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HOJE Debate na UERJ / MAMAM Mostra no MAMAM ANO 3 N. 90 / 23 de julho de 2003
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NESTA EDIÇÃO:
Gil Vicente no
MuMA, Curitiba
Milton Machado na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
Laura Vinci na Nara Roesler, São Paulo
Acervo Museu de Arte Moderna da Bahia no Joaquim Nabuco,
Recife
MAMAM Mostra no MAMAM, Recife HOJE
Debate na UERJ, Rio de Janeiro HOJE
Premiados 6º Prêmio Revelação de Artes Plásticas de Americana
Gil Vicente
Alheio
Palestra
de Gil Vicente sobre sua obra
23 de julho, quarta-feira,
19h
Museu Metropolitano de Arte de Curitiba
Centro Cultural Portão
Sala Célia Neves Lazzarotto
Av. República Argentina 3.430
Curitiba Paraná 41-314-5065
Terça a quinta, das 13h às 19h; sextas, das 13h às 21h; sábados, domingos
e feriados, das 15h às 19h.
Exposição até 24 de agosto de 2003.
Considerado um dos mais instigantes desenhistas brasileiros,
o artista deixa de lado o grafismo gestual para enveredar pelo fotografismo,
tipografismo e até um curioso grafismo físico, representado por trabalhos
com arames de garrafas de champanhe.
“Alheio reúne trabalhos feitos por mim que se relacionam, de algum modo,
com outras pessoas – artistas ou não – e suas produções, e também com produtos
gráficos e pictóricos realizados de forma aleatória ou sem pretensão artística”,
explica Gil Vicente. “Procuro compreender, entre outras leituras possíveis,
até que ponto estou contido nos outros e até onde consigo apropriar-me,
verdadeiramente, daquilo que me é distinto.”
Entre as obras expostas estão 15 imagens captadas pelo artista que,
desde 1998, registra fotograficamente elementos plásticos bidimensionais
encontrados nas ruas do Recife. Também podem ser vistos objetos que estavam
no ateliê de Alexandre Nóbrega, local que Gil Vicente usou como espaço
de criação, durante março e abril de 2001. Outro trabalho que se destaca
na exposição é feito com arames de champanhe e evidencia os novos caminhos
percorridos pelo artista. “Durante meses, após três festas de Ano Novo,
recolhi na Avenida Boa Viagem dezenas de arames de champanhe (que prendem
a rolha à garrafa), amassados pelos automóveis. Os pequenos desenhos finais,
resultantes da combinação de poucos arames, seguem apenas a regra de não
alterar a forma original como cada arame foi encontrado”, conta Gil Vicente.
Sobre a mostra, que permanece aberta ao público até o dia 24 de agosto,
a jornalista Cristiana Tejo, coordenadora do Instituto de Cultura da Fundação
Joaquim Nabuco, destaca: “Todos esses elementos juntados pelo artista são
peças de seu quebra-cabeça interior. Seguindo suas pistas, chega-se ao que
Gil Vicente tenta mas não consegue se desfazer: dele próprio. Para onde
for, ele carrega em seu olhar aguçado a procura pelo pictórico e pelo bidimensional”.
Alheio
GIL VICENTE
Alheio reúne trabalhos feitos por mim que se relacionam, de algum modo,
com outras pessoas (artistas ou não) e suas produções, e também com produtos
gráficos e pictóricos realizados de forma aleatória ou sem pretensão artística.
Desde 1998, registro, fotograficamente, elementos plásticos bidimensionais
(Portas, Passagens, Desenhos) encontrados nas ruas do Recife. Quinze destas
imagens estão na mostra.
Os exemplares do periódico Notícias de Nanquim são encadernações de
folhas de papel jornal que, cobrindo uma mesa como forro, absorvem o excesso
de nanquim de outros desenhos feitos sobre elas. As manchas aparecem nos
papéis-jornais sem elaboração, assim como ocorrem sobre pedaços de fita
crepe que prendem retângulos de fórmica, onde diluo o nanquim. Esses pequenos
segmentos de adesivo são paisagens que chamo de Crepúsculos.
