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Pensando a participação por Cristina Pape na Polêmica / Prêmio Sérgio Motta no MAC Goiás
ANO 3 N. 107 / 28 de agosto de 2003




NESTA EDIÇÃO:
Arnaldo Antunes na nova Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
Edwiges Dash na Galeria do Poste, Niterói
Prêmio Sérgio Motta no MAC Goiás, Goiânia

Palestra de Daniela Bousso na FAV, Goiânia
Curso na Vermelho, São Paulo
Pensando a participação por Cristina Pape, Revista Eletrônica Polêmica


 



Inauguração da nova Galeria Laura Marsiaj
Arnaldo Antunes
Escrita à Mão

29 de agosto, sexta-feira, 20h

Laura Marsiaj Arte Contemporânea
Rua Teixeira de Melo  31-C
Ipanema   Rio de Janeiro
21-2513-2074
lmarte@terra.com.br
www.lauramarsiaj.com.br
Terça a sábado, das 10h às 20h.
Exposição até 20 de setembro de 2003.


Laura Marsiaj abre nova galeria em Ipanema com exposição de Arnaldo Antunes

Há três anos, Laura Marsiaj, na contramão da propalada crise do mercado de arte carioca, abriu no Jardim Botânico uma galeria de arte contemporânea com apenas 15m2. Embora na época alguns importantes marchandes estivessem deixando a cidade, Laura seguiu convencida de que existia um mercado no Rio e que o que estava faltando era um trabalho mais firme no segmento de arte contemporânea. Arregaçou as mangas e se deu bem: no próximo dia 29 de agosto abre sua nova galeria Laura Marsiaj Arte Contemporânea, com 70m2, na rua Teixeira de Melo 31 em Ipanema.

“Os três anos em que estive no Jardim Botânico foram como um tubo de ensaio para a Galeria. Comecei num espaço pequeno, num bairro que tradicionalmente não fazia parte do circuito de galerias, mas o importante era imprimir o meu estilo de trabalho no mercado. Deu certo, agora estou pronta para vôos mais altos”, diz Laura, sem esconder sua felicidade.

Além dos bons negócios com arte, a galeria Laura Marsiaj no Jardim Botânico era conhecida por seu espírito festeiro, funcionava do meio-dia à meia-noite, promovia vernissages animadíssimos em parceria com o vizinho Caroline Café e para  comemorar o primeiro aniversário fechou a rua com uma grande instalação de Ernesto Neto, e no meio da rua mesmo, realizou uma festa que fez história e lançou a moda do ravessage.

Agora a sala de exposições aumentou e o catálogo de artistas e colecionadores também. São exclusivos da galeria Angelo Venosa, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Brígida Baltar, Carlos Bevilacqua, Daisy Xavier, Eduardo Kac, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Felipe Barbosa, Hildebrando de Castro, Lenora de Barros, Luiz Zerbini, Marcia Xavier, Marcos Chaves, Rosana Ricalde, Rosângela Rennó e Tatiana Grimberg. No acervo obras de Aluísio Carvão, Eduardo Sued, Paulo Leal e Waltercio Caldas. Este ano a galeria Laura Marsiaj Arte Contemporânea foi a única do Rio de Janeiro a participar da ARCO - Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri e isto lhe valeu uma citação na Revista Art Nexus # 49, dizendo que a galeria era uma das mais inovadoras que se fizeram presentes (participaram oito galerias paulistas).

“Agora com um espaço maior vamos ter mais visibilidade e promover mais eventos ainda. É legal estar perto de outras galerias, porque isso gera um circuito de arte que eu pretendo incrementar. Temos que aprender a trabalhar juntos, como acontece nos grandes centros mundiais de arte”, declara Laura.

A inauguração do novo espaço será com a exposição Escrita à mão dos trabalho do multimídia Arnaldo Antunes. A caligrafia, arte do desenho manual das letras e palavras, vem sendo usada como elemento expressivo por Arnaldo Antunes desde o começo da década de 80. Seu primeiro livro (“Ou E”, edição do autor, 1981) era todo caligráfico, movido pela idéia de uma “entonação gráfica”, isto é, buscando nos traços e curvas da escritura manual, correspondências visuais dos recursos entoativos da voz. Desde então, Arnaldo aprofundou suas pesquisas nas diversas formas de poesia visual.

A série de caligrafias que compõem Escrita à mão foi em parte desenvolvida em 1998, quando Arnaldo e Walter Silveira realizaram a exposição "Handmade, Ideogramas, Caligramas e etc.”, no Espaço de Arte Ybakatu, em Curitiba/PR. Outra parte ele fez em 2002 para a exposição “Cérebro Sexo”, realizada na Fundación Centro de Estudos Brasileiros, em Buenos Aires, Argentina. Em junho desse ano uma nova série foi exposta em São Paulo, no Centro Cultural Maria Antônia. Novos trabalhos foram elaborados especialmente para a galeria Laura Marsiaj Arte Contemporânea.

