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Semana de Artes Visuais do Recife / Nelson Ricardo Martins na Maria Martins
ANO 3 N. 144 / 31 de outubro de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Niura Machado Bellavinha e Rodrigo Cardoso no Sérgio Porto, Rio de Janeiro
Niura Machado Bellavinha na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
Nelson Ricardo Martins na Maria Martins, Rio de Janeiro
Metacorpos no Paço das Artes, São Paulo
KAAMOS – Noite Polar na Pinacoteca do Estado, São Paulo
12º Panorama Rioarte de Dança, Rio de Janeiro
Série de Palestras, Marcelin Pleynet no Hélio Oiticica, Rio de Janeiro
Semana de Artes Visuais do Recife

 


Rodrigo Cardoso

Niura Machado Bellavinha
Rodrigo Cardoso

3 de novembro, segunda-feira, 20h

Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá  163
(entrada pela R. Visconde Silva)
Rio de Janeiro
21-2266-0896
Terça a domingo, das 12 às 21h.
Exposição até 7 de dezembro de 2003.


Veja o release de imprensa

Este material foi enviado por Meise Halabi <meisehal@visualnet.com.br>.
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Abertura simultânea com o Espaço Cultural Sérgio Porto
Niura Machado Bellavinha

3 de novembro, segunda-feira, 20h

Laura Marsiaj Arte Contemporânea
Rua Teixeira de Melo  31-C
Ipanema   Rio de Janeiro
21-2513-2074
lmarte@terra.com.br
www.lauramarsiaj.com.br
Terça a sábado, das 10h às 20h.

Exposição até 22 de novembro de 2003.
no dia, das 19h às 0h: no trajeto entre os dois espaços expositivos, uma interferência na Lagoa Rodrigo de Freitas


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Nelson Ricardo Martins
Papai Noel ficou com raiva
Fotografia: Marcelo Magalhães

4 de novembro, terça-feira, 19h

Galeria Maria Martins
Universidade Estácio de Sá - Campos Tom Jobim
Centro Empresarial Barrashopping
Av. das Américas 4.200  Bloco 11
Barra da Tijuca    Rio de Janeiro
21-2432 2527
Segunda a sexta-feira, das 10h às 22h. Sábado, das 10h às 18h.
Exposição até 22 de novembro de 2003.
Exposição selecionada pelos críticos Fernando Cocchiarale e Luiz Camillo Osorio faz parte do conjunto de 10 escolhidas entre 240 participantes da décima edição do projeto Universidarte X em 2003.


Veja o texto de Xico Chaves

Este material foi enviado por Luciana Adãoo <universidarte@estacio.br>.
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Corpo de Baile

METACORPOS

Alair Gomes, Caetano Dias, Cindy Sherman, Denis Oppenheim, Janaina Tschäpe, Laura Lima, Nan Goldin, Patricia Piccinini, Sandra Cinto e o Corpo de Baile com coreografia de Marcos Gallon, e ainda em multimídia,
Chris Cunninghan, Hélio Oiticica, Jackson Pollock, Lígia Clark, Marcel Duchamp, Peter Greenaway e Yves Klein.
Curadoria: Daniela Bousso

3 de novembro, segunda-feira, 20h

Paço das Artes
Av. da Universidade 1
Cidade Universitária – São Paulo
11-3814-4832 / 3815-7804
pacodasartes@pacodasartes.com.br
Terça a sexta, das 11h30 às 18h30; sábados e domingos, das 12h30 às 17h30.
Entrada franca (sugestão de Contribuição: R$: 1,00 na entrada).
Agendamento de visitas monitoradas, de terça a sexta, das 9h às 18h30, pelo 11-3814-4832, ramais 15 e 21, ou no fax 11-3815-7904, ou ainda pelo educativo@pacodasartes.com.br.
Exposição até 14 de dezembro de 2003.

Veja o release de imprensa

Este material foi enviado por Daniela Maura <danielamaura@sp.gov.br>
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KAAMOS – Noite Polar
Catarina Ryöppy, Eija Keskisen, Mikko Rantasen, Päivi Björkenheim e Timo Heino
Curadoria: Kirsti Karvonen
Coordenação: Jens Olesen

3 a 9 de novembro de 2003

Pinacoteca do Estado
Praça da Luz 2
São Paulo
11-229-9844
imprensa-pina@pinacoteca.sp.gov.br
Terça a domingo, das 10h às 17h30.
Ingressos: R$ 4; R$ 2 (meia); aos sábados, entrada gratuita.


