas pela própria cidade, em ruas elegantes e valorizadas, cheias desses edifícios em que, uma outra São Paulo exibe a sua força econômica. Uma cidade invisível, às vezes ilusória, espelhada nessas paredes, distante da riqueza que a rodeia.

A imagem captada ou refletida nessas superfícies envidraçada imensas se fosse essa a lógica do trabalho, estariam a quilômetros de distância de suas realidades próprias. Mas o que parece, é que a artista, mesmo a contragosto dos usuários desses espaços privilegiados, coloca de frente essas imagens negadas ou esquecidas, que desarranjam essa pseudo-serenidade, vista nesses lugares.
 
O trabalho de Sofia Panzarini encaminha-se para uma arte livre e não servil, para a verdade e não para a mentira. Afirmo isso porque sou antes seu amigo e conheço, portanto, a sua sinceridade e, acima de tudo, a sua sensibilidade, exposta na delicadeza e suavidade do tecido translúcido para onde são transferidas, eletronicamente, por meio desses novos processos de reprodução da imagem, os seus registros fotográficos.

O resultado final dessa mistura de emoção e de técnica são imagens de aparência desbotada, que parecem trazer o passado para o presente, ou como se desejassem ainda, representar o processo de apagamento lento, pelo passar do tempo que sofrem na nossa memória, as tantas histórias vividas por cada um nesses “lugares antropológicos”, como os chamei antes.

São imagens fantasmagóricas congeladas desses não-lugares, realidades da supermodernidade do que teria sido parte de uma cidade.

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João Modé
Projeto Rede

17 a 22 de junho de 2003

SESC Madureira
Rua Ewbank da Câmara  90
Madureira  Rio de Janeiro
21-3350-9433

Rede é um projeto de arte diferente, interativo. Com diversos materiais, você, sua família e seus amigos são convidados a construir uma trama de linhas, palavras e afetos.

O Projeto Rede foi contemplado com a bolsa Uniarte/Faperj.

Itinerância das oficinas:
SESC Ramos –  6 a 15 de maio de 2003.
SESC Barra Mansa –  16 a 30 de maio de 2003.
SESC Petrópolis  – 3 a 15 de junho de 2003.

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Daniel Feingold
Luciano Mariussi

Curadoria: Ileana Pradilla

17 de junho, terça-feira, 20h

Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá  163
(entrada pela R. Visconde Silva)
Botafogo  Rio de Janeiro
21-2266-0896
Terça a domingo, das 12 às 21h.
Exposição até 27 de julho de 2003.

Daniel Feingold
Expõe, na galeria 2, quatro pinturas abstratas inéditas, de grandes formatos: a maior, de 240 x 600 cm, constituída por quatro telas de espessuras variadas, e a menor, de 180 x 300 cm, composta por três painéis, também de diferentes espessuras.

Os trabalhos deste conjunto são os maiores de sua produção até hoje e agora as “pinceladas” (ele usa frascos como os de ketchup em vez de pincel) têm mais corpo, são mais largas, mais visíveis. É também a primeira vez que Daniel trabalha com chassis de profundidades variadas.

O artista, que mora no eixo Rio-Nova York há 10 anos, trabalha com esmalte sintético, uma tinta industrial espessa de alta resistência, usada nas colunas das estações de metrô de Nova York. A variedade de tons é infinita, porque eles são preparados por computador, a partir de uma escolha inicial do pintor. Feingold optou por tons de azul, branco e o prata e mais uma cor. O prata (alumínio) funciona como falsa cor, que, ao expulsar da tela a luz, gera profundidade.

A partir de tramas de linhas coloridas que se entrelaçam, se alinham, se desalinham e da variação de espessura dos painéis, Feingold cria falsas pespectivas e efeitos relativizadores da profundidade. A malha é construída por um método “push and pull”, que empurra e puxa os planos de linhas para dentro e para fora. O resultado é uma “superfície multifacetada, fragmentada, caleidoscópica, sem indicação de princípio ou fim”, descreve o pintor.

Este trabalho opõe-se ao ilusionismo privilegiado pela pintura erudita. A repetição de intrincados padrões em total expansão pela superfície bidimensional o aproxima da teoria dos fractais. “Qualquer ínfimo fragmento da totalidade apresenta as mesmas características de fragmentos maiores e da pintura como um todo”, explica Daniel.