A montagem foi pensada de uma forma não convencional, imaginando o espaço físico da galeria graficamente, dispondo as obras nas paredes como se diagramadas numa página, desde o chão até o teto. Os trabalhos foram realizados com tinta de carimbo (preta, vermelha, azul e verde) sobre papel de gravura (no formato de 0,78 m por 1,06 m). Usando os próprios tubos de tinta como pincel, a largura do traço dependia da pressão exercida sobre eles no instante/gesto da escrita/desenho. Aqui as cores, o comprimento e espessura das linhas, a curvatura, a disposição espacial, a velocidade, o ângulo de inclinação dos traços da escrita, geram sugestões de sentidos que ampliam as possibilidades de significação dos poemas. Para ver lendo e ler vendo, ao mesmo tempo.

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Edwiges Dash


29 de agosto, sexta-feira, 21h

Galeria do Poste
Rua Cel. Tamarindo 10
Gragoatá   Niterói
Rio de Janeiro
21-2705-3990
Exposição até 24 de setembro de 2003.

Camadas Comidas

EDWIGES DASH


Dentro: espaço do universo feminino, da preparação de um prato com superposição de camadas, contrapõe-se ao Fora: universo masculino na construção de um prédio também em camadas.

Aproveitar a redução do poste para suportar a possibilidade artística é encontrar na realidade algo que traduza um pensamento em forma de matéria.

A ``redução`` não visa um estreitamento, mas à conclusão de que o trabalho deve sair da própria materialidade do mundo. Assim, ele é totalidade, partindo de uma maior para menor concretude na possibilidade imaginada.

A metamorfose está na transformação da paisagem pastoril em um condomínio denominado Ara Nobilis.

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Exposição
3º Prêmio Cultural Sergio Motta
Albano Afonso, Amílcar Packer, André Vallias e Nurimar Falci, ChicoCorrea,
Dora Longo Bahia (artes visuais), Flo Menezes (música), Grupo Fêmur, Grupo Pexbaa, Gustavo Rezende, Helga Stein (internet), Lívia Flores (artes visuais), Lívio Tragtenberg (música), Lúcia Leão, Lali Krotoszynsky, Mário Ramiro, Milton Marques (artes visuais), Rafael Marchetti (internet), Ricardo Carioba, Rosângela Rennó.
(Os premiados contém suas áreas em parênteses)

29 de agosto a 27 de setembro de 2003

Museu de Arte Contemporânea de Goiás
Rua Quatro 515, Edifício Pathernon Center
Centro   Goiânia   GO
mac@agepel.goias.gov.br   62-201-4686
Segunda a sexta, das 9h às 18h; sábados e feriados, das 10h às 16h.
Realização: Instituto Sérgio Motta e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.
http://www.premiosergiomotta.org.br

No total, são 19 artistas brasileiros selecionados pelo 3º Prêmio Cultural Sergio Motta, ocorrido em 2002. Todos os trabalhos operam na interface entre arte e novas tecnologias, em um universo poético que se caracteriza pela experimentação dos meios eletrônicos e/ou digitais. O evento constitue-se em uma privilegiada oportunidade de apreciar a produção artística ligada às novas mídias a partir do contato real com as obras, que em geral são pouco conhecidas pelo público não-especializado. A iniciativa é do Instituto Sergio Motta e do Governo do Estado de Goiás.

Prêmios por Trabalhos Realizados

1. Milton Marques (Brasília, DF)

Atualmente, o foco de sua obra reside em experimentação com vídeo digital e aparatos tecnológicos inutilizados, resgatados, ópticos, step motors, impressoras, copiadoras, scanners, cameras e outros mecanismos destituídos de sua função, que quando desmontamos ou modificamos, adquirem uma outra funcionalidade. Como matéria-prima artística eles ainda se movem, acendem, cintilam, mas refletem neste novo estado diversas colocações diante do fenômeno humano, das mediações tecnológicas, das subversões onde transitam ironias e inquietações, ou ainda das aparências ordinárias que movem as relações contemporâneas.
Marques apresenta três obras:

Sem título (2001) é o vídeo de um mecanismo de impressora redimensionado que enfoca a des-sincronização. O movimento da máquina anula as potencialidades de sincronização. O artista é representado pelo vídeo durante sua permanência  ou im-permanêcia diante da câmera.

Superfície 1 (2002) é um mecanismo-motor de baixa rotação. Movimenta uma lupa extraída de um leitor ótico de scanner. O texto ampliado traduz ironias que ecoam nas relações que se baseiam na aparência da vida contemporânea configurando um monumento à falsa verdade.

Sem título (2001) é um contador de quilometragem onde os números foram substituídos por letras e motor elétrico . Máquina de fabricar palavras-significantes, ordem metafórica sem homem, produz uma nova ordem de discurso, outros sentidos que interagem com significados anteriores.
 
 
2. Rafael Marchetti – Influenza (São Paulo, SP)

Mapa, 2001
Trabalho on-line que se organiza a partir de uma equação algorítmica, uma não-interatividade a partir de uma des-estrutura de navegação, criada sobre um mapa urbano.

