MOSTRAS, PALESTRAS E VÍDEOS:
Palestra de Luiza
Interlenghi no Parque Lage, Rio de Janeiro
Dynamic Encounters Videos no Parque Lage, Rio de
Janeiro
Coletiva na Luisa Strina, São Paulo
INSCRIÇÕES, TEXTOS&ARTIGOS:
File 2003 no Paço das Artes, São Paulo
CineEsquemaNovo na Usina do Gasômetro, Porto Alegre
Alfabeto Visual 14/2 por Rubens Pileggi Sá
Instalações: questionando o espaço por Cristina Pape
Matérias sobre o Guggenheim, e sobre o efeito dos cortes
do governo na cultura, Jornal do Commercio
Montagem de "tetrapak" de Lucia Koch na mostra Shift no Bard College, NY. Foto: Cuauhtémoc Medina
Projeto DROMO
Palestra com Luiza
Interlenghi, sobre a mostra Shift Bard College, em Nova
Iorque, com a participação dos artistas Fernanda Gomes e Franklin
Cassaro
18 de fevereiro,
terça-feira, às 19h30
Escola de Artes Visuais do
Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
O projeto DROMO, com o apoio da Escola de Artes Visuais
do Parque Lage, apresenta palestra de Luiza Interlenghi, curadora as
mostra Shift, com trabalhos de Fernanda Gomes, Franklin Cassaro, Lúcia
Koch e Danielle Web (NY), no Bard College, Nova Iorque. Luiza discutirá
sua exposição de graduação em palestra com a presença de dois dos
artistas,
na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e falará sobre as obras dos
artistas
de Shift à luz de movimentos como o Fluxos e o Minimalismo e da
participação
do espectador. Fernanda Gomes e Franklin Cassaro participarão com
intervenções
e falando sobre seus trabalhos.
O título da exposição - Shift – sugere mudança, instabilidade ou
transformação no modo como percebemos o que vemos. A exposição
investiga o modo como os trabalhos de Fernanda Gomes, Franklin Cassaro,
Lúcia Koch e Danielle Web usam recursos simples, “low-tech”, para
alterar a força
da arquitetura da galeria sobre o espectador. A série Fundos de Lúcia,
a instalação Sem título de Fernanda Gomes, Abrigo Enciclopédico de
Franklin
Cassaro e Taking Up Space de Daniella Web incluem o corpo do espectador
como parte da obra. Explorando a instabilidade da percepção através de
novas relações entre os objetos apresentados na galeria e o corpo do
espectador
estes trabalhos atualizam estratégias presentes na arte experimental
brasileira
e internacional nos anos 60 e 70. Hoje, porém estas obras reinventam o
conteúdo
crítico daquelas vanguardas históricas a partir dos problemas
apresentados
para a arte pela globalização.
Luiza Interlenghi foi Bolsista do Programa de Bolsas Virtuose MinC e é
curadora de Something Nothing – A Passport to the State of Flux,
de Fluxus Archives na Art in General, NY e de Bead Bit, instalação de
Anna Linnemann na White Box Gallery, NY. Seu artigo Fluxus Ahora, acaba
de ser publicado em Fluxus, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid.
A palestra será acompanhada de apresentação de slides.
O projeto DROMO é uma iniciativa dos artistas visuais Alberto Saraiva,
Regina de Paula e Zalinda Cartaxo.
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Dynamic Encounters Videos
Encontros em vídeo com pessoas notáveis na arte e ciência
18 de fevereiro,
terça-feira, das 19h30 às 22h
Escola de Artes Visuais do
Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
Informações sobre o curso:
2553-3748 / 2553-9224.
Inscrições: 2538-1879
/ 2538-1091.
Os encontros serão sempre às
terças-feiras.
Exibição de vídeos sobre a obra, vida e processo criativo de
artistas e cientistas de notável contribuição para o pensamento
humano. Estes filmes mostram a surpreendente semelhança entre os
processos de conceitualização utilizados por criadores de diferentes
disciplinas.
