NESTA EDIÇÃO:
Giacomo Picca na 32,
Inglaterra HOJE
Lançamento do catálogo anual da Arte Futura, Brasília
Melhores 2002 APCA - Artes Visuais, São Paulo
Carta para o presidente sobre a construção do Museu
Guggenheim no Rio de Janeiro
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Lançamento do catálogo anual de exposições
29 de janeiro,
quarta-feira, às 19h30
Arte Futura e Companhia
SCLN 205 bloco C loja 25
61- 349-5788
Patrocínio: BrasilTelecom,
Postos Petrobrás, Fundo da Arte e da Cultura (FAC) do Distrito Federal
/ Apoio:
Vasp e da Lei de Incentivo à Cultura.
O catálogo
das exposições realizadas em 2002 traz textos, entrevistas e
reproduções fotográficas referentes às exposições Evandro Salles –
Desenhos, Nelson Félix – desenho e escultura, Marcos Chaves, Ernesto
Neto e o lugar da criação e Arte Contemporânea Brasília 2002.
O catálogo tem 104 páginas e
é um registro das atividades desenvolvidas pelo espaço no seu segundo
ano
de funcionamento.
Durante o lançamento, o
público poderá apreciar a exposição Arte Contemporânea Brasília 2002,
que fica em cartaz até o próximo dia 31 e apresenta trabalhos de 25
criadores brasilienses de diferentes gerações.
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Lista dos
Premiados
Melhores 2002 APCA - Artes Visuais
Associação Paulista dos
Críticos de Arte
http://www.apca.org.br/lista_premiados2002.htm
Grande Prêmio da Crítica
- Abraham Palatnik
Retrospectiva - Arcângelo
Ianelli - Pinacoteca do Estado
Instituição Cultural - Centro
Universitário Maria Antônia - Lorenzo Mammi
Projeto de Pesquisa - Da
Antropofagia a Brasília - Jorge Schwartz
Tridimensional - Edith Derdyk
- Centro Cultural São Paulo e Galpão 15
Fotografia - Cássio
Vasconcelos - Galeria Vermelho
Exposição Internacional - 500
Anos de Arte Russa/BrasilConnects
Votaram - Antonio Santoro
Jr., Ana Weiss, Camila Molina, Enock Sacramento, Ivo Zanini, José
Henrique Fabre Rolim, Luiz Ernesto Kawall, Maria Hirszman, Rubens
Fernandes Junior.
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Carta para o
presidente sobre a construção do Museu Guggenheim no Rio de Janeiro,
enviada pela CPI da Câmara dos Vereadores desta cidade
Excelentíssimo Sr.
Presidente da República
Sr.Luiz Inácio Lula da Silva
A nossa decisão de recorrer à autoridade moral, política e
administrativa de Vossa Excelência, a respeito da instalação de uma
filial do Museu Guggenheim, no Rio de Janeiro, foi cuidadosamente
pensada.
O projeto de criação de uma nova unidade cultural no Rio, poderia ser
uma razão suplementar para que nos regozijássemos do fortalecimento da
vocação cultural de nossa cidade. Entretanto, é preciso considerar que
existe, no Rio, uma rede complexa e que se encontra em situação
financeira mais que precária.
O local onde seria construída esta franquia, na Zona Portuária,
pertence
à União. É a primeira razão, Sr. Presidente, para nossa tentativa de
sensibilizar
Vossa Excelência para o problema da construção desta sucursal da rede
americana.
A União é proprietária, na ex-capital, de entidades culturais da maior
importância. Podemos nos orgulhar de termos instituições como o Museu
Histórico Nacional, o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o Museu do
Exército, o Museu da República,
o Museu Dom João VI, o Sítio Burle Marx, o Museu Imperial de
Petrópolis, a
Fundação Geyer, os Museus Castro Maya, o Museu da Cidade e o Museu
Nacional de Belas Artes.
Durante os últimos anos tivemos a satisfação de ver mais órgãos de
âmbito nacional, como o Supremo Tribunal Federal e a Marinha
Brasileira, implantando, no Rio, novos e importantes centros culturais.
Além disso, as leis de incentivo fiscal, possibilitaram que empresas
privadas, como o Unibanco, por exemplo, criassem, com dinheiro público,
centros culturais do significado de um Instituto Moreira Salles.
Além destes, devemos acrescentar a criação do Instituto Darci Ribeiro
de Cinema, a reabertura do Teatro Maison de France e o Armazém 5. Os
três foram pagos com recursos públicos e abertos no decorrer de 2002.
O Sr. Conhece a particularidade da rede cultural do Rio. A cidade
herdou os grandes museus e outras instituições que o Governo Federal
criou para animar
a vida cultural de uma grande capital. Foram abertas, também, através
do
mecenato e de recursos públicos, várias outras instituições de grande
relevância,
como o MAM, o Museu do Futebol, a Casa França-Brasil, o Museu do
Telefone,
Instituto dos Arquitetos, etc.
Em comparação com outras grandes cidades brasileiras e com capitais
estrangeiras, não faltam espaços culturais de grande qualidade, na
antiga capital federal. O problema é a situação de miséria e a falta
de programação.
