Hora de crescer – Uma proposta de ação político-econômica
A sustentabilidade do Canal Contemporâneo e seus desdobramentos sociais, políticos e econômicos.
Para começar este texto, nostalgicamente fui ler a primeira edição do 'Hora de crescer', publicada em 31 de maio de 2002, quando lançávamos o programa de assinaturas do Canal Contemporâneo. Uma atitude nova em nosso setor cultural – cobrar e pagar semestralidades – nascia para promover a sustentabilidade de um veículo de interesse comum a um segmento produtivo. A proposta era simples: rachar as despesas para crescer. Nesta época, o Canal era tocado por apenas uma pessoa, esta artista que vos fala, que, obviamente, já não conseguia mais dar conta da trabalheira sozinha.
Os e-nformes eram ainda convites eletrônicos, sem data certa para sair e, às vezes, eram disparados mais de uma vez por dia. Eles ainda não estavam ancorados no sítio e, portanto, também não eram enviados automaticamente. Tudo era “manual”, feito com apenas um computador e conexão discada (– o nosso técnico lembra bem da agonia quando dava pau na máquina em dia de e-nforme).
O fato é que o 'Hora de crescer' nos permitiu, mesmo, crescer: estamos iniciando o ano 8 do Canal Contemporâneo e muita coisa mudou desde então. Da equipe e equipamento ao conceito, fomos passando por várias etapas e, em cada uma delas, mudanças eram percebidas no ar. O sítio, que sempre existiu, passou de fato a concretizar o nosso caminho, ancorando todos os nossos movimentos. Este crescimento orgânico e paulatino pode ser percebido no sítio, que apresenta módulos construídos em momentos diferentes. As diferenças não são apenas visuais, mas também tecnológicas, o que faz desta arquitetura de “puxadinhos” um verdadeiro frankenstein cibernético e cria mais um desafio para nós, qual seja, dar inteligência tecnológica e maior interação a este conjunto de interfaces.
No ano passado, na Documenta (ver a participação do Canal no www.canalcontemporaneo.art.br/documenta12magazines), falei da problemática tecnológica na minha palestra, que tinha como título “Canal Contemporâneo, is it a magazine, a newspaper, a site or what?”. A idéia foi relacionar o desenvolvimento deste work in progress: os nossos conceitos de atuação, a participação da comunidade e seus integrantes (profissionais e organismos de formatos e tamanhos diferentes), a troca de informações, as ações políticas e o desafio da estruturação de nossa própria economia.
Apesar do atraso em relação às ferramentas tecnológicas para operarmos como uma comunidade digital, este conceito se construiu, mesmo de maneira low-tech, com a troca de emeios alimentando a participação dos integrantes da comunidade, que transformaram um simples ir e vir de mensagens eletrônicas em memória coletiva e plataforma política. As próximas implementações tecnológicas, patrocinadas pela Petrobras, dão um passo importante no sentido de ampliar as possibilidades desta comunidade: perfis dos integrantes publicados, interação automatizada com o conteúdo e um banco de dados unificado (finalmente) facilitarão a nossa comunicação e administração. Mas ainda é pouco para o tanto de coisas que queremos e podemos fazer. Então, como viabilizar as transformações de que necessitamos?
Chegamos a este novo patamar econômico, em que temos muito mais do que no início, mas é como se estivéssemos zerados novamente, pois muitas outras necessidades surgiram. Na verdade, o objetivo do 'Hora de crescer' agora é o mesmo que o originou: rachar as contas. Só que as contas cresceram e gostaríamos de não ter que pagá-las com a maior contribuição que recebemos de apenas um de nossos integrantes: o patrocínio da Petrobras. Queremos, neste momento, turbinar as nossas assinaturas para usar os recursos do patrocínio da Lei Rouanet, prioritariamente, para alavancar novos investimentos em tecnologia e contratação de novos profissionais. O nosso grande desafio em termos econômicos é este: alçar novos patamares com patrocínios e sustentá-los com as contribuições das associações. Estas, em quantidade suficiente, podem igualar a mesma importância financeira e, mais, permitir a autonomia em relação à nossa subsistência e à nossa liberdade de ação. É uma matemática simples, mas que exige um amadurecimento político e uma mudança de atitude.
Da parte do Canal, desde que começamos a lidar com a aprovação do primeiro patrocínio da Petrobras para a Agenda de Eventos, ficamos tão absorvidos com a dinâmica de crescimento que deixamos de promover o Programa de Assinaturas. Por outro lado, a participação dos usuários foi minguando e hoje temos a metade de associados que tínhamos no momento da publicação do último 'Hora de crescer', em dezembro de 2004. O fato de termos conseguido um patrocinador nos levou de volta ao padrão corrente de nosso segmento cultural (e muitos outros), que deixa a cargo do patrocínio a responsabilidade do sustento da iniciativa. É esta atitude que precisa ser mudada para ampliarmos o nosso horizonte.