Veja o release de imprensa

Este material foi enviado por Pinacoteca do Estado <imprensa-pina@pinacoteca.sp.gov.br>.
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12º Panorama Rioarte de Dança

30 de outubro a 9 de novembro de 2003

Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá 163
(entrada pela Rua Visconde Silva)
21 2266-0896

Espaço SESC

Direção Artística & Coordenação Geral: Lia Rodrigues
Curadoria: Roberto Pereira & Lia Rodrigues
Residências e Intercâmbio: Nayse Lopez
Produção Executiva: Calafiori Eventos
Direção de Produção: Alexandra Di Calafiori
Patrocínio: Prefeitura do Rio


Programação:

4 de novembro
18h
Espaço SESC


Mesa Redonda sobre LIVE ART
Participantes: Robert Pacitti (Artista visual e performer britânico), Helen Cole (Diretora do Festival Arnolfini, em Bristol, UK)

20h
Espaço Sérgio Porto

Raiz di Polon (Cabo Verde)

CV Matrix 25
Concepção e coreografia: Mano Preto

Duas sem Três
Criação e interpretação: Bety Fernandes e Rosy Timas

A companhia Raiz di Polon foi criada em 1991, em Cabo Verde, e vem sendo uma das referências de dança contemporânea naquele país. Desde 1998, desenvolve um trabalho pioneiro em parceria com o Danças na Cidade, de Portugal, no projeto Dançar o que é nosso, numa cooperação entre África, América Latina e Europa. O Panorama RioArte de Dança apresenta dois resultados das pesquisas desenvolvidas pela companhia: em CV Matrix 25, Mano Preto homenageia o povo cabo-verdiano, através de suas músicas tocadas com instrumentos tradicionais. Os problemas enfrentados com a seca, e com a identidade do trabalhador daquele país, que deixa de ser agricultor para ser pedreiro, são resgatados nesse trabalho. Já Duas sem três, um duo de mulheres resgata o papel da mulher na sociedade daquele país, e sua fundamental importância na manutenção de suas tradições. O batuque, o canto e a utilização do corpo como instrumento musical traduzem esse universo feminino cabo-verdiano. Esse trabalho foi orientado pela coreógrafa portuguesa Margarida Mestre.

Este material foi enviado por Lia Rodrigues <lia.rlk@terra.com.br>.
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Série de Palestras
Marcelin Pleynet
Absolutamente Moderno – pintura e poesia


3 de novembro, segunda-feira, 18h

Centro de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões  68
Centro   Rio de Janeiro
21-2242-1012 / 2232-1401


Veja o release de imprensa

Este material foi enviado por Mauro Saraiva <maurosaraiva@uol.com.br>.
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Semana de Artes Visuais do Recife – SPA

3 e 7 de novembro de 2003

Programação completa: http://www.recife.pe.gov.br/spa
Informações: 81-3224 1377
spa2003@recife.pe.gov.br


Veja o release de imprensa



Programação:

Papo de  Artista
Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas

3 de novembro, das 9h às 12h
Arte Pública
Participantes: Galo (Êxito D’ Rua); Mozart Santos (Quarta Parede); Daniel Santiago – PE; Binho – SP

4 de novembro, das 9h às 12h
Arte e Ação Social
Participantes: Washington Santana – BA; Alberto Pitta ( Projeto Axé) – BA; Betânia Pessoa (Faço Arte) – PE

5 de novembro, das 9h às 12h
Comunicação e Arte
Participantes: Patrícia Canetti (Canal Contemporâneo) -  RJ; Luiza Interlengui – CE; Felipe Barbosa e Rosana Ricaldi ( Jornal Inclassificados ) – RJ; Roger de Renor – PE

6 de novembro, das 9h às 12h
Arte e Tecnologia
Participantes: Media sana  -  PE; Flávio Emanuel – PE; Diana Domingues – RS; Re:combo – PE


