NESTA EDIÇÃO:
Bandeiras do
Brasil no Museu da República, Rio de Janeiro
Rosane Cantanhede na Lana Botelho, Rio de Janeiro
8:7 no Parque Lage, Rio de Janeiro
Poema Planar – Espacial no SESC, Campos
Arte e saúde mental no CCSP, São Paulo
Mariana Lima no Caibro, São Paulo
Lançamento Revista Número Dois na Livraria Boa Vista,
São Paulo
Debate Arte e Espaço no Parque Lage, Rio de Janeiro
Palestra sobre a exposição In Between na Anna Maria Niemeyer,
Rio de Janeiro
Julia Csekö - Ode À Bandeira
Bandeiras
do Brasil
Adolfo Montejo, Anna Bella Geiger, Antônio Manuel, Arthur Bispo do
Rosário, Brígida Baltar, Carlos Vergara, Chang Chi Chai, Claudio Cambra,
Cristina Pape, Custodio Coimbra, Cyríaco, ,Emmanuel Nassar, Felipe Barbosa,
Francisco Gregório Filho, Goto, Hélio Oiticica, Jorge Duarte, Jorge Eduardo,
José Tannuri, Julia Csekö, Livia Flores, Marcos Cardoso, Marcos Chaves, Martha
Niklaus, Milton Machado, Ni da Costa, Ricardo Ventura, Ronald Duarte, Suely
Farhi, Xico Chaves e Jards Macalé,
Zé Andrade
Curadoria: Ernandes Fernandes e Marta Niklaus
7 de setembro, domingo, 14h
Museu da República
Rua do Catete 153
Catete Rio de Janeiro
21-2205-0603 / 3873-5149 / 3873-5216
Segunda a sexta, das 10h às 17h; sábados, domingos e feriados, das
14h às 18h.
Exposição até 21 de setembro de 2003.
Ingresso: R$ 5 (grátis às quartas); crianças e maiores de 65 anos
não pagam.
Exposição até 19 de novembro de 2003.
Na primeira grande produção cultural que realiza sob a égide do Governo
Lula, o Museu da República abre seus portões para reverenciar o Pendão
da Esperança. Com “Bandeiras do Brasil”, o novo diretor da Casa, Ricardo
Vieiralves, vai cobrir de bandeiras os salões e os jardins do Palácio do
Catete, edifício símbolo da república brasileira, no período entre o 7
de Setembro, Dia da Independência do Brasil, e o 19 de Novembro, o Dia
da Bandeira.
No interior do Palácio, a protagonista é a bandeira brasileira. A
mostra que vai ocupar os principais salões reúne 31 artistas que, em diferentes
momentos da história recente do país, dos anos de 1960 aos dias de hoje,
se apropriaram do símbolo da pátria como objeto de arte, com a ilimitada
liberdade que só aos artistas é dado experimentar.
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Rosane Cantanhede
Interconexões
Curadoria: João Wesley
5 de setembro a 26 de setembro de 2003
Galeria Lana Botelho Artes Visuais
Rua Marquês de São Vicente 90 / 101 térreo
Gávea Rio de Janeiro
21-2512-9841
Segunda a sexta, das 14h às 18h; quintas –feiras, das 14h às 19h30; sábados
das 12h às 16h.
Apoio: Impexco-Sichel, Oficina da Gastronomia, Ateliê da Imagem, Stúdio
707
Interconexões
SONIA SALCEDO DEL CASTILLO
Arrependimentos sem dor, camadas e camadas de tinta são lançadas sobre
a tela. À maneira da Renascença, o óleo é construção na pintura de Rosane
Cantanhede, porém, em busca de outra relação espaço-temporal. Nela, sucessivas
veladuras e transparências são como resíduos do tempo afetivo da artista.
A cada camada de tinta, memórias e memórias são registradas, e, assim,
também o tempo é acrescentado ao campo da tela.
Campo, tempo, memória – tentativa paciente de reorganizar o uso de elementos
visuais pertencentes à vivência da realidade objetiva, como fragmentos
das experiências humanas, científicas, tecnológicas, urbanas... Daí Cantanhede
construir imagens cujas formas se relacionam à arquitetura na planimetria
de seu espaço, às artes decorativas na feição de seus esquemas gráficos,
ao corpo humano (físico e etéreo) na meticulosidade de sua estrutura e,
ainda, ao universo técnico-científico na complexidade de seu conteúdo ou
conceito.