A implantação de um projeto que deverá exigir investimento inicial
estimado em mais de R$ 1 bilhão ( construção do museu, urbanização do
entorno, e aquisição
de acervo ), compromete definitivamente a já precária situação de nossa
rede
cultural. Tanto os recursos para implementação do Museu, quanto aqueles
destinados
a cobrir seu déficit operacional anual, sairão do tesouro municipal.
Ressalta-se
que o museu do Rio de Janeiro custará U$ 100 milhões a mais do que
custou
o Museu de Bilbao.
Ressalte-se que o estudo de viabilidade realizado, inclui entre as
receitas previstas, cerca de R$ 30 milhões por ano provenientes de
incentivos fiscais da Lei Rouanet, ou seja, recursos federais. Mesmo
contando com esta receita e superestimando o número de visitantes, o
referido estudo, contratado à própria
Fundação Guggenheim, aponta um déficit operacional anual de algo em
torno
de R$ 35 milhões. Em contrapartida, a avaliação do impacto positivo
para
a cidade, em termos de arrecadação de impostos, é de apenas R$ 21
milhões por ano.
As conseqüências deste desequilíbrio econômico do projeto serão
sentidas no agravamento da situação financeira das outras instituições
culturais de nossa cidade.
Pedimos a atenção de Vossa Excelência para as relações financeiras da
União com a Cidade do Rio de Janeiro. Enquanto quer gastar esta
fortuna com o Guggenheim,
o Prefeito César Maia pede ajuda financeira do Governo Federal,
contraindo
novas dívidas, para projetos tais como a duplicação da Auto-Estrada
Lagoa-Barra,
avaliado em R$ 700 milhões.
Não resta dúvida que o projeto de reurbanização e revitalização da
região portuária tem enorme significado para o futuro da Cidade do Rio
de Janeiro e de toda a sua região metropolitana. Envolve o Município, o
Estado e a União, sendo esta última, proprietária de parte dos terrenos
e das empresas públicas que ali atuam ( Docas, Companhia Ferroviária
Federal, etc. ).
Esta revitalização, no entanto, não tem que estar necessariamente
ligada a um projeto gigante, caríssimo, e de retorno mais do que
duvidoso para a cidade, como este da implantação de uma filial do
Guggenheim. Quando comparado com outras necessidades sociais e de
infraestrutura (inclusive turística) do Rio de Janeiro, o Museu não
merece nenhuma prioridade.
Sabemos que a Fundação Guggenheim encontra problemas financeiros em
algumas de suas unidades, e quer ajudar a resolvê-los com a filial do
Rio de Janeiro que será inteiramente custeada com os nossos recursos
públicos. Depois do trágico dia 11 de setembro de 2001, caíram as
receitas provenientes da venda de ingressos, de patrocínios, de
franquias e dos produtos vendidos nas lojas dos museus. A filial de
Las Vegas foi fechada e a matriz da Quinta Avenida de Nova Iorque
demitiu perto de metade de seus funcionários. Outros projetos como o de
Lyon, na França, e de Salzburgo, na Áustria, conhecem problemas que
podem causar seu cancelamento.
O Sr. Prefeito do Rio, apesar dos avisos da classe cultural, de
entidades representantes dos arquitetos e urbanistas, de políticos, de
outras representações da sociedade civil organizada e de inúmeros
cariocas, usando expedientes administrativos
contestáveis está colocando a cidade em situação de perigo. Se, ao
final
de seu mandato, não provisionar os recursos necessários para as
despesas
previstas com o término da construção e com a operação do Museu, para
os
anos seguintes, estará desequilibrando as finanças municipais e
deixando um
enorme problema para o seu sucessor, seja ele mesmo ou não.
Organizamos debates, participamos de uma CPI instalada na Câmara de
Vereadores, sensibilizamos a mídia, e tentamos alertar o Sr. Prefeito.
Tudo sem resultado, até hoje.
Excelentíssimo Sr. Presidente, todos nós, abaixo assinados, artistas,
produtores culturais, políticos, arquitetos, urbanistas, e dirigentes
de entidades representativas da sociedade, solicitamos sua especial
atenção para este assunto, e sua interferência para impedir que se
concretize este crime contra o Rio de Janeiro, e por que
não dizer, contra o País.
Atenciosamente,
Esta carta será
lida hoje
em Ato Solene na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, e
concomitantemente enviada ao Presidente Lula.
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Aproveito para avisar que a nova linha de ação da Política Cultural do
Prefeito César Maia, que ao meu ver está confundindo as áreas de
cultura e comunicação do seu governo, está resultando em novos
"ajustes" na nossa programação. Corre o boato de que o convênio com o
MAM e a realização da Mostra Rio Arte Contemporânea, que veio
substituir o falecido Salão Carioca, serão cancelados, e que no seu
lugar reinará a mostra Artes de Portas Abertas em Santa Teresa.
Assinaturas e renovações são fundamentais para a manutenção deste Canal.
http://www.canalcontemporaneo.art.br/projetos.htm#0