Ciclo de Debates: Arte Contemporânea e os Percalços da Formação e Mediação
Fundação Joaquim Nabuco
Rua Henrique Dias 609
Derby

3 de novembro, das 19h às 22h
Formação e Legitimação do artista
Participantes: Maria do Carmo Nino -  PE; Eduardo Brandão – SP
 
4 de novembro, das 19h às 22h
Formação de Público
Participantes: Luis Guilherme Vergara -  RJ; Joana D´Arc – PE

5 de novembro, das 19h às 22h
Uma Nova Curadoria
Participantes: Luiza Interlengui   – CE; Marisa Flórido – RJ; Maria Spinelli – Argentina


Oficinas
Local de Inscrição : Pátio de São Pedro   Casa 10 ( térreo ).
A partir do dia 27 de outubro, das 8h às 17h
Informações fone : 81-3224-1377


· Canal Contemporâneo - Artecomunicação e Estratégia  - Patricia Canetti (RJ) 
· Intervenções e Ações Urbanas -  Felipe Barbosa e Rosana Ricalde (RJ) 
· Oficina de Iniciação à Xilogravura -  Marcelo Soares ( PE) 
· Cyber Art – Interatividade e Imersão  - Diana Domingues (RS)
· Oficina de Livro-Objeto - José Rufino (PB)
· Oficina de Curadoria “ Curadoria em Questão : Aspectos Teóricos e Práticos “  - Luiza Interlengui (CE)
· Oficina de Grafite  - Elaine Bonfim ( Exito D’Rua ) (PE) 
· Oficina de Quadrinho Autoral - Recursos Digitais  - Lin e Mascaro  (PE)
· Oficina de Estamparias e Padronagens Afro-Brasileiras-  Alberto Pitta (BA)
· Códigos da Linguagem Atual e Experiências Sensoriais - Flavio Emanuel (PE)
· Oficina de Animação  - Daniela Brilhante e Lourival Batista  (PE)
· Oficina de Vídeo Experimentalismo Conceitual e Livre Asssociação de Idéias  -Fernando Peres e Ernesto Teodósio (PE)
· Desenho e Narrativa nos Quadrinhos – Márcio Coelho (RN)
· Oficina de Imagem e Movimento – Leonel Brum  (RJ)
·  Oficina de Leitura de Imagem “ A Imagem é um Texto “ -  Raúl D’Amelio – (Argentina)

Este material foi enviado por Fundação Joaquim Nabuco <artes@fundaj.gov.br>.
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TEXTOS DO E-NFORME:

Niura Machado Bellavinha e Rodrigo Cardoso no Sérgio Porto

O carioca Rodrigo Cardoso mostra, na galeria 1, cerca de 10 esculturas em alumínio fundido e polido, constituídas pela repetição modular de figuras icônicas de várias religiões.

O artista garimpou no comércio budas, ganeshas, iemanjás, oxumarés, São Jorges, Santo Antônios, entre outros, moldou-os, várias vezes cada um, e desenhou formas com as “linhas” compostas pela multiplicação destas imagens. Um círculo de budas, um L de São Jorges, um V de Nossas Senhoras de Aparecida, uma ogiva de outro símbolo religioso etc vão ocupar chão e parede da galeria.

À distância, as figuras são irreconhecíveis. O espectador identifica apenas texturas variadas nas esculturas. Ao se aproximar, ele então reconhece as “divindades” que compõem cada peça.

Rodrigo enfatiza que não se trata de um trabalho pop. Ele considera este conjunto quase minimalista, por ter uma única cor em todas as obras, o prateado, e formas que são linhas delgadas que ocupam a área da galeria.

Inspirado nos mantras, no dizer do rosário, em que a repetição se destina a levar a uma percepção diferente do espaço, o artista quer, com suas esculturas, “ilustrar” a mudança do olhar, do ouvir o espaço, a partir da experiência espiritual, em um ambiente que não é religioso.

Segundo ele, “Partindo-se da idéia de que a maioria das concepções, organizações e construções dos espaços físicos da cultura ocidental foram feitas por pessoas de algum credo religioso, pode-se também dizer que todos os indivíduos que utilizam estes espaços são de alguma forma afetados por estes credos, independente de seu grau de religiosidade ou crença pessoal”.

