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DF/RJ/SP Leíla Franco na Maria Martins / Making of Instantâneos de Cristina Salgado no Canal Universitário
ANO 3 N. 72 / 10 de junho de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Caetano Dias e Wilson Piran no MAM, Rio de Janeiro
Leíla Franco na Maria Martins, Rio de Janeiro
Bernadete Amorim e Gisel Carriconde Azevedo na Casa de Cultura América Latina, Brasília
Eduardo Sued na Marília Razuk, São Paulo
José Roberto Shwafaty na corredorgaleria, São Paulo
Lisbeth Rebollo Gonçalves fala sobre Cenografias na exposição de arte no MAC-USP, São Paulo
Making of Instantâneos de Cristina Salgado no Canal Universitário, Rio de Janeiro
A ciência da liberdade no Alfabeto Visual, por Rubens Pileggi Sá
Leis estaduais podem estar com dias contados, por Fábio Cesnik


 



Campo Minado, 2003
, 600 cm x 225 cm alt, teclas de máquina de escrever, de Helena Trindade, e foto de Beto Felicio.
 
Afonso Tostes – Marcas
André Amaral – displace/this place – situação nº 2
Brígida Baltar – A coleta da umidade - desenhos e vitrolas
Chacal – Cândida
Chang Chi Chai
Denise Cathilina
Felipe Barbosa – Quintessência
Helena Trindade – Campo minado
Jarbas Lopes – Política
Mario Fraga
Suely Farhi – Riscos e Penas

Curadoria: Lauro Cavalcanti

12 de junho, quinta-feira, 18h30

Paço Imperial
Praça XV   48
Centro  Rio de Janeiro
21-2533-4407
Terça a domingo, das 12 às 18h.
Exposição até 27 de julho.
Em paralelo no Terreiro do Paço: Índia México. Vientos Paralelos- fotografias de Graciela Iturbide (México.), Raghu Rai (Índia) e Sebastião Salgado (Brasil).


Afonso Tostes
Marcas
Sala do Trono

O artista apresenta três pinturas e uma escultura. As telas, de grandes dimensões,  medem 200 x 340 cm e 300 x 400 cm. Segundo Tostes, elas buscam aproximar a fronteira desenho/pintura, com “imagens” que partem da projeção de uma linha no espaço pictórico.

Os repetidos desenhos riscados e apagados, no intuito de colocá-los em um lugar ideal, vão se acumulando. O rastro deixado por estas ações gera uma atmosfera densa, que quer ir além da superfície da tela. Quando a imagem finalmente se fixa, ela não está pousada sobre a tela; ao contráio, parece estar dentro do próprio tecido, como se fosse uma tatuagem. As figuras apenas se insinuam, dando margem ao espectador identificar imagens diversas.

A escultura de três metros de altura é feita com três toras de madeira descartada, que Afonso encontrou no interior do Paraná. Elas são montadas na vertical, uma apoiando a outra. O artista esculpe sinuosidades na madeira tosca e envelhecida, fazendo aparecer seu cerne.

Dia 25 de junho, Tostes inaugura individual de esculturas no Centro Cultural Maria Antônia | USP, São Paulo. Em outubro, ele participa de coletiva com Artur Barrio, Katie van Scherpenberg, Adriana Varejão, Manfredo de Souzanetto, no MAM-RJ. A mostra segue para Oslo, Noruega.

Afonso Tostes nasceu em Belo Horizonte, em 1965. Mora e trabalha no Rio desde 90. Estudou arte na Escola Guignard, em BH, e na EAV do Parque Lage, no Rio. A primeira individual foi em 95, no Palácio das Artes, em BH, seguida de outras sete no Rio e SP. Em 94, participou do Salão Nacional de Artes Plásticas e do Salão Carioca de Artes Plásticas em 94 e 96. Nos últimos 10 anos, integrou 12 coletivas e salões, em várias cidades brasileiras, em Lisboa e Bergen, Noruega.


André Amaral
displace/this place – situação nº 2
Sala do Dossel

O artista paulista, residente no Rio de Janeiro, “desenha” com fitas métricas, diretamente aplicadas sobre a parede, plantas baixas do Paço Imperial: de todos andares, do primeiro pavimento e da sala em que está expondo. Esta é sua primeira individual.

Além da reprodução das plantas baixas, André aplica fitas métricas sobre a interseção das paredes e o chão da própria sala de exposição, para reforçar sua escala e presença física, através da medição do espaço real, evidenciado pelas fitas.

A frase “VOCÊ ESTÁ AQUI” está plotada sobre no chão, contrapondo-se a outra frase “VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI”, colocada sobre a parede que reproduz em escala a sala onde o trabalho está instalado, istoé, o visitante não está na planta.

A instalação pretende discutir a relação entre a noção “esquemática” de espaço - as plantas - como forma de se obter uma visualização total do espaço, e a relação de escala, dada pela medição com as fitas, no espaço real - a sala.

O artista explica: “Invertendo os esquemas de localização dados pelas plantas, que indicam a presença do observador no local (VOCÊ NÃO ESTÁ AQUI, no desenho esquemático), pela indicação da presença na própria sala (VOCÊ ESTÁ AQUI, no local da instalação), revela-se o “deslocamento” (displace) do lugar (place), proposto pelo título do trabalho.”

