AGENDA DE EVENTOS
Arte 3 na Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro
Desenhar Lugares na Marilia Razuk, São Paulo
Suzana Queiroga no Chácara do Céu, Rio de Janeiro
Coleção Pirelli/MASP de fotografia no MASP, São
Paulo
Trilhas do Desejo - Rumos Artes Visuais 2008-2009 no Itaú
Cultural, São Paulo
CURSOS E SEMINÁRIOS
Curso e workshops 1º semestre 2009 na EAV-Parque Lage,
Rio de Janeiro
Mestrado em Curadoria de Arte na Stockholm University - Inscrições,
Suécia
SALÕES E PRÊMIOS Chamada para trabalhos:
Prix Ars Electronica 2009 - International Competition for Cyberarts, Áustria
COMO ATIÇAR A BRASA Toda nudez será aperfeiçoada
por Paula Alzugaray, Istoé
Bet Katona, Sem Título (Banco vermelho, árvore
preta)
Arte 3
Alessandro Sartore, Bet Katona, Felipe Fernandes, Jimson Vilela, Raul Leal,
Virginia Paiva
Curadoria de João
Magalhães
12 de março,
quinta-feira, 20h
Galeria Anna Maria
Niemeyer
Rua Marques de São Vicente 52 loja 205, Shopping da Gávea, Rio
de Janeiro - RJ
21-2239-9144 ou galamn@centroin.com.br
www.annamarianiemeyer.com.br
Segunda a sábado, 10-22h
Exposição até o dia 4 de abril de 2009
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o resumo na agenda
english
Enviado por
Galeria Anna Maria
Niemeyer galamn@centroin.com.br
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Roberto Bethônico, Sem Título, caneta, lápis
de cor e grafite sobre papel, 120 x 150 cm, 2009
Desenhar
Lugares
Claudio Cretti, Ester Grinspum, Felipe Cohen, Flávia Ribeiro, Germana
Monte-Mór, Isaura Pena, Paulo Monteiro e Roberto Bethônico
12
de março, quinta-feira,19-23h
Marília
Razuk Galeria de Arte
Rua Jerônimo da Veiga 62 / loja 2, São Paulo - SP
11-3079-0853 ou galmariliarazuk@uol.com.br
www.galeriamariliarazuk.com.br
Segunda a sexta, 10h30-19h; sábados,11-15h
Exposição até 6 de abril de 2009
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o resumo na agenda
english
Enviado por
Juliana Asmir - Galeria
Marilia Razuk juliana@galeriamariliarazuk.com.br
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Projeto Os Amigos da Gravura
Suzana Queiroga
Velofluxo
Curadoria de Fernando Cocchiarale
12 de março, quinta-feira, 12h
Museu Chácara do Céu
Rua Murtinho Nobre 93, Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ
21-2224-8981/8524/2507-1932 ou chacara@museuscastromaya.com.br
Quarta a segunda, 12-17h
Exposição até 29 de junho de 2009
Ingressos: R$ 2,00 (quarta grátis)
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o resumo na agenda
english
Enviado
por Raquel
Silva raquelsilva@alternex.com.br
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Helmuth Wagner, Turbilhão, 1961
Coleção Pirelli/MASP de Fotografia – 17ª Edição
Ana Vitória Mussi, Anderson Schneider, André François,
André Paoliello, Barbara Wagner, Bob Wolfenson, Fausto Chermont, Felipe
Hellmeister, Gui Paganini, Helmuth Wagner, Jacques Dequeker, José Faria,
José Frota, Miguel Aún, Milan Alram, Nani Góis, Ricardo
Labastier, Rodrigo Zeferino, Rogerio Ghomes, Rui Cesar dos Santos, Vania Toledo,
Voltaire Fraga, Zé Paiva, Zig Koch
Curadoria de Boris
Kossoy, Luiz Hossaka, Mario Cohen, Piero Sierra, Rubens Fernandes Junior, Thomaz
Farkas
12 de março
a 3 de maio de 2009
MASP - Museu de
Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista 1.578, São Paulo - SP
11- 3251-5644 ou atendimento@masp.art.br