A mostra abrange o período a partir do Renascimento até nossos dias,
enfatizando a contemporaneidade. Para isto, contamos com uma coleção de
mais de duzentos vídeos, onde personagens diversos, ligados `a história
da arte e da ciência, são entrevistados abordando temas como: pintura,
escultura, instalação, animação, performance, além de física quântica,
cosmologia, inteligência artificial e sistemas não lineares.
Alguns desses personagens são: Joseph Beuys, Richard Serra, Dan
Graham, Sam Taylor Wood, Sean Scully, Cristian Bolthanski, Mona Hatoum,
Rebecca Horn, Robert Irwin, Pablo Picasso, Jackson Pollock, Marina
Abramovitch, Alexender Calder, Elizabeth Murray, Kiki Smith, Louise
Bourgeoise, Matisse, Barnett Newman, e, na área de ciência, Richard
Feynman, Paul Davies, Roger Penrose, David Bohm, Ilya Prigogine,
Fritjoff Capra, entre outros.
Os vídeos serão exibidos com tradução simultânea e após cada sessão
haverá discussão sobre o tema abordado.
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Alexandre da Cunha, Antonio Dias, Artur Barrio, Caetano
de
Almeida, Cildo Meireles, Dora Longo Bahia, Edgard de Souza, Fernanda
Gomes,
Franklin Cassaro, Gilberto Mariotti, Keila Alaver, Marcius Galan,
Marepe,
Marina Saleme, Sandra Tucci, Tonico Lemos Auad, Valdirlei Dias Nunes
17 de fevereiro a 4 de
abril de 2003
Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire 502
São Paulo 11-3088-2471
candeloro@galerialuisastrina.com.br
http://www.
galerialuisastrina.com.br
Segunda a sexta, das 10h às
19h; sábados das 10h às 17h
Esta Coletiva da Galeria Luisa Strina apresenta obras recentes
dos artistas por ela representados.
Keila Alaver mostra uma de suas fotografias, “Habitantes”, como
uma escultura na parede. Caetano de Almeida expõe uma pintura
que se relaciona, de maneira direta, com a História da Arte. De Tonico
Lemos Auad, pode-se ver uma fotografia de cena de praia, com um
homem, quase imperceptível, procurando por objetos de metais. Dora
Longo Bahia mostra pintura (sobre papelão) de uma bela paisagem
riscada e escrita: a beleza agredida. Há uma trouxa de tecido com
diferentes objetos e inscrições do artista Artur Barrio, que
continua a estimular a reflexão sobre o papel do artista na sociedade
brasileira. Há também um crânio feito
em papel alumínio, de Franklin Cassaro, que indica sua próxima
relação com as ciências, como biologia, física, geometria e medicina.
De Alexandre da Cunha, há uma escultura, formada por objetos
encontrados
no cotidiano, que se apoia em um dos cantos da galeria. Há uma das
famosas
pinturas de Antonio Dias, que usa metais e tinta acrílica em
suas
composições inusitadas e cheias de signos, uma obra inédita de Marcius
Galan, feita em madeira pintada e suspensa na parede. O artista faz
uma reflexão sobre sistemas funcionais que deixam transparecer sinais
de colapso. Fernanda Gomes não deixa a poesia de lado nesta
tela,
formada por outras pequenas telas, feitas de delicados papéis. A
galeria
apresenta uma pintura inédita do jovem, mas conceituado, artista Marepe.
O artista invade o imaginário do espectador com cores fortes e traços
definidos.
Gilberto Mariotti mostra um desenho de grafite sobre fundo
negro.
Os metros, feitos por Cildo Meireles, são ícones da arte
contemporânea
brasileira. Os desenhos e pinturas de Valdirlei Dias Nunes saem
de telas e papéis para formarem uma escultura. Sua caixa consegue
enganar
os olhos menos atentos. A pintura de Marina Saleme recebe
destaque
pela cor e composição. A galeria também mostra um objeto em couro do
artista
Edgard de Souza e uma série de esculturas da artista Sandra
Tucci.
