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RJ/SP/Itália HOJE Encontro com os representantes do Ministério da Cultura e FUNARTE no Parque Lage / Lançamento e Inscrições 4º Prêmio Cultural Sergio Motta
ANO 3 N. 68 / 02 de junho de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Coletiva FotoRio na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
João Modé com o Projeto Rede no SESC, Petrópolis
Nazareth Pacheco na Brito Cimino, São Paulo
Lançamento e Inscrições 4º Prêmio Cultural Sergio Motta, São Paulo

Anna Maria Maiolino desenvolve projeto para Bolsa Rockfeller, Itália
Encontro com os representantes do Ministério da Cultura e FUNARTE no Parque Lage, Rio de Janeiro  HOJE
Texto de Angélica de Moraes sobre o Movimento Casa das Rosas SIM!

Novas adesões ao abaixo-assinado



Lights de Marcos Chaves

FotoRio

Brígida Baltar, Daisy Xavier, Marcia Xavier, Marcos Chaves

3 a 28 de junho de 2003

Laura Marsiaj Arte Contemporânea
Rua J.J. Seabra 18
Jardim Botânico   Rio de Janeiro
21-2529-6643
lmarte@terra.com.br
http://www.lauramarsiaj.com.br
Terça a sexta, das 13h às 22h; sábados, das 16h às 22h.


Esta coletiva mostra o processo criativo de 4 artistas plásticos, usando como suporte a fotografia.

Brígida Baltar apresenta o registro fotográfico de suas performances sobre a "Coleta de Umidades", Daisy usa a fotografia para registrar uma mixagem de corpos de 4 mulheres de  gerações diferentes, Marcia Xavier apropria-se de imagens aéreas e intervem nas mesmas, e Marcos Chaves utiliza-se de imagens banais do cotidiano descontextualizadas e deslocadas para o universo da arte.

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João Modé
Projeto Rede

3 a 15 de junho de 2003

SESC Petrópolis
Rua Alfredo Pachá 26
24-2231-1488 / 2246-0234
sescpetropolis@sescrj.com.br


Rede é um projeto de arte diferente, interativo. Com diversos materiais, você, sua família e seus amigos são convidados a construir uma trama de linhas, palavras e afetos.

O Projeto Rede foi contemplado com a bolsa Uniarte/Faperj.

Itinerância das oficinas:
SESC Ramos –  6 a 15 de maio de 2003.
SESC Barra Mansa
–  16 a 30 de maio de 2003.

SESC Madureira – 17 a 22 de junho de 2003.
Rua Ewbank da Câmara  90
21-3350-9433

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Nazareth Pacheco

3 de junho, terça-feira, das 19h às 23h

Galeria Brito Cimino
Rua Gomes de Carvalho  842
Vila Olímpia   São Paulo
3842 0634/ 3842 0635
britocimino@uol.com.br
http://www.britocimino.com.br
Terça a sábado, das 11h às 19h.
Exposição até 5 de julho de 2003.

A Galeria Brito Cimino apresenta uma instalação inédita da artista Nazareth Pacheco. A obra ocupará todo o salão principal da galeria.

Trata-se de uma grande instalação construída com 500 cordões de lâminas de barbear, cristais e miçangas transparentes, de 2,4 m de altura, formando uma imensa cortina/parede. Dentro do cortinado, suspenso por uma estrutura de aço inoxidável de 4,20 x 3,50 m, está uma cama de acrílico transparente. A “imersão” na obra apresentada encontra-se justamente na impossibilidade de penetrá-la. Os corpos dos observadores/espectadores, que ficam à margem da cortina, estão “presos”, e o limite deste aprisionamento é o próprio exterior da obra. Tocamos com os nossos olhos a dor que não tateamos. No entanto, sentimos na pele o quê nosso corpo não consegue alcançar.

Esta instalação pertence à nova série de trabalhos de Nazareth Pacheco, que apresenta ambientes destinados à privacidade: um boxe de banho e um provador de roupas com lâmpadas de camarim. E por fim a obra agora apresentada na galeria, que pode ser considerada uma espécie de “quarto”, vigiado e observado, porém vazio e enclausurado em si mesmo. Se nos trabalhos das fases anteriores (como por exemplo os “colares” e os “vestidos”) era impossível o tocar/tatear/vestir, desta vez as obras apresentam impossibilidades maiores, e o trabalho torna-se ainda mais tentador, uma vez que traz uma passagem para entrar, mas intrínseca a esta estão as barreiras, a impossibilidade e a distância.  

