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O Canal Contemporâneo publica 2 e-nformes semanais contendo informações sobre o circuito de arte contemporânea e políticas culturais relacionadas.

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RJ/SP ON_OFF - Experiências em Live Image no Itaú Cultural / 148 formas de fazer política por Paula Alzugaray, Istoé
ANO 10 - N. 52 / 12 DE JULHO DE 2010

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AGENDA DE EVENTOS

Gonçalo Ivo na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

ON_OFF - Experiências em Live Image no Itaú Cultural, São Paulo
Lia do Rio no Jardim Botânico, Rio de Janeiro
Além do Horizonte - Paisagens Contemporâneas na Amarelonegro, Rio de Janeiro
Papo de artista com Marcelo Moscheta no Centro Cultural São Paulo, São Paulo
CIRCUITO
Gabriel Sierra + Magdalena Jitrik na Luisa Strina, São Paulo
Ricardo Becker na Eduardo H. Fernandes, São Paulo
CURSOS E SEMINÁRIOS
Curso de Performance na Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro
Processo Criativo: workshop de pensamento criativo e conceitualização na EAV – Parque Lage, Rio de Janeiro
SALÕES E PRÊMIOS
Programa Brasil Arte Contemporânea / Edital Premiação a Estudos e Pesquisas sobre arte e economia da arte no Brasil
Programa Brasil Arte Contemporânea / Primeira edição do Prêmio Publicações em língua estrangeira de Arte Contemporânea
COMO ATIÇAR A BRASA 148 formas de fazer política por Paula Alzugaray, Istoé
TECNOPOLÍTICAS V Encontro arte&meios tecnológicos - Experiência neoconcreta e aspectos contemporâneos - Relato por Cecília Bedê

NOTA Centro de Artes Visuais da Funarte anuncia saída do diretor Ricardo Resende
NOVIDADE NO CANAL Campos de legenda de imagens no perfil da seção Comunidade

Gonçalo_Ivo_na_Anita_Schwartz
Gonçalo Ivo

Gonçalo Ivo
Campo Santo

14 de julho, quarta-feira, 19h

Anita Schwartz Galeria
Rua José Roberto Macedo Soares 30, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
21-2274-3873/2540-6446 ou galeria@anitaschwartz.com.br
www.anitaschwartz.com.br
Segunda a sexta, 10-20h; sábado, 11-17h
Exposição até 4 de setembro de 2010

Leia o texto Antonio Cicero
english

Enviado por Beatriz Caillaux beatriz@cwea.com.br
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ON_OFF - Experiências em Live Image
Bruce McClure, Charles Atlas e William Basinski, Lise e L_ar, Julien Maire, Scanner

14 a 18 de julho de 2010

Itaú Cultural
Avenida Paulista 149, Paraíso, São Paulo - SP
11-2168-1776/1777 ou atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Terça a sexta, 10-21h; sábado, domingo e feriado, 10-19h
Ingressos distribuídos com meia hora de antecedência

Sobre o evento
Veja a programação

Enviado por Fernada Assef fernanda.assef@conteudonet.com
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Lia_do_Rio_no_Jardim_Botânico
Lia do Rio

Lia do Rio
Livros de Folhas

15 de julho, quinta-feira, 10-17h

Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Centro de Visitantes
Rua Jardim Botânico 1008, Rio de Janeiro – RJ
21-3874-1214/3874-1808 ou imoraes@jbrj.gov.br
www.jbrj.gov.br
Segunda a domingo, 8 - 17h.
Exposição até 8 de agosto de 2010

Leia resumo na agenda

Enviado por Lia do Rio liadorio@globo.com
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Além do Horizonte - Paisagens Contemporâneas
Álvaro Seixas, Bob N, Bruno Miguel, Danielle Carcav, Deborah Engel, Estela Sokol, Gisele Camargo, Leo Ayres, Luiza Baldan, Pedro Varela, Rafael Alonso, Raul Leal

