Página inicial

e-nformes

 

Acessar E-nformes Anteriores

Acesso a todos os e-nformes publicados desde a criação do Canal Contemporâneo em dezembro de 2000.

Para acessar os e-nformes anteriores é necessário ser associado ao Canal Contemporâneo.


Se você já se cadastrou, conecte-se na primeira página para acessar sua área pessoal e pedir o boleto na aba associação do editar conta. Se você nunca se cadastrou, preencha o formulário e, no final, escolha a opção associação paga. Conheça os planos de acesso do Canal e seus benefícios.


Modos de recebimento dos e-nformes


O Canal Contemporâneo publica 2 e-nformes semanais contendo informações sobre o circuito de arte contemporânea e políticas culturais relacionadas.

- Para receber a edição COMPLETA, com textos e imagens, torne-se um associado pagante e contribua para a manutenção da iniciativa.

- Para receber a edição SIMPLIFICADA, apenas com os linques para os conteúdos, basta ser um usuário cadastrado.

 


Pesquise por palavras e/ou expressões (entre aspas)

RJ/SP HOJE Reunião sobre a Rede Municipal de Teatros no Sérgio Porto / Fórum de Artes Plásticas no MARP
ANO 3 N. 4 / 16 de janeiro de 2003




MOSTRAS:
A Autonomia do Desenho no MAM, Rio de Janeiro
DA SÉRIE Brasil de Contrastes:

Fórum de Artes Plásticas no MARP, Ribeirão Preto
Reunião sobre a Rede Municipal de Teatros no Sérgio Porto, Rio de Janeiro

É chegada a hora de enfrentar a subnutrição cultural por Helena Katz


A Autonomia do Desenho

Exposição apresenta de forma inédita a faceta gráfica das Coleções MAM e Gilberto Chateaubriand detendo-se sobre desenhos de grandes artistas brasileiros e internacionais.

17 de janeiro a 9 de março de 2003

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo
Rio de Janeiro  21 2240-4944
http://www.mamrio.org.br
Terça a sexta, das 12h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.
Ingressos a R$8 e R$4; na quarta-feira, meia entrada para todos.

Foi somente após a segunda metade do século XIX que o desenho começou a adquirir autonomia estética. Tradicionalmente subordinado à pintura, – sua função, por excelência, era a de demarcar o espaço, as figuras e as formas do quadro –, o desenho ganhou novo status com os movimentos modernistas e a proliferação de revistas ilustradas com charges e caricaturas. Era a hora de se avaliar seu enorme potencial expressivo e, em muitos casos, inegável qualidade artística. No Brasil, pode-se acompanhar grande parte desta história através dos quase dois mil desenhos das Coleções Gilberto Chateaubriand e MAM. O visitante encontrará nas exposições uma seleção de desenhos brasileiros que vão do modernismo à arte contemporânea, pertencentes à Coleção Gilberto Chateaubriand, e uma série impressionante de desenhos de artistas estrangeiros e nacionais do acervo do museu. O curador do MAM, Fernando Cocchiarale, destaca o quase ineditismo de se realizar exposições que, em conjunto, traçam um panorama abrangente do desenho no século XX.

A Autonomia do Desenho ocupará oito salas. Em O Desenho na Arte Moderna e Contemporânea Internacional estarão expostas mais de 40 obras de autores internacionais como os franceses Camile Bryen, Hans Hartung, André Lhote, Henry Michaux, Georges Mathieu e Maria Helena Vieira Silva, o argentino Jorge de la Veja e o norte-americano Jorge Oppenheim. Já O Desenho Moderno Brasileiro: 1917/1950 reúne mais de 50 obras de artistas brasileiros, que vão dos primórdios do modernismo até os anos 40. O destaque da mostra fica por conta das seis salas especiais que oferecem a possibilidade de o público entrar em contato com a obra de alguns dos ícones do desenho no Brasil. O Desenho de Oswaldo Goeldi conta com 32 obras do artista, das Coleções MAM e Gilberto Chateaubriand. O Desenho de Amílcar de Castro presta uma homenagem ao artista morto recentemente com a reunião de 12 de seus trabalhos, todos da Coleção MAM. E, dentro de uma sub-divisão Desenho e Nova Figuração Brasileira, foram criadas quatro salas especiais, com cerca de 70 obras, dedicadas à produção dos anos 60 e 70 de Antônio Dias, Carlos Vergara, Roberto Magalhães e Rubens Gerchman.