Seja por dentro (onde está vazio) ou por fora, o prazer e a dor se confundem, se tangenciam. Conforme escreve Miriam Chnaiderman1 (autora do texto para o catálogo de mostra) “Nazareth trabalha com a questão do gozo, desse gozo que é barrado pelo desejo. Isso implica em romper barreiras, um enfrentamento com o interdito”. E é a “pele” destas obras impenetráveis, e o que ela nos causa, que nos faz pensar que ambientes são estes? Como eles nos modificam, o que demandam de nós? Como (ou em o quê) os nossos corpos se transformam dentro e fora destes ambientes? “A obra de Nazareth Pacheco busca desalienar nossa imagem, sempre construída através de um olhar que nos olha”.

Nazareth Pacheco ainda apresenta nesta exposição mais oito obras inéditas no mezanino da galeria.

Inventando corpos e/ou desvelando o erótico em inquietante devassidão: o encantamento dolorido

MIRIAM CHNAIDERMAN

É em nosso corpo que experimentamos a obra de Nazareth Pacheco: somos tomados pela vertigem de um mundo que nos estraçalha, esparramando vísceras em orgasmos bizarros entre a dor e o êxtase. Contrariamente ao artista que expõe seu corpo como objeto artístico, é o nosso corpo que fica desnudado diante dos objetos agudos e cortantes. Penetrar os cortinados feitos de lâminas de barbear e miçangas, no seu brilho sedutor, fascinante, faz com que os rasgos aconteçam e esmigalhem imagens corporais, dilacerando qualquer identidade possível. É a própria noção de sujeito psíquico que fica questionada, o jogo de espelhos inverte-se, perdemo-nos do olhar que nos constituiu, tornamo-nos ferida exposta. O Eu-pele explode, os suspiros são indiscerníveis, algo do imponderável circula. Desruptor movimento de campos do desejo, esvaindo contornos, degelando montanhas. Todos passamos a fazer parte da chamada body-art, todos os nossos corpos são campos de batalha. É essa a radicalidade do trabalho de Nazareth Pacheco: instaurar um corpo-carne naquele que olha seu trabalho. E, ao fazer assim, obriga a um trabalho de recostura do próprio eu. Nisso, vários eus tornam-se possíveis, vários corpos podem acontecer. As cirurgias são coletivizadas, os interiores dos corpos misturam-se em comunhão ao mesmo tempo ascética e sanguinolenta. Um sanguinolento sem sangue. Os cortinados, os adornos, os vestidos são inodoros, atemporais, sem marcas. Inumanos e profundamente humanos. Ficamos nós com os corrimentos, os cheiros, os escarros, o informe. Tornamo-nos profanadores de terrenos sagrados: o leito do amor, o banheiro, lugares do toque despudorado, do prazer clandestino, possível libertinagem de cada um.

LEIA A CONTINUAÇÃO no sítio da Galeria Brito Cimino:
http://www.britocimino.com.br/port/artistas/pacheco/release.htm


Próximo ao término da data da exposição será lançado o catálogo com o texto de Miriam Chnaiderman (Psicanalista, Doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP).

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Inscrições
4º Prêmio Cultural Sergio Motta

3 de junho a 18 de julho de 2003

Instituto Sergio Motta
Rua Quatá 807
Vila Olímpia   São Paulo
04546-044
http://www.premiosergiomotta.org.br
 
Estão abertas de 3 de junho a 18 de julho de 2003 as inscrições para o 4º Prêmio Cultural Sergio Motta
. Promovida pelo  Instituto Sergio Motta e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em parceria com o Sesc São Paulo, a iniciativa visa premiar projetos que trabalhem entre a arte e as novas tecnologias. É um prêmio de excelência, que objetiva estimular o artista cujo universo poético se caracteriza pela experimentação dos meios eletrônicos e/ou digitais.

