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maio 31, 2017
Lívia Moura na dotART, Belo Horizonte
Bons ares, ares bons. É com este frescor que o ano começa na dotART galeria, com a inauguração de novas exposições no dia 25 de abril: Abrindo a caixa, de Lívia Moura; Barulho, de Felipe Fernandes; e na Sala Pensando o vídeo Green ou Sinal verde para o saque das Américas, de Regina Vater.
Abrindo a Caixa – Lívia Moura
O título da exposição remete ao mito de Pandora, no qual ela abre uma caixa deixando escapar todos os males do mundo e culpando todas as mulheres pelo pecado original. Segundo historiadores, a origem deste mito tem suas raízes há mais de 6 mil anos, quando Pandora era uma das representações do “vaso divino”.
Esta exposição faz parte de estudos e projetos que a artista desenvolve há 10 anos. As cerâmicas foram produzidas em 2010 no sul da Itália e lançadas ao mar em 2016 nas Ilhas Cagarras, no Rio de Janeiro. Elas são um resgate da Pandora arcaica, do antigo vaso que jorra o mar e é engolido pelo oceano.
As pinturas intituladas “Abrindo a Caixa” são um jorro explosivo que sai dos vasos. “Elas foram feitas com argilas que venho recolhendo no sul de Minas misturadas com tintas industrializadas. Nessas pinturas trago o movimento natural das tintas jorrando e escorrendo, conjugado com jatos de spray e minhas pinceladas, num exercício de diálogo e, por vezes, de camuflagem entre natura e cultura”, conta Lívia Moura.
Pandora é a mulher- biosfera, que parece desordenada, mas que é na verdade a ordem secreta do vivo, da matéria orgânica que se desdobra em mil possibilidades, produzindo ininterruptamente e espontaneamente novas formas de vida.