Formado em Arquitetura pela USU e mestre em Artes Plásticas pelo Pratt Institute de Nova York, Rodrigo Cardoso, 43 anos, fez, a partir de 1984, quatro individuais, no Rio e em SP e participou de 19 coletivas no Rio, SP e BH, como o Projeto Macunaíma, Funarte (89); Processo # 738.756-2, no Parque Lage e Arte Contemporânea, Produções Recentes, no Centro Cultural São Paulo, ambas em 91, e, em 2002, a I Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM-RJ. O artista expôs ainda em três coletivas em NY, na Stux Gallery, no The Bronx Museum of the Arts e na Foster Goldstrom Gallery, nos anos 90, e, na Galeria Luis Adelantado, em Valencia,  Espanha, em 2000.

Niura Machado Bellavinha expõe, na galeria 2, 15 trabalhos - fotografias e pinturas abstratas - e um vídeo-registro da experiência que resultou nesta produção inédita.

Simultaneamente à abertura da mostra, a artista realiza uma interferência na Lagoa Rodrigo de Freitas. A artista vai “pintar” o espelho d’água com 100 refletores munidos de gelatina vermelha, com uma pulsação que resulta em tons de vermelho, laranja e branco. A ação acontece na Av. Epitácio Pessoa, no trecho de Ipanema, das 19h à 1h da manhã. Niura abre outra individual, também dia 03 de novembro, às 21h, na Galeria Laura Marsiaj, em Ipanema.

Algumas com luz natural, outras com incidência de luz vermelha sobre a água, tiradas pela artista da superfície da Lagoa, as fotografias têm grandes dimensões. Elas são resultado da experiência com os reflexos da água do cartão-postal do Rio e não sofreram nenhum tipo de manipulação no computador.

As telas, que chegam a 190 x 450cm, são “pinturas de luz”, como Niura as define, desenvolvidas a partir destas fotos. São feitas com pincel e, em seguida, recebem jatos de água e ar comprimido para retirar|diluir a tinta de alguns segmentos. Durante o processo, ela superpõe até três telas e o que é eliminado da de cima se fixa na que está embaixo pela pressão da água.

A experiência com a luz no espelho d’água da Lagoa está registrada em um vídeo, que faz parte da mostra, concebida especialmente para o Espaço Cultural Sérgio Porto.

Este é um projeto itinerante que terá relação estreita com superfícies d’água por onde passar: em São Paulo, o Ibirapuera; em Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha e o Parque Municipal; em Salvador, a Lagoa do Abaeté e, em Brasília, o Lago Paranoá.

A partir de 1981, expôs em coletivas e salões e recebeu vários prêmios nacionais, entre os quais o principal do Salão Nacional de Artes Plásticas de Belo Horizonte de 90 e do Salão Nacional de Artes Plásticas de 91 e 93. Em 94, participou da Bienal Internacional de São Paulo e em 97, da I Bienal do Mercosul. Soma 12 individuais no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte, Londres, Madri e Barcelona, entre elas, uma no Centro Cultural Banco do Brasil, em 97 e, a mais recente, no Parque Lage em 2003.

Niura dedica-se ainda a projetos visuais para teatro, música, dança e literatura. Assinou figurino e cenografia da peça Shopping and fucking, em 99, dirigida por Marco Ricca, a direção de arte, design gráfico, cenografia, figurino para shows e álbuns da cantora Zélia Duncan em 96, 98 e 2001, e cenografia para show do cantor Paulinho Moska, em 98.
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Nelson Ricardo Martins na Maria Martins

XICO CHAVES


... o anônimo célebre escancara a boca desfalcada no limiar do século. A dicotomia entre a forma efêmera e a fome de comida dá forma à foto do mundo. No breu da miséria o presente de natal para um desdentado é a dentadura. A ditadura da grana morde a gengiva, careia e corrói com raiva o que restou do retrato real. Esta imagem terrível ainda tem a ousadia de revelar um humor cáustico, um sorriso incrustado entre duas expressões. O que seria também grunido, urro, se reverte em gargalhada intrigante e assustadora. O odonto-show de Nelson Ricardo Martins rouba o riso para inserir a raiva, coisa do cão que anda marcando seu território entre a guerra bacteriológica, os tanques, as torres fumegantes de petróleo e o xis nos dentes para o retrato da posteridade. O conflito entre o mito nórdico do bom velhinho e o mefistotélico conquistador da Transilvânia. Toma-se emprestado um rosto para o implante de uma bocarra, um olho de peixe para uma cabeça de pássaro, uma orelha de porco para uma caveira de boi, um corpo de anfíbio para as pernas de um crustáceo. O scanner está criando seus híbridos virtuais. Podemos fabricar qualquer monstro e mandar de presente para qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Um folclore contemporâneo surge de dentro dos monitores, como as carrancas saíram do imaginário popular para cruzar os rios e espantar demônios.

