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RJ/RS/SP/EUA Museus de Arte: A Experiência Brasileira no Sheraton Hotel / Boi e José Patrício na Nara Roesler ANO 3 - N. 158 / 28 de novembro de 2003
NESTA EDIÇÃO:
Alex Flemming e
Atelier FINEP no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Raul Mourão na Lurixs, Rio de Janeiro
Boi e José Patrício na Nara Roesler, São Paulo
Trópico na Pinacoteca, A pertinência dos salões de arte na
Pinacoteca do Estado, São Paulo
Arte da África - Idéias no CCBB, Rio de Janeiro
Museus de Arte: A Experiência Brasileira no Sheraton Hotel,
Porto Alegre
CIRCUITO:
Edith Derdyk na Haim Chanin Fine Arts, EUA
Anna Maria Maiolino
Alex Flemming
Curadoria: Angélica de
Moraes
Atelier FINEP
Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Gilvan Samico, José Damasceno, José Bechara, Marcelo Silveira
Curadoria: Anna Maria
Niemeyer, Claudia Saldanha, Ivo Mesquita, Lauro Cavalcanti, Moacir dos
Anjos
Curadoria geral: Lauro
Cavalcanti
Mesa-redonda
Atelier FINEP e a criação contemporânea
Participantes: Sergio Machado Rezende, presidente da FINEP; Lauro
Cavalcanti; Luciano Figueiredo, diretor do Centro de Arte Hélio
Oiticica; Luiz
Aquila, Rubem Grilo
2 de dezembro,
terça-feira, 18h30
Paço Imperial
Praça XV 48
Centro Rio de Janeiro
21-2533-4407
Terça a domingo, das 12 às 18h.
Exposição até 15 de fevereiro de 2004.
Veja
o texto de imprensa
Este material foi enviado por Meise Halabi .
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Raul Mourão
Pequenas frações
2 de dezembro de
2003 a 10 de janeiro de 2004
Lurixs Arte
Contemporânea
Rua Paulo Barreto 77
Botafogo Rio de
Janeiro
21-2541-4935
Segunda a sexta, das
14h às 19h; sábados, das 16h30 às 20h.
Veja
o texto de imprensa
Este material foi enviado por Juliana Rosa .
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Boi
José Patrício
29 de novembro,
sábado, das 11h às 15h
Galeria Nara Roesler
Av. Europa 655
São Paulo
11-3063-2344
nararoesler@nararoesler.com.br
http://www.nararoesler.com.br
Segunda a sexta, das
10h às 19h; sábados, das 11h às 15h.
Preços das obras: de
R$ 8 mil a R$ 38 mil.
Exposição até 31 de
janeiro de 2004.
Veja
o texto de imprensa
Este material foi enviado por Pool de Comunicação .
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Trópico na Pinacoteca
A pertinência dos
salões de arte
Daniela Bousso,
diretora do Paço das Artes; Adriano Pedrosa, curador e crítico de arte
Mediação: Lisette
Lagnado, crítica e co-editora da Trópico
29 de novembro,
sábado, 16h
Pinacoteca do Estado
Praça da Luz 2
São Paulo
11-229-9844
http:/www.uol.com.br/tropico
Ciclo de
Palestras
Arte da África - Idéias
Tiago de Oliveira Pinto
29 de novembro, sábado, das 16h às 18h
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março 66
Centro Rio de Janeiro
21-3808-2020
Retirada de senhas 30 minutos antes do início das palestras.
Exposição até 4 de janeiro de 2004.
Tiago de Oliveira Pinto
Diretor do Instituto Cultural Brasileiro em Berlim (ICBRA) e Professor
do Departamento de Antropologia da USP.
Programação:
6 de dezembro: Embaixador Alberto da Costa e Silva
Este material foi enviado por Meise Halabi .
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Museus
de Arte: A Experiência Brasileira
2 a 4 de dezembro,
sempre às 19h
Sheraton Porto Alegre
Hotel
Rua Olavo Barreto
Viana 18
Moinhos de Vento
Porto Alegre RS
http://www.iberecamargo.org.br
Promoção: Fundação
Iberê Camargo
Inscrições:
Loja do Margs
Praça da Alfândega s/
nº
Porto Alegre RS
Preço: R$40;
estudantes e professores têm 20% de desconto.
Reservas:
cultural@iberecamargo.org.