Devido à natureza expansiva e fractal da obra, a monumentalidade é quase uma exigência para atingir o impacto visual que o artista deseja.

O carioca Daniel Feingold, 48 anos, desenvolve essa pintura desde 1999, quando recebeu a Bolsa RIOARTE. No mesmo ano, realizou uma individual na Galeria de Arte Raquel Arnaud, em São Paulo, onde apresentou o trabalho pela primeira vez.

Em Nova York, mora e trabalha em Williamsburg, no Brooklyn, região que concentra aproximadamente seis mil artistas de várias partes do mundo. No Rio há um ano e meio, montou seu estúdio na rua Alice, em Laranjeiras.

O artista faz sua primeira individual em Nova York, em outubro, na Neuhoff Gallery. Ele começou a expor em 1991. Desde então, realizou 14 individuais no Rio, em São Paulo e Brasília e participou de 31 coletivas no Rio, em São Paulo, Brasília, Curitiba, Nova York, Vancouver e  Viena. Formado em arquitetura, Daniel ingressou nas artes plásticas no final dos anos 80, quando cursou pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. A partir daí, estudou com Ronaldo Britto, Paulo Venâncio Filho, Amílcar de Castro, entre outros. Em 1993, concluiu seu mestrado no Pratt Institute, Nova York.


Luciano Mariussi
o paranaense mostra, na galeria 1 do térreo, uma videoinstalação inédita composta por quatro projeções de pessoas em tamanho natural. Elas se dirigem ao público de forma agressiva, expulsando-o da sala, tratando o espaço como um lugar quase sagrado. As pessoas dizem frases como “Aqui não é o seu lugar”, “Você não vai entender nada aqui”, “É do tipo que vem à galeria de arte para impressionar alguém?”.

Neste trabalho, o artista de 29 anos explicita a relação conflitante entre público e obra de arte, característica da arte contemporânea. Luciano diz o contrário do que realmente deseja: “Este trabalho expulsa o visitante com muita vontade de que ele não fosse embora”. Em sua opinião, a maioria das tentativas de se aproximar a obra do público não funciona.

Luciano também questiona o conceito de sacralização dos museus e galerias, onde qualquer objeto adquire valor artístico. Esta concepção ganhou força com o pós-modernismo e a invenção do cubo branco e resultou em desvalorição e esvaziamento dos espaços de arte. “Quando o público visita um museu, aceita tudo como lhes é apresentado. Trabalhos bons e ruins acabam ficando no mesmo patamar”, avalia.

O artista utiliza vídeo e computador em sua produção desde 1998, quando cursou direção de cinema na Academia de Artes Cinematográficas, em Curitiba. Para o crítico Tadeu Chiarelli, Luciano revela “intimidade com o computador e falta de deslumbramento com o meio, que consegue usar com desenvoltura e liberdade crítica”.

Mestrando em Artes na Escola de Comunicação e Artes da USP, Luciano Mariussi é bacharelado em gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Sua obra integra as coleções do Museu da Gravura, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, ambos em Curitiba, e MAM-SP.

Em outubro, o artista faz individual no Paço das Artes, em São Paulo. Em 2000, fez exposições solo no MAM Higienópolis-SP e no MAC Curitiba. Seu currículo soma 16 participações em coletivas e salões em cidades do Brasil e dos EUA, entre eles a Mostra Rio Gravura, em 1999, o Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, em 2000, e o Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, Belo Horizonte e São Paulo, em 2002.

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A_mostra Grátis
Chang Chi Chai, Izabela Pucú, Luciano Mariussi, Lula Wanderley e Marcela Levi/Cláudia Garcia

17 de junho, terça-feira, 20h

Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá  163
(entrada pela R. Visconde Silva)
Botafogo  Rio de Janeiro
21-2266-0896

Programação:

3 x 0 – 5’ – manipulação digital – 2002
Lula Wanderley (RJ)
Projeção de vídeo de três famosas seqüências televisivas de célebres gols em Copas do Mundo (Pelé, em 1958, Maradona, em 1986, e Romário em 1994), de onde a bola foi removida, através de recursos de computação gráfica, acentuando o movimento corporal dos jogadores.  

Entrelinhas – 5’ – MiniDV/Hi8 – 2002
Chang Chi Chai (RJ)
Registro de uma intervenção urbana “quase invisível”, realizada no centro do Rio de Janeiro.
 