Mestrando em Linguagens Visuais na UFRJ, André Amaral, 30 anos, é graduado em pintura pela EBA|UFRJ. Entre 1998 e 2000 lecionou desenho na UFRJ. Começou a expor em 1993. Desde então soma 16 coletivas no Rio, em Niterói, João Pessoa, São Paulo e Piracicaba, entre elas a Mostra RIOARTE Contemporânea, 2002, no MAM-RJ, e o Panorama da Arte Brasileira, 2001, no MAM-SP.


Brígida Baltar

A coleta da umidade - desenhos e vitrolas 2001|2003
Ante-sala Gomes Freire

A instalação de Brígida Baltar reúne desenhos - feitos diretamente sobre a parede - e ambiente sonorizado. Este trabalho é parte do projeto A coleta da umidade, que a artista desenvolve desde 1994, em que recolhe, em vidros especialmente preparados, a umidade invisível do ambiente sob a forma de neblina, orvalho e maresia.

Os desenhos, figurativos ou não, são inspirados nas ações de coletar e sugerem massas úmidas.

No chão da sala, duas vitrolas tocam um “disco de artista”, o vinil que Baltar fez a partir dos ruídos produzidos nas coletas – tilintar de vidros, pisar sobre folhas, sua respiração. Estes sons foram trabalhados digitalmente por Brígida, com auxílio do artista gráfico Phil e do DJ Dudu Candelot, para criar novos sons.

Brígida Baltar, carioca, 43 anos, iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage nos anos 80, quando participou de encontros com o Grupo Visorama. Seu currículo soma oito individuais no Rio, em SP, Brasília, Fortaleza, Cleveland, Chicago, Lisboa e 24 salões e coletivas em cidades do Brasil, dos EUA, da França, Alemanha e Suíça, entre os quais a Bienal Internacional de São Paulo de 2002, “Caminhos do Contemporâneo”, no Paço Imperial, e “Artefoto”, no CCBB-RJ, ambas em 2002. Recebeu a Bolsa RIOARTE em 1998 e participou do Programa Petrobras de Artes Visuais em 2001. Em 2003 fez individual no MAMAM-Recife, no Instituto Cultural Brasil-Colômbia, Bogotá, e participa da coletiva Artefoto, Centro Cultural Banco do Brasil-Brasília. Ainda este ano, faz individual na Laura Marsiaj Arte Contemporânea em outubro.


Chacal
Cândida
Sala Amarela

O trabalho do poeta carioca Chacal consiste em uma vitrola que toca o vinil do Bolero de Ravel. Sobre o disco, duas ‘bonecas” feitas de celofane dançam no movimento circular da vitrola, que tem paralelo na estrutura também circular do bolero. A sala está às escuras e um foco pontual de luz sobre as bailarinas cria sombras na parede.

Simultaneamente ao Bolero de Ravel, o poeta “entoa” seu poema “Cândida”, de 1981, com música de Carlos Henrique Resende de Brito.  Chacal explica que o dizer da poesia está entre o canto e a fala. Daí preferir o verbo ‘entoar’.

A primeira versão do trabalho surgiu em 1972, em uma noite de corte de energia elétrica.



Chang Chi Chai

Salas Princesas e  Luis de Vasconcelos

A artista chinesa, naturalizada brasileira desde 1986, ocupa duas salas com gravuras de 1994 e uma instalação composta por pinturas amarelas de 1999 a 2003. Ao confrontar estas linguagens, ela quer mostrar o desenvolvimento de um processo contínuo, interessado na busca de uma pintura (ou uma gravura) cuja camada pictórica já estaria contida desde sempre na superfície.

A cor, ao invés de uma substância depositada sobre a tela (ou o papel), surgiria quase como uma emanação provinda do interior do suporte. “A escolhida nos últimos trabalhos (amarelo) reforça com sua presença expansiva o desejo por uma pintura que irradie para além de seus limites físicos, não como uma entidade tátil, mas como uma espécie de imanência”, propõe a artista.

Chang Chi Chai é formada em Pintura e Mestre em Linguagens Visuais na EBA|UFRJ, e em gravura no Museu do Ingá. Em 2000, recebeu o prêmio “Interferências Urbanas” (RJ). No ano seguinte, realizou duas individuais no Espaço Cultural Sérgio Porto e na Galeria Lana Botelho, RJ, e participou de uma coletiva na China. Em 2002, integrou as coletivas “Interculturalidades”, no Centro de Arte UFF, e “Açúcar invertido”, 1ª Quarentena FUNARTE de Arte Contemporânea. Foi selecionada para salões e outras coletivas no Rio, em SP, Ribeirão Preto, no Paraná e Pará, entre eles o 12º Salão Nacional de Artes Plásticas, Prêmio La Jovem Estampa, Casa de Las Américas, Havana, Cuba, XIV Intergráfik90, Berlim, e "Ubiquitá-Inscatola", Casa  Degli Artist, Milão e Rio.



Denise Cathilina

Sala Gomes Freire (parte)

A artista ocupa a sala com fios de bordar, em tons de azul, trançados como uma grande teia de aranha ou um “crochezão”, como ela descreve.

Pendendo da trama, há monóculos de slide, alguns inacessíveis, outros, ao alcance do visitante. Neles o público vê nós e interseções, como detalhes do todo. A estes segmentos selecionados da trama, Cathilina atribui o caráter de “apreensão de uma lembrança, marcas de momentos de encontros”.