Durante meses, após três festas de ano novo, recolhi, na Avenida Boa
Viagem, dezenas de Arames de Champanhe (que prendem a rolha à garrafa) amassados
pelos automóveis. Os pequenos desenhos finais, resultados da combinação de
poucos arames, seguem apenas a regra de não alterar a forma original como
cada arame foi encontrado.
No conjunto de fotos do apartamento em São Paulo (A casa de Manoel Veiga),
onde fiquei hospedado durante quatro meses, a atração foi registrar as soluções
estéticas encontradas pelo amigo para adequar seus universos e seus sistemas
de vida e trabalho aos espaços disponíveis.
Os objetos que compõem Coração e Pé estavam no atelier de Alexandre
Nóbrega, onde trabalhei durante março e abril de 2001. Apenas juntei os
dois ex-votos no centro da mesa.
A função do trabalho Purgo, múltiplo impresso em off-set e tipografia,
foi aproveitar um impulso provocado e pedir desculpas a quatro dezenas de
pessoas.
Comecei as visitas a obras alheias em 1990, com o desenho Visita à Casa
de Raul Córdula, feito “à maneira” de Raul para uma mostra coletiva que
o homenageava. Agora passeio pelo trabalho de outros artistas e, através
do sistema criado por Aloísio Magalhães para os seus cartemas, tento misturar
minha imagem com a de alguns amigos.
Distribuindo a todos os visitantes, na entrada da exposição, um poema
que não é de minha autoria, intitulado Oração, procuro compreender, entre
outras leituras possíveis, até que ponto estou contido nos outros e até
onde consigo apropriar-me, verdadeiramente, daquilo que me é distinto.
Diante do espelho
VICENTE VITORIANO
A atitude de apropriação tem sido posta como uma característica da arte
contemporânea, talvez por ter se tornado comum no universo da arte nos
dias atuais. Entretanto, a apropriação de imagens criadas anteriormente
foi sempre recorrida por artistas de todas as épocas. Um exemplo recente,
do século XX, são as famosas dezenas de pinturas de Picasso feitas a partir
das “Meninas” de Velásquez. Pois é assim, respaldado por um consenso de
contemporaneidade e, ao mesmo tempo, produzindo com base em métodos, técnicas
e atitudes pertencentes à tradição, que o pernambucano Gil Vicente criou
a sua mostra “Alheio”.
Advirta-se que o “alheio” do título nada tem a ver com um possível alheamento,
no sentido de alienação, insciência ou desatenção do artista. Muito pelo
contrário, Gil Vicente lança um agudíssimo olhar sobre o mundo, sobre a urbanidade,
sobre a arte. O alheio, como uma reverência, são as imagens, os processos
construtivos, as atitudes e as idéias “dos outros”, de que ele se apropria
e com que transforma a alteridade em profunda subjetividade, criativa e
operante. A meio caminho entre esta noção achada para título e as obras,
o artista nomeia algumas delas como “visitas”. Isto é, ele “passa” por elementos
da arte de outros artistas e de anônimos recifenses, para objetivar obras
muito “suas”. Para tanto, Gil Vicente, um dos mais instigantes desenhistas
vivos no Brasil, afastou-se por momentos do grafismo gestual e experimenta
fotografismo, tipografismo e até um curioso e divertido grafismo físico com
arames de garrafas de champanhe.
Em todas as obras há um diálogo entre o que é do outro e o que é “próprio”.