08:00 s/ 6 horas – 8’ – Hi8 – 2003
Izabela Pucú (RJ)
Dois recortes de trajetos realizados às 6hs da manhã e 6hs da tarde, no tráfego do Rio de Janeiro.

Uma mão precisa da outra para desgrudar a massa – 3’ – Hi8 – 2003
Marcela Levi/Cláudia Garcia (RJ)
INGREDIENTES: Mão, água, farinha, goma base, aromatizantes e vermelho 40. Contém  glúten.
MODO DE PREPARO: Misture tudo e bata bem. Finalizado o processo:  SIRVA-SE.

estética – 13’ – MiniDV – 2002
Luciano Mariussi (PR)
Vídeo gravado dentro de uma exposição de arte contemporânea em Curitiba. Num formato documental foram feitas perguntas ao público da exposição sobre os trabalhos expostos. A edição foi feita apenas com as respostas do público, eliminando assim o objeto da discussão: a arte.


A_mostra Grátis acontece mensalmente no Espaço Cultural Sérgio Porto, durante a inauguração das exposições, com organização da artista visual Daniela Mattos e realização do RIOARTE.

A_mostra, com aproximadamente uma hora de duração, reúne cinco vídeos por edição. A programação é exibida em três sessões, a partir das 20hs, ampliando a chance do espectador de acompanhar todos os vídeos.

Realizada na área externa do Espaço Cultural Sérgio Porto, A_mostra é assistida não só pelos convidados das inaugurações, mas também pelo público em geral, atraído pela exibição ao ar livre.

Seu objetivo é abrir espaço para artistas / cineastas / videomakers em diferentes níveis de trajetória, brasileiros e/ou estrangeiros.

Para enviar material para o A_mostra Grátis, entre em contato com Daniela Mattos:  danielamattos@hotmail.com

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FotoRio - Ciclo de Mesas Redondas
Foto e Arte Contemporânea
Participantes: Eduardo Brandão (Galeria Vermelho/SP), Denise Cathilina (Parque Lage) e Antônio Fatorelli (UFRJ)

16 de junho, segunda-feira, 19h

Universidade Cândido Mendes
Teatro João Teotônio
Rua da Assembléia 10 subsolo
Centro   Rio de Janeiro

Programação:
17 de junho: Fotografia e Informação
Participantes: Ana Maria Maud, Dante Gastaldoni e João Roberto Ripper

18 de junho : Fotografia: Bem Cultural de Primeira Necessidade
Participantes: Ismênia Martins (Arquivo Público do Estado), Paulo Sérgio Duarte, Pedro Vasquez

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Palestra
Dr. Marek Barterlik

17 de junho, terça-feira, 13h

Escola de Belas Artes – UFRJ
Av. Ipê  550
Prédio da Reitoria   Sala 702
Cidade Universitária   Rio de Janeiro
Organização: Prof. Guto Nóbrega
Apoio: Diretoria Adjunta de Intercâmbio Cultural – DAIC, Escola de Belas Artes - UFRJ


“The Truth in Contemporary American Painting is signed…”

Como um fênix  nascendo (repetidamente) das cinzas, a pintura parece estar bem viva, apesar dos repetidos anúncios de que ela  se encontra há muito tempo morta. Esta palestra explora o estado da pintura na América contemporânea. Partindo da famosa declaração de Jacques Derrida, ‘The Truth in Painting is signed Cézanne” (repetida após Cézanne), a palestra tem enfoca uma seleção de pinturas atualmente apresentadas em museus e galerias de New York, ao mesmo tempo que pergunta  “Who has defined The Truth in Painting in American art?”  Diante do o crescente interesse nas instalações, fotografias e multimídia arte, como tipos de arte apropriadas ao século 21, a pintura encontra um desafio: Como manter sua relevância enquanto meio que reflete nossa época? O palestrante se dirige às questões: Que forças mantêm a pintura viva hoje? Quais tipos de pinturas prevalecem em museus e galerias de New York? Que tipo de pintura é produzida atualmente nos Estados Unidos? Que tipo de pintura o observador americano favorece hoje?