São conferidos três prêmios para trabalhos realizados no valor de R$ 20 mil cada um; quatro bolsas de estímulo e viabilização, no valor de R$ 15 mil cada uma, para projetos em processo de desenvolvimento; e um prêmio hors-concours no valor de R$ 20 mil a uma personalidade, segundo indicação do júri em consenso, seja pelo conjunto da obra artística original ou pela relevante atuação profissional na área de arte e novas tecnologias. O 4º Prêmio Cultural Sergio Motta, por ser um prêmio de excelência, não confere prêmios por categorias. As sete áreas de participação discriminadas no regulamento visam apenas a orientação da participação dos artistas interessados:

* Artes Visuais (vídeo, dvd, videoinstalação, cd-rom, fotografia, holografia, painel eletrônico);
* Música (composições ou “remix” eletroacústicos, eruditos, populares ou experimentais);
* Dança e Performance (videodança, videoperformance, dança digital, dj’s performances);
* Literatura e Poesia Visual (obras em que a linguagem configure a interface com o meio eletrônico ou digital);
* Artes Interativas (internet fixa e móvel, dvd-rom, ambientes imersivos);
* Arte e Ciências (arte transgênica, bio-arte, robótica);
* Pesquisa e Curadoria (pesquisas ou projetos de curadoria relativos às mídias descritas no regulamento do 4º Prêmio Cultural Sergio Motta).


VEJA O REGULAMENTO COMPLETO EM: http://www.premiosergiomotta.org.br


Evento de Lançamento

3 de junho, terça-feira

SESC Pompéia
Rua Clélia 93
Pompéia  São Paulo

11-3871-7700

Na ocasião, é lançado também o cd “Coleção de Novas Danças Brasileiras”, do compositor Lívio Tragtenberg. O disco é resultado do projeto premiado com a bolsa de estímulo do 3º Prêmio Cultural Sergio Motta, em 2002. Todo o material sonoro foi reciclado das composições de Livio Tragtenberg, ganhando novos formatos. Essa recompostagem  sonora originou novas criações onde a palavra falada, cantada, sussurada, captada nas ruas, com estórias pessoais ou casuais, e os ritmos – alguns brasileiros, como o samba, baião e o coco -  são os protagonistas de uma aventura sonora em progresso. As músicas do cd são, no estágio atual, apenas mais uma definição sonora de outras possíveis, por isso o compositor convida a quem possa interessar  que intervenha alterando e gerando novas definições.



Programação:
18h – “Fazendo ao Vivo”, workshop com Lívio Tragtenberg e os djs convidados Anvil FX, Eugênio Lima, Rica Amabis e Wilson Sukorski (audição aberta ao público)

21h – Live PA: Lívio Tragtenberg e convidados, e imagens ao vivo de Lucas Bambozzi

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Anna Maria Maiolino parte para a Itália para desenvolver o projeto Sine Die para a Bolsa de estudos da Fundação Rockfeller em parceria com a atriz Marilena Bibas e a compositora Vânia Dantas Leite.

Bellagio Study and Conference Center
Villa Serbelloni
Bellagio (Lago di Como)  Itália
39-31-9551
http://www.rockfound.org

Sine Die

ANNA MARIA MAIOLINO

Trata-se de um projeto que visa a configuração de uma obra de representação dramática através da interatividade com as diversas artes, uma obra multimídia que irá  compor o discurso da obra na dinâmica desse processo, que foi concebido por mim e contará com as indispensáveis participações de Marilena Bibas (atriz) e Vania Dantas Leite (compositora).

Os significados poético do discurso deste espetáculo se alicerçam no tempo e no espaço da representação, juntamente com signos e símbolos compostos através da reflexão sobre a história e a cultura do homem.

Assim sendo, a obra se estrutura sobre e com o tempo. Sobre o tempo, porque o argumento englobará metáforas e reflexões elaboradas com a complexidade da história. Portanto, uma pesquisa histórica e antropológica será necessária para a formação dos significados poéticos.  E com o tempo, porque a estrutura desse trabalho de performance apresenta um tempo contínuo ao espectador, que poderá entrar no recinto do espetáculo ou abandoná-lo no momento de sua escolha, sem que por isso a obra altere ou perca os significados.