www.masp.uol.com.br
Terça a domingo e feriados, 11-18h; quinta 11- 20h
Coordenação: Anna Carboncini
Leia
o resumo na agenda
english
Enviado
por Annete
Morhy annete@comunique.srv.br
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Alan Campos, A sala dos procurados, 2008
CIRCUITO
Rumos Artes Visuais 2008-2009
Trilhas do Desejo
Alan Campos, Alberto Bitar, Alice Shintani, Alvaro Seixas, Amália Giacomini,
Amanda Mei, Ana Holck, Ariel Ferreira, Bárbara Wagner, C. L. Salvaro,
Carlota Mazon, Coletivo Gráfica Utópica, Coletivo Mergulho (Ali
Khodr, Camila Mello, Jorge Soledar, Manuela Eichner), Daniel Herthel, Diego
Belda, Dirceu Maués, Elieni Tenório, Ernani Chaves, Fabrício
Lopez, Felipe Cohen, Felipe Scandelari, Flávio Araújo, Gabriel
Netto, Grupo Empreza (Bia Miranda, Christiane Frauzino, Mariana Marcassa, Babidu,
Fernando Peixoto, Keith Richard, Paulo Veiga Jordão), Ilma Guideroli,
Jaqueline Vojta, Julia Amaral, Juliana Notari, Kilian Glasner, Laerte Ramos,
Laila Terra, Letícia Ramos, Luciano Zanette, Marcelo Moscheta, Marina
de Botas, Nino Cais, Rafael Alonso, Rafael Carneiro, Ricardo Mello, Shima, Sofia
Borges, Tiago Carvalho, Tiago Romagnani, Vitor Cesar, Yana Tamayo
Curadoria de Paulo Sergio Duarte
12 de março a 10 de maio de 2009
Itaú Cultural
Avenida Paulista 149, Paraíso, São Paulo - SP
11-2168-1776/1777 ou atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Terça a sexta, 10-21h; sábado, domingo e feriado, 10-19h
As obras Rua do Futuro, de Kilian Glasner, e Galeria Boliche, de Tiago Carvalho
encontram-se na rua Tomás Carvalhal 273, Paraíso, São Paulo
- SP
Terça a domingo, 10-18h
Sobre a exposição
Leia
o texto crítico de Paulo Sergio Duarte no blog Salões e Prêmios
Leia
sobre a transmissão dos seminários do Rumos 2008-2009 no blog
Salões e Prêmios
Enviado por
Jessica Orlandi
jessica.orlandi@conteudonet.com
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CURSOS
E SEMINÁRIOS
Curso e workshops 1º semestre 2009 na EAV-Parque
Lage, Rio de Janeiro
CURSOS
Arte Contemporânea e Arte Moderna, com Pedro França; Laboratório
de Pesquisas Gráficas e Digitais e Observação e Desenho,
com Bia Amaral; Composição: experiência estética,
com Gianguido Bonfanti; Foto-Matriz: uma história cultural da imagem
técnica, com Simone Rodrigues; Da observação à criação,
com Maria do Carmo Secco; Da observação à expressão:
desenho e introdução à pintura, com Orlando Mollica; Gravura:
teoria, prática e experimentação, com João Atanásio;
Modelo Vivo, com Gianguido Bonfanti; Imagem: do desenho aos outros meios, com
Carli Portella; Pensar e fazer arte - plataforma 1, com Cristina de Pádula;
A prática da pintura, com Chico Cunha; Serigrafia, com Evany Cardoso;
Fazendo arte no Parque, com Jacqueline Siano, Lúcia Vignoli e Nena Balthar;
Questões fundamentais da pintura, com Luiz Ernesto; Ciberfólio,
com Joy Till; Conversando sobre escultura, objeto, etc e tal (com ênfase
no etc e tal), com João Carlos Goldberg; A arte da pintura, com Ronaldo
do Rego Macedo; Espaços, com Lia do Rio; Imagem, tempo e movimento, com
João Velho; Matriz digital, com Tina Velho; Imagens de superfície,
com Luiz Ernesto; Em torno da pintura: linguagem e imagem na arte contemporânea,
com Malu Fatorelli; A pintura e os espaços da pintura e Módulo
avançado de pintura, com Suzana Queiroga; Arte: reflexão e ação,
com Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiarale; Antiformas de intervenção,
com David Cury; Análise e inserção da produção
contemporânea, com Iole de Freitas; Cotidiano e mobilidade, com Giodana
Holanda; Arte hoje: atitudes, desafios, possibilidades, com Bob N e Márcio
Botner; Desenho, imagem e texto: impressões e transferências, com
Lena Bergstein; Desenvolvimento de projetos, com Franz Manata; Fotografia: projetos,
com Denise Cathilina; Dynamic encounters - vídeos, com Charles Watson;
Pintura, com João Magalhães; Fotografia expandida, com Denise
Cathilina; Arte no Brasil: do moderno ao contemporâneo, com Guilherme
Bueno; O processo criativo, com Charles Watson; Das Cores, com Bob N e José
Maria Dias da Cruz
WORKSHOPS
Imagens do Cinema, com Paula Gaitan; Workshop de materiais em pintura, com Katie
van Scherpenberg; SoundArt@NAT, com Franz Manata e Saulo Laudares; Arte Pública
Agora, com Simone Michelin
Início do primeiro curso em 2 de março de 2009 - inscrições
abertas durante o semestre
Leia
a informação completa e publique seu comentário no Cursos&Seminários
CURSOS
E SEMINÁRIOS
Mestrado em Curadoria de Arte na Stockholm University
- Inscrições, Suécia
International
Master Programme in Curating Art including Management and Law - Stockholm University
Inscrições
até 15 de abril de 2009 - aulas a partir de agosto de 2009
Sobre
o programa (em inglês):
Curating Art specialises in the combination of art management, art history,
law and practical curatorial work in a composition that is unusual in comparison
to similar courses internationally. The academic level of the education is in
keeping with the university environment. We encourage applications from persons
within the academic field as well as with curatorial and artistic experience.
Leia
a informação completa e publique seu comentário no Cursos&Seminários
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SALÕES
E PRÊMIOS
Chamada para trabalhos: Prix Ars Electronica 2009 - International
Competition for Cyberarts, Áustria
Computeranimation
/ Film / VFX, Digital Communities, Interactive Art, Digital Musics, u19 - freestyle
computing, Hybrid Art, Media.Art.Research Award, [the next idea] Art and technology
grant
Inscrições
prorrogadas até 18 de março de 2009
Leia
a informação completa e publique seu comentário no Salões&Prêmios
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COMO ATIÇAR A BRASA
Toda nudez será aperfeiçoada
Matéria
de Paula Alzugaray originalmente
publicada na Revista Istoé, em 18 de fevereiro de 2009.
Galerias paulistanas unem esforços em uma grande mostra sobre a representação
do nu na arte moderna e contemporânea
Adriana Varejão faz, na fotografia Dadivosa (1999), uma viagem à
arqueologia da arte, a um tempo remoto em que nem mesmo o padrão de beleza
clássica havia sido inventado. Assim como em sua representação
de uma Vênus de quatro peitos, a fotografia O escultor e a deusa (1995),
de Ernesto Neto, também evoca as mitologias antigas. Ambos se referem
a um momento em que as representações da nudez haviam apenas começado
a surgir. Os trabalhos integram a mostra Nus (Nudes), composta por mais de 100
obras de artistas brasileiros e estrangeiros, a partir do acervo contemporâneo
da galeria Fortes Vilaça, do acervo moderno da galeria Bergamin e de
empréstimos de outras galerias.