Denise Cathilina é professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e participou da Grande Orlândia, em abril deste ano, no Rio.


Felipe Barbosa
Quintessência
Sala Academia dos Seletos

O carioca Felipe Barbosa, 25 anos, faz sua segunda individual este ano no Rio de Janeiro. Quintessência reúne as instalações:

Sala de reunião  2002, com 12 cadeiras de escritório, cujos pés são soldados, criando um sólido geométrico de 220 x 220cm;

Abrigo transparente 2002: seis guarda-chuvas transparentes são unidos por pregadores de roupa. O resultado é uma grande esfera de 110 x 110 x 110cm, que deixa clara toda a estrutura que a compõe;

Homem-bomba 2002: um pequeno boneco construído com 600 bombinhas coladas umas nas outras, é colocado em um nicho na parede da sala de exposição, como se o objeto fosse um observador;

Geometria descritiva 2003”: três livros de geometria descritiva são encaixados um no outro, através de vetores perpendiculares entre si, criando os planos internos de um sólido geométrico (icosaedro) que é desenhado no espaço com um fio de prata.

Graduado em pintura pela EBA|UFRJ, Felipe é atualmente mestrando em Linguagens Visuais na mesma escola. Em 2001, ganhou uma bolsa-residência da Prefeitura de Madri. No ano seguinte, foi para a Cité Internationale des Arts, Paris, com bolsa-ateliê por sua participação no Rumos Visuais Itaú Cultural. Em dezembro de 2002, participou da I Bienal Ceará América. O artista expõe desde 2000. Esta é sua quinta individual. Seu currículo soma 32 participações em coletivas e salões em várias cidades brasileiras e em Madri e Paris.


Helena Trindade

Campo minado
Sala Gomes Freire (parte)

Em sua primeira individual no Rio de Janeiro, a artista mostra a mais recente configuração do projeto Campo minado, que desenvolve há dois anos. A instalação é uma espécie de "teia" que pende do teto, chega a 120 cm do chão e constrói um espaço interno que dá ao visitante a possibilidade de penetrar fisicamente o trabalho.

Tecida por 500 teclas e hastes de máquinas de escrever montadas em linhas, formando circunferências concêntricas, a obra propõe a participação do espectador. Deslocado do estado de contemplação, ele pode formular significados para o que está vendo.

A primeira versão de Campo minado aconteceu no galpão-ateliê coletivo da pós-graduação da EBA|UFRJ, a segunda no Espaço Cultural Sérgio Porto, a terceira na FUNARTE e a quarta na EBA, durante a defesa de sua  tese mestrado de Artes Visuais.

Durante seis anos, Helena Trindade fez cursos de desenho, pintura, escultura, teoria e aprofundamento na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 93 estudou na School of Visual Arts, Universidade de Nova York, e na Art Students League, NY. Essa experiência lhe dá trânsito nas diversas mídias, como desenho, objeto, instalação e, mais recentemente, fotografia. Por sua formação de arquiteta (FAU|UFRJ), a artista se sente confortável para trabalhar os espaços físicos independente de suas formas ou dimensões.

A artista começou a participar de exposições em 1994. Desde então soma 20 coletivas no Rio, em Niterói, São Paulo e Piracicaba. Esta é sua terceira individual, a primeira no Rio. As outras duas foram em Curitiba e no Centro Cultural São Paulo.


Jarbas Lopes
Política
Sala Mestre Valentim

O artista de 38 anos, nascido em Nova Iguaçu, RJ, formado em Escultura pela EBA|UFRJ, apresenta duas grandes instalações:

O debate, composta de seis 'painéis' de grandes dimensões, instalados na parede, de plástico trançado, de material reaproveitado de outdoors da campanha política, que o artista juntou durante e após as últimas eleições no Estado do Rio. As novas imagens que se formam, a partir de alguns rostos até conhecidos, não devem ser identificadas, como deseja Jarbas. As dimensões de cada trabalho vão de 250 x 250 cm a 350 x 400 cm.

Cosmético é uma espécie de “cortina” de 350 x 600 cm, pendurada em uma das paredes da sala. Feita de plástico preto na frente e azul atrás, a peça tem a palavra 'cosmético' escrita em branco. As demais paredes da galeria servem para o público escrever suas manifestações. O espaço conta com almofadões de plástico preto para o visitante sentar.

Suas "telas" são de tiras de plástico industrial trançadas ou grampeadas. O plástico já traz imagens impressas, as quais são reconstruídas pelo artista. Seu ponto de partida é a mecânica do precário, impregnada na sabedoria popular, com uso do conceito de 'economia pura'.

Jarbas Lopes foi premiado no Salão Nacional de 98 (prêmio-aquisição) e o vencedor do Salão Nacional de Artes de Belo Horizonte de 97. Foi no trabalho com escolas de samba, entre elas, Viradouro, Caprichosos de Pilares, Império Serrano, entre 1989 e 93, que o artista praticou a pintura. Em 13 anos de carreira, Jarbas fez nove individuais no Rio, SP e Valencia, Espanha, e 30 coletivas e salões, entre os quais o Projeto ABRA/Coca-Cola (prêmio-aquisição), Paço das Artes, SP, e do 25º Salão Nacional de Artes de BH, no Museu da Pampulha. Em 96, participou do projeto Antarctica Artes com a Folha (menção honrosa), Parque Ibirapuera, SP, do Projeto Macunaíma, Funarte, Salão Carioca de Arte, Bienal Internacional de Gravura em Orense, Espanha, Salão Nacional de Artes Plásticas (99), Panorama da Arte Brasileira (2001 e 2002).