O espaço ideal

Para que o espetáculo tenha sua representação ideal, será necessário um espaço redondo com um palco circular no meio, circundado por um outro palco, como o picadeiro de um circo. Nas paredes e nas portas serão projetadas imagens de vídeos selecionados,  documentários de jornais televisivos do ano em curso e dos últimos quarenta anos; no palco central, a dupla personagem. As imagens projetadas, interligando-se com os sons e com a performance da dupla personagem, formam o corpo dramático da obra como um todo.

Entre o palco central e o limítrofe circundante, cadeiras giratórias permitirão que o espectador acompanhe a parte do espetáculo que a ele mais interessar, possibilitando desviar a vista do palco central predominante, tradicional dos espaços teatrais. Por entre as portas, o espectador assistirá também as ações de fora do recinto. Desta forma, a obra incorpora o espaço negativo, o ‘fora’ atuante. Assim, Sine Die  flui, desliza entre tempos passado-presente-futuro  justificando a estrutura circular do espaço que é fundamental à sua realização.

A dupla personagem
Ela representa uma só pessoa, cuja atuação sugere o um e a sua sombra,  o consciente e seu  inconsciente, o um e a  sua consciência inteligente que reflete sobre o mundo. Em outros momentos, um é realmente o outro, ou os outros, e vice versa. Às vezes, eles atuam em uníssono, a um tempo, em um só presente. Em outros momentos, um é o passado e outro é o futuro. O espetáculo, portanto, incorpora diversas realidades presentes: uma viva, presente, e a outra virtual.

O Argumento
A história não tem um começo nem um fim linear, ao mesmo tempo em que se baseia na história da cultura do homem. A personagem central, interpretada por Marilena Bibas, é  um tempo/suporte interpretativo humano de um tempo presente, passado e futuro.

O Som
A cargo de Vania Dantas Leite, cumpre seu destino sonoro, criando um tempo descontínuo resultando no seu próprio espetáculo sonoro, sem deixar de acompanhar a dupla personagem.  O som se mistura  e se alterna com os documentários jornalísticos dos vídeos e os outros vídeos criados propositadamente para esta obra, como parte do argumento e da história.


Encontro com os representantes do MinC e FUNARTE
Juca Ferreira, secretário-executivo do Ministério da Cultura
Paulo César Miguez, assessor especial do Ministro da Cultura
Márcio Freitas de Meira, secretário de patrimônio e artes plásticas
Antonio Grassi, presidente da FUNARTE
Miriam Brum, diretora do Departamento de Artes da FUNARTE - RJ

2 de junho, segunda-feira, das 19h às 21h30

Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Jardim Botânico   Rio de Janeiro
21-2538-1879 / 2537-7878

Os representantes do MinC e da FUNARTE vêm conversar com os artistas plásticos sobre a reforma que estão promovendo no ministério e ouvir suas reivindicações.

Pontos a serem abordados:
 
1. Reconstrução, valorização e representatividade da FUNARTE.
 
2. Trazer a coordenação das galerias brasileiras no exterior, hoje a cargo das embaixadas, para a FUNARTE.
 
3. Política de formação de acervo e manutenção das instituições.
 
4. O governo e a natureza experimental e mutante da arte contemporânea e a utilização de novas mídias.
 
5. Como medir a contrapartida social em relação às artes visuais? A formação de público.
 
6. Leis de incentivo que promovam o aumento de mercado e de público.
 
7. A dicotomia entre a lei e a natureza mutante da arte contemporânea. Como lidar com uma forma de criação que é somente contemporânea, que é pensamento vivo? O papel do museu e da instituição na preservação da história da arte e na promoção da produção contemporânea

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Texto de Angélica de Moraes sobre o Movimento Casa das Rosas SIM!

