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Ativista holandês Geert Lovink entrevista Cecile Landman para a Sarai, India

Publicação participante do projeto documenta 12 magazines, a revista Sarai, baseada em Nova Délhi – Índia, apresenta uma entrevista feita pelo editor Geert Lovink com Cecile Landman, a jornalista alemã co-fundadora do Streamtime, um esforço internacional para o desenvolvimento de novas mídias no Iraque. Desde o lançamento do projeto, em 2004, o trabalho de Cecile vem sendo reconhecido pelo seu inevitável aspecto político, especialmente após a consolidação de um quadro social conturbado desde a invasão norte-americana em 2003. A situação política se revelou tão arriscada que diversas ONGs, agências de cooperação internacional e fundações anônimas tiveram que deixar o país, afetando, imediatamente, a livre circulação de idéias no Iraque. Os blogs (de iraquianos dentro e fora de seu país) tornaram-se, desde então, as mídias privilegiadas para a a interação entre os indivíduos, a troca de informações e a construção de novos discursos. Neste sentido, o Streamtime tem dado visibilidade e apoio técnico a estas iniciativas, incentivando que mais e mais pessoas se comuniquem na e sobre a região. Nesta entrevista, Cecile aborda desde os seus hábitos como visitante e fomentadora destes blogs até sua relação com a mídia independente da Itália.

 

Geert Lovink: Como a blogosfera e o jornalismo investigativo se relacionam? À primeira vista, eles parecem ser práticas opostas, mas suplementares. Considerando que o jornalismo investigativo leva meses, talvez anos, para descobrir uma história, os blogs se assemelham a exércitos de insetos a nutrirem aquilo que se chama "opinião pública". Como você vê essa relação?

 

Cecile Landman: Jornalistas, e especialmente os jornalistas investigativos, precisam ganhar a vida. Eles não podem simplesmente colocar qualquer coisa on-line. Os blogs, por sua vez, não têm tanto este compromisso, e é por isso que, muitas vezes, gera-se um conflito entre as duas atividades. Entretanto, eu trabalho com os dois universos. E tenho usado os blogs como meios de comentar o que nem sempre pode ser institucionalizado. Ler e escrever blogs se tornaram tarefas populares por conta de sua carga eminentemente pessoal. Eu diria que é um desenvolvimento mais que positivo que as pessoas possam ler umas às outras, avaliando comentários de seus semelhantes sobre as notícias e os acontecimentos locais. Em virtude do fator pessoal na blogosfera, a objetividade deixa de ser um esforço e uma obrigação. Blogs são subjetivos por natureza. A interação entre os indivíduos se dá através de comentários e colaborações mútuas e, assim, o conceito tradicional de mídia em que a comunicação se dava em apenas um sentido tem se tornado multilateral, através de discussões, disputas ideológicas, e de um saudável espaço para o nonsense.

 
Leia a íntegra da entrevista, em inglês, no sítio Sarai.
 
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