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Com o advento das redes mundiais, com o avanço das novas
tecnologias, com a interconexão das diferentes mídias, surgiu a
necessidade
de novos instrumentos que permitissem acompanhar a nova dinâmica de
criação.
O acesso a enorme quantidade de trabalhos dispersos na rede mundial
tornou-se extremamente trabalhoso, exigindo muito tempo de pesquisa e,
normalmente, pouco eficiente quanto à localização do produto desejado.
O FILE surgiu para mudar este quadro no campo da criação. Muito
mais que somente um arquivo, o file constitui-se numa rede de conexões
e um catalisador de produções individuais e coletivas, oferecendo um
material cada vez mais rico para o desenvolvimento de novos trabalhos e
pesquisas.
O FILE já é uma realidade Brasileira para o acesso a arte, tecnologia e
conceituação, sendo um dos maiores Bancos de trabalhos on-line
disponíveis para pesquisadores, artistas, cientistas, professores,
estudantes e interessados leigos. Já oferece também uma série de
facilidades off-line, tais como oficinas, navegações coletivas, mesas
redondas e palestras.
Nos três últimos anos o FILE tem mostrado o que vêm acontecendo
nas redes mundiais no que tange às artes digitais e eletrônicas
constituindo hoje uma referência de estudo e pesquisa para a cultura
eletrônica e a
cultura digital, expusemos webarts, netarts, vida artificial, animações
computadorizadas, tele-conferências em tempo real, realidades virtuais,
filmes interativos, e-videos e robótica através de salas interativas e
imersivas.
Promovemos o evento anual FILE-SYMPOSIUM que tem por objetivo criar um
novo ponto de encontro, além do eixo euro-estados unidos, que discuta a
cultura-digital eletrônica em suas relações internacionais, mas também
que amplie a discussão sobre a cultura digital em sua extensão
interdisciplinar e estabelecer assim uma conexão mais estreita entre
outras organizações, bem como com intelectuais, pesquisadores,
cientistas e artistas e desta maneira dar condições para que possamos
refletir sobre a atual produção que vem sendo desenvolvida nesta área.
Em 2003 o FILE Symposium vai ser realizado
de 19/08 a 23/08 de 2003 no auditório do British Council da cidade de
São
Paulo.
A partir de 2003 o FILE está inaugurando um novo evento que acontecerá
simultaneamente e de forma integrada com o FILE 2003 e com o
FILE-SYMPOSIUM 2003, este novo evento chama-se FILE HIPERSÔNICA, uma
proposta voltada às manifestações e às experimentações que estão
ocorrendo no âmbito da sonoridade eletrônica.
Inscrições para cada segmento:
1-Para o FILE 2003, versão expositiva e versão on-line, poderão ser
feitas inscrições relativas aos trabalhos hipermidiáticos tais como:
· Webarts,
· Netarts,
· Vida artificial,
· Narrativas hipertextuais,
· Webcam arte,
· Animações computadorizadas,
· Design digital,
· Tele-conferências,
· Realidades virtuais,
· Filmes interativos,
· e-videos
· Robótica on-line.
2-Para o FILE SYMPOSIUM poderão ser feitas inscrições relativas as
Propostas teóricas, as Apresentações de trabalhos práticos, desde que o
trabalho esteja participando do FILE.
Expositivo/ on-line 2003 e as Performances tecno-digitais.
3-Para o FILE HIPERSÔNICA poderão ser feitas inscrições relativas aos
trabalhos que exploram as sonoridades tais como:
· Música eletrônica erudita,
· Música eletrônica pop (techno; drum'n'bass; trance;
hardcoretechno; breakbeat...),
· Música biológica,
· Música genética,
· Instalações sonoras,
· Performances sonoras,
· c músic,
· Dramaturgias radiofônicas,
· Rádio arte,
· Paisagens sonoras,
· Robótica sonora,
· Vídeo música
· Poesia sonora.