"A exposição divide-se em dois módulos: erotismo e
referências históricas", afirma Alexandre Gabriel, que assina
a curadoria. O segmento de arte erótica - também conhecido, desde
o Império Romano, como ars erotica - reúne na Fortes Vilaça
desenhos do pernambucano Gil Vicente e fotomontagens da polonesa Goshka Macuga,
entre outros, além de promover a aproximação inédita
entre os trabalhos do contemporâneo Luiz Zerbini e do moderno Di Cavalcanti.
Leia
a íntegra da matéria e publique o seu comentário no Como
atiçar a brasa
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TEXTOS DO E-NFORME
Exposição
Trilhas do Desejo apresenta os 72 trabalhos dos selecionados no Rumos Artes
Visuais 2008-2009
Flechas em grandes dimensões invertem sua função; uma batalha
naval gigante convida a jogar; intervenções em fotos subvertem
as formas; pinturas ganham novas matérias primas; imagens em vídeo
distorcem paisagens. Para Paulo Sérgio Duarte, coordenador geral da comissão
curatorial, o resultado traduz a vitalidade da arte contemporânea brasileira,
eminentemente urbana. Por suas características, duas obras serão
exibidas em casa próxima ao instituto.
No dia 11 de março, o Itaú Cultural abre a exposição
Rumos Artes Visuais – Trilhas do Desejo e exibe o resultado da edição
2008-2009 deste programa, cujo objetivo é garimpar, mapear, diagnosticar
e fomentar o melhor da produção contemporânea em todo o
Brasil. Organizada por Paulo Sérgio Duarte, coordenador geral da comissão
curatorial, e com a assinatura do arquiteto Pedro Mendes da Rocha no espaço
expositivo, a mostra com 72 obras abre ao público no dia 12 e prossegue
até 10 de maio. Ainda neste ano, quatro recortes curatoriais serão
levados em itinerância pelo país, que será encerrada no
Rio de Janeiro com a exibição da mostra na íntegra, no
Paço Imperial.
Entre pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos,
performances, e videoinstalações, as obras realizadas pelos 45
contemplados nesta quarta edição do Rumos representam 11 estados
e abrangem todas as regiões do Brasil. Segundo a curadoria, revelam um
Brasil mais urbano do que rural, deixando de lado a temática social.
“Quando o mundo rural aparece nestas obras, o que é raro, é
tratado por linguagens urbanas e as preocupações estão
mais voltadas por uma perspectiva influenciada pela ecologia e as questões
ambientais”, observa Paulo Sergio Duarte. Ele também detecta um
esvaziamento na abordagem de temas sociais: “Quando presentes, com freqüência
estão ligados à existência mais imediata e individual, outro
traço comum à arte contemporânea nessa época globalizada,
já um capítulo na história que vem sendo designado como
‘arte & vida’.”
Duas das obras que dão uma pista da reflexão urbana encontrada
no conjunto da mostra são exibidas na rua Tomás Carvalhal, 273,
no Paraíso, próximo ao instituto: Série Rua do Futuro,
do pernambucano Kilian Glassner, e Galeria Boliche, do mineiro Tiago de Carvalho.
Na primeira, Glassner apresenta fotografias que são parte de um projeto
pessoal de prospecção urbana, no qual inicia o trabalho escolhendo
um imóvel abandonado. O artista o ocupa, realiza nele intervenções
com pintura, para depois destruí-las parcialmente a golpes de marreta
e fotografá-las. A casa é então aberta à visitação.
As fotos que registram todo o processo e são parte integrante da instalação
permanecem em exposição no Itaú Cultural, na Paulista.
A obra de Carvalho tem como base um trabalho anterior realizado pelo artista
em visitas feitas às casas de moradores em Caladinho, bairro de sua cidade
natal, Coronel Fabriciano. As histórias que ele foi capturando informalmente
e de modo intimista mapeiam poeticamente o cotidiano dessas pessoas para serem
expostas na Galeria Boliche, espaço criado temporariamente por ele para
abrigá-las. Em São Paulo, o artista realiza o mesmo processo,
para ser exibido na casa da Tomás Carvalhal, mas com resultado totalmente
inesperado.
