NESTA EDIÇÃO:
Reunião dos artistas,
críticos e simpatizantes no AGORA, Rio de Janeiro HOJE
Tomie Ohtake no ITO, São Paulo
Uma nova forma de agir, por Patricia Canetti
Assunto: Canal Contemporaneo e Arquitetura, emeio de Marco
Milazzo
SPAM, sobre a Ford da Bahia, vem a calhar, texto de Iberê
Luiz Nodari
Durante a OCUPAÇÃO, os artistas Daniela Mattos, Elisa de Magalhães, Ricardo Basbaum, Ricardo Ventura e o fotógrafo Wilton Montenegro.
Reunião de artistas, críticos & simpatizantes
em discussão:
a construção do Guggenheim -
Rio
mercado de trabalho X
políticas culturais
ações artísticas cabíveis
7 de
fevereiro, sexta-feira, às 19h
AGORA
Rua Joaquim Silva
71, Lapa - Rio de Janeiro
21-2224-6234 contato@agora.etc.br
http://www.agora.etc.br
volta ao topo
Mostra de Tomie Ohtake
7 de fevereiro a 16 de
março de 2003
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201, Pinheiros
São Paulo 11 6488-1900
Terça a domingo, das 11h às
20h.
O Instituto Tomie Ohtake apresenta um outro recorte da obra da artista
que dá nome ao espaço. Além de gravuras recentes (dez.2002) e em
grandes formatos (1996), fazem parte da exposição quatro esculturas:
uma inédita e três que estiveram em sua sala especial na XXIII Bienal
Internacional de São Paulo (1996), obras saudadas pela crítica e
carinhosamente recebidas pelo público e, desde então, nunca mais
expostas.
No lugar de uma sala permanente e exclusiva para Tomie, o Instituto
optou por exibir sua obra sob diversas leituras, mudando constantemente
os trabalhos e os locais de apresentação para mostrar ao público a
inesgotável
capacidade de renovação da artista ao longo destes 50 anos de carreira.
Depois da grande retrospectiva inaugural, foram expostos trabalhos que
antecipavam às suas obras públicas. Recentemente, as pequenas pinturas
- estudos, ocuparam a sala menor, de formato retangular. Agora, nesta
quarta
mostra, é a vez de trabalhos recentes e de rever projetos de 1996, como
série de esculturas da Bienal conhecida como “desenhos no espaço” e, em
artigo
do crítico Fernando Cocchiaralle, como A Poética da Linha no Mundo da
Cor.
volta ao topo
Uma nova forma de agir
A OCUPAÇÃO foi até às 4 e meia da manhã, do lado de fora, na calçada.
PATRICIA CANETTI
A OCUPAÇÃO, apesar de curta, teve direito a polícia, dentro e fora do
Sérgio Porto, lição de tirania, por parte da comissão organizadora do
Fórum das Artes, que faz o que bem entende na condução das assembléias
(inclusive formar a mesa que deveria ter seus membros escolhidos na
plenária, como
condição mínima essencial para o livre arbítrio das pessoas ali
reunidas),
poucos brados de revolta por parte dos descontentes, e finalizou na
calçada
com um bate-papo/discussão/desabafo dos artistas plásticos reunidos com
alguns atores solidários. Fomos embora com a chegada de um segurança,
que veio para se assegurar de que por ali não ficaríamos. (Como disse o
título da nota na
Folha SP sobre nós: Os anos rebeldes estão de volta!)
Dentro destas condições pouco democráticas, nosso gesto foi entendido
como uma apropriação (tão contemporâneo...) do movimento deles, e não
uma adesão. O que quer dizer que teremos que esperar por um outro
momento,
quando nossas linguagens artísticas possam conversar, e que sejam
possíveis
confrontos e encontros que se aprofundem além dos limites dos
interesses
de poder.
Continuamos o nosso debate, reunidos no AGORA na última quarta-feira. O
assunto Museu Guggenheim foi focado prioritariamente, e a partir dele
questões iam se colocando, e nos obrigando a enfrentar as
não-definições
de nosso mercado de trabalho e das políticas culturais que servem a
ele.