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Festival de Cinema de Porto Alegre
CineEsquemaNovo
Você considera seu filme ou
vídeo diferente?
Ele prioriza a estética a uma
simples história?
É experimental ou de
universidade?
Ou foi feito com baixo
orçamento?
Inscrições até 21 de março
de 2003
http://www.cineesquemanovo.org
6 a 11 de maio de 2003 em
Porto Alegre
Usina do Gasômetro
Av. Presidente João Goulart
551 - 3º andar
Porto Alegre – RS - 90010-120
http://www.cineesquemanovo.org
cineesquemanovo@cineesquemanovo.org
Se o seu filme ou vídeo tem uma, algumas ou todas essas
características, e você não entende porque ele não foi aceito na
maioria das grandes mostras convencionais, saiba que ele é a cara do
nosso festival, que foi criado para todos aqueles que têm algo de novo
a dizer.
O CineEsquemaNovo exibirá em competição vídeos, S8, 16 e
35mm,selecionando em média mais de 20 trabalhos por bitola/formato.
Serão 18 categorias de premiação... ficou curioso?
Entre no site e descubra quais são!
O CineEsquemaNovo terá prêmios em serviços e espécie da Quanta,
Fuji/Martins Produções, Labocine, Som de Cinema, TGD Cinema &e
Vídeo
e outros.
A primeira edição do festival terá como diretor homenageado o cineasta
Rogério Sganzerla, consagrado por clássicos do Cinema Brasileiro como
"O Bandido da Luz Vermelha" - que, em 2003, completa 35 anos de seu
lançamento nas telas.
A realização conta com recursos de empresas via Lei de Incentivo a
Cultura do RS (LIC).
ATENÇÃO: Não deixe de ler o regulamento, principalmente no que diz
respeito às categorias.
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ALFABETO
VISUAL 14/2
Um final injusto
RUBENS PILEGGI SÁ
Em janeiro de 2000, em uma entrevista concedida a mim, para o jornal
Folha de Londrina, o professor e compositor Hans Joachim Koellreutter,
feliz aos 84 anos, falava de seus projetos como um adolescente cheio de
vitalidade. As aulas em seu apartamento continuavam: contraponto,
harmonia, estética, etc. Viajava por todo o país para eventos,
encontros, festivais e palestras. Estava entusiasmado com o filme que
estavam fazendo sobre a sua vida e obra e das teses universitárias
referentes a ele. Quando completou 85 anos, em setembro do mesmo ano da
entrevista, não era diferente seu ânimo, embora as homenagens e
solicitações acabassem por deixa-lo cansado. Não conseguia atender a
todos que recorriam a ele. Seu trabalho de 63 anos dedicados à música
no país parecia vir ao reconhecimento público, finalmente.
Fugindo do nazismo, chegou ao Brasil em 1937, trazendo na bagagem a
música dodecafônica e atonal, além de partituras de músicas medievais
que não se ouvia por aqui. Lavou vidros, morou em favela, intoxicou-se
com chumbo, foi preso por engano no governo Vargas, suspeito de ser
espião alemão. Criou o grupo Música Viva, em 38, cujo compromisso era
com o “desconhecido, o contemporâneo e a renovação”. Em 52, fundou a
Escola Livre de Música, em São Paulo. E no final dos anos 50, foi um
dos diretores da Escola Livre de Música, da Bahia. Seu currículo de
músico internacional inclui bolsa de estudo da Fundação Ford e
participação de concertos com John Cage, entre outros. Além disso tudo,
foi diretor do Instituto Goethe na Índia, no Japão e no Brasil.
Tom Jobim, a quem o mestre deu aulas, reconheceu nele um dos
“inspiradores” da bossa-nova. Tom Zé comenta sobre ele como quem lhe
teria aberto a mente para a música. Diogo Pacheco, Issac
Karabitcheviski, Cláudio Santoro e Guerra Peixe se formaram com ele.