Esta relação fica clara na série de auto-retratos fotográficos em que o
artista posa com amigos, sempre parecidos com ele. Ao tempo em que o discurso
é sobre si, é sobre a identidade, Gil Vicente manipula as fotografias – muito
semelhantes umas com as outras, criando jogos especulares segundo uma “visita
à casa de Aloisio Magalhães”, uma apropriação re-construtiva dos “cartemas”
daquele artista, pernambucano como ele. Ver-se no outro como em um espelho,
constitui este exercício que também é um delicado ritual de antropofagia
formal. Uma outra série de fotografias, as “Passagens”, também exemplifica
este diálogo: muros com lugares de portas ou janelas, fechados com alvenaria
e pintados operativamente sabe-se lá por quem, tornam-se “artisticamente
pictóricos”, mediados pela ação do artista fotógrafo. Nos desenhos com arame,
Gil Vicente apenas reúne peças que tomaram aquelas formas por pisadas ou
rodas de automóvel, na praia de Boa Viagem. Há, porém, duas obras em que
o artista visita a si mesmo e ao seu ateliê. Nelas, são aproveitadas as
“sobras” de um trabalho a nanquim. Uma é a composição, que resultou dos vazados
de tinta ou de pinceladas além do suporte sobre papel jornal, usado como
forro. A outra se compõe de pequenas tiras de fita gomada “sujas” de nanquim...
A trivialidade destas duas obras resume uma atitude de sincera humildade
do artista diante de si próprio, diante da arte e dos artistas, seus pares
e seus reflexos.
Fragmentos de um Mundo Colhido
CRISTIANA TEJO
Um ser livre como Gil Vicente transita por diversificados fluxos, quando
sua alma assim pede. Momentos como universos, trilhas descontínuas e reencontradas.
Alheio, mostra exibida agora no NAC-UFRN, constitui um desses caminhos tomados
pelo artista nesses quase trinta anos de trajetória. Assinala um período
de experimentação não tão novo assim, mas apenas mostrado e intensificado
recentemente. Sentindo-se à vontade para arriscar, Gil Vicente lança-se a
experimentar coisas que lhe intrigavam já na década de 70 e que foram deixadas
de lado pela urgência da resolução de outras questões de seu trabalho. Pincéis,
papéis e telas repousam, enquanto outros instrumentos são acionados para
ajudá-lo em sua busca existencial.
Se inicialmente as pessoas e o mundo eram trazidos para dentro de sua
vida por meio do retrato, agora o artista joga-se no mundo para captá-los.
Observação e ação se alternam, o distanciamento já não é absoluto. Sem
o quadro como fronteira, entrelaça-se ao Outro para encontrar-se, reunindo
seus fragmentos afetivos espalhados por objetos, sensações e alianças.
Vida e arte se misturam e a contaminação mútua acontece no embaralhamento
de sua identidade com a do Outro, apropriando-se do Outro e das coisas dos
outros e de ninguém. No entanto, esta captação não se dá por meio da autoridade,
do controle. Gil Vicente procura preservar ao máximo o contorno original
dos arames de champanhe, pacientemente colhidos a cada ano no dia de Reveillon,
a grafia do bilhete encontrado ao acaso, a composição pictórica das portas,
dos muros e das passagens, os borrões dos jornais de nanquim, causados
por outras pinceladas. As coisas, produzidas por outros ou devidas a outras
situações, quase que estão por ali, esperando essas junções, ansiando por
essa descoberta. Neste momento, o mundo anterior não é criado, é acolhido
em toda a sua espontaneidade e erro.
Sim, todos esses elementos juntados pelo artista são peças de seu quebra-cabeça
interior. Seguindo suas pistas, chega-se ao que Gil Vicente tenta mas não
consegue se desfazer: dele próprio. Para onde for, ele carrega em seu olhar
aguçado a procura pelo pictórico, agora no mundo, e pelo bidimensional.
Figuras e abstrações harmonizam-se nessa sua suspensão, o que nos leva a
crer que este estado de brincadeira deve ser levado mesmo a sério.
Cristiana Tejo é Jornalista Cultural e Coordenadora de Artes Plásticas
do Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco.
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Milton Machado
(1=n) um intervalo
24 de julho, quinta-feira, 19h
Mercedes Viegas Arte Contemporânea
Rua João Borges 84
Gávea Rio de Janeiro
21-2294-4305
Segunda a sexta, das 14h às 20h; sábados, das 16h às 20h.
Exposição até 25 de agosto de 2003.