15 de julho, quinta-feira, 19h

Amarelonegro Arte Contemporânea
Rua Visconde de Pirajá 111, loja 02, Ipanema, Rio de Janeiro - RJ
21-2247-3086 ou amarelonegro@amarelonegro.com
Segunda a sexta de 11-19h; sábado de 11-16h
Exposição até 13 de agosto de 2010

Leia o resumo na agenda

Enviado por Cláudio Rosado Torres amarelonegro@amarelonegro.com
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Papo de Artista
Marcelo Moscheta
Acompanhamento de processo em artes visuais

22 de julho, quinta-feira, 19-21h. Inscrições até 16 de julho de 2010

Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000, Paraíso, São Paulo - SP
11-3397-4002
www.centrocultural.sp.gov.br
Preencher ficha de inscrição disponível no site www.centrocultural.sp.gov.br, enviar carta de apresentação e breve currículo para o e-mail dace.ccsp@gmail.com. Os selecionados serão comunicados até o dia 19 de julho por e-mail. (15 vagas)

Enviado por Centro Cultural São Paulo CCSP@prefeitura.sp.gov.br

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Gabriel_Sierra_na_Luisa_Strina
Gabriel Sierra

CIRCUITO
Gabriel Sierra
Intitulado

+

Magdalena_Jitrik_Luisa_Strina
Magdalena Jitrik

Magdalena Jitrik

1 de junho a 24 de julho de 2010

Galeria Luisa Strina
Rua Oscar Freire 502, São Paulo - SP
11-3088-2471 ou info@galerialuisastrina.com.br
www.galerialuisastrina.com.br
Segunda a sexta, 10h-19h; s ábado 10-17h

Leia resumo na agenda sobre Gabriel Sierra
Leia resumo na agenda sobre Magdalena Jitrik

Enviado por Andre dos Santos andre@agenciacartaz.com.br
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Ricardo_Bercker_na_Eduardo_H_Fernandes
Ricardo Becker

Ricardo Becker
(Des)Fazer imagens

1 de junho a 31 de julho de 2010

Galeria Eduardo H. Fernandes
Rua Harmonia 145, Vila Madalena, São Paulo - SP
11-3812-3894
www.galeriaeduardohfernandes.com.br
Segunda a sábado, 11-18h

Leia resumo na agenda

Enviado por Ricardo Becker ricardobecker04@hotmail.com
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CURSOS E SEMINÁRIOS
Curso de Performance na Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro

Angel Vianna, Ana Vitória, Dani Lima, Guilherme Zarvos, Rocio Infante, André Lepecki, Kristofer Paetau, Otávio Camargo, Gisele Ruiz, Márcia Moraes, Michele Minnick, Egill Sabjornvon, Zeca Ligiéro, Rubens Pileggi Sá, Gustavo Ciríaco, artistas convidados

Matrícula a partir de 19 de julho 2010

O curso visa dar ferramentas a artistas e interessados em performance para a criação e discussão das pesquisas. Haverá espaço para a criação e para apresentação de trabalhos próprios e de artistas convidados (nacionais e internacionais)

Leia a informação completa e publique seu comentário no blog Cursos e Seminários

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CURSOS E SEMINÁRIOS
Processo Criativo: workshop de pensamento criativo e conceitualização na EAV – Parque Lage, Rio de Janeiro

Professor: Charles Watson

Palestrantes
Agnaldo Farias — espaço na arte, poesia e música
Alice Miceli — geração de alternativas
Cadu — sistemas
Lia Rodrigues — inteligência espacial/corporal
Luiz Alberto Oliveira — sistemas não lineares
Fernando Cocchiarale — quem tem medo de arte contemporânea?

Curso interdisciplinar dirigido àqueles que se interessam pelo processo criativo, tais como designers, artistas, arquitetos, empresários e outros para quem a geração de novas idéias seja fundamental.