Mas, distante de sua real significação, o acúmulo desses elementos transforma-se
em matéria estrutural da poética da artista. Em seus trabalhos, formas,
prosaicas ou não, são como grãos de areia em uma ampulheta a depositar-se
sobre espaço pictórico, transformando-se assim em imagens cujo marco é reconhecidamente
vestígio da ação.
Espaço, ação, projeto – sob a lógica do traço, a artista define seu território
plástico. Tudo que no mundo possa ser repetido e gerar a “sensação visual
de campo, trama ou rede de conexões” é objeto de pesquisa para Cantanhede.
Sim, por que não? Formas-imagens, seqüestradas e reprocessadas, são projetadas
na tela, como num jogo ou, melhor, como na vida. E, assim, das primeiras
às últimas camadas de óleo tinta, a artista tece o ninho espaço-temporal,
de onde sua pintura nasce, devendo, entretanto, amadurecer lentamente (aguardando
o tempo de secagem), para só então se deixar mostrar.
De fato, no conjunto de suas pinturas mais recentes, padrões rígidos
de homogeneidade perdem força em favor de transparências que permitem deixar
à mostra os questionamentos lançados no curso de seu processo criativo. Grafismos
e pinceladas travam um pacto de compadrio, e, abusando de transparências,
a pintura prossegue criticamente, mudando de idéia: “faço, me arrependo,
faço por cima, continuo a fazer”, a transformar, a registrar. Como num caderno
de anotações, cada pincelada é pensamento, cada gesto, um registro. E é a
partir desse acúmulo de informações que sua pintura vai surgindo – assim,
de dentro para fora, deixando à mostra os acidentes, os erros, as mudanças,
enfim.
Desnudando seus arrependimentos (ou processo), Rosane Cantanhede parece
apresentar uma estória sem fim (também sem princípio nem meio, aliás), em
que “o tempo é quase uma obsessão”, assim como nas questões pertinentes a
este momento, quando o produto do processo evolutivo da história parece reduzir-se
ao mesmo plano. Um plano que não tem dimensão e é sempre transformável, no
qual, sem hierarquias, todas as coisas se encontram.
Com base na multiplicidade de meios e articulações que caracterizam estes
tempos, a pintura de Rosane Cantanhede remete à idéia de rede: entrelaçamento
de devires, conexões, linhas de circuito, transformações, em que todos
nos encontramos, como pontos, coordenadas, interconexões.
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8:7
Amalia Giacomini, Ana Holck, Cleone Augusto, Gustavo Prado, Ivani Pedrosa,
João Camilo Pôppe, Rogério Marques
6 de setembro, sábado, das 16h às 20h
7 de setembro, domingo, das 12h às 16 h
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
21-2538-1091
eav@parquelage.org.br
http://www.eavparquelage.org.br
Oito horas de exposição para sete artistas é uma extensão do curso Sobre
escultura contemporânea de Iole de Freitas, onde os artistas discutem semanalmente
seus trabalhos.
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Poema Planar – Espacial
Aluísio Carvão, Antonio Manuel, Franz Weissmann, Haroldo Barroso, Ivan
Serpa, Johannes Itten, Joseph Breuer, Lygia Clark, Lygia Pape, Osmar Dillon,
Paiva Brasil, Paulo Roberto Leal, Sophie Tauber-Arp, Tomaz Maldonado, Vatema,
GO, Willys de Castro
Curadoria: Armando Mattos
6 a 28 de setembro de 2003
SESC Campos
Avenida Alberto Torres 397
Centro Campos RJ
22-2722-6050 / 2722-3140
Terça a sexta, das 12h às 21h; sábados e domingos, das 11h às 20h.
Mostra convida o espectador a um decidido passeio pela arte de filiação
construtivista, analisando a influência dos modos de produção industrial
nas artes plásticas, no design e na poesia, do início do século aos anos
70.
O diálogo entre a exatidão científica e tecnológica e as artes visuais
em um repertório que se estende da imagem à palavra. Este é o cerne de
Poema Planar-Espacial no Sesc CAMPOS. São 25 obras, de um extenso período
– dos anos 20 aos 70 – apresentadas pelo curador Armando Mattos, idealizador
da Coleção Projeto Concreto. Poema Planar-Espacial começa com a revelação
de uma nova sintaxe artística que surge no início do século XX. A arte
construtiva, atenta ao coletivo, incorpora elementos que priorizam os processos
de execução e produção industriais.
