durante a Bienal / during
the Biennial
XXV Bienal de São Paulo
23.3 - 2.6.2002
A ARTE, O URBANO E RECONSTRUÇÃO
SOCIAL
Fórum Internacional
Período: 26 a 28 de março de 2002
Local: Auditório CCBB – SP
Horário: das 17 às 21hs
Público Alvo: Artistas, Pesquisadores, Estudantes
de Artes, Curadoria, Arquitetura, Filosofia, Historiadores, Urbanistas, Administradores
/ Marketing Cultural e Social, Terceiro Setor, Administradores Públicos e
Jornalistas/Mídia.
Curadoria/Concepção: Profª. Lilian Amaral
Mestre em Arte Pública pela Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo.
Artista Plástica e Membro da Diretoria da Associação
Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas – Anpap. Membro do Conselho
Artístico do Paço das Artes / Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo.
Conceito
A concepção, organização, produção e avaliação
de projetos de Arte Contemporânea / Intervenção Artística no Espaço Público,
implicam em novas metodologias de abordagem pois incorporam a incoerência
e tensão urbanas, fruto da experiência nas metrópoles. O espaço contaminado
e esgarçado das grandes cidades produziu e acirrou os contornos da exclusão
e as distâncias (reais e simbólicas) entre “Centro” (s) e “ Periferia” (s).
Neste contexto o espaço privilegiado do CCBB-SP,
localizado no “coração da cidade” (Camilo Sitte), propicia uma teatralização
social dos valores (Jeudy, 1990) e se constitui como um Locus de Convergência
para a prática reflexiva e intervenções que estimulem o debate, o deslocamento
de fluxos e a percepção acerca da contribuição da arte na concepção renovada
de perspectivas estéticas e vida em grandes cidades.
O Fórum A Arte, o Urbano e Reconstrução Social
pretende apresentar um panorama contemporâneo acerca das novas gestões de
projetos culturais que tenham a Arte como eixo conceitual estruturador em
diálogo (tensão) com o Urbano – seus atores, contextos e perspectivas, apontando
para novas gramáticas, cartografias e territórios.
Como articulação ao conjunto teórico-conceitual
constituído pelo Fórum Internacional serão realizadas intervenções urbanas
no entorno do Centro Cultural do Banco do Brasil. Antecipando o Fórum, no
dia 22 de Março será apresentada uma Videoinstalação-Rave de Maurício Dias
e Walter Riedweg – “because I might lose” proporcionando uma experiência
estética inusitada no centro da cidade à noite, provocando deslocamentos
de sentidos e fluxos. Dia 26 de março, abertura do Fórum, projeções de imagens
poético-críticas elaboradas por Regina Silveira - Transit, criadas para a
mostra Rede de Tensão, Bienal de São Paulo, 2001 serão re-contextualizadas,
tendo o edifício do CCBB e a cidade como suporte e o público urbano como
expectadores participantes.
IV Fórum Internacional
“A ARTE, O URBANO
E RECONSTRUÇÃO SOCIAL”
26 de março, terça-feira, às 18h
Arte Contemporânea, o Urbano e o Público:
entre a instituição, o mercado e a indústria cultural.
Alexander Pillis
Canadá Arquitetura Paralaxe/25ª Bienal Internacional
de São Paulo
Ricardo Basbaum
Agora – Rio de Janeiro / 25ª Bienal Internacional
de São Paulo
Victoria Daniela Bousso
Paço das Artes SEC
Nicolau Sevcenko
História / USP
Regina Silveira
São Paulo - Projeção da obra “Transit”, 2001,
especialmente concebida para a mostra Rede de Tensão – Bienal 50 Anos.
27 de março, quarta-feira, às 18h
Novas Gestões – Novos Territórios
Curadorias, Cartografias, Cooperações, Trocas,
Disseminações
Nelson Brissac Peixoto
Arte/Cidade 4 / Puc-SP
Maurício Dias e Walter Riedweg
Rio de janeiro e Bassel – 25ª. Bienal de São
Paulo e Arte/Cidade
Catherine David
X Documenta de Kassel/ O Estado das Coisas -
Kunst-Werk Berlim, 2001
France Morin
USA / Canadá - Projeto Quietude da Terra, Arte
Contemporânea, Vida Cotidiana e Projeto Axé
Lily van Ginneken
Holanda, Ströom – curadora da Holanda na 25ª
Bienal Internacional
Trevor Smith
Curador da Austrália – 25ª Bienal Internacional
de São Paulo / projeção de palestra/entrevistra gravada em vídeo
28 de março, quinta-feira, às 18h
Reconstrução Social e Inclusão Cultural:
Panorama de Atuações.
Organizações Não-Governamentais, Artista-Comunidade
e a Mídia.
Ana Mae Barbosa
NACE-Nupae/ECA-USP – participará em entrevista-palestra
gravada em vídeo especialmente para o evento.