Encontro
com Luiz Camillo Osorio no dia 7 de agosto, às 19h.
(1=n) um intervalo
do ponto em branco do olho da superfície ao branco do fundo infinito
através da nuvem-matéria construída de arco-íris a bordo da espaçonave cujo
vôo em espiral de sete passos em rota de colisão
com fragmentos de estrelas traz de volta à terra meus olhos turvos pela
poeira dos planetas
Firmamentos para uma nuvem-matéria
Paleta
Ponto Branco no Infinito
Espiral / 7 Planos
7 Desenhos Vistos Lateralmente
…rastros de estrela cadente sobre minha retina
Pós-desenhos
Leituras de bordo
1. Pingue pingue
Pegue uma bola de pingue-pongue. De determinada distância e com certo
impulso de seu braço, jogue-a repetidamente contra uma parede de concreto
até que a bola atravesse a parede.
Calcule o número que expressaria o índice de probabilidades dessa ocorrência
realmente acontecer.
Lembro-me do entusiasmo de meus colegas quando aceitaram o desafio de
resolver esse problema de física teórica (problemas do tipo devem ter influenciado
minha decisão de abandonar o curso de engenharia), mesmo sabendo que o dever
de casa acabaria por comprometer suas férias de verão.
Não me recordo de ninguém, nem mesmo aqueles com particular inclinação
para as demonstrações empíricas, que tenha se dedicado à primeira parte
do enunciado. De fato, nenhuma bola chegou a ser realmente arremessada contra
a parede. Mas, em teoria, todas as bolas não arremessadas, até pelos menos
atentos e precisos calculistas, acabaram atravessando paredes. Apesar de
encontrarem maior ou menor atrito ou resistência em suas travessias – expressos
por diferentes valores numéricos (finitos) do n do índice abaixo – todos
parecem ter chegado a resultados satisfatórios.
1 x 10-n onde n tende para o infinito
Será possível que bolas de pingue-pongue atravessem paredes de concreto
se e quando as moléculas da bola coincidirem mais ou menos exatamente com
os espaços intermoleculares da parede, durante todo o espaço de tempo necessário
para que a ocorrência se dê (de fato, para que se dêem zilhões de ocorrências
simultâneas).
Se e quando…
Eu costumava acreditar nessa possibilidade. Até recentemente, quando
conheci um físico que, respondendo a minhas consultas, acabou me convencendo
de que a hipótese é inconsistente. Mas ele foi suficientemente gentil, quando
me escreveu concluindo:
“…você acabaria com uma pilha revirada de coisíssima nenhuma. No entanto,
não deixe que meu delicado experimento mental o afaste de sua busca da mágica
e das maravilhas do mundo natural e real. Não faz muito tempo, descobri
que o universo havia sido criado pela minha caneta dourada. De repente ela
começou a escrever que o universo deveria iniciar. E assim foi. Daí floresceram
galáxias e eventualmente a vida e o inferno.
Um prosaico visitante me perguntou quem havia criado a caneta tinteiro.
E eu pensei: – Mas que mente limitada temos aí!
Preocupadas com que ele pudesse me irritar ainda mais, as enfermeiras
levaram-no embora.”
(Traduzido de “Thoughts by John Griffiths, sometime Scholar of Churchill
College, Cambridge, MA Cantab, MSc, UCLA”, e-mail para o autor, Londres
1999)
2. Das espessuras e densidades de certas nuvens-matéria
“Uma tela pode ser inteiramente preenchida, a ponto de que mesmo o ar
não passe mais por ela; mas algo só é uma obra de arte se, como diz o pintor
chinês, guarda vazios suficientes para permitir que neles saltem cavalos.”
(Huang Ping-Hung, citado por Deleuze e Guattari, “O Que é a Filosofia”,
tr. Bento Prado Jr e Alberto Alonso Muñoz, Editora 34, Rio de Janeiro 1992)
Stephen Bann cita Giacometti e sua “concisa descrição da necessidade
de se penetrar além da superfície pictórica, que ao mesmo tempo é uma barreira
intrasnponível: ‘Como se a realidade estivesse atrás de cortinas que temos
continuamente que afastar… Arte e Ciência são tentativas de entender: sucesso
e fracasso são inteiramente secundários’.”