Esta viagem pela ala construtivista-funcionalista da arte do último século
começa pela Poltrona Wassily, de Jospeh Breuer, de 1923, projetada tendo
por base o aço tubular. “Cria-se aqui um novo padrão de móveis. Para se
ter uma idéia, a inspiração de Breuer veio do guidão de sua bicicleta Adler”,
diz Mattos. O impacto de descobertas e invenções apresentadas pela indústria
surge nas obras de artistas como a francesa Sophie Tauber-Arp. Precursora
do Concretismo, ela comparece na mostra com uma de suas poucas criações
pertencentes a acervos latino-americanos. Em uma serigrafia da década de
30, sem título, com a imagem de uma cruz (ícone da noção acadêmica de ordem
dos planos de composição), ela explora o dinamismo de linhas e cores, revelando
um poder sugestivo nas tensões espaciais que se formam dentro da pintura.
Assim também pode ser encarado O Casulo, de Lygia Clark, de 1958. A peça
anuncia a chegada dos seus Bichos, objetos articulados que buscam “saltar”
da parede, em busca do espaço. É o criador estabelecendo novos limites
espaciais e sensoriais com a ajuda das novas tecnologias. Exatamente como
na obra de Franz Weissman, de 1957, em exibição em Poema Planar-Espacial,
a obra aqui resulta da dobra, recorte e junção de placas de metal replicadas,
sejam quadradas, circulares ou triangulares. “Por conta de seu processo
peculiar de criação e circulação, as artes plásticas ficaram, de certo modo,
distanciadas do grande público. Mas agora os artistas mostram que não estão
isolados do processo social ao qual, inevitavelmente, eles estão inseridos”,
diz Mattos.
Cada artista é agora obrigado a montar sua própria geometria. E a poesia
concreta vai se vincular a este contexto de forma natural. Ou, como diz
Armando Mattos, recorrendo ao título da mostra: “a passagem do estado planar
para o espacial se dá com o manuseio da página pelo espectador”. Nessa tradição
ganha importância a apresentação do Poema Objeto, Cheio, de Osmar Dillon,
que utiliza o elemento gráfico em placa de madeira trabalhada pelo artista.
Desde os anos 60 o artista buscou, de forma original, uma integração entre
poesia e pintura. Um dos últimos poetas neoconcretistas vivos, Dillon,
que se isolou em seu ateliê em Ipanema em 1975, também terá o objeto poema
Paz, de 1969, apresentada na mostra.
A influência sofrida pela palavra escrita a partir da evolução da imprensa
(dos próprios processos de impressão) e das escolas de design pode ser
ainda mais exemplificada no desenho da Série Anti-Letra de Ivan Serpra
de 1971. E a obra de Paulo Roberto Leal, aqui representada por sete títulos,
incluindo as séries Armagem e Desarmagem, de 1972, mescla os princípios
neo-concretos com os materiais crus da arte Povera (animais, vegetais ou
industriais). “Paulo Roberto utiliza aquilo que esta disponível, e constrói
seus objetos a partir da inserção do material cotidiano”, lembra Mattos.
Para se ter uma idéia, durante os anos 70 o artista apresentou nas Bienais
de São Paulo e de Veneza obras a partir de papéis bobinados de máquina de
calcular e de embalagem e uso industrial. E o público, mais uma vez, poderá
manipular as ‘desarmagens’, feitas com papel craft. “Aqui nós reeditamos
alguns desses trabalhos do Paulo para convidar o público a se inserir no
universo participativo da arte.”, diz Mattos.
A curadoria de Poema Planar-Espacial é extremamente singular. As obras
pertencem a uma única coleção, a Projeto Concreto, há 15 anos construída
por Armando Mattos. Assim Mattos, que também é artista, é o colecionador
e o curador da mostra. “Tenho uma visão panorâmica destas reedições que
definem o Poema Planar-Espacial. As peças ganham uma dimensão tal que não
podem mais ser vistas sem o todo”, diz Mattos. Por isso ele optou por uma
linha cronológica clara e estabeleceu um percurso histórico, que passa pelo
concreto paulista influenciado pela rigidez do suíço Max Bill, pelo neoconcreto
carioca mais lúdico e tocado pela ode ao movimento de Alexander Calder e
chega a nomes como os de Haroldo Barroso e Antônio Manuel, com seu desenho
objeto que se projeta para o espaço’. Poema Planar-Espacial é uma oportunidade
rara de se ver em perspectiva a vertente construtivista da arte, que busca,
a todo tempo, e tendo como aliado maior o lúdico, a ação do espectador.