Mario Fraga
Salas Marquês do Lavradio e José Alpoim

A exposição de Mario Fraga reúne 24 óleos sobre tela, de grandes formatos, datados de 1998-2003, dispostos em duas salas. Seu trabalho de rigor construtivo é voltado para questões fundamentais da pintura: a cor e o espaço.

A primeira série (1998-2000), de nove telas horizontais (130 x 210cm), prioriza a construção da forma e os contrastes acentuados; a segunda série (2001-2003) composta de 15 telas (180 x 130cm) tem ênfase na verticalidade, acentuando o despojamento formal e as relações cromáticas.

Na última individual, em 1991 no MAM-RJ, Mario apresentou, além de telas,  a pesquisa de pintura no interior de vidros laminados, que culminou na instalação permanente inaugurada em dezembro de 2002 na estação Anhangabaú do Metrô de São Paulo.

O carioca Mario Fraga é arquiteto, pós-graduado em Planejamento Urbano pelo Ministère des Affaires Étrangères, Paris. Em 2002, recebeu o prêmio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) pelo projeto do Atelier-Residência, no bairro do Itanhangá, Rio, em parceria com a arquiteta Carla Juaçaba. Mario já realizou 12 individuais no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte, Lisboa, Roma e Londres e participou de três coletivas no Rio e Curitiba.


Suely Farhi
Riscos e Penas
Sala Treze de Maio

A artista carioca usa pena metálica de nanquim e fios de linha preta para construir suas instalações nos ângulos da sala, no plano da parede ou em um plano criado pelo trajeto que o fio faz.

Em “Penas compressíveis”, duas canetas são comprimidas pelo espaço em que atuam para “riscarem”, simultaneamente, com a linha preta, um canto de parede. É como se os objetos se duplicassem. “Risco de passagem” mostra a trajetória de uma pena que atravessa a cabeça de uma agulha, fazendo passar através dela a linha. A imagem cria a dúvida para o espectador de como a caneta passou pela cabeça da agulha. Em “Riscos livres” a compressão das penas se faz através de linhas espaciais, libertas do suporte da arquitetura.

Suely identifica algumas influências nesta série:

“Como nos minimalistas, uso os objetos “já prontos” dispostos em ritmos espaciais (Rosalind Kraus); como em Fontana, lido com a espacialidade das linhas, e a questão topológica, no espaço da arte; como no Surrealismo de Magritte, trabalho o subconsciente transmitido pelo homem aos objetos comuns, do qual pretende revelar os mistérios latentes que os ligam ao homem, mesmo com uma vida autônoma, num intercâmbio ambíguo e simbiótico, numa série de analogias mentais e invocações.(Argan)” Formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU|UFRJ, Suely Farhi expõe desde 1988. Seu currículo soma seis individuais no Rio, Magé, Florianópolis e 44 participações em salões e coletivas no Rio, em Niterói, São Paulo, Florianópolis, Córdoba, Milão e Paris, entre os quais a Grande Orlândia, em 2003, a Mostra Rio Gravura, em 1999, e o Salão Carioca de Arte de 1996. Em 2000, a artista ganhou o Primeiro Prêmio do VII Salão Vitor Meireles – MASC, Florianópolis.

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Caetano Dias
Estratégias para a perda de sentido

 12 de junho a 27 de julho de 2003

Wilson Piran
Estrelas

12 de junho a 31 de agosto de 2003

Curadoria: Fernando Cocchiarale

Museu de Arte Moderna
Av. Infante Dom Henrique 85
Parque do Flamengo    Rio de Janeiro
21-2240-4899

http://www.mamrio.org.br
Terça a sexta, das 12h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.
Ingresso: R$ 8. R$ 4 (Estudantes, maiores de 65 anos e crianças de até 12 anos em grupos - mais de 5 crianças por responsável). Quarta-feira - meia entrada para todos. A bilheteria fecha 30 min antes do término do horário de visitação.
Patrocínio: Bradesco Seguros

Caetano Dias

Quinze imagens de Santa Bárbara, em estado natural, dispostas em forma de U, ao longo das paredes do segundo andar do MAM. Esta é a surpresa que o artista plástico baiano Caetano Dias prepara para o público carioca, a partir de 12 de junho, em sua Estratégias para a Perda de Sentido. As imagens de Santa Bárbara possuem vários furos ao longo dos corpos. Eles refletem aleatoriamente luzes instaladas no seu interior criando um efeito especialíssimo. Pequenos gravadores também colocados no interior das imagens emitem sons. A instalação ficará no  até o dia 27 de julho.
 