PINTURAS, ESCULTURAS, FOTOS E INSTALAÇÕES
Logo na entrada do Itaú Cultural, dois óleos sobre tela (sem título)
do curitibano Felipe Scandelari brincam com o olhar do espectador. De longe,
a imagem que se vê em uma das obras forma borboletas, na outra, se vislumbram
copos. Elas são perfeitamente visíveis, mas quando o observador
se aproxima o conjunto é desfocado.
A paulistana Amália Giacomini provoca o visitante com Entre, uma série
de setas gigantes. Colocadas em sentido contrário do percurso a ser seguido
pelo público, elas criam um curtocircuito entre a atração
espacial e a repulsão simbólica do espaço da arte.
Grafite sobre papel vegetal é a matéria prima do gaúcho
Gabriel Netto, em Desenho Instalado nº 2. Esta obra ocupa sete metros,
também do térreo, e se esparrama pelo piso migrando para as paredes,
copiada e colada por fitas adesivas.
Ao subir para o Mezanino, o visitante é surpreendido com uma alegre e
colorida obra que parece desafiar a gravidade. De autoria do paulistano Nino
Cais, não tem título e apresenta finas colunas que, do nada, parecem
empurrar capitéis de cores diferentes para o teto.
Em mais uma provocação à gravidade, e também ao
tempo, o gaúcho Ernani Chaves traz as esculturas em madeira, Topos de
Goiabeira Escorados e Caixilhos Empilhados. Com ambas, o artista faz torres
sem sustentação. Vê-se que elas cairão, mas, na ótica
do artista, as obras perduram na disposição desordenada das peças
após a queda da estrutura.
A xilogravura sobre papel do santista Fabrício Lopes, Rema, Rema, Remador,
é feita de várias matrizes coladas sobre a parede de cuja colagem
surge a obra, ao mesmo tempo única e múltipla. O paulistano Diego
Belda traz uma mescla de escultura com pintura, em Sinuca de Bico e em Sinuca:
Bola Seis atrás da Cinco. A sua conterrânea Alice Shintani faz
uma intervenção também pictórica, cor-de-rosa: Quimera,
onde tudo é tomado pela cor em uma demonstração do território
expandido da pintura.
Em um ímpeto lúdico, o também paulistano Laerte Ramos faz
uma versão gigante em três dimensões da Batalha Naval, na
obra que leva o mesmo nome. A instalação de cerâmica traz
o quadriculado no chão e os destróieres, cruzadores e submarinos
são transformados em esculturas que permitem ao público travar
uma competição.
Do Rio de Janeiro vem as pinturas de Jaqueline Vojta: Night Mist; Número
1 de Novo, e Até que o Céu Caia Sobre Mim. São colagens
de tecidos pintados pela artista carioca, com relevos sutis e cores escuras
– obras que pedem tempo para serem entendidas.
Descendo para o
primeiro subsolo, Luciano Zanette, nascido em Esteio (RS) também brinca
com as referências do observador. Com Vale Ter Ser Tesa e com Hábitos
Insuficientes (ambas da série Mobiliário Melancólico),
ele apresenta duas mesas às quais nada falta, mas que não podem
nunca cumprir a função à qual estão destinadas.
Uma escorrega para o chão, a outra se contorce para dentro.
De São José do Rio Preto, interior de São Paulo, Marcelo
Moscheta traz a singela instalação Estudo para Espaço.
Composta de caixas transparentes de bombons Ferrero Rocher, que abrigam flocos
de algodão iluminados por uma base com luz vinda de baixo, esta obra
traz leveza e transparência evidenciando a busca do artista pela captura
do tempo e do espaço.
O capixaba Rafael Alonso apresenta Desktop; Linhas em uma Mesma Direção
Justapostas; e Objeto Autodestrutível. Mais uma vez trabalhando com aquilo
que parece mas não é, estas obras são entendidas à
primeira vista como pinturas, porém, elas foram trabalhadas com milhares
de elásticos de escritório coloridos e com durex, ao invés
de pincel e tinta.