Marek Bartelik
Historiador , crítico e teórico especializado em arte do século 20, com Ph.D. em História da Arte pelo CUNY Graduate Center, tendo estudado ainda na Columbia University em New York e na École des Beaux Arts em Paris.  Atualmente é professor de arte contemporânea na Cooper Union for the Advancement of Science and Art em New York e Yale University em New Haven, CT. Contribuidor regular da Artforum, além de publicar artigos na Art in América, Arts and antiques, Print, Bookfoorum e no CAA Art Journal.

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Palestra
Artemídia na Alemanha a partir de 1990
com Jeffrey Shaw.
Mesa-Redonda
Ambientes Imersivos e Interativos, com Jeffrey Shaw, Marcelo Knörich Zuffo, Gilbertto Prado e Tânia Fraga; mediação: Arlindo Machado.

17 de junho, terça-feira, às 17h e 19h30

Instituto Goethe
Rua Lisboa  974
Pinheiros   São Paulo
11-3088-4288 / 3814-4832


Democratização das Leis de Financiamento da Cultura
    
A partir desta segunda-feira, 16 de junho, até 12 de agosto, artistas, dirigentes, produtores e investidores culturais de todo o país discutem um novo modelo de financiamento da Cultura. É o Seminário Cultura para Todos, lançado no dia 12 de junho, em Brasília, pelo ministro Gilberto Gil.

"Será uma discussão de estímulo, de provocação, com um conjunto de questões que resumem as múltiplas questões feitas sobre a política cultural", afirma Gil.

Para o ministro, uma das principais dificuldades da cultura é "escassez dos recursos e a administração do recurso escasso". Ele também afirmou que o seminário será utilizado para evitar o "dirigismo cultural".

O objetivo é debater com a sociedade as Leis Rouanet e do Audiovisual. Os encontros, patrocinados pelo Banco do Brasil, acontecerão em oito capitais brasileiras: Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Belém e Salvador. O Ministério elaborou uma espécie de cartilha para facilitar o andamento dos trabalhos (Eixos Condutores das Discussões).

Na opinião do secretário-executivo, Juca Ferreira, "quando se pensar em financiamento cinematográfico é preciso pensar em todos os elos da cadeia". Segundo ele, a produção cinematográfica do Brasil aumentou. No entanto, mais da metade dessa produção não chegará ao público por falta de salas disponíveis para a exibição de filmes brasileiros. De acordo com o secretário, as discussões vão apontar um "um novo modelo de financiamento público da Cultura", para possibilitar uma Lei mais completa capaz de evitar casos como este.

Para a construção desse novo modelo, o Ministério também quer contar com números da Cultura. O assessor especial para a Economia da Cultura, Paulo Miguez, lembrou que o MinC foi o único órgão do Governo a não se filiar ao IBGE. Ele apontou a importância de se ter números para avaliar a cena cultural brasileira. "Por questões políticas o Ministério da Cultura não se filiou ao IBGE no governo passado", esclareceu Miguez. "É preciso saber, por exemplo, qual o público que freqüenta museus, a que horas e outros aspectos".

Ao final do seminário, todas as idéias, sugestões e opiniões serão compiladas em um único documento a ser encaminhado ao Congresso Nacional. Daí surgirá um novo modelo para Financiamento da Cultura.

Perguntado sobre a morosidade da aprovação das Leis no Congresso, Gil foi categórico: "Quando tiver que ser acionado, o Congresso será acionado". 

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NO ÚLTIMO E-NFORME - ANO 3 - N. 73 / 13 DE JUNHO DE 2003
Rosane Cantanhede na Vitrine Efêmera - DZ9, Rio de Janeiro
Forma/Suporte no MAC, Niterói
Visor – Arte Visual Viva no Parque das Ruínas, Rio de Janeiro
Iberê Camargo e Leonilson na Pinacoteca do Estado, São Paulo
50ª Bienal de Veneza, Itália
Art | 34 | Basel, Suíça
LANÇAMENTOS E ENCONTROS:
Concinnitas 4 e item. 6, e encontro com Christine Mello e Alex Hamburger na UERJ, Rio de Janeiro
Escola de Semiótica, e mesa com Bóris Schnaiderman e Jerusa Pires Ferreira na Livraria da Vila, São Paulo
Arte e Literatura, Maria Esther Maciel fala no CEEE, Porto Alegre
O encontro com a Cultura por Patricia Canetti


 
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