Influenza
Este é um trabalho on line que se organiza a partir de uma equação algorrítimica, criando um não-jogo, uma não interatividade a partir de uma des-estrutura de navegação criada sobre um mapa urbano. Ou, sobre um não-mapa. Um mapa que desvia... o usuário acessa uma série de janelas onde encontrará uma seqüência de malhas geométricas... mas, e daí? As relações cinéticas que ocorrem por meio de combinações aleatórias surgem em movimentos de expansão no espaço bidimensional da tela. As possibilidades pictóricas e lineares que aparecem cada vez que se clica o mouse são meras banalidades frente à complexidade da não-proposta: o artista subverte a mídia anulando o browser enquanto interface. Não adianta clicar. Esta é uma obra de sutilezas. Palavras para defini-la? Não, contra, des-. O quê? Isso mesmo. A obra é contra a internet, contra o usuário e sua imprevisibilidade des-estabiliza qualquer sistema. Essa a sua densidade poética. Ao instaurar o desvio ao acaso, o artista acaba criando o des-desenho, a des-pintura, a des-arte, a não-interatividade, anulando a nossa ação junto à mídia. Des-acionar. O vazio. O nada. Nada à flor da pele. Como um hacker, instala a virulência. Sua não-proposta de contaminação se infiltra pelo avesso, para questionar um sistema e suas camadas, para des-estabilizar a ordem das coisas, sem exatamente criar ou recriar o caos.
 

3. Flo Menezes (São Paulo, SP)

Colores (Phila: in Praesentia)

Trabalho em música acústica, que aproxima a estética da música medieval às poéticas musicais contemporâneas. É uma peça interativa em que o público se vê envolvido espacialmente pela difusão de sons ao vivo e em tempo real por um sistema computacional, desenvolvido para a musica contemporânea.

Um réquiem de Flô Menezes para Philadelpho Menezes – poeta intersignico desaparecido em acidente trágico em 23 Junho de 2000. Aproxima a estética da música medieval às poéticas musicais contemporâneas. Flô Menezes concebeu essa pesquisa a partir de concertos recorrentes ao longo da história musical, tais como diversidade (diversidades), variação (varietas) e colores (cores).

Os dois irmão trabalhavam cada qual em sua área Flô na música e Phila  (como todos o chamavam) na poesia com investigações de ponta somente no inicio de suas carreiras em 1985, puderam realizar um trabalho conjunto a partir de uma tradução de Philadelpho de um poema e Baudelaire que levava o nome de Grefanas. As três últimas palavras entoadas ao término da obra de Flô Menezes eram “cor”...”cor”...“cor”... e o arista decidiu elaborar um réquiem eletroacústico sob o título de “Colores” (Philadelpho: in Praesentia).

A obra se constitui em “camadas de cores”, constituídas por distintos tratamentos sonoros; o papel da espacialidade do som adquire suma importância para elucidação estrutural das camadas e a destruição entre as diversas cores ocorre pela “variação “de tratamento de um mesmo material de origem e pela variação de percurso ou comportamento espacial dos três concertos que compõe a peça: (Diversditas, Colores e Favelas).

A obra, portanto, é interativa. O público se vê envolvido especialmente pela difusão de sons eletroacústicos pré elaborados em estúdio e pelas transformações eletroacústicas realizadas ao vivo e em tempo real por um sistema computacional de ponta desenvolvido para a música contemporânea.

Nas palavras do artista: “Ao término da obra ouve-se por três vezes a palavra ‘poesia’ com a voz do próprio poeta Philadelpho Menezes como um requiém, Colores... possui um tonus dramático, em que uma certa gestualidade ritualística e quase ‘religiosa’ advém dos ‘gritos’ hiper-agudos emitidos pelo clarinete e que encontram respaldo nos sons eletroacústicos. O clarinetista quase nunca volta-se para o público, alternando de lado para lado em sua performance, numa angustiada procura por um espaço. Na angústia à procura de um lugar; este ‘inconformismo dramático’ se resolve apenas no final, quando o próprio universo acústico envolve o público, com a caminhada do clarone. Aquilo que procurava um lugar tão somente poderá encontrar lugar em todos os lugares, envolvendo a escuta no espaço, cuja locomoção coincide com a extensão no tempo da própria voz in praesentia do poeta desaparecido”.

Aqui reproduzimos o gráfico de desenvolvimento espacial das oito camadas de “cores” criadas por Flô Menezes: desenhos de : modulação em anel, clipping, chorus 1, remonâncias, pitch shift, filtros passa banda, reverberação e gate, chorus 2.

Por fim, o próprio clarinetista, ao término da obra, apanha o clarone, desce do “altar” no qual se situa atrás do percussionista sobre o palco, e invade o espaço do público no teatro, pontuando a escuta multdimensional que circundou o ouvinte ao longo daqueles instantes e distanciando-se do percurssionista com quem contracenava. Paradoxalmente, será através desse distanciamento físico que ambas as escrituras musicais – a do clarinetista e do percussionista – se aproximam de fato, resultando em uma freqüência, uma comunhão de tempo de inflexão sonora e uma profunda id-entidade, no mais amplo sentido do termo. Tal gesto, que envolve literalmente o público, simboliza a própria dialética da irmandade: quanto mais distantes, mais os irmãos parecem de fato se olhar. Um gesto de esperança frente à inexorabilidade do esvaecimento.
 

