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É a modernidade nossa antiguidade?
Muitos dos projetos utópicos da modernidade sobreviveram apenas como fragmentos e hoje parecem “inacabados”. Muitas das estruturas, formas e realizações materiais que associamos aos conceitos de modernidade parecem estar desaparecendo em meio aos processos de transformação do presente. No entanto, ao mesmo tempo, os espaços reais e conceituais da modernidade - suas idéias e estruturas estéticas e políticas - continuam a ser uma preocupação central de inúmeros projetos dentro e além do âmbito artístico, dando lugar também a projeções conflitivas. É a modernidade nossa antiguidade?
Roger M. Buergel escreve a propósito do leitmotiv da exposição (dezembro de 2005): É a modernidade nossa antiguidade? - Esta é a primeira pergunta. Parece-me bastante evidente que a modernidade, ou o destino da modernidade, exerce uma influência profunda sobre os artistas contemporâneos. Parte dessa fascinação talvez nasça do fato de que ninguém realmente saiba se a modernidade está ainda viva ou morta. Ela parece em ruínas depois das catástrofes totalitárias do século 20 (as mesmas catástrofes que ela de alguma forma originou). Ela parece profundamente comprometida pela aplicação parcial de suas exigências (liberté, égalité, fraternité) e pelo simples fato de que modernidade e colonialismo caminharam, e provavelmente ainda caminham, de braços dados. Ainda assim, as imaginações das pessoas estão repletas das visões e das formas da modernidade (e não me refiro apenas à Bauhaus, mas também a estruturas mentais arqui-modernistas transformadas em jargões contemporâneos, como “identidade” e “cultura”). Em resumo, parece que estamos tanto dentro quanto fora da modernidade, ao mesmo tempo repelidos por sua violência letal e seduzidos por sua imodesta aspiração ou potencial: que talvez exista, afinal, um horizonte planetário em comum, aplicável aos mortos e aos vivos.
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