Gostaria de retificar uma informação divulgada pelo Movimento Casa das Rosas SIM! e publicado no Canal Contemporâneo. Referido texto afirma que Este grupo coletou assinaturas em um abaixo assinado e no dia 5 de maio solicitou por escrito um pedido de audiência com a  Secretária, que ainda não se manifestou. Isto muito me espantou porque sou testemunha de que um numeroso grupo de pessoas ligadas a esse movimento (entre eles Guto Lacaz, Maria Bonomi e Antonio Peticov) foi recebido pela secretária de Cultura do Estado de São Paulo, Cláudia Costin, em reunião realizada na secretaria de Cultura dia 13 de maio. Além dos artistas e da secretária, estavam presentes nessa reunião o diretor da Pinacoteca do Estado, Marcelo Araújo; a diretora do Paço das Artes, Daniela Bousso; e o diretor do Museu da Imagem e do Som, Amir Labaki; além da diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) . Fui convidada a participar dessa reunião pelo fato de ser uma jornalista  e crítica de arte independente, que costuma refletir e escrever sobre política cultural.  Pois bem: durante essa reunião, desenvolvida com invejável espírito democrático e onde todos tiveram direito ao uso da palavra, Cláudia Costin sugeriu aos integrantes do movimento que apresentassem um projeto capaz de justificar a continuidade do trabalho deles, em outro local. Ela se comprometeu a estudar a possibilidade de encontrar esse local. Penso que, como referido trabalho se baseia nos chamados novos meios (arte eletrônica, web art, etc...) pode ser implantado em outro local sem qualquer prejuízo de seus propósitos. Lutar por um espaço físico determinado é, parece-me, bastante contrário à natureza da principal ferramenta que utilizam. Ainda na mesma reunião, Cláudia Costin reiterou que não pretende fechar a Casa das Rosas (como esse grupo insiste em declarar) mas sim redirecionar aquele prédio para outro objetivo cultural. Para mim, que não sou corporativista nem estou defendendo interesses pessoais, esse objetivo me parece perfeito. Em ação conjunta com a IMESP (Imprensa oficial do Estado de São Paulo) e Câmara do Livro, a Secretaria da Cultura vai implantar na Casa das Rosas um local dedicado à Literatura. Nada mais apropriado. A Secretaria da Cultura dispõe de diversos órgãos voltados para a exibição e conservação de obras de artes visuais e nenhum órgão dedicado à Literatura. A Avenida Paulista, com uma enorme população flutuante, não dispõe de um bom local público para ler. O Museu de Arte de São Paulo (Masp) está com sua biblioteca (especializada em artes visuais) fechada. O amplo e generalista acervo da Biblioteca Municipal fica longe, assim como a biblioteca do Centro Cultural São Paulo. A Casa das Rosas, bem no meio da avenida Paulista e com espaços comprovadamente acanhados e inadequados para receber exposições de artes visuais, será um oásis para a leitura e para a motivação das pessoas a penetrar nesse universo tão prazeroso proporcionado pelo livro.  Penso que Cláudia Costin agiu com bom senso e (o que é bastante raro neste país) com responsabilidade no uso do dinheiro público. A Casa das Rosas, como estava, era extremamente deficitária para a Secretaria de Cultura. Como agora irá funcionar, terá seus custos absorvidos pela IMESP e Câmara do Livro.  Por todos os ângulos que olho essa questão não consigo achar nenhum prejuízo à cultura. Como meus amigos Guto Lacaz e Maria Bonomi admitiram, em conversa comigo logo após o final da reunião: os artistas paulistanos precisam lutar é pela redemocratização do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Desde 1996 os artistas brasileiros contemporâneos não conseguem ocupar as principais salas expositivas desse museu. O Masp, transformado em correia de transmissão de uma plutocracia nascida na especulação imobiliária, funciona trazendo megaexposições de qualidade duvidosa, fazendo muito estardalhaço marqueteiro e pouca ação cultural de proveito para a coletividade. Caros manifestantes do CasasdasrosasSim!: convido-os a canalizar essa energia cidadã para coisas mais essenciais para o meio artístico paulistano e brasileiro. Vamos revitalizar o Masp? Quem sabe esse local, seguindo a conceituação original estabelecida por Pietro Maria Bardi e que arejadamente contemplava todos os segmentos da produção visual (cinema, moda, design...) possa um dia incorporar a sua atuação institucional e programação uma das expressões mais características de nossa época: a web art e a arte eletrônica? Vamos batalhar para que isso possa ocorrer?  Vamos batalhar para redemocratizar o Masp e devolvê-lo a suas legítimas funções tão bem exercidas no passado recente?

Penso que o pleno exercício da cidadania e defesa da democracia passa pelo uso responsável dos recursos públicos. Isso está mais identificado com a retomada do Masp do que com a manutenção da Casa das Rosas como espaço de artes visuais.