Programação:
2 de dezembro:
Políticas de aquisição e formação de acervos
Participantes:
Paulo Sérgio Duarte, Universidade Candido Mendes-RJ
Paulo Herkenhoff, Diretor do Museu Nacional de Belas Artes-RJ
Heitor Reis, Diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia
Tadeu Chiarelli, Conselho Curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo
3 de dezembro:
Políticas expositivas e de difusão de acervos
Participantes:
Fernando Cochiaralle, Curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Denise Grinspum, Diretora do Museu Lasar Segall-SP
Carlos Martins, Curador Chefe da Fundação Estudar-RJ
Ítalo Campofiorito, Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Niterói
4 de dezembro:
O Museu como espaço de pesquisa e experimentação
Participantes:
Marcelo Araújo, Diretor da Pinacoteca do Estado do São Paulo
Mônica Zielinsky, Coordenadora do Projeto de Catalogação e membro do
Conselho de Curadorias da Fundação Iberê Camargo-RS
Moacir dos Anjos, Diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães-PE
Luiza Interlenghi, Diretora do Museu de Arte Contemporânea do Centro
Cultural Dragão do Mar-CE
Este material foi enviado por Fundação Iberê Camargo .
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Circuito
Edith Derdyk
Declive
9 de novembro a 20
de
dezembro de 2003
Haim Chanin Fine Arts
210 Eleventh Avenue,
suíte 201
NY 10001 New York
EUA
art@haimchanin.com
http://www.haimchanin.com
Maiores informações:
Marília Razuk Galeria de Arte
11 - 30790853
Veja o release de imprensa e o texto, Declive, de
Noemi Jaffé
Este material foi enviado por Galeria Marilia Razuk .
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TEXTOS DO E-NFORME:
Alex
Flemming e
Atelier FINEP no Paço Imperial
Alex
Flemming
Sala Terreiro do Paço (térreo)
O artista paulistano apresenta 22 obras, entre pintura acrílica sobre
fotografia impressa em PVC (plotter) - da série Body Builders,
gravuras, desenhos, objetos de parede, de 1983 até hoje, sob curadoria
de Angélica de Moraes.
A exposição é uma celebração do desejável, da sinuosidade dos músculos
e do físico atlético. Flemming exalta o corpo e o desejo – temas
recorrentes na sua obra desde os anos 80.
O eixo da mostra é a série de pinturas pop-barrocas Body Builders,
inédita para o público carioca. São fotos de corpos de anônimos, de 200
x 150cm, plotadas sobre PVC, em que poros, pêlos e nuances da cor da
pele são colocados em evidência. Sobre elas, o artista intervém com
cores intensas e mapas de guerra, como os da Somália, do Oriente Médio,
dos Balcãs etc, impressos como tatuagens.
“Há na obra de Alex Flemming uma fidelidade retilínea ao princípio
renascentista de que o homem é a medida de todas as coisas. O corpo
humano é, para ele, a ferramenta ideal para realizar sua arte”, segundo
a curadora, no texto que acompanha a exposição.
Este princípio está presente nos demais trabalhos da exposição,
realizados com técnicas diversas, nos últimos 20 anos. A escolha das
peças que compõem este conjunto está diretamente ligada ao caráter
fragmentado e serial da produção de Flemming. Embora defina-se como
pintor, o artista traz na estrutura dos trabalhos a técnica e os
fundamentos de quem possui formação na gravura.
Na montagem, a ordem cronológica é desrespeitada para manter a conexão
com a essência da trajetória de Flemming. A intimista xerografia
“Orquídea”, por exemplo, aparece ao lado de grandes composições
fotográficas dos anos 80 e de roupas pintadas no início dos anos 90.
Outras obras de períodos distintos integram a mostra, como a pintura em
cetim sobre madeira “A True Lichtenstein portrait of David”, de 1983, e
uma acrílica sobre linho da série “Atletas”, de 1989.
Atelier FINEP
O projeto é uma parceria do Paço com a FINEP criado em 1994, com o
objetivo de incentivar a investigação de linguagem nas Artes Plásticas.
Ao artista convidado é proposto apresentar um trabalho ligado a uma
pesquisa, a um experimento ou à revelação de seu processo criativo.
Nesta edição, o projeto tem um elenco de cinco curadores: Anna Maria
Niemeyer, Claudia Saldanha e Lauro Cavalcanti (RJ), Moacir dos Anjos
(Recife) e Ivo Mesquita (SP).
Anna Maria Maiolino
Arroz&Feijão
Sala Gomes Freire
A instalação Arroz&Feijão, de Anna Maria Maiolino, é composta por
uma mesa preta de 12,5m de comprimento, com 34 lugares, ordenados para
um banquete, com pratos brancos, talheres, copos e guardanapos pretos.