2 de agosto a 29 de novembro de 2010 - segunda e quarta, 19h30-21h30

Leia a informação completa e publique seu comentário no blog Cursos e Seminários

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SALÕES E PRÊMIOS
Programa Brasil Arte Contemporânea / Edital Premiação a Estudos e Pesquisas sobre arte e economia da arte no Brasil - Inscrições e Informações

A Fundação Bienal lança editais de premiação para participação de artistas brasileiros em mostras no exterior, produção de pesquisas e publicações em língua estrangeira

Uma das instituições culturais mais representativas no mundo, a Fundação Bienal de São Paulo reitera sua contribuição ao desenvolvimento das artes plásticas brasileiras ao assinar um convênio de cooperação com o Ministério da Cultura (MinC). Por meio do Programa Brasil Arte Contemporânea, são oferecidos prêmios para publicação em língua estrangeira, produção de Estudos e Pesquisas na área das artes plásticas e economia da cultura, além dos incentivos à participação de artistas brasileiros em mostras no exterior.

PREÂMBULO
A Fundação Bienal de São Paulo convoca autores para submissão de textos para a primeira edição do “Prêmio Estudos e Pesquisas sobre arte e/ou economia da arte no Brasil - BAC”. Este prêmio é parte integrante das ações de disseminação e promoção da arte contemporânea brasileira do programa Brasil Arte Contemporânea - BAC, do Ministério da Cultura, instituído pela Portaria MinC nº 61, de 28 de agosto de 2009, com o objetivo de promover a internacionalização da arte contemporânea brasileira.

Inscrições até 9 de agosto de 2010 pelo site da Fundação Bienal de São Paulo, www.fbsp.org.br.

Leia a informação completa e publique seu comentário no blog Salões e Prêmios

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SALÕES E PRÊMIOS
Programa Brasil Arte Contemporânea / Primeira edição do Prêmio Publicações em língua estrangeira de Arte Contemporânea - Inscrições e Informações

A Fundação Bienal lança editais de premiação para participação de artistas brasileiros em mostras no exterior, produção de pesquisas e publicações em língua estrangeira

Uma das instituições culturais mais representativas no mundo, a Fundação Bienal de São Paulo reitera sua contribuição ao desenvolvimento das artes plásticas brasileiras ao assinar um convênio de cooperação com o Ministério da Cultura (MinC). Por meio do Programa Brasil Arte Contemporânea, são oferecidos prêmios para publicação em língua estrangeira, produção de Estudos e Pesquisas na área das artes plásticas e economia da cultura, além dos incentivos à participação de artistas brasileiros em mostras no exterior.

PREÂMBULO
A Fundação Bienal de São Paulo convoca interessados para submissão de projetos de publicação em língua estrangeira para a primeira edição do Prêmio Publicações em Língua Estrangeira de Arte Contemporânea - BAC. Este prêmio é parte integrante das ações de disseminação e promoção da arte contemporânea brasileira no exterior do programa Brasil Arte Contemporânea - BAC, do Ministério da Cultura, instituído pela Portaria MinC nº 61, de 28 de agosto de 2009, com o objetivo de promover a internacionalização da arte brasileira.

Inscrições até 9 de agosto de 2010 pelo site da Fundação Bienal de São Paulo, www.fbsp.org.br.

Leia a informação completa e publique seu comentário no blog Salões e Prêmios

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COMO ATIÇAR A BRASA
148 formas de fazer política por Paula Alzugaray, Istoé

Matéria de Paula Alzugaray originalmente publicada na Istoé em 02 de junho de 2010

Curadoria anuncia os artistas selecionados da 29ª Bienal de São Paulo, cujo tema é a relação entre arte e política

No dia em que a opinião pública dos quatro cantos do planeta repudiou o ataque de Israel à frota de barcos com ativistas da causa palestina engajados em missão humanitária, num gravíssimo incidente de política internacional, a curadoria da 29ª Bienal de São Paulo divulgou a lista de artistas convidados para a mostra que, a partir de setembro, pretende discutir as relações entre arte e política.