Trabalho antropológico de autoria da brasiliense Bárbara Wagner,
a Série Zona da Mata é composta de 10 fotografias em cores. Cinco
delas mostram a geração de mestres do maracatu com mais de 50
anos; a outra metade mostra os da nova geração. Em vez de mostrar
a permanência de uma tradição, a artista – também
autora da série de fotografias Brasília Teimosa, realizada em
2005 na favela de Recife que leva este nome -- revela as adaptações
destes mestres e suas transformações numa sociedade dinâmica.
A Sala dos Procurados, obra do paraense Alan Campos, transita igualmente pelo
registro etnoantropológico ao apresentar imagens, que representam minorias
da região amazônica, predominantemente indígenas. Elas preenchem
totalmente uma sala, do chão ao teto. O artista reflete sobre o ocultamento
e a desconfiguração das tensões étnicas, onde a
violência tácita e o esmagamento da diversidade fazem parte do
cotidiano amazônico e do Brasil.
Já o curitibano C. L. Salvaro trata da reconfiguração do
espaço com as obras Cal e Carvão; e Isolamento – obra constituída
de isopor, com a qual ele interrompe uma passagem que seria natural para o público
transitar pelo espaço expositivo. À frente dele, em tamanho diminuto,
encontra-se Cal e Carvão.
Bom humor e crítica são as marcas da Série Eclipses (Ocupações).
Nestas fotografias feitas entre os prédios da Esplanada dos Ministérios,
em Brasília, Yana Tamayo – nascida naquela cidade – articula
objetos plásticos de uso cotidiano em primeiro plano e altera a escala
de modo a provocar a um efeito ilusório que distorce o ponto de vista.
Ricardo Mello, nascido em Santiago (RS) traz imersão noturna #047 (360
horas) e imersão noturna #053 (424 horas). Nesta série de pinturas,
ele se debruça sobre imagens estáticas fotografadas ou projetadas
da tela da televisão, e estabelece um processo de pintura minucioso e
demorado para representar suas linhas e distorções. Trata-se de
uma contraposição do tempo do fluxo veloz e contínuo da
televisão ao tempo demorado e lento da pintura.
No segundo subsolo, o paraense Flávio Araújo apresenta três
obras com representação pictórica: Aparelho Singular: Cama
I, Aparelho Singular: Cama II e Aparelho Singular: Cama III. Com a pintura,
ele potencializa o efeito das imagens veiculadas nos meios de comunicação
de massa e as contrapõe a este discurso que banaliza a morte e empobrece
a vida.
Em três óleos sobre tela sem título, o paulistano Rafael
Carneiro trabalha a pintura deslocando o foco tradicional para um ponto de vista
panorâmico e de cima. As imagens que ele registra são as captadas
por câmeras de vigilância em galpões industriais e laboratórios.
Os olhos do espectador assumem o olhar da máquina.
Mais uma série de pinturas – Paisagem, Paisagem 1 e Paisagem 2
–, estas do carioca Álvaro Seixas, desafiam o espectador com espessas
camadas de tinta, que recobrem e escorrem da superfície das obras e revelam
construções geométricas parecidas com formas arquitetônicas.
A obra de Ilma Guideroli, de Ribeirão Preto – Espaços Afluentes
e Lugares Imaginários – questiona o espaço geográfico.
Nestes dois trabalhos, ela mescla ao acaso mapas de viagem e plantas baixas
de casas e cria um terceiro elemento, híbrido e inesperado, que remete
a espaços indeterminados.
A instalação e site specific Memorabilia, da paulistana Amanda
Mei é mais uma obra que trabalha com a memória. A artista organiza
o ambiente de um espaço de cerca de 16m2 com fragmentos, objetos, móveis
e sobras que coleta em trajetos realizados pela cidade. A isso, ela mistura
imagens projetadas, e também uma espécie de diário stop
motion de desenhos narrados a partir de escritos em seu caderno de anotações.