Os pratos estão cheios de terra e arroz e feijão germinados. Em uma
vitrine, há 128 pratos brancos vazios. Duas mesas de apoio mostram o
processo do plantio à germinação.
A artista mostra ainda o vídeo - 1|3 x 2|3 (16’, 2003), que enfatiza a
boca como o receptor do alimento. Maiolino argumenta que a imagem “é
uma forma de explicitar que 1|3 da população mundial come muito bem,
enquanto 2|3 têm fome e alguns morrem, literalmente, de fome”.
Com esta obra a artista convida a refletir sobre uma questão
primordial: o alimento e a falta dele. Enquanto nos pratos brancos
germinam arroz e feijão, à mesa preta, enlutada, todos as cadeiras
permanecem desocupadas, criando-se a expectativa do preenchimento
destes vazios, que nunca acontece.
Em seu “memorial poético”, Maiolino diz que “esta instalação releva uma
das necessidade primordiais e básicas do homem: o alimento e sua falta
- a fome. A obra constrói metáforas através das sementes germinadas. A
terra e o “Arroz&Feijão” apresentados nos pratos são, a um tempo,
convite à reflexão e provocação…”
A primeira versão da instalação foi apresentada em 1979, na galeria da
Aliança Francesa de Botafogo. Em 1980, foi remontada no Núcleo de Arte
Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba e, em 2002, participou
da exposição Virgin Territory, no National Museum of Women in the Arts,
Washington, USA. Passados 24 anos de sua criação, este trabalho de Anna
Maria Maiolino não perde a atualidade.
Carmela
Gross
Aurora
Sala Mestre Valentim
A artista paulista traz ao Rio a instalação Aurora, com 100 lâmpadas
fluorescentes cor de rosa + reatores, com 400 fios aparentes em alturas
que variam entre um e três metros.
Gilvan
Samico
O outro lado do rio
Sala Academia dos Seletos
O artista pernambucano considera suas gravuras muito intimistas e as
produz de maneira singular desde 1965: apenas uma nova xilogravura por
ano, com lançamento sempre comemorado.
A inédita A caça, de 2003, será apresentada nesta exposição ao lado de
outras 17, datadas de 1962 em diante. O outro lado do rio, título da
mostra do Paço, é uma obra de 1980.
São composições com a figuração da vivência da cultura dos gravadores
populares. Possuem elementos recorrentes como estrela, serpente,
pássaro que são inseridos nas obras às vezes, sem tradução lógica,
segundo Samico. A simetria das gravuras acontece sempre dentro de um
eixo que divide a superfície, em que há a repetição da figuração ou sua
passagem de um lado para o outro.
O universo imagético de Samico pode ter raízes em uma lenda ou “na pura
imaginação”, descreve ele. Durante um tempo, sua obra teve ligação
direta com a literatura de cordel. Essa relação, hoje, não existe mais,
bem como a ausência de planos sucessivos que ocorreu lentamente nesta
passagem.
José
Damasceno
Ensaio sobre observação com lâmpada relativa
Sala Treze de Maio
A instalação do artista carioca Ensaio sobre observação com lâmpada
relativa se compõe de dois trabalhos:
- Lanterna com captador - uma lâmpada gigante, com manga de vidro,
encontrada pelo artista em um ferro velho, repousa no chão; ligado a
ela, um captador, do qual sai um cabo;
- Arquivo vivo (Life File) - dezenas de pastas de papelão (arquivo
morto), coladas umas às outras, reproduzem um sólido gigante, à
semelhança de um arquivo morto.
Segundo Damasceno, são peças isoladas, mas ele pretende que elas criem
um diálogo. A lâmpada não emite luz física, porém o artista supõe que a
“lanterna possa criar um meio para a observação do arquivo”.
O sólido de arquivos tem recortes sinuosos, de formas orgânicas, que
começam na parte externa e vão penetrando pelas caixas até
atravessá-las e chegar ao lado oposto de onde se deu início o ‘desenho’.
“Os arquivos não estão mais vazios porque possuem desenhos, eles se
enchem de recortes por onde o olhar passeia…”, propõe Damasceno.