Apesar do foco da próxima Bienal, anunciado nesta terça feira, 1, os habituais impasses políticos nas zonas de conflito mundiais não são diretamente contemplados pelo grupo curatorial centralizado por Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias. “Nosso modo de entender arte e política se contrapõe à idéia tradicional da relação entre esses dois campos”, anuncia Moacir dos Anjos. ”Não nos interessa a arte como mero transmissor de conteúdos gerados em outros campos do conhecimento. Nossa ênfase é na capacidade que a própria arte tem de fazer política.”

Leia a matéria completa e publique seu comentário no blog Como atiçar a brasa

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TECNOPOLÍTICAS
V Encontro arte&meios tecnológicos - Experiência neoconcreta e aspectos contemporâneos - Relato por Cecília Bedê

Convidados: Lucio Agra, Priscila Arantes, Ricardo Basbaum

Relato por Cecília Bedê

Arte&meios tecnológicos é o nome do grupo de pesquisa que se reúne na Faculdade Santa Marcelina para discutir e estudar sob um ponto de vista crítico e experimental as relações entre processos artísticos e mídias tecnológicas.

O grupo é coordenado por Christine Mello (pesquisadora, crítica e curadora) e composto por: Carolina Toledo, Denise Agassi, Paula Garcia, Ananda Carvalho, Lucas Bambozzi, Nancy Betts, Lyara Oliveira, Monique Alain, Cláudio Bueno, Eduardo Salvino, Mariana Shellard, Leandro Carvalho, Ana Paula Lobo, Josy Panão e Marcelo Salum; jovens artistas, críticos, curadores e pesquisadores. A cada semestre o grupo organiza encontros nos quais o foco de seus estudos e pesquisa torna-se objeto de debate não só entre os componentes, mas também para o público interessado em geral.

Leia a continuação da matéria e publique seu comentário no blog Tecnopolíticas

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NOTA
Centro de Artes Visuais da Funarte anuncia saída do diretor Ricardo Resende

O Centro de Artes Visuais da Funarte comunica a saída de Ricardo Resende do cargo de diretor. Neste período que se passou, muito se avançou na destinação de mais recursos orçamentários para as artes visuais como um todo e na democratização das ações, da elaboração de políticas à seleção e implantação de projetos.

Com o compromisso de dar continuidade às atividades em curso, Andréa Paes, servidora e coordenadora de Artes Visuais da Funarte, responde temporariamente pelas ações do Centro de Artes Visuais, até que aconteça nova indicação para o cargo.

A equipe desta instituição permanece comprometida com o desenvolvimento de uma política ampla e contínua para o setor, valorizando o experimentalismo, a autonomia criadora, a pluralidade, a transversalidade e a transparência das ações. Consideramos fundamental a continuidade da participação de todos na construção de um canal de diálogo sólido entre a instituição e a sociedade.

Centro de Artes Visuais
Funarte

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legenda_de_imagens_no_perfil_do_Canal

NOVIDADE NO CANAL
Campos de legenda de imagens no perfil da seção Comunidade

Os campos para legendas das imagens do perfil foram finalmente disponibilizados.

Se você é um associado do Canal, vai encontrar na aba imagens, do editar conta de sua área pessoal, os campos de legendas ao lado de cada imagem já inserida, ou abaixo da novo arquivo de imagem a ser inserido. (Lembre-se que para acessar a sua área pessoal é preciso estar logado no Canal.) Inclua as legendas nos campos, digitando ou colando os textos - o limite é de 200 caracteres. Depois, subindo novas imagens ou simplesmente inserindo ou alterando legendas, não esqueça de clicar em salvar (no final do formulário, em vermelho).

As legendas são exibidas ao se passar o mouse sobre as imagens no perfil e, ao ampliar as imagens, elas aparecem no rodapé da ampliação.

Caso você ainda não tenha preenchido o seu perfil, consulte o manual online.

Se você ainda não conhece os perfis da seção Comunidade, visite a página de usuários associados e clique em um dos nomes em negrito. Os nomes marcados com uma estrela foram atualizados recentemente.

Para publicar um perfil no Canal, torne-se um associado - conheça os benefícios de participar do sustento do Canal Contemporâneo. Como se associar? Se você já se cadastrou, conecte-se na primeira página para acessar sua área pessoal e pedir o boleto na aba associação do editar conta. Se você nunca se cadastrou, preencha o formulário e, no final, escolha a opção associação paga.