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Arte e saúde mental
6 de setembro, sábado, 11h
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000
Paraíso São Paulo
11-3277-3611
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 18h; domingos, das
10 às 18h.
Exposição até 28 de setembro de 2003.
Centro Cultural São Paulo realiza exposição arte e saúde mental
A Secretaria Municipal de Cultura promove, no Centro Cultural São Paulo,
a exposição Arte e saúde mental, uma mostra de trabalhos de alunos - jovens
e adultos - realizados no Ateliê de Artes do CCSP, em parceria com o Hospital
do Servidor Público Municipal.
A exposição Arte e saúde mental apresentará várias técnicas, tais como
desenhos, pinturas, colagens, papelagem, modelagem, etc, trabalhos elaborados
por pacientes do Hospital do Servidor Público Municipal que estão em tratamento
psiquiátricos.
Será mostrada também a produção artística que os Centros de Convivência
e Cooperativa da Secretaria Municipal de Saúde, vêm construindo, de maneira
diversificada em nome da inclusão social e do desenvolvimento ativo e criativo
de inúmeros cidadãos paulistanos.
Paralelamente à exposição será realizado um ciclo de
palestras semanais sobre o tema Saúde Mental, ministrado por profissionais
especializados no assunto. As palestras serão sempre às 19h.
Programação:
9 de setembro, terça-feira
Sala Adoniran Barbosa
Apresentação do Coral Cênico da Saúde Mental
Marilena Chauí, professora dra. de Filosofia/USP; ex-secretária de Cultura
da Prefeitura Municipal de São Paulo
10 de setembro, quarta-feira
Sala de Debates
Apresentação de programas de ação educativa em museus e exposição de
arte para públicos especiais e inclusivos; Isabel Cristina Lopes, psicóloga,
coordenadora do Cecco Ibirapuera e do Coral Cênico Cidadãos Cantantes do
C.C.S.P; Amanda Tojal,arte-educadora, coordenadora do Programa Públicos
Especiais da Pinacoteca do Estado.
Mediadora: Carmita Muylaert Moreira
17 de setembro, quarta-feira
Sala de Debates
Sérgio Destéfani Urquiza, psiquiatra do CAPS Itapeva, psicanalista e
participante do movimento Luz Cidade; Eduardo Valarelli, fundador e diretor
do Projeto Carmim.
Mediadora: Tereza Cristina Gonçalves
23 de setembro, terça-feira
Sala Adoniran Barbosa
Eduardo Galvão Barban, psiquiatra, iniciador do Projeto "Oficinas Arte
e Saúde Mental" uma parceria entre o Centro Cultural São Paulo/SMC e o
Hospital do Servidor Público Municipal/SMS; Leopold Nosek, psicanalista;
Valentim Gentil - HC/USP
Mediador: Eduardo Galvão Barban
24 de setembro, quarta-feira
Sala de Debates
Isabel Marazina, analista institucional, foi supervisora do Programa
da Secretaria Municipal de Saúde de Santos. Diretora da Clínica de Psicologia
do Instituto Sedes Sapientiae; Maria Heloísa Corrêa de Toledo Ferraz, professora
dra. aposentada da Pós-Graduação ECA/USP. Doutorado sobre Arte no Juquery
- "A Escola Livre de Artes Plásticas do Juquery".
Mediadora: Tereza Cristina Gonçalves
A criação do projeto oficinas
Em 1990, o filósofo e professor José Américo Mota Peçanha, então diretor
do Centro Cultural São Paulo, teve a iniciativa de propor parcerias com
instituições da região, por acreditar que "a vida e sua expressão são questões
nossas enquanto seres humanos e a distância entre esses serviços de localização
tão próximos (CCSP e HSPM) é um reflexo das divisões e classificações artificiais
que, criadas para a apreensão da vida, tornaram-se extremamente limitadoras
quando introjetadas, levando a perda do todo e fragmentação da universalidade".
