NESTA EDIÇÃO:
Coletiva FotoRio na
Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
João Modé com o Projeto Rede no SESC, Petrópolis
Nazareth Pacheco na Brito Cimino, São Paulo
Lançamento e Inscrições 4º Prêmio Cultural Sergio Motta,
São Paulo
Anna
Maria Maiolino desenvolve projeto para Bolsa Rockfeller, Itália
Encontro com os representantes do Ministério da Cultura e FUNARTE no
Parque Lage, Rio de Janeiro HOJE
Texto de Angélica de Moraes sobre o Movimento Casa das
Rosas SIM!
Novas
adesões ao abaixo-assinado
Lights de Marcos Chaves
FotoRio
Brígida Baltar, Daisy
Xavier, Marcia Xavier, Marcos Chaves
3 a 28 de
junho de 2003
Laura Marsiaj
Arte Contemporânea
Rua J.J. Seabra 18
Jardim Botânico
Rio de Janeiro
21-2529-6643
lmarte@terra.com.br
http://www.lauramarsiaj.com.br
Terça a sexta,
das 13h às 22h; sábados, das 16h às 22h.
Esta coletiva mostra o processo criativo de 4 artistas plásticos,
usando como suporte a fotografia.
Brígida Baltar apresenta o registro fotográfico de suas performances
sobre a "Coleta de Umidades", Daisy usa a fotografia para registrar uma
mixagem de corpos de 4 mulheres de gerações diferentes, Marcia Xavier
apropria-se de imagens aéreas e intervem nas mesmas, e Marcos Chaves
utiliza-se de
imagens banais do cotidiano descontextualizadas e deslocadas para o
universo
da arte.
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Rede é um projeto de arte diferente, interativo. Com diversos
materiais, você, sua família e seus amigos são convidados a construir
uma trama de linhas, palavras e afetos.
O Projeto Rede foi contemplado com a bolsa Uniarte/Faperj.
Itinerância das oficinas:
SESC Ramos – 6 a 15 de maio de 2003.
SESC Barra Mansa – 16 a 30 de maio de 2003.
SESC Madureira – 17 a 22 de junho de 2003.
Rua Ewbank da Câmara 90
21-3350-9433
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Nazareth Pacheco
3 de junho,
terça-feira, das 19h às 23h
Galeria Brito
Cimino
Rua Gomes de
Carvalho 842
Vila Olímpia
São Paulo
3842 0634/ 3842
0635
britocimino@uol.com.br
http://www.britocimino.com.br
Terça a sábado,
das 11h às 19h.
Exposição até
5 de julho de 2003.
A Galeria Brito Cimino
apresenta uma instalação inédita da artista Nazareth Pacheco. A obra
ocupará todo o salão principal da galeria.
Trata-se de uma grande instalação construída com 500 cordões de lâminas
de barbear, cristais e miçangas transparentes, de 2,4 m de altura,
formando uma imensa cortina/parede. Dentro do cortinado, suspenso por
uma estrutura de aço inoxidável de 4,20 x 3,50 m, está uma cama de
acrílico transparente. A “imersão” na obra apresentada encontra-se
justamente na impossibilidade de penetrá-la. Os corpos dos
observadores/espectadores, que ficam à margem da cortina, estão
“presos”, e o limite deste aprisionamento é o próprio exterior da obra.
Tocamos com os nossos olhos a dor que não tateamos. No entanto,
sentimos na pele o quê nosso corpo não consegue alcançar.
Esta instalação pertence à nova série de trabalhos de Nazareth Pacheco,
que apresenta ambientes destinados à privacidade: um boxe de banho e um
provador de roupas com lâmpadas de camarim. E por fim a obra agora
apresentada
na galeria, que pode ser considerada uma espécie de “quarto”, vigiado e
observado, porém vazio e enclausurado em si mesmo. Se nos trabalhos das
fases anteriores (como por exemplo os “colares” e os “vestidos”) era
impossível o tocar/tatear/vestir, desta vez as obras apresentam
impossibilidades maiores, e o trabalho torna-se ainda mais tentador,
uma vez que traz uma passagem para entrar, mas intrínseca a esta estão
as barreiras, a impossibilidade e a distância.