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TEXTOS DO E-NFORME
Gonçalo Ivo: Campo santo - Antonio Cícero

“Minha paixão sempre foi a cor, a matéria”, diz Gonçalo Ivo. A exposição “Campo Santo” mostra a que ponto Gonçalo Ivo conhece – até no sentido bíblico – o objeto da sua paixão. Pode-se chamar esse conhecimento, a um tempo espiritual e corporal, de “técnica”. Deve-se, porém, tomar cuidado com esta palavra, pois ela é muitas vezes entendida de modo superficial, em que significa quase o oposto de “arte” ou “poesia”. É que, enquanto se supõe que estas envolvam criatividade, a técnica normalmente é tomada como um conjunto de procedimentos estabelecidos e reiteráveis para a obtenção de resultados já previstos. Ora, isso seria inteiramente inadequado, no que diz respeito ao entendimento do trabalho de Gonçalo Ivo.

Originalmente, como se sabe, a palavra latina “ars” era equivalente à grega “techne”. Durante muitos séculos, na Idade Média, a pintura foi considerada artesanato ou arte mecânica, e não arte liberal, como a poesia, cujo status era bem mais alto. Quando a pintura, através do esforço de humanistas como Alberti e pintores com Leonardo, adquiriu status equivalente ao da poesia, isso se deu através da valorização de sua associação, por um lado, à própria poesia e, por outro lado, a ciências como a perspectiva, a geometria, a anatomia, a ótica etc. Por essas associações, a pintura enquanto arte passou a se distinguir da pintura enquanto artesanato ou técnica. Esta ficou sendo considerada como produto da repetição mecânica e manual de fórmulas tradicionais; aquela, como criação do gênio, resultado da inspiração.

Como não lembrar, neste ponto, que Duchamp se apossou do adágio de Leonardo, segundo o qual “l’arte è cosa mentale”? Entendemos hoje que, se Leonardo lutava para elevar a pintura – desprezada, na Idade Média, como artesanato manual – a coisa mental, Duchamp explorava os limites do conceito da arte contemporâneo a ele. A verdade é, portanto, que, com a fórmula “a arte é coisa mental”, eles – cada qual tendo em vista exclusivamente a questão estratégica que lhe interessava – abstraíram do conceito de arte algo absolutamente essencial.

É claro que, primeiro com Leonardo, depois com Duchamp, aprendemos coisas muito importantes sobre a arte. Contudo, quando nos esquecemos da conjuntura que dava sentido à estratégia de cada um deles, corremos o risco de negligenciar algo sumamente importante sobre a natureza da arte. E aqui me refiro a algo que é absolutamente essencial não só a todas as obras de Leonardo como – com a exceção óbvia dos ready-mades – também a todas as obras de Duchamp. Trata-se do fato de que a arte, diferentemente da filosofia, é coisa mental e corpórea; espiritual e material; universal e particular: e que é precisamente por reunir esses opostos que ela consiste numa dimensão imprescindível da experiência humana. No fundo, o que se deve dizer é que, ao contrário do que ocorre na vida prática e utilitária, na arte o mental é também corpóreo e o corpóreo, também mental; e o mesmo vale para as demais oposições.

Por exemplo, a densidade das pinturas a óleo de grandes dimensões (2,60 x 6,60m) em “Campo Santo” jamais poderia ter sido obtida por meio de técnicas já automatizadas ou codificadas. Não há receita ou fórmula que possa dar conta da singularidade de uma pintura como “Oratório da Noite” ou “Santa Maria de Taüll”, por exemplo. Esta última foi construída a partir do impacto que os afrescos românicos da igreja Santa Maria de Taüll, vistos no Museu Nacional de Arte da Catalunha, tiveram sobre o artista. Tanto as cores cruas quanto a sumária geometria das faixas que se imbricam como tabuas – geometria ditada evidentemente menos pelo esprit géométrique do que pelo esprit de finesse – remetem aos afrescos. É claro que a experiência acumulada do artista, bem como a sua cultura visual, fazem parte das suas forças produtivas. Mas elas não são o mais importante.