Marepe
BA – 25ª Bienal Internacional de São Paulo
Marle de Oliveira Macedo
BA - Coord. de Arte e Educação – Projeto Axé
- Salvador
Fernando Rossetti
Diretor Executivo da ONG Cidade Escola Aprendiz
- São Paulo
Maria Tereza Leal
Coopa-Roca - Rio de Janeiro
Lilian Amaral
MUSEU ABERTO: Museu Virtual da Av. Paulista /
Alegoria do Caos – Heliópolis / Cidadeidentidade – Paranapiacaba
Projeto Travessia
Centro – SP a confirmar
Programação Paralela de Vídeos
Das 17 às 18h – Parceria Videobrasil
Diariamente serão apresentados Vídeos curados
especialmente por Solange Farkas para o evento internacional, antecipando
as apresentações dos palestrantes do Fórum, entre 17 e 18h, trazendo um universo
amplo de experiências desenvolvidas em diversos contextos, apontando o sentido
ampliado e da arte pública na contemporaneidade.
CIDADE COMO SUPORTE
Curadoria de Solange Farkas
IN CORPUS I
Christine Liu/ Brasil-SP/ 1999/ 1’
Velocidade, ritmo, manchas, pulsações, movimento.
Ruas e avenidas são corredores, passagens, grandes artérias que nos carregam
de um lado a outro na cidade. Percorrendo-as em sua extensão, um sem-fim
de novas imagens e cenas surgem, contando-nos muitas histórias, criando a
sensação de um filme que vai se desenrolando diante de nossos olhos.
REGINA SILVEIRA : TRANSIT
André Costa, Olhar Periférico / Brasil / 2001
/ 8’30"
Documentação videográfica da apresentação de
Transit, obra efêmera de Regina Silveira em que uma mosca gigante e luminosa
for a projetada por vários pontos da cidade de São Paulo, aderindo-se momentaneamente
às fachadas dos edifícios, aos monumentos e aos viadutos, apropriando-se da
paisagem noturna e das diversas texturas urbanas. O vídeo conta ainda com
depoimentos da artista plástica comentando a experiência.
A PRESENÇA
Sérgio Roisenblit / Brasil / 1991 / 18'
Reportagem sobre o projeto paisagístico para
a cidade de São Paulo do artista plástico Paulo von Poser. O projeto se baseia
na revitalização dos monumentos com o objetivo de fazer com que a população
observe o que está ao seu redor. Para contextualizar o problema, o autor
realizou enquetes com populares, que confirmam que raramente olham para os
lados. Uma das referências é o edifício Copan, cartão-postal assinado pelo
arquiteto Niemeyer nos anos 50, praticamente desconhecido da população.
VIDEOCABINES SÃO CAIXAS PRETAS
Sandra Kogut / Brasil / 1990 / 9'38"
Projeto experimental que deu origem ao célebre
trabalho Parabolic People. A autora montou uma cabine de vídeo individual
em vários locais do Rio de Janeiro. Nela, o voluntário podia fazer o que
bem entendesse, desde que não excedesse 30 segundos. Houve quem fizesse imitação;
cantasse uma música da própria autoria; contasse piada; desse conselho; ou
fizesse uma reclamação. Outros analisaram a própria idéia da cabine, uma
espécie de confessionário dos novos tempos. Pessoas de todas as idades, cores
e sexos participaram do projeto, num total de 1440 diretores anônimos.
IN CORPUS II
Christine Liu/ SP/ 2001/ 1’
A cidade, o homem sempre apressado,de um lado
para o outro, no incessante ir e vir. Perde a noção de tempo e espaço Não
reconhece os seus semelhantes. Não vive mais o presente. Está sempre se projetando
no futuro, um tempo que ainda está por vir e portanto, ainda efêmero. Perdeu
o seu corpo, vive apenas em sua mente.
URBIS
Jurandir Müller, Kiko Goifman / SP / 1997 /
22'
Um estudo visual sobre o ambiente urbano, tendo
como foco o endereço que é a síntese de São Paulo. A avenida Paulista, que
teve seu período de auge nos anos 70, vive do movimento. Do tráfego intenso
e das pessoas que se esbarram umas contra as outras diariamente, sem tempo
para perceber o contexto em que estão inseridas. Este panorama, impossível
a um olhar apressado, é traçado pelos autores, inspirados no trabalho acadêmico
de Marta Bógeas: "Avenida Paulista - o fluxo e refluxo da Modernidade". São
várias perspectivas sobre os elementos que compõem o cenário de asfalto,
ferro e concreto. Ao contrário do intenso ritmo imposto no dia-a-dia, a narrativa
é lenta e atem-se cuidadosamente a cada detalhe. Um "Poaquaatsi" às avessas.
O som é puro minimalismo. A poesia não se limita às imagens, ora em cores,
ora preto e branca, aparecendo sob forma de palavra escrita na tela.