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Metacorpos no Paço das Artes

METACORPOS: Mostra internacional concebida no Brasil


O Paço das Artes inaugura a mostra multimídia Metacorpos, a mais importante do ano na instituição. Os artistas escolhidos pela curadora são emblemáticos na abordagem contemporânea do corpo.

O grande diferencial desta exposição é seu ineditismo, ao contrário da maioria das mostras internacionais, exibidas no país após longo trajeto pelo mundo. Metacorpos foi montada especialmente para o Paço das Artes e nunca exibida antes em outro país. “O Brasil pode e deve ser reconhecido por sua capacidade de conceber e realizar exposições internacionais”, afirma Daniela Bousso, que viajou durante o primeiro semestre deste ano, pelo Brasil e para o exterior, em busca dos trabalhos que compõem Metacorpos, negociando com os artistas e galeristas de cada país. No Brasil, Daniela Bousso teve o apoio de Gilberto Chateaubriand e da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que juntos emprestaram 42 obras do fotógrafo Alair Gomes para a mostra.

Os trabalhos trazem à tona o olhar sobre apropriações do corpo de artistas contemporâneos de diferentes gêneros da arte visual. Há videoinstalações, fotografias, foto- instalações, performances e espetáculos de dança de dez artistas nacionais e internacionais.
A mostra trará também uma sala especial multimídia. Imagens projetadas das obras de ícones da arte contemporânea que trabalharam dentro deste tema, como: Marcel Duchamp, Jackson Pollock, Yves Klein, Chris Cunninghan, Peter Greenaway, Lígia Clark, Hélio Oiticica.

Metacorpos exibirá as peças dos estrangeiros: Nan Goldin, Cindy Sherman, Denis Oppenheim e Patricia Piccinini; e, dos brasileiros: Alair Gomes, Caetano Dias, Laura Lima, Janaina Tschäpe, Sandra Cinto e o Corpo de Baile com coreografia de Marcos Gallon.

Os artistas e abordagem contemporânea do corpo

O universo da sexualidade feminina:

Nan Goldin , Cindy Sherman e Sandra Cinto;

O amplo uso da tecnologia e uma discussão sobre ética e “bioarte”, presente nas alterações corpóreas de Patricia Piccinini;

A antropofagia e a experiência da bodyart dos anos 70, na obra de Dennis Oppenheim;

O olhar “homoerótico” dos fotógrafos Alair Gomes e Caetano Dias;

O espetáculo visual do Corpo de Baile (coreografia de Macos Gallon);

A performance de Laura Lima que aproxima o corpo da pintura barroca.


Ação Educativa e Difusão Cultural formando o Público

Durante a exposição o "Paço Educativo" oferece uma programação para estabelecer a ligação do meio artístico com o público, atendendo a escolas, universidades e interessados em arte contemporânea como um todo.

O primeiro evento do Educativo ligado à Metacorpos será com Patricia Piccinini falando sobre seu trabalho e contemporaneidade. Dia 28/10 às 19h30. Antes da abertura da Exposição.

Dia 13, às 19h30, o crítico de arte Francisco Alambert fará a palestra "O Corpo Na Arte". Estão previstas ainda duas mesas-redondas com as professoras Lucia Santaella (PUC-SP), Stela Senra (PUC-SP) e Nizia Villaça (UFRJ), além da crítica carioca Viviane Matesco, que assinam os textos do livro junto com a curadora, Daniela Bousso, a ser lançado em janeiro de 2004.

O Paço também oferece visitas monitoradas, para escolas, universidades, terceira idade e público em geral.