Antes mesmo do começo há também, como diz Gonçalo Ivo, “o mistério e o movimento da mão, a construção da pincelada e o inexplicável”. Em algum momento a promessa da obra in fieri adquire autonomia e possui suas próprias exigências, das quais o verdadeiro pintor se faz o servo voluntário. No processo de produção da obra, no embate e no jogo com a matéria, surgem tanto novas idéias e ambições quanto novos problemas concretos que já não podem ser resolvidos pela aplicação das técnicas já dadas. O pintor é solicitado a modificar as técnicas já conhecidas, isto é, a desenvolver novas soluções, em função tanto das necessidades de cada situação imprevista quanto das oportunidades que antes não existiam. Essas soluções não são apenas o produto da inteligência, mas do jogo de todas as faculdades do artista: imaginação, sensualidade, razão, sensibilidade, memória, sensitividade, coragem, emoção, tato etc. Quando a obra fica pronta, o jogo dessas mesmas faculdades será exigido também de quem a contemplar, e será a fonte do prazer estético. Ela produzirá um pensamento que não se reduz a espírito, ideia ou palavra, mas se dá também através de cores, luzes, sombras, linhas, planos, volumes etc.

“Campo Santo” é o nome de uma das telas dessa exposição; e é o nome da própria exposição. A palavra “sanctus” é da mesma família de “sacer”. Esta designa o que não pode ser tocado sem ser poluído, ou sem poluir: donde “sacer” significar tanto “sagrado” quanto “maldito”. Ora, não é exatamente entre esses dois polos que oscila o campo da arte?

“Campo-santo” significa também cemitério. A própria pintura “Campo Santo” (óleo sobre linho de 2,60 x 6,50m), tem, à primeira vista, na sua área central, algo de marmóreo que nos remete a esse primeiro sentido, logo, à morte. O mármore também evoca, é claro, toda a estatuária clássica, logo, a tradição. No entanto, tantas evoluções acontecem para a vista, nessa faixa da tela, são tantas as tonalidades que ela aos poucos descobre como constitutivas do que inicialmente lhe parecia quase monocromático, tanto a vista ora penetra, ora dança, ora esvoaça em torno de acontecimentos pictóricos interessantes e imprevisíveis, que a solidez marmórea se esfumaça ou fluidifica aos olhos que, mesmerizados, a contemplam: e aos mesmos olhos volta a ser mármore, e volta a ser o que é: nem mármore nem fumaça, mas magnífica e pura pintura, trazendo de volta à vida o que parecia morto.


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Sobre o evento - ON_OFF - Experiências em Live Image

De 14 a 18 de julho, o Itaú Cultural apresenta a sexta edição da mostra ON_OFF – Experiências em Live Image. O evento traz cinco artistas que se utilizam da projeção e composição audio-visual em tempo real para envolver o público em experiências únicas. O norte-americano Charles Atlas, importante personagem no cenário da video-arte, e particularmente da video-dança, dos Estados Unidos nos anos 70 , vem pela primeira vez ao Brasil e realiza uma perfomance inédita junto ao compositor William Basinski. Além disso ele é homenageado na Mostra Charles Atlas, com a exibição de onze de seus filmes durante a programação.

O ON_OFF abre na terça-feira, 13, com um coquetel para convidados e a apresentação da performance 52 Spaces, de Robin Ribaud aka Scanner , às 20h na Sala Itaú Cultural. Para esta obra, o artista utiliza sons captados das ruas de Roma e os junta a pedaços de diálogos e trechos musicais do filme O Eclipse, do diretor italiano Michelangelo Antonioni. Dessa forma o artista inglês cria uma sedutora trilha sonora que induz o público a imaginar livremente narrativas próprias diante de um slide show de 52 frames da cena final do filme.