Seja por dentro (onde está vazio) ou por fora, o prazer e a dor se
confundem, se tangenciam. Conforme escreve Miriam Chnaiderman1 (autora
do texto para o catálogo de mostra) “Nazareth trabalha com a questão do
gozo, desse gozo que é barrado pelo desejo. Isso implica em romper
barreiras, um enfrentamento com o interdito”. E é a “pele” destas obras
impenetráveis, e o que ela nos causa, que nos faz pensar que ambientes
são estes? Como eles nos modificam, o que demandam de nós? Como (ou em
o quê) os nossos corpos se transformam dentro e fora destes ambientes?
“A obra de Nazareth Pacheco busca desalienar nossa imagem, sempre
construída através de um olhar que nos olha”.
Nazareth Pacheco ainda apresenta nesta exposição mais oito obras
inéditas no mezanino da galeria.
Inventando
corpos e/ou desvelando o erótico em inquietante devassidão: o
encantamento dolorido
MIRIAM CHNAIDERMAN
É em nosso corpo que experimentamos a obra de Nazareth Pacheco: somos
tomados pela vertigem de um mundo que nos estraçalha, esparramando
vísceras em orgasmos bizarros entre a dor e o êxtase. Contrariamente ao
artista que expõe seu corpo como objeto artístico, é o nosso corpo que
fica desnudado diante dos objetos agudos e cortantes. Penetrar os
cortinados feitos de lâminas de barbear e miçangas, no seu brilho
sedutor, fascinante, faz com que os rasgos
aconteçam e esmigalhem imagens corporais, dilacerando qualquer
identidade possível. É a própria noção de sujeito psíquico que fica
questionada, o jogo
de espelhos inverte-se, perdemo-nos do olhar que nos constituiu,
tornamo-nos ferida exposta. O Eu-pele explode, os suspiros são
indiscerníveis, algo do
imponderável circula. Desruptor movimento de campos do desejo, esvaindo
contornos,
degelando montanhas. Todos passamos a fazer parte da chamada body-art,
todos
os nossos corpos são campos de batalha. É essa a radicalidade do
trabalho
de Nazareth Pacheco: instaurar um corpo-carne naquele que olha seu
trabalho.
E, ao fazer assim, obriga a um trabalho de recostura do próprio eu.
Nisso,
vários eus tornam-se possíveis, vários corpos podem acontecer. As
cirurgias
são coletivizadas, os interiores dos corpos misturam-se em comunhão ao
mesmo
tempo ascética e sanguinolenta. Um sanguinolento sem sangue. Os
cortinados,
os adornos, os vestidos são inodoros, atemporais, sem marcas. Inumanos
e
profundamente humanos. Ficamos nós com os corrimentos, os cheiros, os
escarros,
o informe. Tornamo-nos profanadores de terrenos sagrados: o leito do
amor,
o banheiro, lugares do toque despudorado, do prazer clandestino,
possível
libertinagem de cada um.
LEIA A CONTINUAÇÃO no sítio da Galeria Brito Cimino: http://www.britocimino.com.br/port/artistas/pacheco/release.htm
Próximo ao término da data da exposição será lançado o catálogo com o texto de Miriam Chnaiderman (Psicanalista, Doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da USP).
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Inscrições
4º Prêmio Cultural Sergio Motta
3 de junho a
18 de julho de 2003
Instituto Sergio
Motta
Rua Quatá 807
Vila Olímpia
São Paulo
04546-044
http://www.premiosergiomotta.org.br
Estão abertas de 3 de junho a 18 de julho de 2003 as inscrições para o
4º Prêmio Cultural Sergio Motta. Promovida pelo Instituto Sergio
Motta e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em parceria com o
Sesc São Paulo, a iniciativa visa premiar projetos que trabalhem entre
a arte e as novas tecnologias. É um prêmio de excelência, que objetiva
estimular o artista cujo universo poético se caracteriza pela
experimentação dos meios eletrônicos e/ou digitais.
São conferidos três prêmios para trabalhos realizados no valor de R$ 20
mil cada um; quatro bolsas de estímulo e viabilização, no valor de R$
15 mil cada uma, para projetos em processo de desenvolvimento; e um
prêmio hors-concours no valor de R$ 20 mil a uma personalidade, segundo
indicação do júri em consenso, seja pelo conjunto da obra artística
original ou
pela relevante atuação profissional na área de arte e novas
tecnologias.