O patrocínio da Petrobras, através da Lei Rouanet (Art. 26, abatimento de 30%), é responsável hoje por um investimento de R$ 300 mil ao ano no Canal, cifra destinada atualmente à manutenção da equipe e do desenvolvimento tecnológico do sítio. Contudo, este valor não é suficiente para sustentar as melhorias em nossa infra-estrutura e nem arcar com a ampliação da equipe, que hoje ainda não trabalha em horário integral, e com a contratação de novos profissionais. Para que o Canal Contemporâneo continue a existir como um espaço vivo para o debate da arte contemporânea brasileira é preciso dar conta desta realidade.
O estágio de funcionamento ideal nos demanda dobrar o investimento do patrocinador e para isso seria necessária a adesão de 1.700 indivíduos (cuja associação anual custa R$140) e 80 organismos (R$800 ao ano). Números que podem parecer altos, mas que são bem menores que aqueles que já angariamos em iniciativas de ativismo político. Ah, mas isso é diferente, vocês vão pensar. Nem tanto. Trata-se, apesar da contribuição financeira, de uma ação política, nem mais e nem menos difícil das que já vivenciamos. A diferença está no embate da ação, que se dá em relação a nós mesmos, pois somos nós o objeto que se pretende transformar. E está também no que esta transformação deflagra: uma mudança de atitude; tomar para si a responsabilidade do mecenato e agir como um investidor, pensando que o seu investimento já nasce rendendo os 300 mil do patrocinador e sete anos de memória da arte contemporânea brasileira. E mais, os resultados da ação são diretos: não se trata de constituir uma etapa para deflagrar uma outra; aqui é aderir de um lado para ver o resultado acontecer em seguida, com a vantagem de que não começamos do zero.
Neste ano 8 que se inicia, abrimos o debate sobre o tema: a sustentabilidade do Canal Contemporâneo e seus desdobramentos sociais, políticos e econômicos. Publique o seu comentário no Como atiçar a brasa ou envie uma mensagem pelo contato online e vamos à discussão.
Para finalizar, como fazíamos anteriormente, publicamos os nomes dos indivíduos e organismos que contribuem para a manutenção do Canal, a fim de demonstrar o nosso agradecimento à sua participação. No final deste e-nforme, encontram-se as informações sobre como se associar para integrar esta ação político-econômica.
Patricia Canetti
Artista e criadora do Canal Contemporâneo
Lista atual dos associados do Canal Contemporâneo, com um total de 247, sendo 27 organismos e 220 indivíduos.
(Acesse sempre a lista online para acompanhar A COMUNIDADE: associados individuais, organismos associados, apoios e parcerias e patrocínios.)
Arte 21 Galeria
Ateliê da Imagem
Casa Daros
Dumaresq Galeria de Arte
Dynamic Encounters
Faculdade Santa Marcelina - FASM
Fundação Iberê Camargo
Galeria 90 Arte Contemporânea
Galeria Artur Fidalgo
Galeria Baró Cruz
Galeria Brito Cimino
Galeria Leme
Galeria Nara Roesler
Galeria Tempo
Galeria Virgilio
Instituto Itaú Cultural
Laura Marsiaj Arte Contemporânea
Léo Bahia Arte Contemporânea
Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Museu de Arte Contemporânea do Paraná - MAC PR
Museu Imperial
Museu Mineiro
Novembro Arte Contemporânea
Paço das Artes
Tisara Arte Produções
Valu Oria Galeria de Arte
Ybakatu Espaço de Arte
Adalgisa Campos
Adriana Heemann
Adriana Montenegro
Agnes Farkasvolgyi
Alberto Simon
Alex Hamburger
Alice Rabelo
Aloysio Novis
Ana Almeida
Ana Amélia Genioli
Ana Glafira
Ana Holck
Ana Miguel
Ana Montenegro
Analucia Barros Coelho
Andrei Thomaz
Angélica de Moraes
Anita Fiszon