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NOVAS ADESÕES AO ABAIXO-ASSINADO
CONTRA O GUGGENHEIM-RIO & POR POLÍTICAS CULTURAIS PARTICIPATIVAS

(Os pontos originais de nossa convocação: Discordamos dos atos de corte de verbas, cancelamento de eventos  e desmantelamento dos espaços destinados às artes plásticas; Consideramos urgente e essencial uma prática democrática por parte dos representantes da Prefeitura, no sentido de ouvir a classe artística antes da tomada de decisões políticas, técnicas e orçamentárias para a área da cultura; Somos contra a construção do Museu Guggenheim com o uso escandaloso do dinheiro público, já que consideramos que um museu privado deve instalar-se com suas próprias verbas; A cultura deve ser usada pela sociedade como uma poderosa arma para potencializar mudanças no ensino brasileiro, e não ser diluída e alinhada ao nível precário e deficiente de nosso sistema educacional; A Prefeitura deve sintonizar-se com a nova realidade política do país, agindo de modo democrático e participativo.)

471    Alexandre Antunes      artista    Porto Alegre    RS
472    Amanda Fontenelle    artista    Rio de Janeiro    RJ
473    Anderson Freire    designer     Belo Horizonte    MG
474    Beatriz Pimenta Velloso    artista    Rio de Janeiro    RJ
475    Chang Chi Chai    artista    Rio de Janeiro    RJ
476    Daniela H. Labra    pesquisadora    São Paulo    SP
477    Edson Sousa    psicanalista, professor UFRGS    Porto Alegre    RS
478    Eduardo Kac     artista    Chicago    IL
479    Elida Tesser    artista plástica, professora UFRGS    Porto Alegre    RS
480    Felipe Maciel Ribeiro    produtor musical    Niterói    RJ
481    João Domingues    estudante    Rio de Janeiro    RJ
482    João Henrique Nunes Machado Braune    produtor cultural    Rio de Janeiro    RJ
483    Luiza Paes    artista    Rio de Janeiro    RJ
484    Magno Fernandes dos Reis    crítico de arte, professor de história e produtor cultural    Belo Horizonte    MG
485    Maikon Richardson    produtor cultural    Macapá     AP
486    Marcos Lima de Moraes    artista/terapeuta corporal    São Paulo    SP
487    Martha Maria Ozol    artista    Florianópolis    SC
488    Néle Azevedo    artista    São Paulo    SP
489    Odila Bernardo Rabello    artista    São Paulo    SP
490    Patricia Furlong    artista    São Paulo    SP
491    Paulo Mendes Faria    artista    Petrópolis    RJ
492    Paulo Rafael      artista    Recife    PE
493    Ricardo Cristofaro    artista    Juiz de Fora    MG
494    Roselane Pessoa    artista    Rio de Janeiro    RJ
495    Sandra Passos    artista    Rio de Janeiro    RJ
496    Sergio Krepsky    arquiteto    Porto Alegre    RS
497    Sérgio Ricardo    membro da Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT
498    Ubiratan Lima    arte-educador e coordenador das ações de Comunicação e Artes nas Unidades da Rede Senac Rio    Rio de Janeiro    RJ
499    Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses    professor titular / DH-FFLCH/USP    São Paulo    SP

Menos esta primeira subtração da lista:

Venho por meio desta tornar público, a quem interessar possa, que solicitei a retirada do meu nome da lista acima em respeito às pessoas que dela fazem parte. Não tenho acompanhado os desdobramentos das referidas questões com a devida assiduidade, portanto não me vejo no direito de ocupar espaço neste importante debate. Creio que a força de um abaixo-assinado reside na real consciência e adesão de seus participantes, não bastando para isso simpatia ou confiança na opinião de amigos.
Eduardo Coimbra

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Domingo de sol no Posto 9, Praia de Ipanema, Rio de Janeiro - foto de Rachel Korman.

Durante o mês de junho, o Canal Contemporâneo, com o incentivo do SESC Rio, estará enviando o jornal INCLASSIFICADOS para os seus assinantes.

http://www.canalcontemporaneo.art.br/projetos.htm#
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