Grosso modo, nossas preocupações (O ‘nossas’ está representando também
a
participação das pessoas de todo Brasil, que enviaram suas opiniões
juntamente
com a adesão ao abaixo assinado, que já consta de 277 assinaturas.) se
dividem
em três categorias, e que se sobrepõem em vários momentos: as que
atingem
todo cidadão brasileiro, a área da cultura, e as que se relacionam
diretamente
aos profissionais que trabalham com as artes visuais (artistas,
críticos,
curadores, pesquisadores, arte-educadores, museólogos, restauradores,
produtores,
técnicos e artesãos terceirizados).
Vou começar pelo contexto maior que envolve a negociação da entrada de uma
multinacional numa cidade, e até onde o governo desta está disposto a
ir para atrair esta empresa. Já sabemos que as multinacionais são
atraídas por mordomias fiscais, e recentemente temos na memória o caso
de uma montadora de automóveis que ia para o Rio Grande do Sul, e
acabou na Bahia porque o seu governo ofereceu-lhe mais vantagens. (Veja
texto sobre o assunto reproduzido abaixo.) Nunca,
até este contrato que possivelmente será assinado hoje entre a
prefeitura
do Rio de Janeiro e o Museu Guggenheim (que pode ser revisto pela
decisão
da nossa justiça a qualquer momento), nosso país tinha ouvido falar de
uma
empresa que tivesse tido toda a construção de suas instalações (com a
imposição
de que todos os equipamentos sejam importados, inclusive todo o
mobiliário),
mais todo o seu funcionamento (as exposições, e mais a diferença entre
a
receita anual e a despesa serão pagas por nós), e ainda a isenção de
impostos
durante a sua existência, a partir do seu funcionamento através do
artifício
da criação de uma fundação. Ou seja, esta multinacional em questão será
totalmente bancada por dinheiro público: instalação, manutenção,
funcionamento
e impostos. (Se essa moda pega, estamos fritos!)
É com esse tratamento infinitamente diferenciado que esta multinacional
entra no mercado brasileiro para competir com as nossas instituições de
arte; e como em toda negociação para a abertura de um mercado a um
gigante,
um estudo deveria ser feito para demonstrar o impacto de sua entrada
neste
mercado específico (de arte, que envolve diversas profissões e
negócios).
O estudo deveria analisar o ambiente nacional, local e também o
internacional,
já que a grande meta do país atualmente é aumentar as suas exportações
(Como coloca a preocupação de Dayse Resende, uma galerista de Vitória,
ES: “ Tal investimento não trará a visibilidade necessária aos artistas
brasileiros.), e deveria também examinar as características específicas
dos elementos em questão: um novo concorrente gigante, totalmente
subsidiado por verbas públicas, um mercado deficiente e deficitário, e
o papel do estado e de suas leis
de incentivo. (Neste ponto é bom lembrar que o novo museu conta com a
lei
Rouanet do jeito que ela está agora, e que o próprio estudo da
prefeitura
não aponta alternativas para o caso de mudanças na lei.) E ainda,
deveríamos
esperar que no caso de um mercado voltado para a cultura, houvesse uma
preocupação por parte de nossos governantes, como também de nossas
universidades e demais instituições artísticas, educacionais e
culturais com os efeitos deste novo empreendimento na formação da nossa
identidade cultural.
Temos até aqui algumas questões que já podemos nos colocar:
Como ficará a relação do Rio de Janeiro com o resto do país, a partir
do momento que este empreendimento municipal passe a representar um
verdadeiro ralo da nossa lei de incentivo federal, prejudicando também
a outros setores da cultura em todo país?
Aqui faço uma observação importante: O que está escrito no Estudo de
Viabilidade do Museu, e que vem sendo repetido insistentemente pela
prefeitura, e pelas pessoas que defendem a realização do museu, sobre o
dinheiro que vai ser usado dos patrocínios, não ser retirado de outros
possíveis eventos, é um engodo. O que conta na arrecadação das leis de
incentivo, não é o total da renúncia fiscal que nunca é utilizado, mas
o fato de que são sempre as mesmas empresas que se utilizam das leis.