44 anos, vive em Salvador, Bahia, e iniciou sua trajetória nas artes visuais participando do Grupo Interferências, realizando murais em espaços públicos da cidade, como o Viaduto da Graça e o Rio Vermelho. Em 1994 apresentou sua primeira mostra individual no exterior, na Casa de Las Americas, em Havana, Cuba. Por seu trabalho The Physical Impossibility- Corpus Christi, Caetano recebeu, em 2001, o 2º Prêmio Cultural Sérgio Motta. No ano passado, Caetano realizou uma elogiada exposição de seus trabalhos mais recentes no Paço das Artes, em São Paulo. Nos últimos meses tem-se dedicado prioritariamente ao trabalho com fotografias homo-eróticas, muitas delas recolhidas na Internet e trabalhadas com recursos gráficos eletrônicos. A crítica especializada observa seu trabalho como ‘uma obra que anseia por respostas’. No catálogo de sua individual Atualmente Bahia, de 1996, Caetano explica que sua pintura não é ‘matérica’, mas ‘corpórica’: "Trabalho como se estivesse revelando uma fotografia. Sei que pintura e fotografia têm materiais e processos diferentes, mas sinto que o sentido de ambas se aproxima. Tenho interesse especial pelo campo da cor. Não vejo a tina apenas como cor ou um meio técnico. É como se sentisse necessidade, nesse processo de revelação, de dar vida a esse corpo que, revelado, sangra. A pintura é um corpo sensível que vive".


Wilson Piran

A mais nova série de trabalhos do artista plástico Wilson Piran remete ao exato instante em que a obra de arte causa impacto ao espectador. Os 22 quadros de Estrelas, expostos no a partir de 12 de Junho, buscam refletir sentimentos como o descobrimento, a surpresa, a beleza, o êxtase, a necessidade de recuperar o lúdico e a alegria na obra de arte. "Desde 76 procuro discutir em meu trabalho o fazer artístico e a própria arte. Compreendi que, mais importante do que questionar a arte era tentar explicitá-la visualmente. A criação só tem sentido quando ela é um fator de comunicação com as pessoas", diz Piran.
 
Os quadros Estrelas são todos feitos em madeira e duratex, medindo, cada um, 85 x 85 cm. O artista utilizou ainda cola e purpurina multicolorida. Uma das marcas de Piran é justamente a utilização de materiais desprovidos de valor e nobreza e sua transformação em algo expressivo. Anteriormente, ele trabalhou com etiquetas colantes."Eu me interesso em produzir uma arte que seja completamente necessitada e dependente do público. Daí surgirem os brilhos despudoradamente populares, que causam prazer sem tremores e que, espero, apontem para o fato de que a arte é um bem espiritual", diz Piran.
 
De fato, o artista parece estar perguntando, a todo instante: mas afinal, o que é verdadeiro, o que é perene na arte? Daí o uso tático do kitsh, não apenas na escolha do material a ser trabalhado, como também na apropriação e cópia de obras consagradas. Wilson Piran, 52 anos, nasceu em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

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Leíla Franco
Segmentos
Curadoria: Cristine Flores

12 de junho, quinta-feira, 19h

Galeria Maria Martins
Universidade Estácio de Sá - Campus Tom Jobim
(Centro Empresarial BarraShopping)
Av. das Américas 4200 – bloco 11
Barra da Tijuca   Rio de Janeiro
21-2432-2527
Segunda a sexta, de 10h às 22h; sábados, de 10h às 18h.
Exposição até 28 de junho de 2003.

Segmentos, mostra individual da artista Leila Franco, fica em cartaz na Galeria Maria Martins de 13 a 28 de junho. Selecionada por um júri composto por Glória Ferreira e Luiz Camillo Osório, a exposição tem curadoria de Cristine Flores, da Espaço Livre.

Nesta sua segunda individual, Leíla apresenta 30 desenhos inéditos que investigam questões como o tempo e o espaço na memória afetiva, em composições fortes e líricas.

Sua pesquisa estabelece uma tensão própria de caráter existencial, em que linhas se aventuram errantes, num fluxo transbordante de energia e vigor que a ânsia por expressar formaliza.

Segmento

LEÍLA FRANCO

Segmentar, é dividir em segmentos, destacar, de um conjunto. Segmentar é também, a linha formada de segmentos. Segmento é uma seção delimitada de uma reta, uma porção destacada de um todo. Seção de observação, um momento, um objeto de conhecimento.

Segmento, a linha, segue, risca, e rasga. O plano, todo acolhimento. Recolhe, tolhe, espalha. A linha aceita. Se ajeita, rejeita, se inflama e cede. Um gesto leve, claro, fino. Ou num desatino, ríspido, tudo transforma. Toda tensão enfim, se equaciona. Num breve movimento, num átimo de tempo, se instala, definitivo, um pensamento.

Leíla Franco

Graduada em Filosofia pela PUC-RIO, com concentração em Filosofia da Arte, teve sua formação plástica no Parque Lage, onde participou de desenvolvimento de projetos, análise de trabalhos, e cursos teóricos, sob orientação de renomados artistas, teóricos, e críticos, como Anna Bella Geiger, Charles Watson, Daniel Senise, Fernando Cocchiarale, Glória Ferreira, Gianguido Bonfanti, Iole de Freitas, Joâo Carlos Goldberg, Nelson Leirner , Nelson Félix, Paulo Sérgio Duarte, tendo sido selecionada com um pequeno grupo de artistas para o aprofundamento. Participou de diversas coletivas, com ênfase nos trabalhos de grande e médio porte, para espaço aberto.

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Bernadete Amorim
Gisel Carriconde Azevedo

12 de junho, quinta-feira, 19h

Casa de Cultura América Latina
SCS Quadra 04 Ed Anápolis
Brasília
61-321- 5811
Diariamente, das 9h às 21h.
Exposições até 13 julho de 2003.

