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DF/RJ/SP/Inglaterra Lançamento do catálogo anual da Arte Futura, Brasília
ANO 3 N. 9 / 28 de janeiro de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Giacomo Picca na 32, Inglaterra  HOJE
Lançamento do catálogo anual da Arte Futura, Brasília
Melhores 2002 APCA - Artes Visuais, São Paulo
Carta para o presidente sobre a construção do Museu Guggenheim no Rio de Janeiro



Giacomo Picca

Trees for the Wood

Textos de Guy Brett e James Bohm:
http://www.giacomopicca.com

28 de Janeiro, terça-feira, às 18h

Gallery 32
32 Green Street
Londres, W1K 7AT
44-20-7399-9282
gallery@infolondres.org.uk
http://www.brazil.org.uk
Exposição até 27 de fevereiro de 2003.  

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Lançamento do catálogo anual de exposições

29 de janeiro, quarta-feira, às 19h30

Arte Futura e Companhia
SCLN 205 bloco C loja 25
61- 349-5788
Patrocínio: BrasilTelecom, Postos Petrobrás, Fundo da Arte e da Cultura (FAC) do Distrito Federal / Apoio: Vasp e da Lei de Incentivo à Cultura.

O catálogo das exposições realizadas em 2002 traz textos, entrevistas e reproduções fotográficas referentes às exposições Evandro Salles – Desenhos, Nelson Félix – desenho e escultura, Marcos Chaves, Ernesto Neto e o lugar da criação e Arte Contemporânea Brasília 2002.

O catálogo tem 104 páginas e é um registro das atividades desenvolvidas pelo espaço no seu segundo ano de funcionamento.

Durante o lançamento, o público poderá apreciar a exposição Arte Contemporânea Brasília 2002, que fica em cartaz até o próximo dia 31 e apresenta trabalhos de 25 criadores brasilienses de diferentes gerações.

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Lista dos Premiados
Melhores 2002 APCA - Artes Visuais
Associação Paulista dos Críticos de Arte
http://www.apca.org.br/lista_premiados2002.htm

Grande Prêmio da Crítica - Abraham Palatnik
Retrospectiva - Arcângelo Ianelli - Pinacoteca do Estado
Instituição Cultural - Centro Universitário Maria Antônia - Lorenzo Mammi
Projeto de Pesquisa - Da Antropofagia a Brasília - Jorge Schwartz
Tridimensional - Edith Derdyk - Centro Cultural São Paulo e Galpão 15
Fotografia - Cássio Vasconcelos - Galeria Vermelho
Exposição Internacional - 500 Anos de Arte Russa/BrasilConnects


Votaram - Antonio Santoro Jr., Ana Weiss, Camila Molina, Enock Sacramento, Ivo Zanini, José Henrique Fabre Rolim, Luiz Ernesto Kawall, Maria Hirszman, Rubens Fernandes Junior.

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Carta para o presidente sobre a construção do Museu Guggenheim no Rio de Janeiro,
enviada pela CPI da Câmara dos Vereadores desta cidade

Excelentíssimo Sr. Presidente da República
Sr.Luiz Inácio Lula da Silva


A nossa decisão de recorrer à autoridade moral, política e administrativa de Vossa Excelência, a respeito da instalação de uma filial do Museu Guggenheim, no Rio de Janeiro, foi cuidadosamente pensada.

O projeto de criação de uma nova unidade cultural no Rio, poderia ser uma razão suplementar para que nos regozijássemos do fortalecimento da vocação cultural de nossa cidade. Entretanto, é preciso considerar que existe, no Rio, uma rede complexa e que se encontra em situação financeira mais que precária. O local onde seria construída esta franquia, na Zona Portuária, pertence à União. É a primeira razão, Sr. Presidente, para nossa tentativa de sensibilizar Vossa Excelência para o problema da construção desta sucursal da rede americana.

A União é proprietária, na ex-capital, de entidades culturais da maior importância. Podemos nos orgulhar de termos instituições como o Museu Histórico Nacional, o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o Museu do Exército, o Museu da República, o Museu Dom João VI, o Sítio Burle Marx, o Museu Imperial de Petrópolis, a Fundação Geyer, os Museus Castro Maya, o Museu da Cidade e o Museu Nacional de Belas Artes.

Durante os últimos anos tivemos a satisfação de ver mais órgãos de âmbito nacional, como o Supremo Tribunal Federal e a Marinha Brasileira, implantando, no Rio, novos e importantes centros culturais. Além disso, as leis de incentivo fiscal, possibilitaram que empresas privadas, como o Unibanco, por exemplo, criassem, com dinheiro público, centros culturais do significado de um Instituto Moreira Salles.

Além destes, devemos acrescentar a criação do Instituto Darci Ribeiro de Cinema, a reabertura do Teatro Maison de France e o Armazém 5. Os três foram pagos com recursos públicos e abertos no decorrer de 2002.

O Sr. Conhece a particularidade da rede cultural do Rio. A cidade herdou os grandes museus e outras instituições que o Governo Federal criou para animar a vida cultural de uma grande capital. Foram abertas, também, através do mecenato e de recursos públicos, várias outras instituições de grande relevância, como o MAM, o Museu do Futebol, a Casa França-Brasil, o Museu do Telefone, Instituto dos Arquitetos, etc.