No dia 14, a mostra abre para o público com uma nova performance de Scanner às 20h. Neste dia, ele apresenta Borders, Unto the Edges, em tradução livre “fronteiras, até as margens”. O artista fica sentado no centro de uma sala manipulando um equipamento que envolve o público em uma paissagem sonora, ao projetar uma série de linhas e barras de luz de forma randômica ao mesmo tempo em que produz uma música que mistura uma batida por vezes melancólica por vezes de acelerada e eletronica.

No dia seguinte, das 14h até as 17h, Scanner participa de um workshop em que divide com o público suas experimentações e comenta os equipamentos que utiliza. Na sequência às 18h acontece a primeira sessão da Mostra Charles Atlas que exibe, neste dia, quatro curta-metragens de video-dança do artista: Secret of the Waterfall, From An Island Summer, Jump (Hysterique Bourreé) e Ex-Romance.

Às 20h, ainda no dia 15, é a vez da dupla Lise + L_ar, formada pelos brasileiros Leandro Araújo e Daniel Nunes. Eles apresentam a performance Reações Visuais que alia um software-arte para transformação de sons urbanos em imagens. A paisagem sonora das cidades são registradas pelos artistas em um banco de áudio que se transforma em matéria-prima para a geração de imagens (reações visuais) nas performances para o público.

A dupla faz um workshop um dia depois, 16, das 14h às 17h, nos mesmos moldes do anterior. Na sequencia acontece mais uma sessão da Mostra Charles Atlas, com exibição do longa-metragem Hail the New Puritan. À noite, às 20h, Bruce McClure apresenta a sua performance Ventroliquent Agitator. Contrariando o costume de pesquisar incessantemente novas tecnologias para criar obras de Live Image, o artista nova iorquino utiliza quatro projetores de 16 mm, referência direta aos projetos experimentais dos anos 1960, para criar figuras feitas de luz e sombra.

Sábado, dia 17, logo depois da exibição às 18h dos médias-metragens Parafango e Son of Sam and Delilah, na Mostra Charles Atlas, o premiado artista norte-americano apresenta uma performance inédita em parceria com o músico e compositor William Basinski. Live Audiovisual Performance combina a manipulação ao vivo de diferentes videos em colagens improvisadas de Atlas com a musica ambiente, ora remetendo à agitação do suspense, ora a certa melancólia de Basinski.

No domingo, ultimo dia do ON_OFF, Charles Atlas e a critica de dança Helena Katz participam de debate com o publico, logo após a ultima sessão da Mostra Charles Atlas, que acontece às 17h30 e exibe os filmes de video-dança Merce by Merce by Paik Part One: Blue Studio: Five Segments, The Myth of Modern Dance, It's a Jackie Thing e You Are My Sister. As 20h, fechando o evento o artista francês Julien Maire apresenta duas de suas performances. Em Digit o público vê o artista sentado à mesa e um texto impresso aparece ao simples deslizar do dedo em uma folha de papel branco, como se ele estivesse escrevendo magicamente. Depois, em Modelo para o Apocalipse o artista utiliza da ténica de slow motion e mostra uma substância que se desintegra enquanto relógios se quebram em uma câmera.

Programação - ON_OFF - Experiências em Live Image

14 de julho, quarta-feira
20h, performance Borders, Unto the Edges de Scanner na Sala Itaú Cultural
15 de julho, quinta-feira
14h às 17h, workshop com Scanner na Sala Vermelha
18h, Mostra Charles Atlas na Sala Vermelha
20h, Performance Reações Visuais de Lise + L_ar na Sala Itaú Cultural
16 de julho, sexta-feira
14h às 17h, Workshop com Lise+L_ar na Sala Vermelha
18h, Mostra Charles Atlas na Sala Vermelha
20h, Performance Ventriloquent Agitators de Bruce McClure na Sala Itaú Cultural
17 de julho, sábado
18h, Mostra Charles Atlas na Sala Vermelha
20h, Performance Live Audiovisual Performance de Charles Atlas e William Basinski na Sala do Itaú Cultural
18 de julho, domingo
17h30, Mostra Charles Atlas na Sala Vermelha seguida de debate com o artista com mediação de Helena Katz na Sala Itaú Cultural
20h, Performances Digit e Model of the Apocalypse de Julien Maire no Piso Paulista