Bernadete Amorim
Galeria de Bolso

A casa

Moles, macias, densa trama.
Lava, engoma, tinge, ferve, estende e seca.
Amarra, corta, junta, recorta.
Pele de ovo.
Cose, risca.
Pequeninas mobílias, incapazes de guardar, servir, brincar;

a cama no ar, pra lá, pra cá,

Armários sem gavetas, gavetas sem abrir. Cria.
A cria que espera, encolhe, recolhe no tempo, sobras dos restos,
tecidos na água escorrida de imagens lavadas, peles sopradas.

o que está por trás destas gavetas, apenas uma entrada para muitas portas.

Bernadete Amorim graduou-se em Educação Artística pela Universidade Federal do Paraná, em 1976, e desde então tem realizado várias oficinas com artistas como Eliane Prólik e Geraldo Leão. Tem participado de várias exposições individuais e coletivas, com destaque para a Mostra Faxinal das Artes, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em 2002, e o 32º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, em 2000. Recebeu premiações em várias mostras e salões de arte contemporânea, nos estados de São Paulo e Paraná.


Gisel Carriconde Azevedo
Galeria Cal

A proposta de exposição elaborada para a Galeria da CAL, apresenta círculos como metáforas e explora suas implicações estéticas e decorativas. Buscando desafiar a tradicional distinção entre arte e decoração, e pensando arte como veiculo para a beleza e o prazer, a exposição visa estimular o prazer visual e o envolvimento dos sentidos do espectador.

Apropriando-se de uma estética pop, na qual os círculos são utilizados como um leitmotiv para a subversão pelo excesso, a exposição compreende não só os objetos a serem expostos como o espaço da própria galeria. A qualidade ingênua dos círculos contrasta com as diversas maneiras (como e onde) em que ele aparece, revelando um jogo de novos significados. O espírito de ironia não subjuga, no entanto, as qualidades humanísticas da pintura, linguagem com a qual a exposição se propõe a dialogar.

A exposição é também uma exploração em direção ao uso de materiais sintéticos no universo das artes plásticas.

Gisel Carriconde Azevedo graduou-se em Estatística, Matemática, e Artes Plásticas pela Universidade de Brasília. Viveu na Inglaterra entre 1994 e 1999. Cursou uma especialização em História da Arte Moderna, na Universidade de Sussex, e mestrado em Artes Plásticas, na Universidade de Brighton, onde trabalhou como professora-assistente do mestrado no ano de 1997/1998. Participou de várias exposições coletivas e individuais na Inglaterra, com destaque para a newcontemporary 98, na Tea Factory, Liverpol, e no Camden Art Center, em Londres. Atualmente, vive e trabalha em Brasília, onde tem exposto desde 2000.

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Eduardo Sued

12 de junho, quinta-feira, 19h30
 
Galeria Marília Razuk
Av. 9 de julho  5719  loja 2
(entrada pela Rua Jerônimo da Veiga, 62 loja 2)
 São Paulo
11-3079-0853
Segunda a sexta das 10h30 às 19h; sábados, das 11h às 14h.
Exposição até 1º de agosto de 2003.
Preços das obras: R$ 8 mil a R$ 30 mil.

Para comemorar seus 78 anos (que serão completados no dia 10 de junho), a Marília Razuk Galeria de Arte realiza uma exposição de obras inéditas, realizadas de 1999 a 2003, do consagrado artista Eduardo Sued (Rio de Janeiro, 1925). Nesta mostra, que será inaugurada dia 12 de junho, Sued com seu método construtivo muito próprio traz ao público paulista nove pinturas, oito colagens e três esculturas.

As novas telas do artista reafirmam, conforme Paulo Sergio Duarte, sua posição como um dos inventores de uma paleta contemporânea da arte brasileira. Novamente o uso apurado da cor, nesta série também incorporando as metálicas, constrói composições geométricas que evidencia, mais uma vez, o seu processo de trabalho fundamentado na investigação e na experiência.

Outra característica da obra de Sued apontada pelo crítico Paulo Sérgio Duarte é a escala perfeita de cada um de seus quadros. “... uma espécie de dimensão exata para as estruturas apresentadas de tal forma que não se poderia reduzir ou ampliar as telas”, escreve. Nas três esculturas que traz para exposição, Sued leva esta precisão de escala também para a tridimensionalidade. Em acrílico, com dois metros de altura, as esculturas são as pinceladas, as cores e a geometria de Sued lançadas no espaço. Partindo de pequenas telas ou do papel, as colagens acondicionadas em caixas de acrílico, são obras que aproximam a pintura e o desenho do objeto.

Eduardo Sued formou-se em engenharia e, em 1949, estudou pintura com Henrique Boese. No princípio da década de 50, trabalhou como desenhista no escritório de Oscar Niemeyer, mas logo em 51 recebeu bolsa, concedida pela Embaixada da França, para estudar em Paris, na Académie Julian e Académie de La Grande Chaumière. Em 1953, voltou para o Rio de Janeiro e estudou gravura em metal com Iberê Camargo. Foi professor de desenho e pintura na Escolinha de Arte Brasil em 1956 e, em São Paulo, de 1958 a 1963, na FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado. Em 1964, voltou a morar no Rio e publicou o álbum de águas-fortes 25 Gravuras. Em sua rica trajetória, com inúmeras individuais, participa das mais importantes coletivas no Brasil e no exterior, como 3º Salon des Travaux Publics, na Galeria Metro Beaux-Arts, Paris, 1953; Bienal Internacional de Gravura, Cracóvia (Polônia), 1970; Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericana y del Caribe, San Juan, Porto Rico, 1970; Arte Brasileira, no MAM/RJ, 1975; 41ª Bienal de Veneza, em 1984; Bienal Internacional de São Paulo, 1981, 1987 e 1989; Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal de São Paulo, 2000.