Em comparação com outras grandes cidades brasileiras e com capitais estrangeiras, não faltam espaços culturais de grande qualidade, na antiga capital federal. O  problema é a situação de miséria e a falta de programação.

A implantação de um projeto que deverá exigir investimento inicial estimado em mais de R$ 1 bilhão ( construção do museu, urbanização do entorno, e  aquisição de acervo ), compromete definitivamente a já precária situação de nossa rede cultural. Tanto os recursos para implementação do Museu, quanto aqueles destinados a cobrir seu déficit operacional anual, sairão do tesouro municipal. Ressalta-se que o museu do Rio de Janeiro custará U$ 100 milhões a mais do que custou o Museu de Bilbao.

Ressalte-se que o estudo de viabilidade realizado, inclui entre as receitas previstas, cerca de R$ 30 milhões por ano provenientes de incentivos fiscais da Lei Rouanet, ou seja, recursos federais. Mesmo contando com esta receita e superestimando o número de visitantes, o referido estudo, contratado à própria Fundação Guggenheim, aponta um déficit operacional anual de algo em torno de R$ 35 milhões. Em contrapartida, a avaliação do impacto positivo para a cidade, em termos de arrecadação de impostos, é de apenas R$ 21 milhões por ano.

As conseqüências deste desequilíbrio econômico do projeto serão sentidas no agravamento da situação financeira das outras instituições culturais de nossa cidade.

Pedimos a atenção de Vossa Excelência para as relações financeiras da União com a Cidade do Rio de Janeiro.  Enquanto quer gastar esta fortuna com o Guggenheim, o Prefeito César Maia pede ajuda financeira do Governo Federal, contraindo novas dívidas, para projetos tais como a duplicação da Auto-Estrada Lagoa-Barra, avaliado em R$ 700 milhões.

Não resta dúvida que o projeto de reurbanização e  revitalização  da região portuária  tem enorme significado para o futuro da Cidade do Rio de Janeiro e de toda a sua região metropolitana. Envolve o Município, o Estado e a União, sendo esta última, proprietária de parte dos terrenos e das empresas públicas que ali atuam ( Docas, Companhia Ferroviária Federal, etc. ).

Esta revitalização, no entanto, não tem que estar necessariamente ligada a um projeto gigante, caríssimo, e de retorno mais do que duvidoso para a cidade, como este da implantação de uma filial do Guggenheim. Quando comparado com outras necessidades sociais e de infraestrutura (inclusive turística) do Rio de Janeiro, o Museu não merece nenhuma prioridade.

Sabemos que a Fundação Guggenheim encontra problemas financeiros em algumas de suas unidades, e quer ajudar a resolvê-los com a filial do Rio de Janeiro que será inteiramente custeada com os nossos recursos públicos. Depois do trágico dia 11 de setembro de 2001, caíram as receitas provenientes da venda de ingressos, de patrocínios, de franquias e dos produtos vendidos nas lojas dos museus.  A filial de Las Vegas foi fechada e a matriz da Quinta Avenida de Nova Iorque demitiu perto de metade de seus funcionários. Outros projetos como o de Lyon, na França, e de Salzburgo, na Áustria, conhecem problemas que podem causar seu cancelamento.    

O Sr. Prefeito do Rio, apesar dos avisos da classe cultural, de entidades representantes dos arquitetos e urbanistas, de políticos, de outras representações da sociedade civil organizada e de inúmeros cariocas, usando expedientes administrativos contestáveis está colocando a cidade em situação de perigo. Se, ao final de seu mandato, não provisionar os recursos necessários para as despesas previstas com o término da construção e com a operação do Museu, para os anos seguintes, estará desequilibrando as finanças municipais e deixando um enorme problema para o seu sucessor, seja ele mesmo ou não.


Organizamos debates, participamos de uma CPI instalada na Câmara de Vereadores, sensibilizamos a mídia, e tentamos alertar o Sr. Prefeito. Tudo sem resultado, até hoje.

Excelentíssimo Sr. Presidente, todos nós, abaixo assinados, artistas, produtores culturais, políticos, arquitetos, urbanistas, e dirigentes de entidades representativas da sociedade, solicitamos sua especial atenção para este assunto, e sua interferência para impedir que se concretize este crime contra o Rio de Janeiro, e por que não dizer, contra o País.

Atenciosamente,

Esta carta será lida hoje em Ato Solene na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, e concomitantemente enviada ao Presidente Lula.

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Aproveito para avisar que a nova linha de ação da Política Cultural do Prefeito César Maia, que ao meu ver está confundindo as áreas de cultura e comunicação do seu governo, está resultando em  novos "ajustes" na nossa programação. Corre o boato de que o convênio com o MAM e a realização da Mostra Rio Arte Contemporânea, que veio substituir o falecido Salão Carioca, serão cancelados, e que no seu lugar reinará a mostra Artes de Portas Abertas em Santa Teresa.


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