Talvez pelo histórico já então constituído entre Arte e Saúde Mantal,
o HSPM indicou o Ambulatório Psiquiátrico para a construção desta parceria.
O convite de José Américo, apesar de desafiador, abriu novas perspectivas
de trabalho nesse Ambulatório.
O trabalho em saúde mental desenvolvido num espaço cultural foi iniciado
então com a Oficina de Artes, sob a coordenação do dr. Eduardo Galvão Barban
e da dra. Helena Veras Baptista, psiquiatras do HSPM, e dos profissionais
de artes plásticas, Carmita Muylaert Moreira e Jorge Lauritz Lemke Filho
do Ateliê de Artes do CCSP, que teve, desde o início, uma perspectiva interdisciplinar,
buscando a integração e contribuição de profissionais de diversas áreas,
como psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, professores
de artes e bibliotecários.
Ao longo da trajetória do Projeto outras iniciativas foram implantadas,
como a oficina de expressão corporal, coordenada por Thaís Rodrigues Silva.
Dessas iniciativas permanecem em atividade no CCSP a Oficina de Arte para
Adultos, a Oficina de Papel e, em 2002, estabelece-se a parceria entre a
PPIA - Psiquiatria e Psicologia da Infância e Adolescência do HSPM.
As Oficinas têm como objetivos comuns permitir aos pacientes participar
de um espaço público não estigmatizado como espaço de tratamento; despertar
seu potencial criativo, utilizando-se de formas diversas de expressão;
vivenciar novos e diferentes vínculos interpessoais e com a Arte; aumentar
seu repertório artístico; fortalecer sua auto-estima, ampliar sua sociabilização
e garantir o exercício da cidadania.
Oficinas em funcionamento
Oficinas de Artes - Adultos
Oficina que pode ser considerada aberta, já que tanto podem entrar novos
participantes como alguns podem faltar por longos períodos e retornar sem
novo processo de inscrição.
Oficina de Papel
O objetivo é, com a experiência do trabalho na Oficina, criar possibilidades
de abrir e manter o espaço do fazer artístico. Os projetos de atividades
são desenhos, pinturas, colagens, confecções de objetivos em papel machê
e outros, que podem vir a compor o acervo da Oficina ou serem levados pelos
pacientes. As produções podem ser individuais e coletivas.
Oficina de Artes - PPIA
É a iniciativa mais recente desta parceria com o CCSP e surge como um
recurso significativo que oferece aos adolescentes a possibilidade de escolha
de uma nova forma de expressão psíquica: a artística.
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Mariana Lima
Seção
6 de setembro, sábado, 18h
Caibro
Rua Tagipuru 91
Barra Funda São Paulo
11-3638-760
Quarta a sábado, das 14h às 19h.
Exposição até 26 de setembro de 2003
São instalações
e interferências no espaço do Atelier, feitas com lâminas de vidros, além
de gravuras impressas em tecidos, que tratam o espaço e a inserção do observador
neste. Os vidros atuam como planos onde um pedaço do ambiente é recortado
e transposto -através do reflexo- para um outro lugar. Desta forma, une-se
a outros recortes e interagem com fatores móveis externos, num seqüência
de seccionamentos, transposições e sobreposições.
Quanto às gravuras, o bordado surge como um elemento externo, no qual
cria-se outro momento diferente da tinta. O próprio tecido é -em alguns momentos-
costurado de forma a criar diferenças e interferências na composição.
Numa de suas obras, a artista rompeu com a simetria conhecida de uma
sala, abriu um retângulo na parede e instalou sete lâminas de vidro. Devido
ao ângulo obtido, há um reflexo que distorce o ambiente ao redor. A posição
deste conjunto em relação à uma escada próxima, permite que o visitante ao
subí-la, observe as mudanças visuais decorrentes do percurso. Ao mesmo tempo,
pode-se notar a interferência do visitante que está subindo a escada sobre
o conjunto.