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KAAMOS – Noite Polar na Pinacoteca do Estado

Tendo como pano de fundo o paradoxo do alto desenvolvimento social e econômico face à estreita ligação com a natureza nos países nórdicos, os artistas abordam, cada um com suas peculiaridades, as diversas significações que pode designar a expressão finlandesa: silêncio, isolamento, escuridão – eventos físico-climáticos ou psicológicos.
 

KAAMOS – Noite Polar
 
MARJA JALAVA

A palavra finlandesa de kaamos vem do idioma dos povos originais dos países nórdicos, os samis, e significa estação fria e escura do inverno, de novembro a meados de janeiro, quando o sol não se levanta acima do horizonte no norte do círculo polar. O contraponto para kaamos é o sol da meia-noite, do fim de maio à terceira semana de julho, quando o sol não se põe. Até hoje, a variação cíclica de estações, luz e escuridão, calor e frio, influencia fortemente a identidade nórdica, pois a cultura pós-moderna tem ainda refletido o ritmo repetitivo da natureza, dos planetas e das estrelas.

Kaamos é silêncio, isolamento, escuridão, proximidade da morte – tanto um fenômeno da natureza quanto um estado interior da mente humana.

É tanto paradoxal quanto excepcional o modo como esta estreita relação com a natureza se combina à extrema artificialidade nos países nórdicos, pois não seria possível ter atualmente este tipo de civilização de consumo sem alta tecnologia e um sistema capitalista de produção e distribuição no mercado. No romance futurista Kaamos (1997) o autor finlandês Jyrki Kiiskinen conta a história de um filólogo que interpreta os textos já arruinados da cultura ocidental. O filólogo deduz que nosso deus principal foi ‘Eletricidade’, representado pelo sol, que eliminou a Escuridão, o Frio e o Mal. Ele descreve nossas cidades como cenários de luz formados pela eletricidade para proteção contra o céu escuro. Como aparição milagrosa nos textos antigos brilha a palavra ‘supermercado’ no meio da escuridão e da neve nórdica, como uma ilha tropical que se ergue do mar gelado e, no seu sussurrante calor, move a multidão em ritmo musical, do setor de carnes ao de frutas. No romance de Kiiskinen, kaamos não só se refere ao clima nórdico ou ao estado mental das pessoas, ele se expande ao ‘maldito outro’ de um modo de vida. Ao tentar escapar disso, nossa civilização se autodestrói. Seguindo o pensamento de Theodor Adorno, a cultura tecno poderia melhor se caracterizar como um medo radical, transformado, místico.

A montagem de Päivi Björkenheim, A Fragment of a Room – Wall of Obsession (2003) é um tipo de diário onde estão registradas variações de uma certa experiência repetitiva de cotidiano na metrópole da sociedade de consumo ocidental, Nova York. O material da obra são sacolas plásticas usadas nos supermercados americanos. Björkenheim conta que começou colecioná-las, pois jogar todas a sacolas no lixo seria, para ela, um desperdício perturbador. A escultura, feita com mais de 10 000 sacolas, parece um paredão que cresce como um fugitivo de kaamos. É um monumento massivo de consumo extremo, mas ao mesmo tempo uma abstração desses objetos como detritos de consumo, revelando sua frágil beleza. Em seu aspecto psicológico, a obra descreve também o hobby apaixonado de colecionar, em que o ato de colecionar é muitas vezes mais fundamental que o objeto colecionado. A segunda obra de Björkenheim, composta para voz humana e duas guitarras elétricas, Visions of Invisible Spaces (2003) é uma pintura de voz sobre kaamos como um estado interior de pessoas. Ela é baseada na maneira peculiar de Björkenheim de ver a música em cores e formas.