Felipe Cohen, de São Paulo, contrapõe peso e leveza, luz e sombra,
nas obras Série Meio-dia e Regaço (2006). Paulistana residente
em Florianópolis, Júlia Amaral, traz Sapo, Aranha, Lacraia, Besouro
e Pássaro. Nestas cinco pequenas esculturas, a artista investiga noções
de perda, morte, peso, leveza e, metaforicamente, a idéia de transcendência.
De Ribeirão Preto, Sofia Borges, apresenta uma série de quatro
fotografias em cores. A luz barroca as representa como pinturas do século
XVI ou XVII, e as naturezas mortas, mas as imagens são contemporâneas,
confundindo as referências do observador.
De outra ponta do Brasil, Elieni Tenório, nascida em Mazagão,
no Amapá, traz Série Sobre a Pele, quatro obras que unem a artesania
da costura e a pesquisa de materiais para remeter às discussões
contemporâneas sobre corporalidade e a vestimenta como referências
que estabelecem as relações entre o sujeito e o mundo.
Retrato Paisagem é uma série de fotografias em cores do cearense
Vitor César, nas quais ele é personagem principal, embora escondido
por diferentes toldos dos ombros para cima, tornando-se uma figura anônima.
A paulistana Laila Terra ingressa em outro território com a instalação
Caixa de Som. Trata-se de um espaço tridimensional, formado de 80 altofalantes
instalados nos cinco planos para emanar música de modo que o ouvinte,
ao vesti-lo como se fosse um capacete, tenha uma percepção espacial
do som. Ao amplificar sons sintéticos diversos que simulam deslocamentos
ao redor da cabeça do ouvinte, proporciona uma estranha experiência
visual e sonora.
O questionamento de A Saudade e de Cada Mudança é um Esforço
de Permanência, de Tiago Romagnani, nascido em Florianópolis, trata
dos ciclos que se repetem indefinidamente na natureza, mesmo que urbanizada.
No primeiro uma estrutura de madeira deixa cair água constantemente.
O segundo é composto por vasos de plantas e um vídeo.
VÍDEOS, PERFORMANCES E VIDEOINSTALAÇÕES
É bem poético o vídeo Cercania, realizado pela paulistana
Calota Mazon e que pode ser visto já na entrada do instituto. A obra
também brinca com o olhar do visitante. Começa com a silenciosa
exibição de um fim de tarde sobre a qual a artista passa a interferir
lentamente com uma fita metálica transformando a imagem inicialmente
percebida.
Dois vídeos acompanham a escultura do mineiro Daniel Herthel, também
no térreo. Na obra Desenhos Funcionais#2 o arame risca o espaço
e produz um estranho croqui do interior de um ônibus. Em Casa de Máquinas,
um dos vídeos, um aparelho projetado pelo artista faz uma bailarina dançar.
No outro, com o mesmo nome, ele mostra a construção da máquina.
Subindo para o mezanino, o coletivo carioca Gráfica Utópica +
O Circo dos Sonhos, apresenta o vídeo O Circo dos Sonhos, no qual instaura
um estado de suspensão diante da realidade com o uso de recursos de luz
e elementos apropriados de diferentes práticas espirituais. Já
no vídeo Efêmera Paisagem o paraense Alberto Bitar remete à
memória e à saudade, ao refazer, hoje, o caminho que percorria
com a família com destino a Mosqueiro, ilha a 70 km de Belém,
sua terra natal, quando ele era criança.
Neste mesmo andar, a paulistana Marina de Botas apresenta a performance Pretinho
Básico – a ser realizada durante duas horas, somente no dia da
abertura – acompanhada das obras Manual Técnico para a Alteração
do Pensamento Lógico e Revista Pretinho Básico. Na performance,
a artista usa um vestido preto de veludo que se prolonga ocupando todo o espaço
da sala. Para ver as outras duas obras expostas, o público é obrigado
a passar por cima do tecido, como se fosse um tapete. Uma câmera fixa
documenta o processo e o vídeo ficará exposto durante toda a mostra.