O 4º Prêmio Cultural Sergio Motta, por ser um prêmio de excelência, não
confere prêmios por categorias. As sete áreas de participação
discriminadas
no regulamento visam apenas a orientação da participação dos artistas
interessados:
* Artes Visuais (vídeo, dvd, videoinstalação, cd-rom, fotografia,
holografia, painel eletrônico);
* Música (composições ou “remix” eletroacústicos, eruditos, populares
ou experimentais);
* Dança e Performance (videodança, videoperformance, dança digital,
dj’s performances);
* Literatura e Poesia Visual (obras em que a linguagem configure
a interface com o meio eletrônico ou digital);
* Artes Interativas (internet fixa e móvel, dvd-rom, ambientes
imersivos);
* Arte e Ciências (arte transgênica, bio-arte, robótica);
* Pesquisa e Curadoria (pesquisas ou projetos de curadoria relativos às
mídias descritas no regulamento do 4º Prêmio Cultural Sergio Motta).
VEJA O REGULAMENTO COMPLETO EM: http://www.premiosergiomotta.org.br
Evento de Lançamento
3 de junho,
terça-feira
SESC Pompéia
Rua Clélia 93
Pompéia São Paulo
11-3871-7700
Na ocasião, é lançado também o cd “Coleção de Novas Danças
Brasileiras”, do compositor Lívio Tragtenberg. O disco é resultado do
projeto premiado com a bolsa de estímulo do 3º Prêmio Cultural Sergio
Motta, em 2002. Todo o material sonoro foi reciclado das composições de
Livio Tragtenberg, ganhando novos formatos. Essa recompostagem sonora
originou novas criações onde
a palavra falada, cantada, sussurada, captada nas ruas, com estórias
pessoais ou casuais, e os ritmos – alguns brasileiros, como o samba,
baião e o coco - são os protagonistas de uma aventura sonora em
progresso. As músicas
do cd são, no estágio atual, apenas mais uma definição sonora de outras
possíveis, por isso o compositor convida a quem possa interessar que
intervenha
alterando e gerando novas definições.
Programação:
18h – “Fazendo ao Vivo”, workshop com Lívio Tragtenberg e os djs
convidados Anvil FX, Eugênio Lima, Rica Amabis e Wilson Sukorski
(audição aberta
ao público)
21h – Live PA: Lívio Tragtenberg e convidados, e imagens ao vivo de
Lucas Bambozzi
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Anna Maria Maiolino parte para a Itália para desenvolver
o
projeto Sine Die para a Bolsa de estudos da Fundação Rockfeller em
parceria
com a atriz Marilena Bibas e a compositora Vânia Dantas Leite.
Bellagio Study and
Conference Center
Villa Serbelloni
Bellagio (Lago di
Como) Itália
39-31-9551
http://www.rockfound.org
Sine Die
ANNA MARIA MAIOLINO
Trata-se de um projeto que visa a configuração de uma obra de
representação dramática através da interatividade com as diversas
artes, uma obra multimídia que irá compor o discurso da obra na
dinâmica desse processo, que foi concebido por mim e contará com as
indispensáveis participações de Marilena Bibas (atriz) e Vania Dantas
Leite (compositora).
Os significados poético do discurso deste espetáculo se alicerçam no
tempo e no espaço da representação, juntamente com signos e símbolos
compostos através da reflexão sobre a história e a cultura do homem.
Assim sendo, a obra se estrutura sobre e com o tempo. Sobre o tempo,
porque o argumento englobará metáforas e reflexões elaboradas com a
complexidade da história. Portanto, uma pesquisa histórica e
antropológica será necessária para a formação dos significados
poéticos. E com o tempo, porque a estrutura desse trabalho de
performance apresenta um tempo contínuo ao espectador, que poderá
entrar no recinto do espetáculo ou abandoná-lo no momento de sua
escolha, sem que por isso a obra altere ou perca os significados.
O espaço ideal
Para que o espetáculo tenha sua representação ideal, será necessário um
espaço redondo com um palco circular no meio, circundado por um outro
palco, como o picadeiro de um circo. Nas paredes e nas portas serão
projetadas
imagens de vídeos selecionados, documentários de jornais televisivos
do
ano em curso e dos últimos quarenta anos; no palco central, a dupla
personagem. As imagens projetadas, interligando-se com os sons e com a
performance da dupla personagem, formam o corpo dramático da obra como
um todo.