A Autonomia do Desenho é mais um importante passo dado pelo MAM no mapeamento de suas coleções e na tentativa de se solidificar uma prática curatorial que foge do óbvio de mostras estritamente históricas, lineares ou cronológicas, e busca aspectos pouco usuais para explorar o rico acervo do museu.

volta ao topo


FÓRUM DE ARTES PLÁSTICAS
Em DEBATE A PROPOSTA DE POLÍTICA CULTURAL
para o Município de Ribeirão Preto 2002 / 2020

Aberto aos artistas plásticos e interessados

18 de janeiro, sábado, às 14h30h

MARP - Museu de Arte de Ribeirão Preto
Rua Barão do Amazonas 323
Ribeirão Preto   SP   14010-120
Informações: terça à sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, pelo telefone 16-610-2773.

volta ao topo


REUNIÃO DA CLASSE ARTÍSTICA
Em DEBATE A ATITUDE AUTORITÁRIA DA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO NA MUDANÇA DA GESTÃO DA REDE MUNICIPAL DE TEATROS formada por 11 teatros e seis Lonas Culturais: Armazém do Rio, Baden Powell, Café Pequeno, Carlos Gomes, Carlos Werneck, Dulcina, Glória, Teatro do Jockey, Maria Clara Machado/Planetário, Sérgio Porto, Ziembinski, Lonas Culturais Elza Osborne, Carlos Zéfiro, Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, João Bosco e Terra.

Aberto à classe teatral, de dança, de artistas plásticos, de músicos, e a todos que se utilizam da Rede de Teatros do Rio para trabalhar.

HOJE, 16 de janeiro, quinta-feira, às 22h30

Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá 163
(entrada pela Rua Visconde Silva)
Rio de Janeiro   21 2266-0896

volta ao topo


É chegada a hora de enfrentar a subnutrição cultural

HELENA KATZ

Especial para o Estado
Sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

Vamos direto ao ponto. Não há momento mais propício para propor que, além de inclusão social, se comece a falar, pensar, projetar e realizar a inclusão cultural. Quem vive no Brasil tem agora, além de um novo ministro da Cultura, também novos secretários de Cultura em seus Estados e, em cidades como São Paulo, também no município - o que significará a oportunidade de viver uma troca simultânea nos três níveis de gestão pública da cultura existentes no nosso país. Essas trocas precisam significar, de fato, mudança. Pois que há uma ameaça grave que pode, a médio prazo, dificultar ao ponto da inviabilização o exercício da arte brasileira. É urgente esclarecer os limites da inclusão social que se utiliza de instrumentos artísticos e diferenciá-los do que aqui se nomeia de inclusão cultural.

Artista deve fazer prioritariamente o que sabe, isto é, sua arte e, evidentemente, ter esse direito assegurado. Essa arte deve poder chegar aos que dela estão apartados. De fato, ela não chega, mas não por culpa dos artistas ou da arte que produzem, mas sim porque os modelos econômicos em vigência entre nós produziram hordas de desassistidos, desamparados, desabrigados, desempregados, desinformados. Promover a urgente aproximação entre os produtos artísticos e aqueles excluídos do seu desfrute significa realizar a inclusão cultural.