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José Roberto Shwafaty
Cotidiano Contínuo
 
11 de junho, quarta-feira, 19h

corredorgaleria
Atelier Piratininga
R. Fradique Coutinho  934
Vila Madalena
São Paulo
11-3816-6891
 apira@ig.com.br
atelierpiratininga@uol.com.br
Segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 18h; sábados, das 9h às 15h.
Visitas orientadas: 11-3816-6891
Exposição até 8 de julho de 2003.

José Roberto Shwafaty estará mostrando em sua primeira individual, gravuras, desenhos e monotipias onde investiga as relações entre o homem e seu cotidiano. Ao reorganizar as imagens do cotidiano, investigando questões que enfocam a existência e a composição dos elementos que nos cercam (nascimento, morte, essência, identidade e lugar são alguns conceitos presentes nos trabalhos), o artista procura recriar a experiência da realidade de uma maneira completamente pessoal, gerando um universo simbólico, onde as relações entre as imagens resultam em diversas possibilidades de narrativas e significados.

Nas séries de desenhos, são as relações formais dos objetos do cotidiano e seu diálogo com características do corpo humano e com a percepção do entorno que se tornam o foco das preocupações do artista, ³como se todos os objetos produzidos pelo homem fossem prolongações de seu próprio corpo². Questões relativas à artificialidade e organicidade, funcionalidade, humor, levam a investigações sobre a maneira como atribuímos valor e significado a certos itens do cotidiano.

José Roberto Shwafaty nasceu em São Paulo em 1977 e formou-se em Artes Plásticas pela Unicamp em 2000. Desenvolve pesquisas com desenho, gravura e escultura. Recentemente tem participando de exposições coletivas com destaque: Edital Revelação MAC- Campinas 2002 (2o prêmio aquisição), DEZ 02 - Corredor Galeria/Ateliê Piratininga, EGO Arte - Galeria de Arte da Unicamp, Projeto Portable Gallery,: Jovem arte Brasileira sobre Papel - Londres, Premio Jovem Estampa - Cuba, entre outros.


O que é a corredorgaleria
A corredorgaleria é um espaço inusitado de exposição. Localizada no Atelier Piratininga, integra-se a ele espacialmente e pela proposta de abrigar exposições de artistas que queiram mostrar seu trabalho em processo. Além de obras acabadas, o espaço previlegia a mostra de obras que são vistas usualmente só no ateliê dos artistas: anotações, projetos, desenhos, provas de estado, registros fotográficos, cadernos e álbuns.

Sobre o Atelier Piratininga

É um atelier organizado por artistas plásticos com o propósito de compartilhar  espaço de trabalho,  informação, idéias, projetos artísticos e educativos.  Dentro desse espírito, o Piratininga foi criado para abrigar várias ações simultâneas num ambiente que favorece o trabalho em grupo. Em seus nove anos de existência, o Atelier organizou e participou de várias exposições no Brasil e no exterior, encontros com artistas, workshops, cursos, projetos de intercâmbio, simpósios e publicações, envolvendo inúmeros parceiros e colaboradores. Além disso, abrigou dezenas de artistas que desenvolveram projetos de curta ou longa duração em seu espaço.

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Palestra do seminário Museus de Arte: Vertentes da Pesquisa Contemporânea
Cenografias na Exposição de Arte
Lisbeth Rebollo Gonçalves - ECA USP
 
11 de junho, quarta-feira, 18h
 
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
Rua da Reitoria 160
Cidade Universitária
11-3091-3392 / 3091-3034

O ciclo de palestras e mesas-redondas tem como objetivo discutir o papel da pesquisa - em suas múltiplas vertentes - em um museu universitário. Serão abordados temas como o papel do curador como pesquisador e as reflexões ligadas às origens e perspectivas do museu de arte no contexto das sociedades contemporâneas.

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Programa de TV Galeria apresenta
Making of Instantâneos, de Cristina Salgado

12 de junho, quinta-feira, 16h

Canal Universitário
Canal 16 da Net/Rio
Rio de Janeiro

Com duração de 24 minutos, o Programa percorre as diversas  etapas que compreendem o processo de criação da exposição  Instantâneos. Registramos o trabalho laborioso de acabamento das  esculturas no atelier, o momento de montagem das obras na galeria  e a exposição propriamente dita. Todo o percurso é costurado pela  entrevista de Cristina Salgado, que esclarece os diversos aspectos e  conceitos que a exposição Instantâneos problematizou na Galeria  Cândido Portinari, no ano de 2002.

O Programa Galeria foi criado e é produzido pela Coordenadoria de  Produção Educativa de Som e Imagem (COPSOM) do Centro de  Tecnologia Educacional (CTE/SR-3/UERJ).