Antonio Breves
Antonio Carlos Goper
Antonio Claudio Carvalho
Augusto Sampaio
Beanka Mariz
Beatriz Finkielsztejn
Beatriz Milhazes
Bet Olival
Beth Moysés
Bettina Vaz
Caetano Dias
Camille Kachani
Carla Zaccagnini
Carlito Carvalhosa
Carlos Avelino de Arruda Camargo
Cecilia Stelini
Cecília Walton
Chang Chi Chai
Christina Meirelles
Christine Mello
Claudete Castro
Claudia Bakker
Claudia Duartte
Claudia Noronha
Cristiana Bierrenbach Lima
Cristiane Geraldelli
Cristina Canale
Cristina Pape
Daniel Hora
Daniela Bousso
Daniela Vicentini
Daniella Géo
Décio Giorgi
Del Pilar Sallum
Diô Viana
Dione Veiga Vieira
Domingos Guimaraens
Dorian Aparecida Rodrigues Gaia
Edgar Ulisses
Edith Derdyk
Eduardo Jesus
Eduardo Kac
Eduardo Muylaert
Elder Rocha Lima Filho
Eliana Assis
Eliane Moreira
Elisa Gomes
Elizabeth Jobim
Elizabeth Thá Berman
Emerson Dionisio
Ena Lautert
Erika Fraenkel
Eva Castiel
Eva Doris
Fanny Feigenson
Felipe Silva
Fernanda Braz
Fernando Oliva
Fulvia Leirner
Gabriela Machado
Gaby Indio
Gil Vicente
Giuliano Bianchi
Glória Ferreira
Helen Faganello
Helena Trindade
Heleno Bernardi
Hélio Nunes
Heloisa Espada
Henrique Oliveira
Hugo Fortes
Iraceia de Oliveira Guerra
Ivana Bentes
Ivani Pedrosa
Jacqueline Adam
João Modé
Joesér Alvarez
José Augusto Petrillo
José Bernnô
José Vilmar
Josely Carvalho
Joseph Doll
Juliana Monachesi
Julie Pires
Júlio Villani
Khalil Charif
Laura Burnier
Laura Vinci
Leila Danziger
Leila Reinert
Leila Ripoll
Lenir de Miranda
Lia do Rio
Lídice Matos
Ligia Nobre
Lília Maria Malheiros
Lilian Amaral
Liliza Mendes
Loise Rodrigues
Lúcia Avancini
Lúcia Dacosta
Lucia Vilaseca
Luciano Mattos Bogado
Luciano Padilha
Luiz Aquila
Luiz Camillo Osorio
Luiz Mussnich
Malvina Sammarone
Manoel Veiga
Marcela Amaral
Marcelo Rezende
Marcelo Tabach
Marci Trotta
Márcio Doctors
Márcio Fonseca
Marcio Zardo
Marcos Ribeiro
Margareth de Moraes
Maria Cecília Rodrigues Netto
Maria da Gloria Lampreia
Maria Eugênia Saturni
Maria Ilda
Maria Lucia Weber
Maria Tornaghi
Mariana Canepa
Mariana Manhães
Mariana Puppin
Mariano Ferraz
Marina Didonet
Mariza Carpes
Mariza Werneck
Marta Melo
Meise Halabi
Mercedes Lachmann
Mirela Luz do Amarante
Mirella Marino
Moacir dos Anjos
Monica Barki
Monica Mansur
Nadam Guerra
Nahid Malek Zadeh Fadel
Nancy Betts
Nayse Lopez
Nelson Leirner
Newman Schutze
Ni da Costa
Nieda Beurlen
Niura Bellavinha
Olivia Niemeyer
Paloma Perez
Paulo Pasta
Rachel Korman
Rafa Campos
Raquel Kogan
Raquel Silva
Regina Lúcia de Faria
Regina Vater
Renata Cazzani
Renata Moura
Renata Pedrosa
Renata Tassinari
Renato Bezerra de Mello
Renato Rezende
Ricardo Mendes
Ricardo Ohtake
Ricardo Ribenboim
Ricardo Tamm Lessa de Sá
Ricardo Van Steen
Rick Castro
Rita de Cássia Barroso
Roberto Musacchio
Roberto Santana
Rodrigo Cardoso
Rodrigo Fiaes
Ronaldo Grossman
Roselane Pessoa
Rubens Pileggi Sá
Sami Hassan Akl
Sandra de Azevedo Fernandes
Sandra Portto
Sandra Schechtman
Sebastião Miguel
Sheila Hara
Shirley Paes Leme
Silvia Roesler
Simone Osthoff
Solange Farkas
Sonia Guggisberg
Sonia Meilman
Stela Costa
Tania Martins
Valéria Prata
Vanda Klabin
Vera Condé
Vera Lins
Victor Lema Riqué
Viviani Duarte
William Golino
Yacoff Sarkovas
Yolanda Freyre
Zalinda Cartaxo
Zélia Villar
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2 - Boleto bancário, pagável em qualquer banco, inclusive pela internet (esta forma de pagamento sofre o acréscimo de até R$6,74 de tarifa bancária). Envie os seus dados (nome completo, endereço e valor da associação) e peça o boleto pelo contato online.
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