A inclusão cultural começa pelo estímulo ao nascimento de novos modos de pensar a distribuição do que aqui se produz para fazer chegar aos que foram postos à margem de tudo aquilo que nos faz cidadãos. Alguns, pela continuidade dessa situação perversa, nem sequer sabem que também têm fome de cultura. Não sofremos apenas de injusta distribuição de renda, mas de injusta distribuição de tudo, inclusive de cultura. Quando a fome se torna cotidiana, o organismo fica danificado, às vezes irreversivelmente. Há também subnutrição e desnutrição cultural e tanto numa fome como na outra, a solução é a mesma, ou seja, precisa-se buscar modos de promover abastecimento e distribuição amplos, gerais e irrestritos. Todo cidadão tem direito a comer três vezes por dia e a tomar contato com a beleza e a poesia que estimulam, ao mesmo tempo, os sentidos e a reflexão. No Ano 1 da era Lula é indispensável não esquecer que a arte tem função social, sim, independente das formas explícitas de trabalho de inclusão social que a escolhem como instrumento. Tais ações sociais são indispensáveis num país como o nosso. Não há cidadão de bom senso que possa deixar de apoiar e, quando possível, se engajar em tais iniciativas. Tais empreendimentos devem continuar a ser estimulados mas não podem substituir a arte enquanto atividade-fim. O emprego de atividades culturais como programa de reparação social não deve ser priorizado ou transformado em cartilha única do que seja politicamente correto e/ou desejável em termos de gestão cultural. Afinal, foi com a música de Gilberto Gil que aprendemos que o copo vazio estava cheio de ar e que era preciso acatar o ato do abacateiro e toda uma geração aprendeu a pensar melhor na política e na natureza. Gil não precisou desenvolver uma atividade destinada especificamente aos excluídos para que sua música tivesse tal alcance.

A vinculação da concessão de verbas da cultura para atividades explícitas de atendimento a populações carentes usando as atividades-fim (artes cênicas, visuais, música, literatura, etc.) vem produzindo distorções ameaçadoras. Talvez a mais grave seja a veiculação subliminar de uma espécie de não-necessidade da arte, que seria supérflua porque elitista e, assim, mereceria ser punida por tal pecado. Como se a elitização fosse uma escolha e não um fardo difícil de se livrar por ser mais um dos resultados continuados dos processos globais de exclusão praticados no Brasil. Além disso, estimula uma espécie de redenção via um assistencialismo despreparado porque aplicado, na maioria, por quem não possui (e não lhe deve ser cobrado) conhecimento especializado no assunto.

Quando se assiste a um espetáculo de dança, teatro, circo, música, ópera, quando se vai à uma exposição, quando se lê, se ouve música, se vai ao cinema, pratica-se uma educação dos sentidos. Entra-se em contato com idéias que nos levam a pensar melhor sobre o mundo que nos cerca. Um cidadão que tem acesso à produção artística do seu tempo consegue enfrentar com mais clareza a complexidade da sua vida e qualifica-se para aprender a reivindicar melhor a sua participação na sociedade. A arte é uma estratégia evolutiva que o homem desenvolveu para garantir a sua permanência no seu hábitat. Ela é tão indispensável quanto a alimentação, a saúde e a segurança. E é realizada por trabalhadores especializados, cujo produto final tem enorme poder de inclusão social. Para que eles próprios não se tornem o próximo nicho de excluídos, devemos implementar a inclusão cultural imediatamente.

volta ao topo


Esperamos que a exemplo da cidade de Ribeirão Preto do ex-prefeito e atual Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o Governo Federal abra o debate, e convoque as bases para um diálogo permanente sobre a Política Cultural Brasileira. Posições políticas e tecnocratas como esta do Prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, e do Secretário Municipal de Cultura, Ricardo Macieira, só nos fazem andar para trás (no tempo, na vida, na arte).

Artista, não deixe de participar dos debates que estão ocorrendo na sua região
!

envio de conteúdo_    cadastre-se_    contato_    sobre o canal_