Por sua casa, em São Paulo, passavam pessoas como o performer Sterlac -
conhecido por trabalhar interfaces entre o corpo humano e a tecnologia
- e muitas outras pessoas envolvidas com arte, filosofia e cultura, de
maneira geral. Sem dúvidas, Koellreutter foi alguém que ajudou a
ampliar os limites da arte e da música enquanto linguagem, criando
inter-relações da música oriental e afro-brasileiras com a música
erudita de vanguarda. Ousado, sua partitura para Acronon - uma de suas
peças musicais – foi criada sobre uma esfera de cristal transparente,
de modo que
toda leitura sobre ela sempre gera uma nova execução.
Pois bem, Hans Joachim Koellreutter agora tem 88 anos. Há uns dois anos
ele esteve em Londrina a convite da professora de música e diretora da
rádio Universidade, Janet El Houly; já esquecia os nomes das pessoas,
não se lembrava de fatos imediatos. Mas depois de uma viagem à Berlim,
foi acometido de várias doenças – mal de alzheimer, isquemia, pneumonia
-
e hoje “vegeta” em sua casa, sem reconhecer ninguém, sem poder falar,
sem ao menos comer sem que lhe dê na boca, fazendo as necessidades em
fraldas geriátricas. Terrível, mas humano.
Segundo sua governante, que conversou comigo por telefone, o professor
não possui nenhuma aposentaria quer lhe garanta a dignidade nesse seu
final de vida, tendo as despesas custeadas pela esposa, que trabalha
para sustenta-lo. Os amigos, repórteres, alunos, sumiram. Parece até
que enquanto podiam sugar a sabedoria do velho, estavam todos lá, agora
que já não é mais possível, vão atrás de outro sábio de ocasião. Mas há
exceções e algumas
pessoas mais próximas buscam articular algum apoio. E só.
A situação de abandono com alguém merecedor das maiores honras é que
torna tudo muito perverso. Como é que alguém que viveu como ele viveu e
fez o que ele fez pode ter esse final de vida tão miseravelmente sem
assistência oficial?
Em primeiro lugar, a Alemanha tem uma dívida com esse homem por
terem lhe roubado a cidadania durante o regime nazista. Isso é ponto
pacífico. Esse homem é um expatriado e é necessário que se repare essa
injustiça. Depois, o governo brasileiro, que deveria considerar o
mestre
e sua obra como um patrimônio alienável do país, mostrando que arte e
a cultura são tratadas com respeito por aqui. Que temos vocação, sim,
de
ser algo além de meros importadores de lixo cultural.
A história deste homem, terminada desta maneira, torna indigna a
sobrevivência de todos no planeta! Não se trata de fazer vaquinha entre
artistas e produtores culturais – longe disso. Trata-se de resgatar uma
dívida inalienável do país consigo mesmo. Algo que nos orgulhe como
cidadãos.
Será que a embaixada da Alemanha está sabendo o que está acontecendo?
Será que o novo ministro do país e o novo secretário da Cultura de São
Paulo estão informados da condição do mestre Koellreutter? Será que o
Instituto Goethe tem ciência do que está acontecendo? Será que a Ordem
dos Músicos tem conhecimento do fato? Não é possível, senão algo já
teria
sido feito.
Apelo aqui para quem ler esse artigo e tiver como entrar em contato com
essas pessoas e instituições que retransmitam urgentemente a informação
acima para que sejam investigadas e se faça algo. Alô, jornalistas.
Alô, meios de comunicação!
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Instalações: questionando o espaço
CRISTINA PAPE
Uma vez que as instalações estão incorporadas às artes visuais,
desde aproximadamente 1920, embora não tenham desde esta época recebido
este nome, podemos dizer que elas possuem hoje parâmetros bastante
claros que as definem e as caracterizam, como as relações que se
estabelece entre espaço, luz, local, specific site, tempo, duração e
relação com o público.