(Diego Giacometti, citado por Stephen Bann, “Experimental Painting”,
Studio Vista, Londres 1970)
3. Deste e do outro intervalo
Se tivéssemos que arriscar uma notação:
( ), não para indicar fronteiras que delimitam e separam um intervalo
de um outro qualquer, mas linhas de contato que abraçam, tocam e afetam
tanto o que é interior quanto o que é exterior a este e àquele outro intervalo,
ao lugar anterior e ao próximo. Próximo e lugar, mas não o imediatamente
contíguo, não o espaço contido pela sala ao lado, e sim o espaço aberto por
alguma ocorrência em algum tempo qualquer, o evento contemporâneo em algum
qualquer espaço em algum tempo qualquer.
Pelas convenções da notação algébrica, ( ) ( ) = denotaria uma
multiplicação, da qual se esperaria um determinado produto como resultado.
Mas nos termos propostos por nossa lógica de intensidades interrelacionadas,
multidimensionais, de relações entre intervalos de forças (não topograficamente
conectados, mas topologicamente confluentes, co-influentes), ( ) ( )
denotaria mútuas exponenciações, recíprocas potencializações, onde (=),
isto é, mesmo as identidades, estariam sujeitas a espacializações e temporizações,
e onde os produtos estariam sujeitos à relatividade das modulações.
Considere o intervalo (1 = n). Em uma lógica de intensidades, o 1, o
1 que é primeiro, o número que origina, a figura que inaugura a série de
figurações, o 1 que é princípio narrativo, o 1 que é o olho que vê (eye),
o 1 que é o Eu narrador (I), pode estar (aqui) como (ali), pode ser (agora)
como (então), e se identificaria apenas com a indeterminação de n. Cada
(1 = n) constitui um micro-universo, cada um um mundo-sendo criado, cada
um um ato cultural de mostrar a natureza para nós mesmos, cada um um lugar
para a produção de múltiplos e concorrentes significados.
Tudo é intervalo e modulação. Em um sistema infinito de cenários, nada
está fora de cena.
4. Máquinas situacionais. Geometria da Água
1983. (1 = n) Galeria Luisa Strina, São Paulo. Catálogo, texto de Roberto
Pontual
1995. (1 = n) an interval Projects Room Goldsmiths College, Londres,
texto do artista
2003. (1 = n) um intervalo Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de
Janeiro
Os textos aqui reproduzidos foram extraídos e traduzidos de “After History
of the Future: (art) and its exteriority”, pelo autor, PhD Fine Art, Goldsmiths
College University of London, 1999.
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Laura Vinci
24 de julho, quinta-feira, 20h
Galeria Nara Roesler
Av. Europa 655
Jardim Europa São Paulo
11-3063-2344
nararoesler@nararoesler.com.br
http://www.nararoesler.com.br
Segunda a sexta das 11h às 20h; sábados das 11h às 15h.
Exposição até 16 de agosto de 2003.
Preços: R$ 2 mil a 15 mil.
Laura Vinci (São Paulo, 1962) vem expressando, ao longo dos quase
18 anos de produção, especial interesse pela relação de sua obra com o espaço
ao redor. Esse diálogo que ela constrói entre os dois corpos, nesta exposição
na Galeria Nara Roesler, ganha mais um elemento em sua poética: o desejo
de investigar o instante, o ponto do meio, aquele que está entre a escultura
e o espaço. "O que me interessa agora é o meio, isto é, esta geometria
etérea entre o começo e o fim, este momento suspenso entre meu trabalho
e o espaço que o circunda", declara a artista.
Este processo evidencia-se na grande instalação que traz para a Galeria
Nara Roesler, decorrente de outra, Estados, apresentada no CCBB/São Paulo,
em 2002. Agora, a artista compõe - também com água, passando por um emaranhado
de tubos que constitui sistema de refrigeração - um novo discurso, com palavras
que congelam e descongelam, relacionadas à idéia de "meio".