Já Revista Pretinho Básico é composta de um par de desenhos
que o público poderá levar para casa, no qual a figura de uma
mulher deve ser vestida com a mesma roupa usada pela artista. O Manual..., por
sua vez, traz um passo-a-passo descrito por delicados desenhos, subvertendo
os dos manuais originais, de como transformar procedimentos cotidianos em resultados
mágicos; como o mito de Ícaro.
Descendo ao primeiro subsolo encontra-se Contra-muro, videoinstalação
da carioca Ana Holck em que três filmes são projetados em uma sala,
de modo que cada um ocupe toda uma parede e apresente a construção
de um mesmo muro de tijolos de concreto em diferentes etapas do processo. A
medida em que este espaço murado vai sendo erguido de um lado, vai sendo
destruído do outro.
Letícia Ramos, nascida em Santo Antônio da Patrulha (RS), apresenta
Cronópios, videoinstalação em looping. É o registro
de imagens capturadas pela artista, durante um dia inteiro, no Largo de Pinheiros,
em São Paulo. Sobrepostas, elas propõem outros ângulos e
registros diferentes da realidade.
Em Mar-Marau, o mineiro Ariel Ferreira, de Montes Claros, exibe uma vídeoinstalação
acompanhada de uma cadeira para o observador se sentar, um aparelho de vídeo-cassete,
um televisor e um par de xícaras amarradas por cordões de algodão
presas juntos ao vídeo, mas dissociadas do restante dos equipamentos.
Deste modo, a obra desloca o observador de um ambiente urbano apresentado na
TV, a uma paisagem ficcional.
Estados Temporários vem do Rio Grande do Sul e é uma performance
misturada ao vídeo assinada pelo Coletivo Mergulho. Nela, os artistas
realizam quatro ações em lugares públicos registradas em
vídeo, primeiro individualmente, e, depois, em coletivo. A performance
é finalizada com uma instalação deste processo no espaço
expositivo, 1S. Criam-se, assim, situações em que se vivencia
a simultaneidade de ações e cuja experiência é renovada,
por fim, junto ao espectador.
No 2S, o grupo Empreza, coletivo de Goiás, apresenta Itauçu (pedra-grande).
São seis performances a serem realizadas simultaneamente no mesmo espaço,
por duas horas, no dia da abertura. O público (maiores de 18 anos) é
recebido em uma sala de aproximadamente 100m2 por 3m de altura recheado por
uma coluna, um pilha de seixos, uma placa de granito, tijolos, televisores,
caixa de som, projetor multimídia. Enquanto são servidos queijos
de trança e cachaça de engenho, surge uma série de situações
inusitadas promovidas pelo grupo. As performances deixarão resíduos
no local, que ficarão expostos durante toda a mostra.
O paraense Dirceu Maués apresenta o vídeo...feito poeira ao vento...,
realizado a partir da edição de uma sequência de 991 fotografias
captadas por câmeras artesanais do tipo pinhole em uma única ação
de um giro de 360°. A obra registra o universo da feira de Ver-o-peso, de
Belém, sua agitação, a movimentação dos feirantes,
o ciclo do tempo e das marés, em imagens fluidas e enevoadas.
A videoinstalação da pernambucana Juliana Notari, Redentorno projeta
nas quatro paredes de uma sala imagens simultâneas de um cachorro de brinquedo
preso a um mastro, girando incessantemente até que se desprende. Graças
a um aparato tecnológico criado pela artista, as imagens permitem que
o observador capture o ponto de vista do animal aprisionado.
No dia da abertura, o paulistano Shima apresenta três performances e uma
instalação –Colapso, Zona de Conforto/Zona de Confronto,
Leito e Contenção. Sempre vestido “a caráter”
(“terno, gravata, relógio e aliança”, em suas palavras),
o artista usa fitas de isolamento para reconfigurar o espaço. Em uma,
isola dois pilares. Em outra, confecciona uma rede onde permanece deitado por
meia hora. Em Contenção, embrulha bancos, cadeiras e mesas que,
isolados, continuam disponíveis para uso normal. Já em Colapso,
ele próprio se enrola com a fita, e feito um casulo, permanece imóvel
por uma hora.
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