Timo Heino aborda sua temática preferencial na obra Dialogi (2003), que dá continuidade ao tema de suas esculturas Kulutuspinta (1999) e Paine (1999). Em Dialogi, correntes de aço inoxidável apoiam argolas com cabelo longo e louro caindo de seu interior. Espacialmente, a obra realiza um diálogo tenso entre teto e piso, dando a impressão de um balanço ou de um lustre de cristais com brilho de ‘luz de cabelo’. Os cabelos comprados de um atacado londrino têm origem na Ásia, mas são tingidos para parecer com os cabelos louros de consumidores do norte-europeus. A obra lembra que cabelos são parte de economia global, na qual membros do corpo humano também se tornaram mercadoria. Na arte de Heino, a reiterada disputa entre o natural e o artificial ganha, desta vez, tom irônico, pois pode ser difícil decidir qual é mais ‘natural’: um pneu ou cabelos tingidos industrialmente? Na obra Valtimo (2003), Heino misturou sangue de porco com tinta acrílica incolor que solidifica o sangue em uma superfície. Desta união orgânica e sintética ele fez uma bola de sangue que ao mesmo tempo é carnal e sintética, como um planeta vermelho no espaço de exposição.

Na série de Eija Keskisen The Edge (2002-2003), o elemento principal é o Urso-Jöpö, um urso polar de pelúcia que Keskinen achou no lixo. Em suas fotografias, o urso leva o espectador através metrópoles, jardins e baías congeladas. Graças à técnica usada por Keskinen, as fotos ganham uma atmosfera sonífera que obscurece o sentido de tempo e lugar. A artista caracteriza sua série como ‘fotos de hibernação’, imagens que o urso vê do ninho durante kaamos, enquanto dorme. Muitos animais do hemisfério norte começam hibernar no outono e acordam só na primavera por causa da luz e do calor. Na outra série de fotografias de Keskinen, Each Night When the Day Is Through (I Just Want You) (2002), o urso-Jöpö posa com quatro homens e a artista própria. A obra trata de nossa tendência de refletir os sentimentos humanos nos objetos industriais produzidos em série e criar neles personalidade individual através nossa história vivida. O maior predador de quatro patas, o urso polar, domesticado para ser brinquedo de crianças, transforma-se em um amigo de confiança da infância, que – se pudesse falar – poderia ‘contar nossos sonhos mais sagrados, nossas decepções mais profundas e nossos maiores momentos de felicidade’, de acordo com Keskinen. Ao mesmo tempo a obra, na sua suposta inocência, expressa a relação com a natureza na cultura ocidental, onde as pessoas são intencionalmente guiadas a controlar e manipular fenômenos e objetos.

As obras de Mikko Rantasen, tais como Kaupunki (2003) e a série de Utopia (2003), são pinturas a óleo sobre chapa de fibra, onde círculos de bordas não definidas que parecem pontos de luz, destacam-se da superfície cinza ou escura. As pinturas dão a impressão de luzes artificiais no escuridão, de controles eletrônicos de uma linha de produção ou de uma cidade encoberta por névoa. De acordo com Rantanen, as pinturas podem ser associadas com janelas e através delas se pode ver o tempo escuro. ‘Principalmente dá para ver que está refletido na janela por dentro, mas sempre em uma parte ou outra se vê um traço através da janela, do outro mundo’, diz Rantasen. Durante muitos anos, a relação entre luz artificial e escuridão foi a tema de suas pinturas. O estímulo inicial para tais pinturas foi a marcante sensação que Rantasen teve voando à noite sobre a Europa Central. Por cima, centros populacionais e áreas industriais pareciam campos de energia que brilham. O familiarização com a distribuição de luz artificial na terra mostrou que a quantidade de luz é diretamente proporcional às diferenças de padrão de vida. Os países grandes e pobres como a Índia ficam na escuridão enquanto nos países ricos se fala sobre a ‘poluição de luz’, que bloqueia a visibilidade do espaço. As pinturas de Rantasen fazem lembrar que a luz não é apenas algo que fez as pessoas vencerem o escuro, mas algo que também pode ser escurecedor.

