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outubro 16, 2006Daniela Labra, Paulo Climachauska e Regina Vater respondem: "É a Modernidade nossa Antigüidade?"Para instigar nossa comunidade, subdividimos o Tema 1 do documenta magazines ("É a Modernidade nossa Antigüidade?") em outras perguntas e enviamos para alguns integrantes do Canal Contemporâneo. São encorajadas diversas formas de resposta, desde livres abordagens teórico-reflexivas, entrevistas reais ou fictícias até intervenções práticas sobre as diversas questões que este tópico propõe. Os artistas Paulo Climachauska e Regina Vater e a pesquisadora Daniela Labra respondem às perguntas, oferecendo diferentes perspectivas sobre o conceito da Modernidade na realidade brasileira.
Podemos falar de uma Modernidade brasileira enquanto período histórico? Essa Modernidade ainda influencia ou define a produção contemporânea? Regina Vater: Se o "Movimento Antropofágico", especificamente nas artes plásticas, não representou um grande divisor de águas e um período de grande importância histórica no país, então eu não entendo nada do Brasil. Daniela Labra: Vivemos uma contemporaneidade moderna em muitos casos, principalmente no quesito "instituições de arte contemporânea" (não me refiro àquelas que se apóiam na tecnologia como base do discurso contemporâneo). Os processos da arte contemporânea no Brasil quase sempre esbarram em formatos modernos, que não comportam certos discursos. Paulo Climachauska: A História como aparato de organização do mundo é também um instrumento de legitimação do poder da sociedade ocidental capitalista. Acredito que a arte brasileira tenha uma particularidade e singularidade que quando transportadas para os moldes de classificação desta ciência História tende a ficar uma tanto capenga. A Modernidade ainda é um ponto de reflexão para a arte contemporânea brasileira, tanto para o seu lado mais conservador, que insiste em se apegar a sua ortodoxia formal, como para o lado que tenta distender esta herança e fazê-la se chocar com as urgências do Brasil contemporâneo para testar a sua validade.
Se uma Modernidade brasileira existe, podemos falar de uma Antigüidade brasileira? Regina Vater: Na arte plumária, por exemplo, podemos encontrar uma certa Antigüidade brasileira: a geometria de sua cestaria alimentou o inconsciente coletivo dos concretos/neoconcretos que, de uma certa maneira, pensavam estar olhando para a Europa. Paulo Climachauska: É inegável que uma antiguidade brasileira subsista hoje representada sobretudo pela desigualdade social, pelo atraso nas relações trabalhistas e pelos modelos oligárquicos de nossos instrumentos políticos.
Regina Vater: Tenho a impressão de que, no Brasil, começou a se produzir "Arte Povera" até mesmo antes da Itália. Aqui, o paradigma de Mallarmé que diz que "todo poeta é o tradutor de sua tribo", foi realizado com bastante sucesso por vários artistas.
Paulo Climachauska: Em arte, podemos tomar qualquer parâmetro para seguir adiante, retroceder ou, simplesmente, nos determos - o que importa é se o resultado de nossas escolhas é ou não pertinente ao momento em que vivemos no mundo e se, de certa forma, contribui para melhor entendermos este momento. Os modelos em arte estão aí para serem apropriados e redefinidos, transformados ou implodidos. Arte é o exercício da liberdade.
A modernidade teria também se transformado num repertório tirânico de critérios para a produção subseqüente? Paulo Climachauska: A herança da modernidade, como qualquer outra herança da humanidade, está aí para ser usada, disponível, cabe ao produtor entendê-la como fonte de conhecimento para entender o presente e como geradora de possibilidades para pensarmos o mundo. Daniela Labra: A própria questão de venda de obra de arte digital com tiragem limitada e preços altos é um híbrido moderno-contemporâneo. O tipo de transação é moderna, mas para um objeto cujo processo de realização e disseminação é contemporâneo.
Posted by Leandro de Paula at 9:06 AM
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