Prêmios para Projetos (Bolsa Estímulo)

4. Dora Longo Bahia (São Paulo, SP)

Sem título, 2003
Imagens fotográficas de paisagens idílicas sobre as quais a artista intervem com agressões físicas e alterações cromáticas, procurando estabelecer uma relação entre a utopia da busca do paraíso e o desencanto da paisagem brasileira.

Segundo a definição do vocabulário técnico e crítico da filosofia, uma ilusão é uma situação em que o observador está sendo enganado e sabe disso; numa alucinação, o observador está sendo enganado mas não sabe, pensa que é verdade. A artista compara a pintura à ilusão e a fotografia à alucinação, contrapondo-as, mas ao mesmo tempo, igualando-as enquanto imagens enganosas. Utiliza, principalmente, imagens de paisagens idílicas sobre as quais intervém com agressões físicas e alterações cromáticas. Procura estabelecer uma relação entre a utopia da busca do paraíso e o desencanto do confronto com a realidade brasileira.

Duas representações da mesma imagem (uma fotografia de uma paisagem e uma fotografia de uma pintura da mesma paisagem) podem ser vistas alternadamente, por meio do movimento lateral do observador(ranhuras verticais), remetendo à formação da imagem cinematográfica. A imagem representada é uma paisagem litorânea, enfatizando o caráter passivo de contemplação do observador frente à arte, ao mesmo tempo que pressupõe a participação física ativa deste para visualização total da obra.
Enquanto artista contemporâneo, resulta os embates arte/política, pintura/foto, traduzindo sua perplexidade diante do futuro nas condições do presente. A insinuação da violência como fato principal desta sociedade é revelada por fatais encontros entre homem/natureza, homem/sociedade.

Deslocamentos de suportes e de linguagens reforçam a idéia de fronteira. Dora discute as condições da arte em apreender o mundo diante das transformações e im-possibilidades da história da arte. Suas cores aludem à presença do mundo individual e tecnológico por meio de um cromatismo distante das matrizes da natureza, mais próximo do pop e do kitsch pela sua semelhança ao neon.
 

5. Helga Stein (Goiânia, GO)

Narkes, um auto retrato digital captado em web cam, tem a origem grega contida em seu título e significa torpor. Narciso, personagem da mitologia grega que preferia viver só, olhou o mundo através de um espelho entorpecedor, símbolo da permanência em “si-mesmo”*. A proposta contida nesse projeto ainda embrionário, interessa justamente por nos colocar diante de uma bifurcação: de um lado, a artista, via auto-retrato, promove o deslocamento de “si-mesma” na construção de um personagem robotizado, de mobilidade restrita; um corpo video-genético modulado, exposto de forma objetiva e emanando morbidez e frieza, manipulável digitalmente.  A imagem é apropriada,  justaposta e fragmentada. Descontextualizada, distancia-se do sentido original abrindo brechas para significados misteriosos... de outro lado, a artista busca ampliar a experiência do público – o usuário da rede, o espectador, o navegador: explorando o potencial da interface gráfica digital, buscando imprimir maior legibilidade a ela, procurando garantir a interatividade e legitimar a informação em outros contextos cognitivos. Operando com tecnologias de ponta, sua preocupação parece incidir sobre a primazia de repertório simbólico da obra e sua possibilidade de gerar metáforas. A tecnologia, aqui, parece assumir importância como suporte auxiliar de uma tentativa subliminar de aproximação entre plano intelectual e valor afetivo. A busca da correspondência entre intelecto e sentimento nos coloca diante de uma “quase” impossibilidade, uma vez que a relação anima (hostilidade) animus (brutalização de sentimento) assinala um confronto.

O intelecto, terreno escorregadio, pode ser um embuste ao se defrontar com valores ou sentimentos decorrentes do mundo dos afetos em que pesa a realidade. Se a unidade é uma substância que se configura a partir do interior do sujeito, a totalidade é um mito, uma tensão de opostos que poderia, em última instância, converter o caos em cosmos.
 

6. Lívia Flores ( Rio de Janeiro, RJ)

Cadeia Alimentar, 2003

É uma obra em DVD composta por 4 filmes, projetados simultaneamente num mesmo ambiente – um quadrilátero de vidro – configurando uma vídeo-instalação com projeções sobrepostas.