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Lançamento
Revista Número Dois - O Espectador no Poder
6 de setembro, sábado, 14h
Livraria Boa Vista
Av. Brig. Faria Lima 2.007
Jd. Paulistano São Paulo
11-3031-4158
contato@livrariaboavista.com.br
Editada pelos jornalistas e críticos Fernando Oliva e Juliana Monachesi,
a Número Dois - O Espectador no Poder discute a participação e o papel
do público na arte, levando em conta uma estrutura ampliada, que envolve
política cultural e ideologia. O artista Artur Lescher realiza uma intervenção
nas páginas da revista. Entre os diversos ensaios publicados, a curadora
Regina Teixeira de Barros critica a Bienal de Veneza; o crítico Cauê Alves
fala da participação nas obras de Hélio Oiticica, Lygia Clark e Nelson Leirner;
a arquiteta Ligia Nobre analisa os problemas do projeto do Guggenheim-Rio;
o crítico José Augusto Ribeiro questiona a função dos setores educativos
dos museus; e Monachesi avalia a colaboração entre artista e espectador na
obra de Ana Tavares.
A revista Número, cujo projeto gráfico é assinado pela artista Tatiana
Ferraz, é produzida bimestralmente por um grupo de críticos de arte e pesquisadores
em artes visuais. O patrocínio é do Centro Universitário Maria Antonia
e da Universidade de São Paulo.
Editorial
FERNANDO OLIVA e JULIANA MONACHESI
Pode-se dizer que qualquer manifestação artística, desde as mais antigas
e tradicionais, integra a presença humana na obra. A participação é pressuposta,
seja ao observar uma pintura ou percorrer o entorno de uma escultura. No
entanto, com a apoteose que a interatividade conheceu nos anos 60 e 70,
redundando em uma “academia de instalações” e em verdadeiros parques de
diversões, o desafio hoje é identificar que espécie de interação entre espectador
e obra propõe caminhos novos e emancipatórios.
Certa produção dos últimos anos permite pensar no conceito de participação
como cooperação. No trabalho Eu Desejo o Teu Desejo, de Rivane Neuenschwander,
uma “coleção de desejos” coletada entre amigos da artista ganha o suporte
de fitinhas como as do Nosso Senhor do Bonfim, que por sua vez vão circular
nos pulsos dos visitantes. Em troca de um desses desejos, o espectador-participador
anota outro em um papel e o confia à artista.
Neste trabalho, assim como em obras da mineira Marilá Dardot e do gaúcho
Jorge Menna Barreto, existe um estiramento da temporalidade de interação
com a obra de arte. Também a experiência ganha um prolongamento na vida
e no cotidiano do espectador. Em Desapego, Marilá propõe que as pessoas
doem aquelas roupas que não usam, mas das quais nunca se desfazem. As vestimentas
são então expostas e os visitantes podem trocá-las pelas que estão usando.
Em outra situação (obra em parceria com Cinthia Marcelle), ao realizar um
jogo de bingo em que os espectadores-participadores se engajam apesar do
anticlímax do desfecho, Marilá invoca a cooperação para fins reflexivos.
Os trabalhos de Laura Lima caminham nesta mesma direção. Na série Costumes,
recentemente apresentada em São Paulo, ocorre uma interação cínica: as
roupas em vinil azul, que desafiam qualquer uso tradicional, podem ser
escolhidas e provadas em um ambiente que mimetiza araras e provadores de
lojas de roupas. A artista desvela o quanto o sujeito contemporâneo foi
reduzido a mero consumidor, ao oferecer uma brecha para que ele se liberte
de seu papel convencional. Michel Groissman, na obra Polvo, um jogo de
cartas em que figuram partes da anatomia humana que devem ser conectadas
pelos participantes sentados em roda, brinca com a liberação sexual, dada
a assepsia dos contatos humanos no mundo atual.
Este número dois convida a pensar a participação e o papel do espectador
hoje, levando em conta uma estrutura maior, que envolve política cultural
e ideologia, como ao analisar o projeto arquitetônico do Guggenheim-Rio,
ao questionar a função dos setores educativos dos museus e criticar a postura
curatorial na Bienal de Veneza.
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Debate
Arte e Espaço
Participantes: Loranzo Mammì, Paulo Sergio Duarte, Reynaldo Roels
6 de setembro, sábado, 16h30
Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Rua Jardim Botânico 414
Rio de Janeiro
21-2538-1091
eav@parquelage.org.br
http://www.eavparquelage.org.br
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Palestra sobre a exposição In Between
Katie Van Scherpenberg
6 de setembro, sábado, das 15h às 18h
Galeria Anna Maria Niemeyer
Rua Marques de São Vicente 52 loja 205
Gávea Rio de Janeiro
21-2239-9144 / 2259-2082
http://www.annamarianiemeyer.com.br
Exposição até 9 de setembro de 2003.
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O
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