Consideramos que uma instalação é um procedimento artístico que deve
considerar como fundamental o espaço e as relações deste com o público,
a luz, o(s) objeto(s), o tempo e a duração do trabalho. Entendemos que
o diálogo entre os elementos de uma instalação são importantes, porque
a relação dos primeiros com o espaço é que fazem a instalação.
Procuraremos situar na obra de Antonio Manuel e de Lygia Pape alguns
problemas que
podem surgir quando se desconsidera o espaço na instalação.
LEIA A CONTINUAÇÃO na LABORE/Polêmica - Hibridos Programa de
Pesquisa em Arte Contemporânea & Mídia: http://www2.uerj.br/~labore/hibrido_instalaoes_p8.htm
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CAPA
Verba das estatais sob ameaça
FABIANA BRUCE
A redução de verba anunciada pelo Governo Lula para o Ministério
da Cultura, de R$ 264,8 milhões para R$ 129,4 milhões, e a determinação
da Secretaria de Comunicação do Governo de paralisar todos os
patrocínios de empresas estatais vêm alimentando os pesadelos de
produtores culturais e líderes da classe artística.
O medo se justifica: juntas, empresas como a Petrobras, a BR
Distribuidora, o Banco do Brasil e a Eletrobrás investem mais em
projetos culturais
do que o próprio MinC, financiando companhias de sucesso internacional
como os grupos Corpo e Galpão, a Cia. Deborah Colker e a Orquestra
Petrobras Pró Música.
LEIA A CONTINUAÇÃO no Jornal do Commercio, Artes e Espetáculos,
de domingo/segunda-feira, 16 e 17 de fevereiro de 2003: http://www.jornaldocommercio.com.br/artes/index_artes.htm
MUSEUS
Quanto vale o Guggenheim-Rio?
BIANCA TINOCO
A pergunta, pronunciada com uma expressão entre a admiração e o susto,
tem sido a primeira reação de artistas e intelectuais que batem os
olhos no orçamento do museu: aproximadamente R$ 550 milhões.
O prefeito Cesar Maria e o presidente da Fundação Solomon Guggenheim,
Thomas Krens, preparam-se para assinar nesta semana o contrato de
construção do Guggenheim-Rio, estimado em R$ 400 milhões mais cerca de
US$ 45 milhões em licenciamento e empréstimo de obras.
Enquanto dois museus com a chancela Guggenheim naufragaram nos últimos
meses - o segundo de Nova York e o de Las Vegas -, Cesar Maia defende
o do Rio e afirma só saber de cinco artistas contrários. Um deles é
Gilberto Gil, que disse considerá-lo uma obra "culturalmente supérflua,
vazia de
significação".
...
- Achar que o
Guggenheim-Rio é somente uma questão de arte é balela - afirma o
artista plástico Ricardo Basbaum, integrante de um grupo de artistas,
críticos e intelectuais que
contestam o projeto. Sem um nome definido, o grupo reuniu cerca de 50
interessados
em um encontro na última quarta-feira, no espaço Agora. Em discussão,
estavam as medidas para conscientizar a população sobre os problemas do
Guggenheim-Rio.
- O museu foi
imposto ao Rio de modo autoritário, sem qualquer discussão com os
cariocas ou a
classe artística - diz Ricardo Basbaum. "Trata-se de uma operação
financeira
bastante complexa, e a Prefeitura omite que trata-se de uma
reformulação
da área urbana com capitais altíssimos e muitos interesses em jogo. É
um
grande negócio, a cultura vem em segundo plano", afirma o artista.
Durante a reunião, o crítico de arte Paulo Sérgio Duarte expôs seus
motivos para rejeitar o Guggenheim, também publicados em um artigo.
Duarte afirma que o museu do Rio custará três vezes mais do que
projetos similares instalados nos Estados Unidos, e sem a contrapartida
de um acervo à altura. Por enquanto, a Prefeitura ainda não reservou
uma quantia para a compra de peças - quantia esta que, segundo o
crítico de arte, precisaria chegar à casa dos milhões de reais para que
a coleção brasileira fosse reconhecida internacionalmente.