José Bechara
Área de serviço
Sala do Trono
No espírito do Atelier FINEP, o artista apresenta uma experiência
tridimensional em progressão, com o título geral de Área de serviço. O
trabalho que expõe no Paço é Boca, em que objetos de uso cotidiano –
armário, cama, cadeira, arquivo, escrivaninha etc - estão amontoados de
forma a enfatizar suas linhas verticais e horizontais e “brotam” da
porta de um cômodo de serviço para dentro da sala de exposição. É como
se a sala de serviço “expulsasse”, deixasse escapulir do seu interior
aquelas peças.
Há mais de um ano, Bechara pensa “discutir a utilização de formas
corriqueiras, que escondem a geometria mais aparente”. Sua intenção é
“a de produzir um acontecimento escultórico silenciando a memória
daquela forma escultórica”, desabrigando esta memória da proteção que a
“casa” (cômodo) representa.
Marcelo Silveira
Bochinche
Sala do Dossel
Em sua primeira individual no Rio, o pernambucano Marcelo Silveira
mostra a instalação inédita Bochinche, composta de 12 peças de madeira
(cajacatinga), com oito pontos cada, fixadas no teto. Por dentro de
cada um dos pontos passa um mesmo fio de camurça, que sobe do chão,
atravessa um ponto do teto, desce até o piso. O artista interfere no
trajeto das tiras de camurça, entrelaçando-as.
Dispostas de forma assimétrica, as 12 peças presas ao teto, produzem um
percurso também assimétrico dessa ‘trama’, que cria obstáculos à
circulação do público e o impele a fazer diferentes percursos da
entrada à saída da galeria.
Silveira explora um jogo de oposições: preencher um grande espaço com
pequenas estruturas fixas e linhas flexíveis, ocupar a sala do chão ao
teto com o cheio, por onde o espectador não passa, e o vazio, que
permite a sua circulação.
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Raul
Mourão na Lurixs
Raul Mourão é um artista jovem e inovador, que há 12 anos vem atuando
no circuito de arte brasileira. Há quatro deles sem realizar uma
individual no Rio, Raul prepara a exposição Pequenas Frações, que abre
no próximo dia 29 de novembro na nova galeria Lurixs Arte
Contemporânea, em Botafogo, no Rio, reunindo obras inéditas: duas
pinturas, um vídeo-objeto, três serigrafias e duas esculturas.
"O que está nesta exposição de Raul Mourão provém, com certeza, de um
sensor em movimento constante pelo ambiente social altamente saturado
que, após captar determinado objeto ou situação, e inspecionar
detidamente materiais, dimensões, formas, localizações, etc., procede
imediatamente a uma sintética apreensão global do visado. Coloca-o numa
espécie de programa de reestruturação plástica. O raciocínio aplicado é
elástico, flexível, irônico e forma um conjunto de instruções sobre a
visualidade urbana atual.", escreve o crítico Paulo Venâncio no folder
de apresentação da mostra.
De fato, é através das imagens que capta no dia-a-dia da cidade grande
ou mesmo na memória que Raul vai construindo as frações de seu
trabalho. Nas pinturas, executadas com tinta automotiva e fórmica em
placas de MDF, que se assemelham às utilizadas nas auto-estradas, o
artista retira informação e desloca a leitura. Nasce uma figura
geométrica e outra informação.
Já no vídeo-objeto Caderno de Anotações, um pequeno monitor de TV vai
exibir 120 desenhos animados em computador desenvolvidos a partir da
imagem fragmentada dos displays eletrônicos de sinalização. Os desenhos
também remetem ao universo mais íntimo de Raul, pois foram retirados
dos cadernos de anotações diariamente utilizado pelo artista.
Na esteira do mundo pessoal de Raul também estão duas esculturas, na
verdade blocos de madeira de tamanhos variados que, quando empilhados,
formam figuras de animais. "São simples construções que remetem às
primeiras esculturas que fizemos na infância", explica o artista.
Três serigrafias – todas elas projetos, alguns utópicos, outros não –
completam a exposição. Escultura para Waly, a idéia de uma grande
cabeça de pedra meio-afundada no Mar de Ipanema; Maracanã enterrado, a
imagem de um pedaço do estádio deslocado do estádio, sem jogo e sem
torcedor; Mata-Mata, uma instalação com um trampolim no corredor do
sexto andar e um escorrega no terraço do prédio.
"Este observador ativo fraciona a cidade local/global sem parar, de
modo que o trabalho só pode ser múltiplo e o vocabulário plástico um
programa que se aplica igualmente a desenhos, esculturas, vídeos,
objetos, fotografias e instalações. Igualmente às grandes e pequenas
frações", finaliza o crítico Paulo Venâncio.