Na mostra, Laura apresenta ainda uma série inédita de seis "bacias",
introduzindo o latão niquelado,além do vidro já utilizado em trabalhos anteriores.
Desta vez, os elementos dos tubos colocados sobre as bacias são água, mercúrio
e ímã, ora puros, ora combinados. "Nas esculturas de Laura Vinci, o mercúrio
encerrado no interior de hastes de vidro que saem de bacias de vidro e
pratos de metal está destituído de sua função alquímica, mas os elementos
permeáveis presentes em suas esculturas agarram-se involuntariamente aos
princípios dessa doutrina", escreve Antonio Gonçalves Filho, no texto do
catálogo.
Nesta série, a artista também busca esse ponto central que transcende
a concretude entre a obra e seu entorno, por meio do brilho, da transparência
e da leveza. "Ao escolher uma forma circular perfeita e uma superfície
polida para fazer surgir suas hastes que apontam em várias direções, ao
sabor do vento e dos vários estados do mercúrio, Laura elege como parte
fundamental de seu sistema formal um elemento que faz a intermediação entre
o chão e o céu", escreve Antonio Gonçalves Filho.
Laura Vinci é uma artista já consolidada no mercado internacional. Tanto
é que na próxima Miami Basel foi escolhida para realizar um projeto especial,
Statement, conferido apenas a nomes de grande prestígio. Laura é formada
pela FAAP (1993) e mestre pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Já
realizou inúmeras exposições no Brasil e no exterior e um de seus trabalhos
marcantes foi o grande relógio de areia que tomava dois andares do Moinho
Central, no Arte /Cidade 3.
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Acervo Museu de Arte Moderna da Bahia
Salão da Bahia 1994 – 2002
Alexandre Nóbrega, Ana Miguel, André Amaral, André Lenz, Betânia
Luna, Brígida Baltar, Caetano Dias, Carla Guagliardi, Carlos Melo, Christian
Cravo, Daniel Acosta, Daniel Katz, Efraim Almeida, Egídio Rocci, Elias
Muradi, Enrica Bernadelli, Eudes Mota, Giorgio Ronna, Iuri Sarmento, José
Patrício, Marcelo Silveira, Mário Azevedo, Martinho Patrício, Maurício
Ruiz, Mauro Piva, Michel Groisman, Nydia Negromonte, Osvaldo Marcón, Paulo
Pereira, Ricardo Ventura, Rodolfo Athayde, Rosana Palayzan
Ciclo
de Debates: Salões e Bienais no Brasil
23 e 24 de julho, 19h,
na Sala Calouste Gulbenkian
24 de julho, quinta-feira, 19h
Fundação Joaquim Nabuco
Galerias Massangana e Baobá
Rua Henrique Dias 609
Derby Recife
81-3421-3266 r. 421/422
Terça a domingo, das 14h às 19h.
Memorial Joaquim Nabuco
Av. Dezessete de Agosto 2187
Casa Forte Recife
Exposições até 31 de agosto de 2003.
Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia chega ao Recife em mostra
itinerante
A mostra já passou pela Paraíba e Ceará e encerra seu giro em Pernambuco.
Promovido anualmente pelo Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), o salão
teve a sua nona edição realizada entre dezembro de 2002 e março deste ano.
Criado no início da década de 90, o Salão da Bahia é um concurso de
alcance nacional que mobiliza anualmente milhares de artistas plásticos
de todas as regiões do país e até de brasileiros residentes no exterior.
Após um período de inscrições, é feita a seleção para uma grande mostra
que ocupa diversas salas de exposições do MAM-BA. A mostra permanece em
cartaz durante boa parte do Verão, período de grande agitação cultural na
capital baiana. Anualmente, o Salão da Bahia premia seis dos 30 participantes
e é justamente uma seleção dos premiados ao longo da história do evento
que está percorrendo a região Nordeste.