LEIA A
CONTINUAÇÃO no Jornal do Commercio, Artes e Espetáculos, de
domingo/segunda-feira,
16 e 17 de fevereiro de 2003: http://www.jornaldocommercio.com.br/artes/index_artes.htm
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“O secretário municipal das Culturas, Ricardo
Macieira, não vê motivos para tanta reclamação. Segundo ele, o estímulo
ao audiovisual não deixa de beneficiar as outras áreas.
—
Basta que, em vez de uma exposição, os artistas pensem, por exemplo, em
fazer um documentário ou um filme alternativo — diz o secretário.”
Assim
termina a matéria de Daniela Name, em O Globo, Segundo Caderno, de
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003, sobre as mudanças na Lei
Municipal de Incentivo do Rio de Janeiro (ISS) que agora passa
a beneficiar
exclusivamente vídeo, tv e cinema, deixando de fora todos os outros
segmentos,
como artes plásticas, música, teatro, dança,
edições, etc.
Este
pensamento do Secretário de Cultura do Município do Rio de Janeiro
sintetiza de maneira dramática a situação da Política Cultural desta
cidade, e o contexto no qual o Museu Guggenheim-Rio se insere.
Este
mesmo descaso e/ou pouco conhecimento encontramos no projeto do Museu
Guggenheim-Rio; e não apenas no que diz respeito a arte e cultura, mas
também na área
financeira (o que é de se estranhar, já que o nosso prefeito, César
Maia,
é tido como excelente administrador).
O
projeto calca a receita de funcionamento do Museu na Lei de Incentivo
Federal
- Lei Rouanet, e afirma precisar levantar anualmente US$ 20 milhões
desta
fonte, para pagar exposições e o deficit previsto, e parece ignorar
que
a média NACIONAL de captação anual para ARTES PLÁSTICAS é de US$13
milhões!
Podemos achar no sítio do Ministério da Cultura (http://www9.cultura.gov.br/relatorios/relatorios.htm)
outros dados referentes aos últimos 5 anos, que nos levam a constatação
de que se esta arrecadação de US$ 20 milhões se efetuasse, ela estaria
abocanhando 40% da captação anual total da Lei Rouanet para o Estado do
Rio de Janeiro - este total engloba todas as áreas da cultura! (E ainda
dizem que o Museu Guggen-ralo-Rio não vai tirar recursos de outras
instituições e outros
setores da cultura!)
Mesmo apontando para números pouco prováveis de serem efetivados, o
projeto do governo não apresenta nenhuma alternativa (e nem mesmo
nenhuma variação de cenário político ou econômico, prevendo possíveis
arrochos fiscais,
como este de agora), ou seja, se não for através da renúncia fiscal
federal,
como iremos pagar por estes compromissos que estarão em contrato?
Como é
possível o nosso prefeito assinar um contrato com o Museu, e contratos
com as empreiteiras responsáveis pela construção, e efetivamente
começar a construção do Museu, sem em nenhum momento precisar da
aprovação da Câmara dos Vereadores? Como é possível para uma instância
municipal firmar um
contrato comprometendo a verba de renúncia fiscal federal?
Para
finalizar, ressalto aqui que o prefeito, César Maia, afirma, nesta
matéria do Jornal do Commercio, só conhecer 5 artistas contra o Museu
(na nossa lista já são mais de 100, e o seu Secretário de Cultura sabe
disso, pois recebe o Canal Contemporâneo); e sendo assim, só nos resta
lamentavelmente constatar a falta de diálogo democrático deste governo.
Patricia Canetti, artista plástica, criadora do Canal Contemporâneo, é
participante dos ENCONTROS no AGORA sobre Política Cultural.
Assinaturas e renovações são fundamentais para a manutenção deste canal. E lembre-se, para receber TODOS os e-nformes é preciso ser assinante.
.http://www.canalcontemporaneo.art.br/projetos.htm#