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Boi
e José Patrício na Nara Roesler
Cento e Vinte Dominós reúne na Galeria Nara Roesler três obras inéditas
e recentes, além de outras realizadas anteriormente que fazem parte
desta série que José Patrício (Recife, PE, 1960) vem desenvolvendo
desde 2000. O artista trabalha com o jogo de dominó, ampliado na
maioria dos trabalhos apresentados nessa exposição em combinações
efetuadas, em cada vez, entre cento e doze dominós - o que leva cada
uma a reunir um conjunto de três mil cento e trinta e seis peças.
Segundo o crítico Agnaldo Farias, as aglomerações quadriláteras
formadas à base de dominós, ora fixadas nas paredes feito pinturas, ora
espalhadas pelo chão como tapetes, afiguram-se como labirintos. “Seu
jogo, como qualquer jogo, tem outras ordens além daquelas que se vê de
imediato; ordens ocultas, como, por exemplo, as regras que presidem o
doméstico jogo de dominó, em que as pedras, base material desse projeto
construído por Patrício, são arranjadas de pé e de costas justamente
para que cada jogador não consiga espreitar e prever os lances dos
outros”, escreve.
“Ao utilizar as peças de jogo de dominó, busco uma relação entre arte e
jogo, ordem e acaso”, explica José Patrício, que também está
participando da Bienal de Cuba e da atual edição do Panorama MAM – SP.
Segundo ele, este conjunto de obras nasce da necessidade de estabelecer
novas categorias para a expressão visual, questionando os limites da
arte, além de permitir a apropriação de objetos do cotidiano e sua
incorporação ao domínio da experiência artística.
José Patrício formou-se em Sociologia pela Universidade Federal de
Pernambuco, mas seu interesse pela arte vem de muito cedo, na metade
dos anos 70, ainda adolescente, quando estudou na Escolinha de Arte do
Recife. O artista pernambucano traz no currículo um número expressivo
de mostras individuais e coletivas, tendo marcado presença em museus,
galerias e salões de diversos estados brasileiros (Pernambuco, Bahia,
São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Paraná, Brasília, Pará) e no
exterior (Portugal, Alemanha, França, Porto Rico, Argentina, Venezuela,
Estados Unidos). Sua obra também está presente em importantes coleções
permanentes, como Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco
(Olinda-PE), Fundação Nacional de Arte – Funarte (Rio de Janeiro),
Museu de Arte de Brasília, Museu de Arte Assis Chateaubriand (Paraíba),
Museu de Arte Moderna da Bahia, entre outros.
Em seu mezanino, a Galeria Nara Roesler apresenta a produção recente de
Boi, pseudônimo de José Carlos Cezar Ferreira (Marília SP, 1944), com
doze óleos sobre tela que remetem a temas urbanos. O artista pinta o
que vê através da janela. Nos muitos anos em que morou em Mauá pintava
a natureza, já, em São Paulo, sua paisagem se transforma em edifícios.
Boi é muito respeitado pelos artistas que, como ele, cursaram a Escola
Brasil na década de 70, onde também foi professor. Segundo Agnaldo
Farias, poucos tiveram a sorte de apreciar as escassas exposições
públicas do artista, a sua maneira peculiar de representar paisagens,
cenas variadas e até composições abstratas: economia cromática das
telas, a equilibrada organização dos planos vermelhos, azuis e verdes,
invariavelmente opacos e profundos, tratamento que podia se estender
até mesmo aos amarelos que, de natural luminosos, viam-se esbatidos e
travados. “Boi, artista de artistas, pintava a natureza ao mesmo tempo
em que discorria sobre a natureza da pintura”, escreve.
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Trópico
na Pinacoteca
A mesa-redonda pretende discutir a pertinência do modelo dos salões
como meio de incentivo à produção emergente de artes plásticas.
Salões de arte funcionam por meio de inscrição e premiação de projetos
enviados e analisados por um júri. Ganharam notoriedade na difusão da
arte acadêmica, passando a ser questionados com o advento do
modernismo. Em 1863, o Salão dos Recusados de Paris evidenciou o
antagonismo entre a arte oficial e as vontades de ruptura. No entanto,
hoje, no Brasil, dada a fragilidade das instituições públicas, o salão
continua representando uma oportunidade de carreira.
A idéia do encontro consiste em pensar soluções de adequação do formato
do salão para a realidade contemporânea. Quais são os motivos que
continuam justificando sua existência? Que tipo de "premiação" poderia
contemplar o reconhecimento do valor de uma jovem carreira artística?
Será que sua periodicidade deve ser anual ou bienal?