Ou seja, estaremos sim usando possíveis patrocinadores de outros
eventos culturais (artes visuais, teatro, dança, música, literatura...)
para as realizações do Museu Guggenheim. (A análise do estudo de
Viabilidade (clique aqui) fala de um deficit anual de
US$10 milhões, sem contar o financiamento das exposições e aquisições!)
Como ficam as instituições cariocas, já tão precárias e deficitárias,
com a entrada de um gigante multinacional totalmente subsidiado por
verbas públicas, que estará competindo não só em relação a receita
vinda do público, como também pelo crédito vindo dos mesmos
patrocinadores?
Como fica o mercado de trabalho para os profissionais que estão se
formando e especializando em nossas universidades, que além de não
encontrarem lugar no novo museu, verão as outras instituições
enfraquecidas por uma nova linha de ação e uma situação de competição
totalmente em desvantagem?
O que se entende do projeto e das falas do prefeito, é que teremos uma
avalanche de exposições importadas (ou seja, estaremos remetendo
milhões do nosso dinheiro público para o exterior, que é tudo que o
Brasil menos precisa fazer neste momento), das quais não sabemos se
virão de encontro às nossas necessidades artísticas e acadêmicas, e que
tão pouco estarão abertas a propostas de mudanças, já que se trata de
uma empresa privada, e que depois de assinarmos um tal contrato,
dificilmente teremos moral para intervir no que quer que seja.
Termino hoje com um emeio enviado por um arquiteto, que coloca muito
bem algumas questões que dizem respeito ao seu mercado de trabalho e a
classe dos arquitetos. A seguir, veja também a reprodução de um artigo
sobre a
Ford na Bahia, que chegou hoje de manhã, quando finalizava este texto.
Encontra-se em
anexo, a Análise do Estudo de Viabilidade do Museu
Guggenheim-Hermitage-Kunsthistoriches-Rio, por parte da museóloga Maria
de Lourdes Parreiras Horta e da historiadora Maria Inez Turazzi.
Patricia Canetti é
artista plástica e criadora do Canal Contemporâneo.
volta ao topo
Assunto: Canal Contemporâneo e Arquitetura
Recebo o informativo do Canal Contemporâneo e venho parabenizá-los pelo
trabalho. Espero que vcs cresçam cada vez mais.
Gostaria
de dar uma sugestão. O Brasil é um dos poucos países do mundo, que não
encara a Arquitetura como arte, e sim como construção. Este é um dos
motivos de nossa classe ser desvalorizada, da qualidade do ensino de
arquitetura ser tão ruím, e por termos profissionais tão
desqualificados. É por isso também que os arquitetos estrangeiros estão
começando a roubar o mercado brasileiro, como o caso de Jean Nouvel.
Todos os outros países da América Latina encaram a arquitetura como
arte ! Os arquitetos Uruguaios, Argentinos e Chilenos constrõem na até
na Europa e nos EUA !!!
Nosso escritório
e vários outros formados por jovens arquitetos estamos tentando
modificar
esta mentalidade, através de contatos como o Canal Contemporâneo para
abrir este espaço para nós.
Muito
Obrigado
Marco
Milazzo
Oficina
de Arquitetos
volta ao topo
Comentários
- Universidade Federal da Bahia
Vocês se lembram quando o Olívio Dutra, governador petista do RS,
resolveu não ceder às condições da Ford para se instalar no Estado e
levou muita gente a criticá-lo por "tirar empregos" dos gaúchos e
atrapalhar a industrialização gaudéria? Quem ficou com os aparentes
louros foi o então Senador ACM que levou, no colo, a Ford para a Bahia.
O artigo abaixo conta o capítulo seguinte dessa história. Vale a pena
saber o que aconteceu com a Ford e a Bahia depois disso. Quem tiver
contatos eletrônicos no RS, por favor passe o artigo. Acho que o Olívio
merece um pedido de desculpas da imprensa local e nacional, da oposiçao
local, enfim de todos que nao entenderam sua visao e coragem naquele
momento.
A Ford na Bahia - Um exemplo de neocolonizaçao e subserviência.
PROF. IBERÊ
LUIZ NODARI
"Povo que não tem virtudes termina por ser escravo."