CIDADE
Rogério Velloso, Anna Flávia Dias, Adriana França
/ MG / 1994 / 5'40"
Poesia em vídeo sobre a vida nas grandes cidades.
Os autores utilizaram signos urbanos representativos para compor um mosaico
rico em cores, cenários, cheiros e personagens anônimos. O ritmo alucinante
das metrópoles é trocado pelo slow-motion, forçando as pessoas a executarem
um balé canhestro sincronizado, tornando ainda mais evidente a automatização
dos movimentos. O tom amarelado e fosco das imagens deixa a poluição quase
palpável. A atmosfera é claustrofóbica, irrespirável. Imagens de sinaleiras,
ônibus coletivos, estações de metrô e viadutos misturam-se a fragmentos de
vozes e rostos. Fotos antigas de família, dispostas numa parede descascada,
são a prova da degradação do tempo e da memória.
CIDADE SEM JANELAS
Eliane Caffé, Lucas Bambozzi, Jurandir Müller
/ SP / 1994 / 30'
Uma reflexão multifacetada da cidade de São
Paulo, ambientada numa fábrica abandonada, onde foi realizado o projeto "Arte
Cidade". Artistas plásticos, estudiosos e músicos se revezam nos depoimentos
onde justificam seus pontos de vista acerca da maior metrópole da América
do Sul. Eles dissertam sobre as inter-relações de uma cidade gigantesca, onde
as pessoas vivem mais para dentro das construções do que vivenciam o mundo
.Os motivos vão da violência e poluição ao individualismo. Além dos depoimentos,
os autores dão destaque para as obras e os artistas que se apresentaram no
evento, entre eles, Arthur Omar, Arnaldo Antunes e Eder Santos. Intercalado
com as opiniões dos entrevistados, o vídeo mostra imagens trabalhadas de
prédios em construção e pessoas encarceradas em seus próprios lares e cita
textos de autoria de Fernando Pessoa e João Cabral de Melo Neto.
CORPUS CORPORIS
Christine Liu/ SP/ 2001/ 3’
Nasce destas reflexões. Como as artérias e veias
que transportam o sangue por todo o corpo e para todos os orgão, assim também
o fazem as ruas e avenidas, transportando pessoas e carros de um lado para
o outro da cidade. Deslocando a vida. Criando vidas. Transformei objetos
e pessoas em pequenos corpúsculos, energéticos, dinâmicos, assim como os
corpúsculos e glóbulos no sangue. Tudo plasmado, aglutinado numa velocidade
incessante, caóticos e indefinidos, como é o nosso olhar e sentir ao atravessar
as grandes artérias. Artéria do nosso corpo, da nossa cidade.
FRAMED BY CURTAINS
Eder Santos/ MG/ 1999 / 11’15"
Visões distorcidas da cidade de Hong Kong, diálogos
à espera de um real entendimento entre Ocidente e Oriente. Um reenquadramento
da paisagem urbana e caótica da cidade logo após a devolução à China. Como
alguém que observa da janela e refaz a realidade a seu modo, o vídeo reflete
a visão subjetiva do autor das cenas cotidianas.
TALK TO ME
Camila Sposati/ SP/ 2000 / 3’
Um helicóptero sobrevoa São Paulo, a maior cidade
da América Latina, com 25 milhões de habitantes, ao som de uma trilha sonora
que traz um diálogo fragmentado. O trabalho explora a tensão entre o público
e o privado, justapondo uma visão macro de uma grande cidade contra a visão
micro de uma situação doméstica. Dessa maneira, anuncia as contradições entre
estas duas perspectivas.
CADÊ O TEMPO?
Aggêo Simões, Mônica Toledo / MG/ 1996 / 5'30"
O vídeo faz uma abordagem poética da passagem
do tempo tomando como referências, pessoas, cenários e, principalmente, a
estrada, um dos vários signos que representam a vida. Na cidade, o ritmo
dos trabalhadores urbanos impõe uma velocidade acelerada. Para que não se
instaure o caos, um farol põe ordem na correria. É a mesma coisa no campo.
Sem faróis, automóveis, cartão-ponto, televisão, cada um preenche o tempo
da maneira que melhor lhe convir. A única a impor condições é a natureza,
que anuncia o dia e a noite. Frases na tela reforçam a idéia de um tempo
sem fim; assim como a estrada, cuja paisagem muda lentamente quando se tem
apenas os pés para caminhar.
Publicação / Documentação
As palestras serão gravadas integralmente
em vídeo; fragmentos editados ou a totalidade serão inseridos em CDRom a
ser lançado como desdobramento posterior à realização do Fórum.
CCBB - Auditório
Rua Álvares Penteado, 112 Centro
(próximo à Estação São Bento do Metrô)
Informações (11) 3113-3651 / 3652
(retirar senha com meia hora de antecedência)
ccbbsp@bb.com.br
www.canalcontemporaneo.art.br