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Edith Derdyk
na Haim Chanin Fine
Arts
Esta será a primeira exposição individual da artista paulistana Edith
Derdyk numa galeria de Nova York, onde terá a oportunidade de
apresentar ao circuito americano uma grande instalação de nome Declive,
ocupando a sala principal da galeria. Esta instalação utilizará
centenas de metros de linhas pretas de algodão grampeadas diretamente
nas paredes do espaço expositivo, sustentando uma chapa de madeira (2,5
X 1,5 metros) que está numa posição inclinada (50 centímetros do chão),
gerando uma situação movediça. A sobreposição e a aglomeração das
linhas de algodão, que se entrecruzam no ar, vão construindo um preto
imaterial que modula e modela o espaço, provocando pulsações e
distintas densidades ao olhar do observador.
A exposição também irá apresentar uma série de 8 desenhos e 7 gravuras
em ponta seca, onde a linha se agrega ao plano de distintas maneiras:
ora se aglutinando entre as superfícies das folhas transparentes do
papel japonês, coladas e prensadas umas sobre as outras; ora as linhas
gravadas no papel se recombinam através da utilização de diferentes
matrizes que são repetidas e articuladas entre si, configurando uma
continuidade descontínua.
Também serão apresentadas uma série de fotografias justapostas que são
registros das instalações, fotografadas pela própria artista, criando
uma outra condição para o sentido deste trabalho, pois as instalações
têem uma natureza totalmente efêmera e fugidia.
Declive
NOEMI JAFFÉ
Escritora, professora de Literatura, Mestra em Poesia/USP
Dizem que se todas as pessoas da Terra resolvessem dar um passo para
trás ao mesmo tempo, o planeta sairia de órbita. Isso é improvável.
Todas as pessoas juntas, calculando uma média de 80 kg por pessoa,
pesam cerca de 480 bilhões de quilogramas. O peso da terra foi estimado
em seis sextilhões de toneladas. Mas não importa a veracidade da
história. Imaginar todas as pessoas, em todas as partes do mundo, na
Nigéria e na Mongólia, parando ao mesmo tempo tudo o que fazem todos os
dias, ir ao banheiro, escovar os dentes, fazer a bolsa de valores subir
ou cair, descobrir uma nova droga para a cura do câncer, todas elas
juntas dando um passo para trás, é muito bonito. E se não tira a terra
de órbita, deveria tirar.
E por que é também tão impressionante saber que um pica-pau, agora de
verdade, bicando lentamente uma grande árvore, é capaz de derrubá-la
inteira?
E que fios enovelados, labirínticos, pretos, como pessoas falantes,
mulheres fofoqueiras ou o silêncio do fazer puro, seguram um plano
branco, pesado e pacífico?
Alguém poderia dizer: é a beleza da persistência e da paciência. Só
assim o fraco derruba ou sustenta o forte.
Mas não é isso. Minhocas e ervas seguram sim uma montanha. O movimento
segura o repouso. O inesperado pode sustentar o previsível.
O que nos atrai em Declive não é a paciência. É a mágica sem mágica. O
leve do pássaro, certeiro, ou o leve da pluma, que flutua aleatória? O
peso do chumbo, maciço, ou o peso do tempo, acumulado?
Se o plano está sus-penso, é porque sob (sous) sua pendência algo o
mantém. No caso de Declive, com a delicadeza e a inteligência de
minhocas que entram e saem, pessoas que dão um pequeno passo para trás
na Jamaica ou na China, Edith grampeando fios que vão e vêm.
O que sustenta a suspensão íntegra, mas sempre por um triz, é também a
tensão. O movimento sustenta o repouso, mas é na alternância do
movimento que ele o mantém. O segredo da suspensão é o ponto que separa
e une os fios ao plano. É por isso que nos sentimos seguros e sob
ameaça. Seguros sob os fios, ameaçados pelo plano.
Não é à toa que fiar é também crer. É preciso não só saber o que vemos,
mas é também preciso crer nos fios.
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Como mandar
o seu material para a pré-seleção do Canal Contemporâneo:
1 - Envie sua
divulgação para canal@canalcontemporaneo.art.br;
2 - No assunto/subject coloque
a data, nome do artista e local;
3 - No corpo do emeio coloque as
informações de serviço completas: data, nome do evento, nome do
artista, local, endereço, telefones, horário e conexões;
4 - Inclua release, texto crítico e
currículo em arquivos em anexo;
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dpis, com 500 pixels no menor lado;
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antecedência.
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