Contando com a vinda da Ford, começamos logo a fazer projetos de
reestruturaçao do curso com foco na área automotiva. Não era só a Ford:
vinham mais 32 sistemistas. Hoje o desencanto é geral: já com a fábrica
produzindo, verifica-se uma espetacular obra de depredaçao do Estado.
Mesmo com a procura insistente por parte de alguns professores
deslumbrados, até hoje não existe qualquer relação - ou mesmo proposta
- da Ford ou das sistemistas com a Escola Politécnica, que é a escola
que reúne os cursos de Engenharia na Universidade Federal da Bahia. A
medida que vamos conhecendo melhor o empreendimento e as relações da
montadora com a comunidade, vamos percebendo, até com surpresa, a
postura absolutamente avarenta, senhorial e assimétrica. É só "venha a
nós o vosso reino", ou, seguindo a doutrina de Kennedy, "não pergunte
jamais o que a Ford pode fazer pela Bahia, mas sim o que a Bahia pode
fazer pela Ford".
Todo o universo - empresa mais fornecedores - não absorveu mais do que
20 engenheiros formados aqui na Bahia, a maioria vem de fora. Os
salários são baixos, estão na faixa de R$ 1.500 a R$ 2.500, com um
nível mínimo de assistência. A fábrica está localizada no complexo
industrial de Camaçari, que abriga o Pólo Petroquímico, distante cerca
de 55km de Salvador. Pois a Ford não oferece nenhum tipo de transporte
aos seus funcionários, ao contrário das outras empresas petroquímicas
do complexo, que transportam os seus trabalhadores, conforme, aliás, é
tradiçao nas relações de trabalho em indústrias que têm alguma
distância do centro urbano. A Ford, o que fez em relação a esta
prática, foi exigir que a Prefeitura de Camaçari, cidade que dista 7km
do distrito industrial do Pólo, construísse uma ciclovia de Camaçari
até a fábrica.
Os empregos foram criados, em grande parte, no exterior. Por exemplo, a
sistemista responsável pela pintura, uma empresa americana, trouxe
todos os funcionários de nível do México e dos Estados Unidos, e, pelo
jeito que este pessoal está comprando residências e trazendo a família,
vieram para ficar, pelo menos por algum tempo. Para os baianos,
restaram as vagas de
emprego primário, muito mal remuneradas (média de R$ 500), quando as
mesmas
funções em São Paulo valem de R$ 1.200 a R$ 1.500 (no Pólo
Petroquímico,
a média de funçoes equivalentes é de R$ 760), e sem transporte de
Salvador,
ou mesmo de Camaçari, até a fábrica.
As facilidades criadas para estimular a instalaçao da montadora mostram
uma singular lição de subserviência, e levaram a algumas concessões que
são absolutamente escandalosas. A Ford exigiu - e obteve; aliás, ganhou
tudo o que quis, deve estar arrependida de não haver pedido mais - um
contrato de financiamento de capital de giro no qual o Estado
tupiniquim, vejam só, compromete-se a financiar um montante equivalente
a 12% do faturamento bruto da empresa, oriundo das operações com
produtos nacionais ou importados comercializados na Bahia. É por isso
que o pátio da empresa, estrategicamente escondido dos acessos normais
da fábrica, está repleto de automóveis Ford Focus e caminhonetes Ranger
vindos da Argentina, antes desembarcados em São Paulo - que, além
de ser o centro consumidor, fica muito mais perto da procedência.
Aqui vai um comentário: apesar desta operação estar travestida de
"financiamento de capital de giro", na prática ela representa um
incentivo fiscal, uma vez que o financiamento corresponderá ao total do
ICMS devido, com prazo para pagamento de 22 anos, sendo que, sobre este
valor, não incidirão juros e correção monetária, e ainda poderá ser
liquidado antecipadamente com descontos nunca concedidos em nosso
sistema financeiro. É um exemplo de renúncia fiscal jamais visto. Pode
parecer, mas os números não estão errados: foram obtidos através de um
relatório interno do Tribunal de Contas do Estado. É uma facilidade tão
imoral que não prevê qualquer correção, mesmo com o pagamento em 22
anos, após o qual se fará no valor histórico, e com a possibilidade de
desconto que pode alcançar a totalidade do débito.