Cadeia Alimentar é uma obra em processo. Constituída de 4 filmes – os três primeiros filmados inicialmente em 16mm, o projeto irá configurar uma vídeo instalação com projeções sobrepostas. Nessa obra, Lívia Flores reencenou um sonho como filme para em seguida constituir outros três filmes montados a partir de cenas da vida real. Reunindo imagens que aludem às relações de poder, evoca a relação entre trabalho, capital, liberdade e fome. Essas relações ocorrem em simultaneidade, por sobreposição das projeções, colocando o espectador em meio a um emaranhado de imagens que se sucedem como fluxos, sugerindo instabilidade e perigo a partir dos múltiplos rebatimentos que por vezes extrapolam os limites do campo de projeção. O espectador - receptor das imagens – encontra-se em meio a situações que o deixam entre o sonho e a realidade, por meio de ações, paisagens e noções que se sobrepõem ao espaço-tempo do dia a dia.
 

7. Livio Tragtenberg (São Paulo, SP)

Coleção de Novas Danças Brasileiras, 2003

Este cd reúne 10 composições sonoras inéditas, propondo uma viagem musical por meio de ritmos tradicionais da música brasileira aplicando uma espécie de filtro microscópico por meio da edição sonora digital sobre materiais recolhidos em gravação de campo. Propõe uma viagem sonora através de ritmos tradicionais da música brasileira, aplicando uma espécie de filtro microscópico, através da edição sonora digital sobre os materiais recolhidos em gravação de campo: os materiais básicos passam por um estilhaçamento sonoro que, uma vez rearranjado, quer revelar outras possibilidades de som sem que haja a perda de contato com o referencial estilístico primeiro, isto é, o ritmo.

A voz cantada, falada, eletrônica, em conversação é um elemento essencial, fio condutor e amplificador sonoro.

As músicas combinam elementos de alto e baixo repertórios sonoros, como um olhar de quem passeia através da janela de um carro em alta velocidade. A pureza e a alta definição abrem espaço para a sobreposição de texturas, repertórios e intenções narrativas.

Como um viajante aprendiz extraviado em torno das micro-células retrabalhadas de ritmos, acordes, melodias e vozes, buscou criar um caleidoscópio de dicções em torno do ritmo dançante e da textura sonora mais complexa ... rabecas pernambucanas, índios Guatós conversando e cantando, scratchs ritimados de viola de coxo...
 
 
Trabalhos Selecionados
Dentre os 441 trabalhos inscritos o júri selecionou 30 propostas. Dentre elas 12 referem-se a projetos já realizados, integrando a exposição. (Os demais trabalhos selecionados referiam-se a projetos, que até o presente momento não foram realizados).

8. Albano Afonso (São Paulo, SP)

Auto-retrato

Albano Afonso vem realizando suas séries de auto-retratos para configurar uma espécie de tensionamento entre a dimensão auto- referencial e a pintura, suporte tradicional das artes visuais que vem criando criando constantes desafios à produção de arte contemporânea. Para tanto utiliza a fotografia, mesclando e fundindo reproduções de auto-retratos de pintores já tradicionais da história da arte às fotos de si mesmo. Utilizando computador e scanner, sobrepõe sua imagem à dos pintores, obtendo fusões que alteram o significado das imagens de partida, criando diferentes contrapontos de luz, de ambientes, gerando novas cargas simbólicas e alternando as possibilidades de percepção das imagens. Segundo o artista, “os olhos, quase sempre, são a única parte das duas imagens em que a fusão será perfeita”.
 

9. Amílcar Packer (Santiago do Chile, Chile)

A vídeo-instalaçãoVídeo #2 consiste em cinco DVDs apresentando simultaneamente cinco ações semelhantes nas quais o artista aparece entrando e movendo-se por debaixo do carpete de cinco quartos vazios diferentes de uma mesma casa. Cada vídeo apresenta um quarto.

Desenvolve-se basicamente a partir de reflexões sobre a organização humana do espaço e suas estruturas simbólicas. A interferência do corpo humano, orgânico, não somente gera interferências no plano horizontal, o chão, mas o destrói, gerando com o movimento como que a representação gráfica da ação. Neste sentido, vemos como o revestimento do plano horizontal, o carpete, nos remete à pele e ao pêlo, transfigurando a ação em ato sexual, nascimento às avessas.
 

10. André Vallias e Nurimar Falci (São Paulo, SP)

Site: Edgard Morin – site dedicado ao filósofo francês que pretende transformar-se num espaço virtual permanente de reflexão e criação

André Vallias é o maior poeta digital  brasileiro, radicalmente dedicado à busca de uma poesia em sintonia com as novas tecnologias e a sociedade informatizada. Além disso, tem sido um grande divulgador de poesia em novas mídias.

O site dedicado a Edgar Morin pretende transformar-se num espaço virtual permanente de reflexão e criação. Pensador contemporâneo, Morin desenvolveu uma ética de resistência radical trabalhando ao redor de questões como a inclusão e a solidariedade.
 

11. ChicoCorrea (Juazeiro, BA)

Nordeste Digital – CD que propõe um experimento de releitura de ritmos do Nordeste brasileiro, adaptando o som à estética da musica eletrônica

Chico Correia é um pseudônimo/trocadilho com o nome do pianista e compositor de jazz Chick Corea. De forma abrasileirada, Chico Correa preserva a idéia de fundir estilos e tendências à tecnologia com um maior peso para o jazz.