As séries de fotografias de Catarina Ryöppy, Time passed 139 (2001) e Days and days of questions…(2001-2002), foram criadas na cidade de Sitka, Alaska. O cenário histórico das obras é os meados de 1800 quando a Finlândia e o Alaska pertenciam ao Império Russo. As obras também têm ligação com a história pessoal de Ryöppy, pois o avô dela nasceu em 1862 em Sitka, quando o bisavô e seu tio lá trabalhavam como funcionários do governo russo. Na série Time passed 139 jovens mulheres do povo original da região, os tlingits, seguram uma fotografia revelada em película transparente. A foto mostra uma moça tlingit chamada Tsamo, morta em 1868, com a mesma idade das jovens que a seguram. Ela foi comprada pelo tio do bisavô de Ryöppy no Alaska e mandada para a Finlândia, onde a moça nunca se adaptou. As fotos da série Days and days of questions… são da colina Noow Tlein. Ryöppy as fotografou da janela do seu apartamento em Sitka. Em cima da colina havia uma fortaleza de tlingits, substituída por um palácio administrativo russo no começo do século XIX, após uma batalha sangrenta. Nas séries de Ryöppy o passado e o presente se misturam, contando, entre outras coisas, a longa história de submissão que os povos originais ainda hoje sofrem. Em seu trabalho, a artista tenta atingir o sentimento de extremas exterioridade e inferioridade, que ela mesma sentiu em sua viagem e que cada um, de acordo com ela, experimenta ao mudar de uma cultura para outra diferente. Suas obras se expandem para além de questões de identidade nórdica, como medo, insegurança e afastamento, que são realidade para refugiados e pessoas deslocadas de seu país de origem por obrigação. Se kaamos é isolamento, escuridão e proximidade de morte, isso não está então dentro de cada um de nós?

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Série de Palestras, Marcelin Pleynet no Hélio Oiticica

O Centro de Arte Hélio Oiticica - CAHO apresenta uma série de palestras com críticos e pensadores de arte contemporânea. Segundo o diretor do CAHO, Luciano Figueiredo, estes encontros têm como principal objetivo levantar discussões sobre as tendências e as mudanças na arte contemporânea, relacionando a produção brasileira com artistas, grupos e movimentos de fora do país.

Para as primeiras três palestras, foram convidados os críticos brasileiros Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial, e Fernando Cocchiarale, curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Também estará vindo ao Brasil o crítico, ensaísta, poeta e historiador francês Marcelin Pleynet, cujo encontro está marcado para o mês de novembro.

A palestra de Marcelin Pleynet, intitulada Absolutamente Moderno – pintura e poesia, versará sobre as relações entre a palavra e a visualidade da pintura.  O tema é muito atual e pertinente à produção da arte brasileira principalmente ao período do neoconcreto, onde a poesia desenvolveu papel estrutural como inter-relação de linguagem e experimentação.

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Semana de Artes Visuais do Recife

Consolidando o sucesso alcançado com a realização da Semana de Artes Visuais do Recife - SPA  em 2002, daremos continuidade a essa iniciativa, com ênfase nas ações de formação, produção, reflexão, difusão e incremento das artes visuais; com a realização de palestras, mesas redondas, oficinas, exposições nas RPA'S, intervenções urbanas, mostras de vídeos, performances e  exposições por toda a cidade. A Semana de Artes Visuais do Recife é uma realização da Prefeitura do Recife através da Secretaria de Cultura do Recife, da Fundação de Cultura Cidade do Recife, do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, e da Fundação Joaquim Nabuco.

O SPA pretende articular e fortalecer as redes de atividades ligadas ao circuito das artes visuais contemporâneas; promovendo a atualização e a ampliação do Mapa das Artes do Recife, concebido como instrumento de divulgação e consolidação das instituições culturais, galerias, ateliês e espaços alternativos.

Será a oportunidade de reunir artistas locais, nacionais, e convidados de outros paises , além de críticos de artes e  curadores, propiciando assim, um maior intercâmbio entre as diversas linguagens e promovendo o debate de idéias. O SPA concentrará suas atividades no Pátio de São Pedro Centro do Recife, tradicional reduto cultural da capital Pernambucana, fortalecendo a vocação da cidade como referência da produção cultural em nosso país e promovendo, a aproximação e o diálogo entre as diversas regiões da cidade.

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1 - Envie sua divulgação para canal@canalcontemporaneo.art.br;
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3 - No corpo do emeio coloque as informações de serviço completas: data, nome do evento, nome do artista, local, endereço, telefones, horário e conexões;
4 - Inclua release, texto crítico e currículo em arquivos em anexo;
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6 - Tente mandar com 15 dias de antecedência.

O Canal Contemporâneo trabalha para um público especializado, mas também é formador de público. Não deixe de mandar para o Canal os textos de imprensa, mas também os críticos dos convites e catálogos, na íntegra, para que estes possam atingir um maior número de pessoas.

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