Entre o palco central e o limítrofe circundante, cadeiras giratórias
permitirão que o espectador acompanhe a parte do espetáculo que a ele
mais interessar, possibilitando desviar a vista do palco central
predominante, tradicional dos espaços teatrais. Por entre as portas, o
espectador assistirá também as ações de fora do recinto. Desta forma, a
obra incorpora o espaço negativo, o ‘fora’ atuante. Assim, Sine Die
flui, desliza entre tempos passado-presente-futuro justificando a
estrutura circular do espaço que é fundamental à sua realização.
A dupla personagem
Ela representa uma só pessoa, cuja atuação sugere o um e a sua sombra,
o consciente e seu inconsciente, o um e a sua consciência inteligente
que reflete sobre o mundo. Em outros momentos, um é realmente o outro,
ou
os outros, e vice versa. Às vezes, eles atuam em uníssono, a um tempo,
em
um só presente. Em outros momentos, um é o passado e outro é o futuro.
O
espetáculo, portanto, incorpora diversas realidades presentes: uma
viva,
presente, e a outra virtual.
O Argumento
A história não tem um começo nem um fim linear, ao mesmo tempo em que
se baseia na história da cultura do homem. A personagem central,
interpretada por Marilena Bibas, é um tempo/suporte interpretativo
humano de um tempo presente, passado e futuro.
O Som
A cargo de Vania Dantas Leite, cumpre seu destino sonoro, criando um
tempo descontínuo resultando no seu próprio espetáculo sonoro, sem
deixar de acompanhar a dupla personagem. O som se mistura e se
alterna com os documentários jornalísticos dos vídeos e os outros
vídeos criados propositadamente para esta obra, como parte do argumento
e da história.
Encontro com os representantes do MinC e FUNARTE
Juca Ferreira,
secretário-executivo do Ministério da Cultura
Paulo César Miguez,
assessor especial do Ministro da Cultura
Márcio Freitas de Meira, secretário de patrimônio e artes
plásticas
Antonio Grassi,
presidente da FUNARTE
Miriam Brum, diretora
do Departamento de Artes da FUNARTE - RJ
2 de junho, segunda-feira, das
19h às 21h30
Escola de Artes Visuais do Parque
Lage
Rua Jardim Botânico 414
Jardim Botânico Rio de Janeiro
21-2538-1879 / 2537-7878
Os representantes do MinC e da FUNARTE vêm conversar com os artistas plásticos sobre a reforma que estão promovendo no ministério e ouvir suas reivindicações.
Pontos a serem abordados:
1. Reconstrução, valorização e representatividade da FUNARTE.
2. Trazer a coordenação das galerias brasileiras no exterior, hoje a cargo das embaixadas, para a FUNARTE.
3. Política de formação de acervo e manutenção das instituições.
4. O governo e a natureza experimental e mutante da arte contemporânea e a utilização de novas mídias.
5. Como medir a contrapartida social em relação às artes visuais? A formação de público.
6. Leis de incentivo que promovam o aumento de mercado e de público.
7. A dicotomia entre a lei e a natureza mutante da arte contemporânea. Como lidar com uma forma de criação que é somente contemporânea, que é pensamento vivo? O papel do museu e da instituição na preservação da história da arte e na promoção da produção contemporânea
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Texto de Angélica de Moraes sobre o Movimento Casa das Rosas SIM!
Gostaria de retificar
uma informação divulgada pelo Movimento Casa das Rosas SIM! e publicado
no Canal Contemporâneo. Referido texto afirma que Este grupo
coletou assinaturas em um abaixo assinado e no dia 5 de maio solicitou
por escrito um pedido
de audiência com a Secretária, que ainda não se manifestou. Isto
muito
me espantou porque sou testemunha de que um numeroso grupo de pessoas
ligadas a esse movimento (entre eles Guto Lacaz, Maria Bonomi e Antonio
Peticov)
foi recebido pela secretária de Cultura do Estado de São Paulo, Cláudia
Costin, em reunião realizada na secretaria de Cultura dia 13 de maio.