Que nome se pode dar a isto que nao seja "doação"?
O que nao está no contrato - mas deve constar no acordo - é o
compromisso das espetaculares obras de infra-estrutura exigidas ao
capricho pela Ford.
Para construir o porto exclusivo da Ford, o Estado da Bahia está
pagando R$ 31 milhoes à construtora Norberto Odebrecht. Terá uma área
de estacionamento com capacidade de 6.000 veículos, mas nem aí serão
criados empregos, porque a empresa que vai administrar o porto e operar
os equipamentos é norte-americana, a Crowley. Emprego nacional, só para
a mulher do cafezinho e para o vigilante.
A malha viária no entorno da fábrica foi reconstruída segundo a
exigência, de tal forma que as estradas que dela fazem parte são hoje
as mais perfeitas do país. A terraplenagem da fábrica, os acessos e o
resto da infra-estrutura também foram doados pelo Estado. Para atender
a todas as imposições da montadora - incluindo o empréstimo (outra
doação!), conseguir financiar o compromisso e honrar o acordo de
vassalagem, o Governo da Bahia desviou o seu orçamento, diminuindo
flagrantemente o investimento social. A Educaçao e a Saúde encontram-se
em um verdadeiro caos na Bahia: é proibido reprovar nas escolas
estaduais, mesmo os alunos que não comparecem às provas passam de ano.
O Estado não pode arcar com o custo de reprovação.
Mas agora vem o pior. Pasmem: a região metropolitana de Salvador, que
já era recordista nacional de desemprego, teve, segundo relatório do
DIEESE e também do IBGE, o índice de desemprego aumentado no ano
passado, enquanto no mesmo período o desemprego na região metropolitana
de Porto Alegre diminuiu! E vejam que ironia: através do mesmo
relatório, declara-se que uma das causas deste rebaixamento foi o
crescimento da indústria de substituiçao de produtos importados.
Se o Governo tivesse aplicado 1/3 do que deu à Ford para o
desenvolvimento de uma indústria nacional (a Gurgel, por exemplo), eu
não tenho dúvida que, em cinco ou seis anos, o Brasil estaria
exportando automóveis desenvolvidos com tecnologia endógena.
É quixotesco? Quem foi que desenvolveu a indústria do Motor 1000, hoje
a maior revolução na indústria automotiva nacional?
Há 36 anos, a Coréia era um Paraguai em relação ao Brasil (que este
exemplo sirva de estímulo ao nosso simpático vizinho). Quem não tem
idéia
do que é a Coréia hoje poderá conhecê-la através das transmissoes da
Copa
do Mundo.
Tem Ford na Coréia? Mas tem fábrica coreana nos Estados Unidos.
Ao escrever este artigo, duas frases me vêm à lembrança que retratam o
emblema desta contradiçao. Uma eu encontrei em entrevista do Ministro
da Educaçao, Paulo Renato de Souza, à revista Exame, quando ele
declara: "(...) nao ser mais necessário realizar grandes investimentos
em desenvolvimento de tecnologia, pois esta já está pronta, basta
trazê-la para o Brasil."
A outra, eu busquei na letra do Hino do Rio Grande do Sul, diz o
seguinte: "Povo que nao tem virtudes termina por ser escravo."
Prof. Iberê Luiz Nodari
Departamento de Engenharia Mecânica
Escola Politécnica
Universidade Federal da Bahia
nodari@ufba.com
Comentários II - Parabéns Sr. Olívio Dutra - Obrigado Prof. Nodari
Certa vez eu ouvi a frase: "metade da Bahia é do ACM e a outra é da
Odebrecht", mas nao acreditei. Ainda bem, pois na verdade é só 1/3 para
cada! ACM, Odebrecht e Ford.
A falta de visao e de coragem dos Tupiniquins para com o Brasil nos
colocará em perfeitas condições para servir cafezinhos e engraxar
sapatos
para os "globalizantes", mas só depois de concluir o nível superior (eu
já escrevi isso antes!).
Mauricio Azevedo Sá
macarra@eletronuclear.gov.br
Documento incorporado ao Projeto Pensar Não Dói.
Angra dos Reis, 12 de dezembro de 2.002.
volta ao topo