No CD Nordeste Digital, o artista propõe um experimento de releitura de ritmos do nordeste brasileiro: o baião, o maracatú, a capoeira, o forró, todos passam pelo sampleamento e pela colagem/edição sonoras através do uso caseiro do computador, adaptando o som à estética da música eletrônica.
 

12. Grupo Fêmur (São Paulo, SP)

Entre

Cd-rom experimental que opera por meio dos recursos digitais e cria interfaces sonoras, performances, onde sons digitais são mixados com apresentações de DJ’s ao mesmo tempo em que seus gráficos são projetados em tela. Tensionando os limites da própria gravura, apresenta cinco tipografias digitais a partir da linguagem verbal, configurando uma linguagem híbrida.

Os sons e as imagens são desencadeados a partir do uso do computador: situam-se em algum lugar ”entre” instrumentos musicais e vídeo games. Cada vez que uma pessoa experimenta o teclado, as tipografias criam padrões sonoros e gráficos por meio de recombinação e superposição de seus elementos. Diferentes resultados transcorrem, fornecendo um mapeamento que dependerá da ação individual de cada usuário em relação ao uso do computador e da tipografia.
 

13. Grupo Pexbaa (Belo Horizonte, MG)

Projeto nº 122 – música digital

O grupo Pexbaa é interessado em combinações aleatórias de sentidos em expansão de possibilidades de criação musical utilizando novas tecnologias. Da experiência entre ouvir e compor, o resultado é.... música. Quase sempre, ou às vezes, desprovida de adjetivos na (des)combinação tonal de ex-significados, na estruturação dos improvisos, um experimento “jazz-dadá-onívoro”.

O projeto nº 122 pretende investigar o digital enquanto ferramenta que, aliada ao conhecimento musical e acústico, potencializa novas formas de experimentação. Neste projeto, vale-se de infinitos recursos de manipulação sonora e espacial, explorando a psico-acústica em software. “Se antes trabalhávamos com dez cores, hoje temos um número maior não só mais de cores, mas também de tintas, pincéis e outros materiais, possibilitando uma maior diversidade de universos sonoros”.
 

14. Gustavo Rezende (São Paulo, SP)

Hero - fotografia

Gustavo Rezende parte da fotografia para tensionar o meio escultórico de forma sutil e indireta, colocando-nos diante de suas inquietações . Constitui um auto retrato que se desloca no tempo e no espaço em três momentos diferentes, digitalizando as fotos posteriormente. Aproximando e ampliando seu significado por meio da identificação e confronto da tradição artística com um meio de comunicação contemporâneo, discute o espaço na esfera pública e privada via fragmentação da imagem e o aspecto mecânico do movimento. De um lado, o caráter construtivo de objeto, suas questões plásticas potencializadas por seu trânsito entre esfera plástica/ urbana e a  dimensão contemplativa de um espaço privado ou expositivo. Do outro lado a arte – Gustavo é escultor e o papel do artista dentro de um processo de territorialização do espaço, assinalando a idéia de marco.
 

15. Lúcia Leão (São Paulo, SP)

Plural Maps: Lost in São Paulo – trabalho on-line

A pesquisa de Lúcia Leão baseia-se na hipótese de que antigos estudos de mapas e labirintos podem nos auxiliar a compreender melhor e a interagir mais profundamente com espaços virtuais complexos. Interessada na relação entre labirinto e ciberspaço desenvolveu Plural Maps, um labirinto na rede que usa o ciberspaço para criar uma cartografia multidimensional da cidade de São Paulo.

Essa cartografia é construída a partir das escolhas enviadas pelos usuários em navegação na rede - net citizen – e por alguns outros pontos, tais como web cams situadas em locais estratégicos como avenidas e centros culturais.
 

16. Lali Krotoszynsky (São Paulo, SP)

Entre – trabalho interativo de dança para a Internet

Entre é um projeto interativo de dança para a internet que se iniciou no ano 2000! Work in progress, vale-se de técnicas de animação e de recursos dos processos eletrônicos para gerar novas possibilidades para a relação corpo/ dança/ audiência. Como um projeto concebido para a rede internet, sua ação é flexível no espaço/ tempo.

A partir do convite por correio eletrônico a potenciais colaboradores selecionados, frases poéticas, movimentos e posições foram reportados em foto e vídeo para posteriormente serem impressos e ordenados para que surgisse uma seqüência fluente de movimentos em um mesmo corpo, e fosse gerada uma partitura coreográfica.

As coreografias interpretadas por Lali foram gravadas em vídeo e em seguida foi criada a Dance Machine Station, interface que tem como suporte um computador e uma web- can. A interface é como um jogo, o colaborador pode reportar sua participação acionando o botão da web-can.

O processo possibilitou a criação de animações e vídeos, gerando coreografias que foram montadas em loop e expostas no Plymouth Art Center. Contando agora com uma primeira experiência realizada, o grupo pretende expandir a proposta em novos locais.
 