Além dos artistas e da secretária, estavam presentes nessa reunião o
diretor da Pinacoteca
do Estado, Marcelo Araújo; a diretora do Paço das Artes, Daniela
Bousso;
e o diretor do Museu da Imagem e do Som, Amir Labaki; além da diretora
do
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) .
Fui
convidada a participar dessa reunião pelo fato de ser uma jornalista e
crítica de arte independente, que costuma refletir e escrever sobre
política
cultural. Pois bem: durante essa reunião, desenvolvida com invejável
espírito
democrático e onde todos tiveram direito ao uso da palavra, Cláudia
Costin
sugeriu aos integrantes do movimento que apresentassem um projeto capaz
de justificar a continuidade do trabalho deles, em outro local. Ela se
comprometeu
a estudar a possibilidade de encontrar esse local. Penso que, como
referido
trabalho se baseia nos chamados novos meios (arte eletrônica, web art,
etc...)
pode ser implantado em outro local sem qualquer prejuízo de seus
propósitos. Lutar por um espaço físico determinado é, parece-me,
bastante contrário
à natureza da principal ferramenta que utilizam. Ainda na mesma
reunião,
Cláudia Costin reiterou que não pretende fechar a Casa das Rosas (como
esse
grupo insiste em declarar) mas sim redirecionar aquele prédio para
outro
objetivo cultural. Para mim, que não sou corporativista nem estou
defendendo
interesses pessoais, esse objetivo me parece perfeito. Em ação conjunta
com a IMESP (Imprensa oficial do Estado de São Paulo) e Câmara do
Livro,
a Secretaria da Cultura vai implantar na Casa das Rosas um local
dedicado
à Literatura. Nada mais apropriado. A Secretaria da Cultura dispõe de
diversos
órgãos voltados para a exibição e conservação de obras de artes visuais
e
nenhum órgão dedicado à Literatura. A Avenida Paulista, com uma enorme
população
flutuante, não dispõe de um bom local público para ler. O Museu de Arte
de
São Paulo (Masp) está com sua biblioteca (especializada em artes
visuais)
fechada. O amplo e generalista acervo da Biblioteca Municipal fica
longe,
assim como a biblioteca do Centro Cultural São Paulo. A Casa das Rosas,
bem
no meio da avenida Paulista e com espaços comprovadamente acanhados e
inadequados
para receber exposições de artes visuais, será um oásis para a leitura
e
para a motivação das pessoas a penetrar nesse universo tão prazeroso
proporcionado
pelo livro. Penso que Cláudia Costin agiu com bom senso e (o que é
bastante
raro neste país) com responsabilidade no uso do dinheiro público. A
Casa
das Rosas, como estava, era extremamente deficitária para a Secretaria
de
Cultura. Como agora irá funcionar, terá seus custos absorvidos pela
IMESP
e Câmara do Livro. Por todos os ângulos que olho essa questão não
consigo
achar nenhum prejuízo à cultura. Como meus amigos Guto Lacaz e Maria
Bonomi
admitiram, em conversa comigo logo após o final da reunião: os artistas
paulistanos precisam lutar é pela redemocratização do Museu de Arte de
São
Paulo (Masp). Desde 1996 os artistas brasileiros contemporâneos não
conseguem
ocupar as principais salas expositivas desse museu. O Masp,
transformado
em correia de transmissão de uma plutocracia nascida na especulação
imobiliária,
funciona trazendo megaexposições de qualidade duvidosa, fazendo muito
estardalhaço
marqueteiro e pouca ação cultural de proveito para a coletividade.
Caros
manifestantes do CasasdasrosasSim!: convido-os a canalizar essa energia
cidadã
para coisas mais essenciais para o meio artístico paulistano e
brasileiro.
Vamos revitalizar o Masp? Quem sabe esse local, seguindo a conceituação
original
estabelecida por Pietro Maria Bardi e que arejadamente contemplava
todos
os segmentos da produção visual (cinema, moda, design...) possa um dia
incorporar
a sua atuação institucional e programação uma das expressões mais
características de nossa época: a web art e a arte eletrônica? Vamos
batalhar para que isso possa ocorrer? Vamos batalhar para
redemocratizar o Masp e devolvê-lo a
suas legítimas funções tão bem exercidas no passado recente?