O giro começou por João Pessoa, no Centro Cultural de São Francisco,
em abril, e depois chegou a Fortaleza, onde estará sendo vista pelos cearenses,
no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará/MAUC, até 29 de junho.
No Recife, a seleção do Salão da Bahia apresentará trabalhos de cerca de
30 artistas, entre eles os pernambucanos Alexandre Nóbrega, Betânia Luna,
Carlos Mélo, Eudes Mota e Marcelo Silveira.
Para se ter uma idéia da projeção do Salão da Bahia, somente na sua
última edição, o Museu de Arte Moderna da Bahia recebeu inscrições de 1.697
propostas de artistas, de Norte a Sul do Brasil.
Instalações, pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, objetos, técnicas
digitais e outras formas tradicionais e inovadoras de expressão têm integrado
as grandes exposições que arrastam milhares de pessoas ao MAM-BA para conferir
as principais tendências da produção plástica contemporânea no Brasil. Segundo
o diretor do MAM-BA, Heitor Reis, “esta mostra itinerante inaugura uma
nova fase para o nosso Salão, que após uma longa história de sucesso reunindo
na Bahia o talento de artistas de várias partes do Brasil, agora vai poder
ser visto em outros estados, cumprindo seu papel de divulgar e estimular
a produção de arte contemporânea em nosso país”.
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MAMAM Mostra
Filme e vídeo de artista
23 de julho a 3 de setembro de 2003
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM
Rua da União 88
Boa Vista Recife
quartas, às 19h.
81-3423-2761 /3007 / 2095
Programação:
23 de julho: Mozart Santos; Pipilotti Rist; Tracey Emin; Sam Taylor-Wood
30 de julho: Mário Sette; Bill Viola
6 de agosto: Grilo; William Kentridge
13 de agosto: Lourival Patriota, João Quitôncio / Grilo; Matthew Barney
20 de agosto: Nononinoinono; Vito Acconci; Leonilson; Mona Hatoum; Tunga
27 de agosto: Paulo Meira; Doug Aitken; Jenny Holzer; Cao Guimarães
E Rivane Neuenschwander; John Baldessari; Peter Fischli E David Weiss
3 de setembro: Grupo Ho; Hélio Oiticica; Robert Frank E Alfred Leslie;
Jonas Mekas
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Debate
Artes Plásticas
Alexandre Vogler,
Artista plástico
e Professor assistente do Institudo de Artes da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. Mestrando em Artes Visuais pela UFRJ; Cezar Bartholomeu, Artista plástico e Mestre em linguagens
visuais ela UFRJ, 2002. Pós-graduado pela PUC - RJ pelo curso de História
da Arte e Arquitetura no Brasil e graduado em Educação Artística (História
da Arte) pela UERJ; Ricardo Basbaum, Artista plástico e escritor. Professor
assistente e chefe do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto
de Artes da UERJ. Foi co-diretor do Agora – Agência de Organismos Artísticos
e atualmente é co-editor da revista de arte Item. Integrou a seção brasileira
de artistas selecionados para a Bienal de São Paulo (2202).
23 de julho, quarta-feira, 17h
UERJ
Auditório 91
Rua São Francisco Xavier 524 9º andar
Maracanã Rio de Janeiro
21-2587-7650 / 7320
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Artistas Premiados
6º Prêmio Revelação de Artes Plásticas de Americana
Comissão de Premiação:
Eduardo Brandão
Ivo Mesquita
Juliana Monachesi
Prêmio Aquisição:
Eduardo Srur / Pintura / São Paulo / SP
Jurandy Valença / Fotografia / São Paulo / SP
Prêmio Estímulo:
Clayton Luiz Camargo Júnior / Fotografia / São Paulo / SP
Fabrício Carvalho / Objeto / Juiz de Fora / MG
Gisela Motta e Leandro Lima / Vídeo / São Paulo / SP
Kaloan Meenochite / Gravura / São Paulo / SP
Olívia Pádula Hohagen / Desenho / São Paulo / SP
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