17. Mário Ramiro (Taubaté, SP)

Cinemático – trabalho que emprega o robô industrial cujos movimentos foram programados para dar dinâmica a um conjunto de pequenas esculturas

O Cinemático é um projeto que emprega um robô industrial cujos movimentos foram programados para imprimir uma certa dinâmica a um conjunto de pequenas esculturas aparentemente estáticas ao seu redor.  Nesse conjunto cinético o movimento das esculturas no espaço se dá pela ação externa de um agente – no caso o robô – tal como o vento é o responsável pelo movimento das folhas de uma árvore ou de um Móbile de Calder.

Como “agente cinético” o robô torna também visível todo um conjunto de “torções internas” que emergem do interior de seu hardware para a superfície de seus gestos, por fim transferidos às esculturas que ele manipula. Síntese de um corpo de ferro e um sistema digital interno o robô pode ser visto como uma forma de equilíbrio entre matéria e informação, entre o visível e o invisível  entre construção e programa
 

18. Ricardo Carioba (São Paulo, SP)

Sem título – vídeo-instalação

Partindo de elementos geométricos, o artista realizou um vídeo em que cada quadro dos movimentos é realizado por meio de uma animação, onde quadrados pretos vão crescendo até o limite da tela e retrocedendo. Na medida em que crescem, transformam-se em retângulos que ocupam a tela no sentido ora longitudinal, ora vertical. Cada quadro de movimento/animação é repetido por um negativo de sua imagem, ocasionando vibração de luz similar à estroboscópica, criando rápida troca entre cheios e vazios, claro- escuro, interferindo na percepção dos que estão dentro da sala de projeção. A obra também pretende criar relações com o espaço externo, por meio da emissão de sons, compostos por duas microfonias que soam simultaneamente, uma aguda e contínua, outra grave e interrompida.
 

19. Rosângela Rennó (Rio de Janeiro, RJ)

Espelho Diário, 2001 – videoinstalação

A instalação multimídia Espelho Diário é composta por uma videoinstalação constituída de imagens e som, da performance da própria Rosângela Rennò como atriz amadora homônima e do monólogo Intróito – Introdução ao Diário – redigido pela escritora mineira contemporânea Alicia Duarte Penna, ghost writer da personagem “Rosângela” com locução de Cid Moreira. Rosângela Rennò colecionou durante oito anos (1991/1998) uma série de 133 fatos extraídos de textos jornalísticos ocorridos com 133 mulheres que também se chamam Rosângela. O título da obra, Espelho Diário é uma referência ao jornal homônimo Daily Mirror, conhecido pelo seu caráter sensacionalista. Também alude à própria montagem da instalação, onde as duas cenas projetadas se espelham no aspecto virtual e no conteúdo dos monólogos, estabelecendo um diálogo conceitual entre as projeções. “Os fatos verídicos coletados perfazem 105 dias de um ano de vida de um personagem impossível e improvável, cujo nome é igual ao meu próprio nome, o que significa que a liberdade temporal do diário, traduzida em 365 dias de um ano foi condensada. O tempo da personagem é tão singular quanto é a sua personalidade, pautada pela fragmentação e multiplicidade... a simplicidade, a ausência de artificialismo e o controle rígido da ‘teatralidade’ trabalham com a finalidade de apontar mais para a impossibilidade de identificar-me com as 133 Rosângelas do que tentar superpor-me a elas. Desnecessário dizer que a auto – referência no Espelho Diário é deliberada e ironicamente contrária àquela que normalmente orienta um enorme volume de obras contemporâneas de arte.... afinal, tratava-se de um exercício de colocar em minha boca as palavras da outra, sem que qualquer uma das duas deixasse de ser ela mesma, ao mesmo tempo em que uma poderia falar por todas as ‘outras’”.

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Palestra
Contemporaneidade e Capital Privado: fim de uma era globalizada?
Daniela Bousso
supervisora do Prêmio Cultural Sergio Motta e diretora do Paço das Artes em São Paulo

29 de setembro, sexta-feira, 11h

Auditório da Faculdade de Artes Visuais
UFG - Campus II - Samambaia
Goiânia   GO  74 001-970
fav@fav.ufg.br   62-521-1159
http://www.artes.ufg.br

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Curso
A metamorfose da imagem
Márcia Xavier

setembro a dezembro de 2003

Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais 350
São Paulo
Inscrições: 11-3257-2033
info@galeriavermelho.com.br
http://www.galeriavermelho.com.br
Quintas-feiras, das 19h30 às 22h30.
Mensalidade: R$ 150.

Este é um curso que não aborda aspectos da fotografia, mas a sua importância nas artes plásticas através da história da arte, desde a sua descoberta até os nossos dias.

As aulas teóricas são ilustradas com slides, livros e textos.

PROGRAMAÇÃO
1 – Surrealismo / Dadaísmo e Vanguardas Russas
primeiro momento da fotografia moderna, aula visual (slides) mostrando as técnicas de: colagens e os fotogramas em obras de Raoul Hausmann, Hannah Hüch, Max Ernest, Man Ray, Moholy Nagy, Rodchenko e outros.