Mostra Charles Atlas

Sala Vermelha 70 lugares
15/7, quinta-feira às 18h
Secret of the Waterfall
1983, 29 min
Um diálogo entre as linguagens verbal e corporal, a videodança apresenta uma coreografia elaborada por Douglas Dunn com base em textos produzidos pelos poetas Anne Waldman e Reed Bye. As palavras, aqui, funcionam como música.
From an Island Summer
1984, 13 min
Homenagem a um específico espaço num específico momento – Nova York, agosto de 1983 –, o trabalho acompanha a coreógrafa Karole Armitage e suas dançarinas pelas ruas da cidade. O registro, quase documental, encontra a dança que se oculta na cacofonia visual das locações.
Jump (Hysterique Bourreé)
1984, 15 min
Realizada em parceria com o coreógrafo francês Philippe Decoufle, a obra explora a burlesca teatralidade de um cabaré – um ambiente marcado por uma consciente noção de decadência, habitado por pessoas extravagantemente vestidas e maquiadas.
Ex-Romance
1987, 48 min
Música latina e pop norte-americano embalam uma coreografia pós-moderna elaborada por Karole Armitage. Ela e outros bailarinos interpretam versões ficcionais de si mesmos em um conto de amor contemporâneo, cujo andamento se dá literal e metaforicamente por meio da dança.

16/7, sexta-feira às18h
Hail the New Puritan
1986, 85 min
Retrato fictício do famoso dançarino inglês Michael Clark. Da surreal abertura ao solo de dança que encerra o falso documentário, o trabalho mostra o ambiente – de moda, música e clubes noturnos – pelo qual circula o bailarino.

17/7, sábado às 18h
Parafango
1984, 38 min
Esta produção francesa – que conta com performances da coreógrafa Karole Armitage e dos bailarinos Michael Clark e Philippe Découflé – une a dança a referências midiáticas. Os frenéticos movimentos elaborados por Armitage são entrecortados por narrativas que envolvem os próprios dançarinos e materiais de arquivo de telejornais.
Son of Sam and Delilah
1991, 27 min
A obra é, nas palavras de Atlas, “uma visão sombria de uma América que não dá muito valor à vida e na qual até os momentos de ternura são um tanto ameaçadores”. As sequências de dança, rodadas em Nova York, trazem performances de John Kelly e da dupla Dancenoise (Anne Iobst e Lucy Sexton).

18/7, domingo às 17h30
Merce by Merce by Paik Part One: Blue Studio: Five Segments
1976, 16 min
Em uma série de pequenas peças pensadas especialmente para o vídeo, o coreógrafo e bailarino Merce Cunningham tem sua imagem manipulada, multiplicada e transportada para diversas – e inesperadas – paisagens. Os movimentos do dançarino acompanham uma colagem de sons – entre os quais se destaca a voz do músico e escritor John Cage e do pintor e escultor Jasper Johns.
The Myth of Modern Dance
1990, 26 min
Em colaboração com o coreógrafo Douglas Dunn, Atlas apresenta neste trabalho uma visão inusitada sobre a evolução da dança moderna.
It's a Jackie Thing
1999, 29 min
Retratando performers que imitam ícones da cultura – como a coreógrafa e dançarina Martha Graham e os músicos Kurt Cobain e Sid Vicious –, o vídeo celebra a tênue divisão entre a “alta” e a “baixa” cultura, o “bom” e o “mau” gosto, o amadorismo e o profissionalismo.
You Are My Sister
2006, 4 min
Adaptação visual da canção homônima formada pela banda nova-iorquina Antony and the Johnsons. As imagens que compõem o trabalho foram originalmente utilizadas na performance Turning – outra colaboração de Atlas com o grupo musical.

Logo após a sessão, Charles Atlas participa de um debate com o público. O encontro é mediado pela professora e crítica de dança Helena Katz.

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