Reapresentações:
13 de junho, sexta-feira, 16h.
15 de junho, domingo, 9h.

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“La rivoluzione siamo noi” (1972), trabalho de Joseph Beuys, para quem a arte deve ser um instrumento político e econômico revolucionário.
 
Alfabeto Visual - A ciência da liberdade

RUBENS PILEGGI SÁ
 
Se pudermos chamar a arte de “ciência da liberdade”, como já disse alguém, então a liberdade deve estar de acordo com a possibilidade de todos terem os mesmos direitos e deveres. Nesse caso, a arte estaria envolvida em uma luta política que vai muito além da idéia de partidos e fronteiras nacionais. Sendo preciso tornar bem claro quais as armas disponíveis para essa luta, e a capacidade de poderio deste arsenal bélico em favor da liberdade.

Obviamente quando falamos de direitos e deveres, falamos também de uma questão que é de ordem política e social, exigindo-se, pois, a regulamentação de uma economia de mercado e de estado onde todos tenham acesso aos bens de produção e consumo produzidos dentro, pela e para a sociedade. Ou seja, o acesso aos direitos básicos e universais de dignidade humana.

Embora isso ainda pareça distante, só isso é muito pouco. Pois se algumas nações têm condições de enviar naves espaciais para desvendar o cosmo atrás de espécies de vida, deveria ter essa mesma preocupação aqui na terra, o que não parece ser o caso. A descoberta do Novo Mundo, há mais de 500 anos, trouxe o quê, além de acumulação de riqueza e exploração dos habitantes do lugar e da natureza? Por isso a questão da matéria, dos materiais e o destino da humanidade são de interesse constante de uma ciência que seja mais do que a contabilidade fria de números.

Diz-se, também, que “o maior capital humano é a criatividade”, mas a criatividade não pode ter como destino final a criação de produtos de consumo sujeitos à venda, ao lucro, à exploração, à usura e à acumulação de capital financeiro. Porque, nesse caso, a “ciência da liberdade” estaria sempre condicionada e dependente de uma autoria, de uma marca, de um registro, de uma fonte detentora de direitos e deveres que, em última análise, pertence a um dono, um grupo, uma empresa, um estado que usa do conhecimento comum, em benefício próprio e único.

Dois pontos podem ser colocados aqui: o primeiro trata das liberdades individuais X as práticas coletivas. O segundo é o de que, ao projetar um modelo de sociedade ideal, poderíamos dar as costas a uma realidade que ainda engatinha na consciência de certos direitos que ainda nem foram implementados pelo atual modelo econômico e financeiro.
Mas, bem, aqui se trata de projeções. E em nosso caso, da projeção de uma sociedade voltada à criatividade enquanto capital maior a servir de moeda corrente.

Voltando ao primeiro ponto, é preciso manter as conquistas individuais, mas é preciso, urgentemente, criar formas de inibir o individualismo, o personalismo, a possibilidade de alguém poder ter e consumir (matéria e material) muito além das necessidades humanas, impedindo que outras pessoas, em condições menos favoráveis, possam se beneficiar dos mesmos direitos.

A ciência – filha do determinismo e do racionalismo – não tem sensibilidade para fazer da economia uma disciplina humanística. É fria e só está voltada aos números, às cifras, às estatísticas. Por isso, cabe à cultura, a começar pela arte, assumir seu papel de agente transformador na sociedade, confirmando-se, de fato, como “ciência da liberdade” e usando a criatividade como sua mais potente arma.

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Leis estaduais podem estar com dias contados

Incentivo fiscal novo a partir da aprovação das reformas, nem pensar

FÁBIO CESNIK

A reforma tributária pode afetar o funcionamento das leis estaduais de incentivo à cultura. A proposta de emenda à constituição apresentada pelo Presidente da República prevê que os Estados estão proibidos de conceder incentivos fiscais. Um dos objetivos da medida do Governo é a uniformização das regras para evitar a já conhecida guerra fiscal.

A medida foi introduzida pela proposta de alteração do artigo 155, VII, que acrescenta redação completamente nova às competências dos Estados e Distrito Federal para instituição de impostos: “não será objeto de isenção, redução de base de cálculo, crédito presumido ou qualquer outro incentivo ou benefício fiscal ou financeiro que implique sua redução, exceto para atendimento ao disposto no artigo 170, IX , hipótese na qual poderão ser aplicadas as restrições previstas nas alíneas “a” e “b” do inciso II”.



Veja a matéria completa em: http://culturaemercado.terra.com.br/


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NO ÚLTIMO E-NFORME - ANO 3 - N. 71 / 8 DE JUNHO DE 2003
Joana Mazza no Espaço Castelo, Rio de Janeiro
Judith Miler na Candido Mendes Ipanema, Rio de Janeiro
Cesar Caldas no Guanabara, Rio de Janeiro
Genesco Alves na COPASA, Belo Horizonte
agentedupla://vídeos brasileiros no MADC, Costa Rica
Mesa-Redonda no Maria Antonia, São Paulo
Lançamento da item.6 no Maria Antonia, São Paulo
Carta Branca na EBA convida Guilherme Vergara, Rio de Janeiro

  Durante o mês de junho, o Canal Contemporâneo, com o incentivo do SESC Rio, estará enviando o jornal INCLASSIFICADOS para os seus assinantes.
http://www.canalcontemporaneo.art.br/projetos.htm#
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