2 – Aula prática
Exercícios de colagens e foromontagens com foto, jornal, xerox e revista.

3 – Pop Art
aula visual (slides). Influenciada pelos dadaístas, A Pop tem a fotografia como referência, nas serigrafias de Andy Warhol, nas Polaroids de David Hockney e nas colagens de Robert Rauschemberg.

4 – Aula prática
Exercícios de colagens e transfer com xerox.

5 – Arte Conceitual
Aula visual (slides) sobre o movimento que inaugrua a pós-modernidade na fotografia, Marcel Duschamps e os readymades e o Movimento Dada são referência. Com finalidade documental, a foto é usada com frequência pelos artistas conceituais como Dan Graham, John Hilliard, Bruce Nauman, Grupo Fluxus e outros, para registrar o happening e a land art.

6 – Aula prática
Exercícios baseados nos procedimentos conceituais.

7 – Auto retrato
Aula visual (slides) que mostra a obra de dois: Cindy Sherman e John Coplans que tem maneiras bem distintas de abordar o auto retrato.

8 – Aula prática
Um exercício de auto retrato.

9 – Fotografia Moderna Brasileira
Aula visual sobre o primeiro período da fotografia. Começando em 1962 com Militão Azevedo e Valério Vieira até nossa fotografia moderna com Geraldo de Barros e Waldemar Cordeiro nos Anos Sessenta.

10 – Aula prática
Exercícios de colagem e a construção de um periscópio.

11 – Fotografia Contemporânea Brasileira
Aula visual com a presença de um artista contemporâneo expondo seu trabalho.

12 – Aula prática
Discutir todos os exercícios feitos em sala de aula e pensar um projeto pessoal.


Márcia Xavier nasceu em 1967, em Belo Horizonte.

Vive e trabalha em São Paulo. Formada em Comunicação Visual pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), ela expõe desde 1994 fotografias e objetos, com destaque para as individuais no Centro Cultural São Paulo, em 1994 e 2001, e na Casa Triângulo, em 2000; Antárctica Artes com a Folha, Pinacoteca no Parque 1996; Bienal de Havana 1997; Geração 90, Pinacoteca no Parque, São Paulo, 1998; Fotografia Contemporânea Brasileira, Espaco Porto Seguro, São Paulo, 1999; Fotografia Não Fotografia, Museu da Universidade de Guadalajara, México, 1999; Diálogos, Memorial da América Latina, Galeria Marta Traba, São Paulo, 2000; Sexo e Erotismo na Arte Brasileira, Museu de Arte de São Paulo, 2000; Diálogos, Centro Cultural da Universidade Católica, Quito, Equador, 2000; Território Expandido II, Sesc Pompéia, 2001,SP; III Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2001; Auto-Retrato — O espelho do artista, FIESP, São Paulo, 2001; MAM Nestlé, São Paulo, 2002; Museu Botanique, Bruxelas, 2002; Artefoto, CCBB, Rio de Janeiro 2003; publica o livro ET EU TU com Arnaldo Antunes pela Cosac&Naify. Possui obras no acervo do MAM em SP e Museu da Pampulha, Belo Horizonte. Trabalha com as galerias Casa Triãngulo em São Paulo, e Laura Marsiaj Arte Contemporânea no Rio de Janeiro.

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Revista Eletrônica Polêmica nº 10

Pensando a participação

CRISTINA PAPE

A proposta é uma reflexão sobre a participação do público na obra de arte hoje, como a diluição das propostas dos anos 60, mais efetivamente do Novo Realismo, movimento fundado por Pierre Restany na França. A discussão vai transitar pela pós-modernidade e a importância do espetáculo nas artes visuais.

Quando os novos realistas propuseram a mudança de atitude do público, que considerava passivo, numa crítica à arte abstrata, forçando uma participação maior daquele na obra de arte, deveria ter explicitado algumas perguntas.

A primeira indagação é a se toda obra contemporânea é hermética e pede um repertório para sua leitura? A segunda pergunta seria considerar que não sendo ela hermética então não demandaria um repertório? A terceira questão que se coloca é que, se ela é hermética e não pede um repertório significa que poderia ser decodificada pela participação do público? Nessa última, em se respondendo afirmativamente, o Novo Realismo foi o formulador de sua própria diluição. Acreditamos que esta terceira possibilidade seja a base do que hoje acontece nas artes visuais. O caminho aberto e pelo qual trilhamos hoje estaria embasado na noção de participação e de uma arte que deveria alcançar um grande número de espectadores pela ação/ espetáculo. Os processos de cooptação e de diluição do pós-modernismo se aproveitaram da proposta neo-realista. Hoje, as exposições/ show/ espetáculo estão tão diretamente ligadas à idéia de participação e de atuação do público dentro da obra, e não se questiona se toda essa participação, toda essa 'interatividade', tem algum valor.


LEIA O RESTANTE EM: http://www2.uerj.br/~labore/texto_hibridos_pape_meio_p10.htm

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