Penso que o pleno exercício da cidadania e defesa da democracia
passa pelo uso responsável dos recursos públicos. Isso está mais
identificado com a retomada do Masp do que com a manutenção da Casa das
Rosas como espaço de artes visuais.
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NOVAS ADESÕES AO ABAIXO-ASSINADO
CONTRA O GUGGENHEIM-RIO & POR POLÍTICAS CULTURAIS PARTICIPATIVAS
(Os pontos
originais de nossa convocação: Discordamos dos atos de corte de verbas,
cancelamento de eventos e desmantelamento dos espaços
destinados
às artes plásticas; Consideramos urgente e essencial uma prática
democrática
por parte dos representantes da Prefeitura, no sentido de ouvir a
classe
artística antes da tomada de decisões políticas, técnicas e
orçamentárias
para a área da cultura; Somos contra a construção do Museu Guggenheim
com
o uso escandaloso do dinheiro público, já que consideramos que um museu
privado deve instalar-se com suas próprias verbas; A cultura deve ser
usada pela sociedade como uma poderosa arma para potencializar mudanças
no ensino brasileiro, e não ser diluída e alinhada ao nível precário e
deficiente
de nosso sistema educacional; A Prefeitura deve sintonizar-se com a
nova
realidade política do país, agindo de modo democrático e participativo.)
471
Alexandre Antunes artista Porto Alegre RS
472 Amanda Fontenelle artista Rio de Janeiro RJ
473 Anderson Freire designer Belo Horizonte MG
474 Beatriz Pimenta Velloso artista Rio de Janeiro RJ
475 Chang Chi Chai artista Rio de Janeiro RJ
476 Daniela H. Labra pesquisadora São Paulo SP
477 Edson Sousa psicanalista, professor UFRGS Porto Alegre
RS
478 Eduardo Kac artista Chicago IL
479 Elida Tesser artista plástica, professora UFRGS Porto
Alegre RS
480 Felipe Maciel Ribeiro produtor musical Niterói RJ
481 João Domingues estudante Rio de Janeiro RJ
482 João Henrique Nunes Machado Braune produtor cultural Rio
de Janeiro RJ
483 Luiza Paes artista Rio de Janeiro RJ
484 Magno Fernandes dos Reis crítico de arte, professor de
história e produtor cultural Belo Horizonte MG
485 Maikon Richardson produtor cultural Macapá AP
486 Marcos Lima de Moraes artista/terapeuta corporal São
Paulo SP
487 Martha Maria Ozol artista Florianópolis SC
488 Néle Azevedo artista São Paulo SP
489 Odila Bernardo Rabello artista São Paulo SP
490 Patricia Furlong artista São Paulo SP
491 Paulo Mendes Faria artista Petrópolis RJ
492 Paulo Rafael artista Recife PE
493 Ricardo Cristofaro artista Juiz de Fora MG
494 Roselane Pessoa artista Rio de Janeiro RJ
495 Sandra Passos artista Rio de Janeiro RJ
496 Sergio Krepsky arquiteto Porto Alegre RS
497 Sérgio Ricardo membro da Secretaria Nacional de Meio Ambiente
e Desenvolvimento do PT
498 Ubiratan Lima arte-educador e coordenador das ações de
Comunicação e Artes nas Unidades da Rede Senac Rio Rio de Janeiro
RJ
499 Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses professor titular /
DH-FFLCH/USP São Paulo SP
Menos
esta primeira subtração da lista:
Venho
por meio desta tornar público, a quem interessar possa, que solicitei a
retirada do meu nome da lista acima em respeito às pessoas que dela
fazem parte. Não tenho acompanhado os desdobramentos das referidas
questões com a devida assiduidade, portanto não me vejo no direito de
ocupar espaço neste importante debate. Creio que a força de um
abaixo-assinado reside na real consciência e adesão de seus
participantes, não bastando para isso simpatia ou confiança na opinião
de amigos.
Eduardo Coimbra
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Domingo de sol no Posto 9, Praia de Ipanema, Rio de Janeiro - foto de Rachel Korman.
Durante o mês de junho, o Canal Contemporâneo, com o incentivo do SESC
Rio, estará enviando o jornal INCLASSIFICADOS para os seus assinantes.
http://www.canalcontemporaneo.art.br/projetos.htm#
assine o CANAL e receba os INCLASSIFICADOS